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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NÃO CUSTA ENVIAR UMA MENSAGEM - Fabrício Carpinejar







Na vida de solteiro, liberdade é fazer o que se quer. Na vida de casado, liberdade é honrar a confiança: oferecer atenção e corresponder simultaneamente com a atenção recebida.


Há regras a serem seguidas, estabelecidas pelos dois. O ciúme ou a perda de credibilidade virá à medida em que elas são quebradas. Não percebemos de que o amor é legislação, e temos que respeitar o acordo e prestar contas da rotina. Não adianta bancar o esperto ou o distraído. Corrupção amorosa é desrespeito.

Solteiro pode bater a porta de casa sem avisar, aparecer na manhã seguinte sem explicar coisa alguma, dormir fora sem medo do despejo, voltar bêbado derrubando móveis e mijando no vaso da sala.

Casado tem alguém que se importa com todos os seus movimentos. Pois ternura é valorizar os mínimos detalhes, olhar para o hipotético com singularidade.

A emoção domina os fatos. Não existem bobagens quando predomina a compreensão e o hábito de se colocar no lugar do outro.

Se você sai sozinho, o seu papel é não deixar a sua companhia preocupada. Não tem como abandonar a relação nem por um momento. Não custa mandar mensagens dizendo como está e o que vem fazendo. Uma foto ou um comentário não corresponderá tempo perdido ao longo de uma festa ou de um jantar. Serão apenas alguns minutos de seu prazer. É um investimento irrisório para garantir a felicidade do casal e não gerar questionamentos à toa. Muitos não realizam porque não pretendem sentirem-se controlados. Alegam que não acessaram o celular, de que estava no silencioso ou de que a noite passou rapidamente. E quem até o momento esperava na boa, confortado, impregnado de fé, respeitando o espaço de cada um, ficará pensando bobagem
(mais envolvendo a insegurança de hoje do que a infidelidade).

Sua alegria não deve tirar o sono de ninguém, não deve roubar o sossego de ninguém. Não é consolo explicar que não fez nada de errado e não traiu, que sempre impede o pedido de desculpa. Não é este o problema que estará em questão, mas a completa indiferença. Aquele que reclama termina com a fama de possessivo. E o que não avisou chama para si o papel de vítima, já que aparentemente não cometeu nenhum grande erro.

O relacionamento é feito de pequenas reciprocidades. O risco é confundir cuidado com vigilância. Nos dias atuais, com as notícias policias prosperando, não é possível contar com o luxo de desaparecer por cinco horas.

Casar tem o lado ruim de não ser mais inconsequente.
O nome disso é responsabilidade. Não há lealdade excluindo a responsabilidade.




Publicado no jornal Zero Hora
Revista Donna, p.56
Porto Alegre (RS), 20/12/2015 Edição N°18391

domingo, 20 de dezembro de 2015

Conselho de um Pai - Conto



O marido chegou para o pai e disse: 
Pai, não aguento mais a minha esposa
Quero matá-la, mas tenho medo que descubram.
O senhor pode me ajudar?
O pai respondeu: 
Posso sim, mas tem um porém...Você vai ter que fazer as pazes com ela para que ninguém desconfie que foi você, quando ela morrer.
Vai ter que cuidar muito bem dela, ser gentil, agradecido, paciente, carinhoso, menos egoísta, retribuir sempre, escutar mais...
Tá vendo este pozinho aqui?
Todos os dias você vai colocar um pouco na comida dela. 
Assim, ela vai morrer aos poucos.
Passado os 30 dias, o filho voltou e disse ao pai: Eu não quero mais que ela morra!
Eu passei a amá-la. 
E agora? 
Como eu faço para cortar o efeito do veneno?
O pai, então, respondeu: 
Não se preocupe! 
O que eu te dei foi pó de arroz.
Ela não vai morrer, pois o veneno estava em você!
Quando alimentamos rancores, morremos aos poucos. 
Que possamos fazer as pazes conosco e com quem nos ofendeu.
Que possamos tratar aos outros, como gostaríamos de ser tratados.
Que possamos ter a iniciativa de amar, de dar, de doar, de servir, de presentear...e não só a de querer ganhar, ser servido, tirar vantagem e explorar o outro.
Que o amor de Deus nos alcance todos os dias, pois não sabemos se teremos tempo de nos purificarmos com este antídoto chamado perdão.


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Nossa responsabilidade como filhos - Crônica





Um filho levou seu pai a um restaurante para desfrutar de um delicioso jantar. Seu pai já estava bastante velho, e, portanto, também um pouco fraco. Enquanto comiam, um pouco de comida de vez em quando caia sobre sua camisa e calças. Os outros convidados assistiram o velho com o rosto desfigurado com desgosto, mas seu filho permaneceu totalmente calmo.
Uma vez que ambos terminaram de comer, filho, sem mostrar sequer remotamente envergonhado, ajudou com absoluta confiança e seu pai o levou para o banheiro. Ele limpou os restos de seu rosto enrugado, e tentou limpar alimentos e manchas de suas roupas; amorosamente penteava os cabelos grisalhos e finalmente assentou seus óculos..
Ao sair do banheiro, um profundo silêncio reinava no restaurante. Ninguém conseguia entender como alguém poderia ser tão tolo. O filho estava pronto para pagar a conta, mas antes de sair, um homem, também de idade, subiu de entre os convidados, e pediu o filho do homem: 

"Você não acha que você deixou alguma coisa aqui? "
O jovem respondeu: 
"Não, não tenho mais nada." Em seguida, o estranho disse: 
"Sim você deixou algo! Deixou aqui uma lição para cada criança, e de esperança para todos os pais! "
Todo o restaurante é tranqüilo, você poderia ouvir um alfinete cair no chão.
Uma das maiores honras que há de cuidar daqueles idosos que uma vez já cuidaram de nós. Nossos pais, idosos e todos aqueles que sacrificaram suas vidas, o seu tempo, dinheiro e esforço para nós, merecem o nosso maior respeito. Se você também sente o respeito pelos idosos, compartilhando esta história com os seus amigos.





sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Últimas palavras de Steve Jobs






Últimas palavras de Steve Jobs:

Eu alcancei o pináculo do sucesso no mundo dos negócios.

Nos olhos dos outros, minha vida é uma personificação do sucesso.
Porém, além do trabalho, tenho pouca alegria. No final, a riqueza é apenas um fato da vida que eu estou acostumado.


Neste momento, deitado na cama, doente e lembrando toda a minha vida, eu percebo que todos os reconhecimentos e a riqueza que tive muito orgulho em ter empalideceu e tornou-se insignificantes diante da morte iminente.

Na escuridão, eu olho para as luzes verdes da vida apoiando máquinas e ouço os sons de zumbidos mecânicos. Posso sentir o sopro de Deus da morte se aproximando...

Agora eu sei, quando nós acumulamos riqueza suficiente para nossa vida, devemos buscar outras questões que não estão relacionados com a riqueza...
Deve ser algo que é mais importante:

Talvez relacionamentos, talvez a arte, talvez um sonho de juventude...
Prosseguir sem parar em busca de riqueza apenas transformará uma pessoa em um ser torcido igual a mim.

Deus nos deu os sentidos para sentirmos o amor nos corações de todos, não as ilusões provocadas pela riqueza.

A riqueza que eu ganhei na minha vida, não posso trazer comigo.
O que posso levar são só as recordações precipitadas pelo amor.
Essas são as verdadeiras riquezas que irão segui-lo, acompanhá-lo, dando-lhe força e luz para continuar.

O amor pode viajar mil milhas. A vida não tem limites. Vá para onde você quer ir. Chegue a altura que você deseja alcançar. Tudo está no seu coração e em suas mãos.

Qual é a cama mais cara do mundo? -"A cama de um doente"...

Você pode empregar alguém para dirigir o carro para você, fazer dinheiro para você, mas você não pode ter alguém para suportar a doença para você.

Coisas materiais perdidas podem ser encontradas. Mas há uma coisa que nunca pode ser encontrada quando é perdida – " A Vida".

Quando uma pessoa vai para a sala de cirurgia, ela percebe que existe um livro que ele ainda tem que terminar de ler -"O Livro da Vida Saudável".

Qualquer que seja o estágio da vida estamos no agora. Com o tempo, vamos enfrentar o dia em que a cortina cai.

Tesouros de amor para sua família, amor para seu esposo, para seus amigos...

Tratem-se bem. Respeite e ame os outros.”

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Afinal de contas, o que você fez o dia inteiro dentro de casa?





Um homem chegou em casa, após o trabalho, e encontrou seus três filhos brincando do lado de fora, ainda vestindo pijamas.
Estavam sujos de terra, cercados por embalagens vazias de comida entregue em casa.
A porta do carro da sua esposa estava aberta.
A porta da frente da casa também.
O cachorro estava sumido, não veio recebê-lo.
Enquanto ele entrava em casa, achava mais e mais bagunça.
A lâmpada da sala estava queimada, o tapete estava enrolado e encostado na parede.
Na sala de estar, a televisão ligada aos berros num desenho animado qualquer, e o chão estava atulhado de brinquedos e roupas espalhadas.
Na cozinha, a pia estava transbordando de pratos; ainda havia café da manhã na mesa, a geladeira estava aberta, tinha comida de cachorro no chão e até um copo quebrado em cima do balcão.
Sem contar que tinha um montinho de areia perto da porta.
Assustado, ele subiu correndo as escadas, desviando dos brinquedos espalhados e de peças de roupa suja.
‘Será que a minha mulher passou mal?’ ele pensou.
‘Será que alguma coisa grave aconteceu?’
Daí ele viu um fio de água correndo pelo chão, vindo do banheiro.
Lá ele encontrou mais brinquedos no chão, toalhas ensopadas, sabonete líquido espalhado por toda parte e muito papel higiênico na pia.
A pasta de dente tinha sido usada e deixada aberta e a banheira transbordando água e espuma.
Finalmente, ao entrar no quarto de casal, ele encontrou sua mulher ainda de pijama, na cama, deitada e lendo uma revista.
Ele olhou para ela completamente confuso, e perguntou: Que diabos aconteceu aqui em casa?
Por que toda essa bagunça?
Ela sorriu e disse:
– Todo dia, quando você chega do trabalho, me pergunta:
– Afinal de contas, o que você fez o dia inteiro dentro de casa?’
– Bem… Hoje eu não fiz nada, FOFO !!!





autor desconhecido

Ei-los que partem - Lucy Coelho




Muitas vezes sentimos um vazio por alguém que se foi, imaginamos a volta, o regresso, seria uma viagem de breve retorno...
A verdade é um sono profundo, que não possui sonhos.
-Parece que estou eternamente esperando, ingenuamente! -Ou estou sendo esperada
?!
Meu coração têm tanta fé e esperança, mas a canalha da razão arrasa o meu coração quando diz: - A passagem foi só de ida, não existe regresso para os teus. Ei-los que partem, diga apenas adeus e até breve!
Choro sem conter-me, meu travesseiro é lenço, consolo e quem sabe, um abraço confortável de um amigo mudo, mas não surdo, pois eu confesso a minha saudade ao pé do seu ouvido.
-Será que existe uma estação de trem do outro lado
? Estaria eu, quem sabe, sendo aguardada?! -Eu me sinto inquieta com essa falta amarga e exagerada, dolorida das idas, das partidas sem voltas e sem adeus dos meus!
Ei-los que partem e, logo, também irei; espero encontrá-los, se não, continuarei perdida na eterna e ingênua espera de quem partiu e levou uma parte que não é preenchida, apenas ludibriada. Então a alma chora, o coração pede consolo...
Dias passam, mas a esperança sobrevive de promessas bíblicas que firmemente confio, eu creio em
DEUS!
Sou uma locomotiva, a vida são os trilhos e meus vagões são tudo que eu levo. Tenho um vagão exclusivo só para saudade e como está carregado e pesado, é um fardo!
Ei-los que partem, mas me deixam à parte de onde realmente vão.
Presentes estão os ausentes: as vozes, os rostos, um cheiro, uma palavra dita, um afago que foi bem-vindo... Só nunca ouvi um adeus ou um até breve!
Lágrimas descem, pois o meu coração transborda, a tristeza me afoga, quem poderá me livrar da morte?
A locomotiva ainda tem muitas estações para percorrer, creio que a última, vou descarregar o vagão da saudade, e será em um jardim florido, perfumado, do céu azul e de pequenas nuvens; essa é a minha estação florida e daqueles que partiram. Não haverá adeus ou até breve, somente: - Senti tanto a sua falta, querida filha, querida cunhada, minha amiga...
Quando a locomotiva parar na estação, as janelas serão cobertas de borboletas coloridas e ouvirei pássaros louvando!
Não será um dia como outro, mas de reencontros; não haverá mais despedidas, mas um júbilo.
Ei-los que partem, até breve! Um dia, a gente se encontra na estação florida!
No momento que eu escrevo, vejo uma borboleta amarela do lado de fora da janela, ouço um pássaro, relembrando-me de que um belo dia ele louvará em um coral.
"Ei-los que partem" e a saudade contida fica sem adeus ou até breve, aguardando-me, quem sabe na próxima curva?


Lucy Coelho

O AMOR NO COLO - Fabrício Carpinejar



A dor não pede compreensão, pede respeito. Não abandonar a cadeira, ficar sentado na posição em que ela é mais aguda.
Vejo homens que não têm coragem de terminar o relacionamento. Que não esclarecem que acabou. Que deixam que os outros entendam o que desejam entender. Que preferem fugir do barraco e do abraço esmurrado. Saem de mansinho, explicando que é melhor assim: não falar nada, não explicar, acontece com todo mundo.
Encostam a porta de sua casa (não trancam) e partem para outra vida.
Não é melhor assim. Não tem como abafar os ruídos do choro. O corpo não é um travesseiro. Seca com os soluços.
Não é melhor assim. Haverá gritos, disputa, danos. É como beber um remédio, sem empurrar a colher para longe ou moldar cara feia. É engolir o gosto ruim da boca, agüentar o desgosto da falta do beijo.
Será idiota recitar Vinicius de Moraes: "que seja infinito enquanto dure". A despedida não é lugar para poesia.
Haverá uma estranha compaixão pelo passado, a língua recolhendo as lágrimas, o rosto pelo avesso. Haverá sua mulher batendo em seu peito, perguntando: "Por que fez isso comigo?"
Haverá a indignação como última esperança.
Haverá a hesitação entre consolar e brigar, entre devolver o corte e amparar.
Vejo homens que somente encontram força para seduzir uma mulher, não para se distanciar dela.
Para iniciar uma história, não têm medo, não têm receio de falar.
Para encerrar, são evasivos, oblíquos, falsos. Mandam mensageiros.
Não recolhem seus pertences na hora. Voltarão um novo dia para buscar suas coisas.
Não toleram resolver o desespero e datar as lembranças. Guardam a risada histérica para o domingo longe dali.
Mas estar ali é o que o homem precisa. Não virar as costas. Fechar uma história é manter a dignidade de um rosto levantado, ouvindo o que não se quer escutar. Espantado com o que se tornou para aquela mulher que amava. Porque aquilo que ela diz também é verdade. Mesmo que seja desonesto.
Desgraçadamente, há mais desertores do que homens no mundo.
Deveriam olhar fora de si. Observar, por exemplo, a dor de uma mãe que perde seu filho no parto.
O médico colocará o filho morto no colo materno. É cruel e - ao mesmo tempo - necessário. Para que compreenda que ele morreu. Para que ela o veja e desista de procurá-lo. Para que ela perceba que os nove meses não foram invenção, que a gestação não foi loucura. Que o pequeno realmente existiu, que as contrações realmente existiram, que ela tentou trazê-lo à tona. Que possa se afastar da promessa de uma vida, imaginar seu cheiro e batizar seu rosto por um instante.
Descobrir a insuportável e delicada memória que teve um fim, não um final feliz. Ainda que a dor arrebente, ainda é melhor assim.



Fabrício Carpinejar

A Lição do Cavalo




Conta-se que um fazendeiro, dono de excelentes cavalos de muita valia, nos trabalhos de sua propriedade rural, recebeu um dia a notícia de que o preferido dele, um alazão forte e muito bonito, havia caído num poço abandonado.
O capataz que lhe trouxe a má notícia estava desolado porque o poço era muito fundo e pouco largo e não havia como tirar o animal de lá, apesar de todos os esforços dos peões da fazenda.
O fazendeiro foi até o local, tomou tento da situação e concordou com seu capataz: não havia mais o que fazer, embora o animal não estivesse machucado!
Não achou que valia a pena resgatá-lo, ia ser demorado e custaria muito dinheiro.
Já que está no buraco - disse ao capataz - você acabe de enterrá-lo, jogando terra em cima dele. Virou as costas, preocupado com seus negócios, e os peões de imediato começaram a cumprir a sua ordem. Cinco homens, sob o comando do capataz, atiravam terra dentro do buraco, em cima do cavalo.
A cada pazada, o alazão se sacudia todo e a terra ia-se depositando no fundo do poço seco. Os homens ficaram admirados com a esperteza do animal: a terra ia enchendo o poço e o cavalo subindo em cima dela!
Não demorou muito e o animal já estava com a cabeça aparecendo na saída do poço; mais algumas pazadas de terra e ele saltou fora, sacudindo-se e relinchando, feliz!

MORAL DA HISTÓRIA

Não aceite a terra que jogam sobre você os que querem enterrá-lo em vida; reaja com confiança, mexa-se, procure o seu espaço, suba sobre essa terra e aproveite para subir cada vez mais, agradecendo os que, pensando feri-lo, estão lhe dando a oportunidade de crescer material e espiritualmente.
Quando pensarem que você "já era", a sua vitória será ainda mais espetacular .
Arrisque! Viver É arriscar. O homem que vai mais longe é o que, em geral, está disposto a fazer e a arriscar!







segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Normas e Rótulos de Nossa Sociedade



Certa vez conheci uma mulher na balada. Vestido curto, tatuagem no ombro, batom vermelho e o copo de bebida na mão. Sabe aquele olhar de mulher safada? Aquela que você olha e já sabe bem o que ela veio fazer ali. Essa tinha exatamente esse olhar, o que para mim era perfeito, já que eu havia saído de casa naquela noite com o mesmo objetivo. Formulei algo engraçado para dizer na primeira abordagem. Ela sorriu. Conversamos por alguns minutos até que veio o convite para dançar. Mal sabia ela que eu era simplesmente irresistível nesse quesito. Depois de um ou dois copos aconteceu então o primeiro beijo. E que beijo! Tem gente que beija com a intensidade de quem faz compras de verduras no supermercado. Já outros são como um adolescente escolhendo o seu primeiro carro. Definitivamente ela era desse segundo grupo. Acreditem em mim, o beijo foi surreal. Daqueles com direito a mordida no lábio, puxão de cabelo, mão por dentro da camisa e lambida na orelha. De duas uma: ou eu era naquela noite o homem mais gostoso do universo ou aquela mulher tinha bebido o triplo do que eu bebi na minha vida inteira. Foi impossível parar de beijá-la durante toda a noite. Quando fui deixá-la em casa e me perguntou se gostaria de entrar eu não pensei duas vezes. Sim, foi sexo no primeiro encontro. A melhor noite de sexo da minha vida. Foi aí que descobri que o forte dela não era o beijo. Haviam habilidades ainda maiores. O sol chegou e nós ainda não tínhamos dormido. A vida correndo lá fora e eu ali ofegante, com aquela estranha deitada em meus braços. Antes de me despedir trocamos números de celular por mera formalidade. Todo mundo sabe que casais que vão para cama no primeiro encontro não tem como darem certo. Sabe, talvez se tivéssemos ido mais devagar as coisas poderiam ter sido diferentes. Quem sabe? Muitos anos já se passaram e aquela noite ainda não saiu da minha cabeça. Curioso como algumas pessoas passam pela nossa vida e nem se dão conta de que deixaram marcas profundas. Eu nunca mais vi a minha professora do primário, nem a minha namoradinha do curso de inglês, mas, a mulher que conheci naquela noite, nunca mais saiu da minha mente. Agora mesmo ela está ali na cozinha, preparando a lancheira que o nosso filho caçula leva para a escola. Depois vai vir aqui no escritório me dar um beijo igual àquele que ganhei na boate tempos atrás. De noite repetiremos mais uma vez nosso sexo selvagem. Não é de se espantar? A moça do vestido curto se tornou a mulher da minha vida. Eu não sei bem como vai acontecer com você. Se vai conhecer seu grande amor na fila do pão, na sua festa de formatura ou no acampamento da igreja. Eu não sei se vão se beijar no primeiro encontro ou se farão sexo só depois do casamento. O que eu sei é que não existe regra para tudo isso dar certo. Vejam vocês a minha história. A mãe dos meus filhos gosta de beber, tem tatuagem e é uma depravada na cama. Ao mesmo é uma mãe incrível e um esposa fiel, carinhosa e companheira. Nossa sociedade é mesmo repleta de normas e rótulos, felizmente a maioria deles não funciona o tempo todo.

 (Rafael Magalhães)

Meu Maior Medo - Fabrício Carpinejar





Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir.
 Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. 
Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. 
Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. 
Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. 
Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. 
Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. 
Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. 
Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar.

(trecho de Pais e filhos maridos e esposas II)

Fabrício Carpinejar



Fonte: www.pensadoruol.com.br

Pai. Um Homem de Família - Um Pai de Família


Escrito por Mónica Bulnes de Lara


O dicionário (Pequeno Larousse Ilustrado, 1998) define
“Pai” como “homem ou macho que engendrou um ou mais filhos”. No entanto, quem tem filhos sabe que esta definição é insuficiente. Definitivamente, qualquer varão pode ser “pai”, no entanto, não qualquer um pode ser “pai de família”.


Um anúncio da National Fatherhood Initiative publicado no jornal USA Today do dia 19 de junho de 1996, menciona algumas das características que descrevem “Pai de Família”. Incluía:

• Ler para seus filhos
• Caminhar juntos
• Escutar seus filhos
• Dar um bom exemplo
• Expressar-lhes seu carinho
• Ajudá-los com os deveres de casa
• Ter bons modos
• Manter suas promessas
• Poupar para a educação dos filhos
• Levá-los à Igreja
• Resolver conflitos rapidamente
• Deixar que eles o acompanhem ao trabalho
• Conhecer os amigos de seus filhos
• Conviver com cada um dos filhos
• Conversar com os filhos sobre sua infância
• Estabelecer limites claros e consistentes
• Ir ao zoológico, aos museus, aos jogos com a família
• Considerar como suas decisões afetam a vida de seus filhos
• Deixar que eles o ajudem em projetos da casa, etc.

É evidente que a parte procriadora é a mais simples (e atualmente uma das mais populares), mas fazer bem o trabalho de pai de família é uma tarefa muito mais complicada, muito mais profunda e muito mais transcendente.




Com certeza, manter um nível de vida que proporcione o indispensável aos filhos para viver dignamente implica um esforço importante, sobretudo no que se refere a tempo familiar. Também faz parte da formação fundamental de um filho a educação para o trabalho, sendo o pai quem – na maioria dos casos – dá o exemplo neste aspecto, mas também é verdade que ultimamente se considera esta função como a principal – e às vezes praticamente única – de um pai.

Embora com mudanças importantes desde os anos 50, de modo geral, a cultura social tem promovido pouco o sentido de responsabilidade masculina a respeito de aspectos como o tempo dedicado aos filhos, o envolvimento emocional e o comprometimento com eles. O principal papel que tem sido dado aos pais atualmente é o de provedor econômico. Tanto homens como mulheres consideram que a função principal do pai é a de que não falte nada em casa; inclusive se espera que, através de um grande esforço e horas de trabalho prolongadas, as condições de vida melhorem constantemente mas o custo familiar de um baixo envolvimento paterno na educação dos filhos é muito elevado. 


Apesar de que tendências feministas atuais menosprezem o papel da participação ativa do pai na família, tem-se comprovado que os filhos do sexo masculino aprendem melhor dos pais sobre temas como responsabilidade masculina, realizações, afirmação e independência. É muito difícil que uma mãe consiga ter a autoridade e a disciplina de um pai para educar os filhos homens, particularmente os adolescentes.

Quando uma filha tem um bom relacionamento com seu pai, vive uma feminilidade mais sadia, sente-se capaz de ser amada e aprende a confiar. As filhas que podem confiar nos homens, geralmente se casam com homens confiáveis.




Os pais dão importância às habilidades de competitividade, desafio, iniciativa, tomada de riscos e independência. Em contraste, as mães enfatizam a integração social, as relações interpessoais e o bem-estar da pessoa. Os pais se preocupam mais com o desenvolvimento a longo prazo dos filhos, enquanto que as mães cuidam muito a situação imediata deles. Os pais estabelecem limites, promovem a justiça e o dever (baseado em regras). As mães promovem a empatia, o cuidado e a ajuda (baseados nas relações)

Os pais ajudam os filhos a entender a diferença entre os papéis sexuais. As crianças que crescem em famílias nas quais os papéis dos pais são diferenciados aprendem a ter um uso sadio do poder do pai e do amor da mãe. Este tipo de formação produz, predominantemente, crianças emocionalmente equilibradas. Isto não significa, como muitas vezes se interpreta, que os papéis devem ser os estereótipos tradicionais do pai autoritário e ausente e da mãe submissa e frágil. Atualmente, inclusive em casais de profissionais, as funções familiares são claras e distintas, complementando-se para conseguir o melhor funcionamento do lar. 



O envolvimento dos pais desempenha uma função única e insubstituível para o desenvolvimento intelectual, emocional e social dos filhos que, assim, adquirem melhores habilidades verbais, maior habilidade na solução de problemas, maiores vitórias acadêmicas e melhor desempenho em matemática e leitura. O efeito com maior impacto, principalmente nos filhos homens, é o incremento na empatia e compaixão. Os homens que apresentam condutas anti-sociais e criminosas quase nunca tiveram uma boa relação com seus pais. 



Contudo, a maior responsabilidade dos pais é dar um exemplo do verdadeiro significado da família. Um filho aprende como deve se comportar como futuro esposo, observando o relacionamento entre os pais. Uma filha aprende como deve ser tratada por seu marido, observando esta mesma relação. O exemplo dado pelos pais durante toda a vida é o modelo que os filhos seguirão quando formarem seu próprio lar.

Por causa desta importância, sejamos homens ou mulheres devemos ressaltar o papel fundamental que o pai desempenha na dinâmica familiar. Desde o momento em que um homem escuta o primeiro pranto de seu filho, sua vida muda completamente e permanentemente. Já não se trata somente do “eu” individual mas as metas, os sonhos, os projetos, etc, estão subordinados à vida de outra pessoa que o homem colaborou para criar. A partir desse instante, sou responsável pela educação de meus filhos para que sejam pessoas felizes, dignas e íntegras.



O melhor presente que os pais podem dar a seus filhos não é uma mansão em um impressionante bairro, ou uma grande conta bancária que garanta seu futuro, mas somente passar mais tempo com eles. Não é possível construir uma relação com seus filhos se você não conviver com eles. Todavia, como chegar a este alvo e ao mesmo tempo ser responsável pelas realidades financeiras da vida? Não é fácil. É preciso sacrificar uma parte do tempo dedicado à vida empresarial, com certeza. Seria ingênuo pensar que é possível fazê-lo de outra maneira, mas o resultado sempre é mais positivo e satisfatório do que qualquer sucesso profissional.


Fonte: Almas - http://www.almas.com.mx/ 

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Um nó no Lençol - Crônica























Numa reunião de pais numa escola da periferia, a 
diretora realçava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que estivessem presentes durante o maior período de tempo possível…
Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deviam encontrar tempo para se dedicarem e compreenderem os filhos.
A diretora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, de forma humilde, que não tinha tempo de falar nem de ver o filho durante a semana pois, quando ele saía para trabalhar, o filho ainda estava a dormir e, quando voltava do trabalho, o garoto já não estava acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para sustentar a família, mas que ficava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se indo beijá-lo todas as noites quando chegava a casa.
E, para que o filho soubesse da sua presença, dava um nó na ponta do lençol que o cobria.

Fazia isto religiosamente todas as noites quando o beijava.
Quando o filho acordava e via o nó, sabia assim que o pai tinha lá estado e o tinha beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com a história e ficou surpreendida quando constatou que o filho deste pai era um dos melhores alunos da escola!
O facto faz-nos refletir sobre as muitas maneiras de as pessoas estarem presentes e de se comunicarem com os outros.
Este pai encontrou a sua, simples mas eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai lhe queria dizer.
Gestos simples, como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam para aquele filho muito mais do que os presentes ou as desculpas vazias.
É por esta razão que um beijo cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro.

As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas
SABEM registrar um gesto de amor.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol…
~Autor desconhecido~

quinta-feira, 18 de junho de 2015

CONSELHOS DE PUTA VELHA.




Não se esforce demais. O lingerie de seda, o perfume importado e o jantarzinho a luz de velas com vinho caro é para quem merece. Algumas mulheres têm mania de pegar um ficante que encontrou há a uma semana na balada, levar pra casa e tratar como um rei. Tratamento vip é para namorado firme e marido, se merecerem. Porte-se como uma joia rara e como tal não se doe facilmente para o primeiro que aparecer, não importa o nível da sua carência, seja valiosa.
Pare de ser tão boazinha. Abrir mão do que gosta, mudar o jeito de ser, deixar de se divertir, só porque começou um relacionamento e está apaixonada? Homem gosta de mulher com vida própria, orbitar em volta dele é receita certa para o fracasso, ele pode momentaneamente demonstrar que gosta deste estilo, mas logo se cansa. No fim você perde o namorado e os amigos. Sem contar que ele não vai abrir mão de assistir futebol para ficar com você. Use o mesmo critério para lidar com ele e no fim ele estará te acompanhando em tudo, feliz da vida, afinal é muito bom estar ao lado de pessoas que tem vida.
Pare com os joguinhos. Os casais perdem a oportunidade de se conhecer de verdade e sem máscaras. Está manjado demais transar só no terceiro encontro, não responder a mensagem antes de 60 minutos, só atender o telefone no quinto toque, fazer ciúmes sem necessidade e fingir que não dá a mínima. Encontrar o equilíbrio entre ser disponível demais e ser inacessível está difícil. Ninguém mais demonstra interesse e tesão pelo outro de forma saudável. Nunca sabemos se o outro não liga no dia seguinte porque não está interessado ou porque está se fazendo de difícil para valorizar o passe. Ter tato para não perder a dignidade e saber a hora de bater em retirada é importante, mas um pouco de transparência e sinceridade não faz mal a ninguém. Se for fazer joguinho, seja inteligente, crie novos truques, pois alguns já estão batidos demais.
Jamais se rebaixe. Não importa qual foi a traição, a culpa é do seu parceiro e não da “vagabunda” que ele comeu, a não ser que ela tenha colocado um revolver na cabeça dele. Essa história de mulher bater na amante é ridícula. Nenhum homem é digno de escândalos e manifestações públicas de ciúmes, isso inclui as indiretas nas redes sociais. Mesmo que tiver chorando lágrimas de sangue, fique em cima do salto, ninguém precisa saber da sua condição miserável, não dê esse gostinho para as inimigas e para algumas amigas falsas e invejosas. Aprenda, para algumas pessoas só contamos as vitórias!
Seja você mesma. A performance do filme pornô de quinta categoria não precisa necessariamente ir para sua cama, nada mais patético que a mulherada que finge orgasmo e ainda quer contar vantagem “ pras amiga”. Sem contar que se a coisa for forçada demais o homem percebe. Já ouvi depoimentos de caras que simplesmente brocharam em situações assim. Nada contra quem gosta do estilo e faz porque realmente gosta e está com vontade, mas tudo que é falso e feito somente para tentar impressionar o outro pode gerar efeito contrário.
A diferença entre ser feminina e mulherzinha. Homem quer ser homem, o chefe da casa. Suba na cadeira e chame o gato pra matar a barata, peça-o para abrir a conserva de azeitona e trocar a resistência do chuveiro (essa é uma lição que ainda não aprendi). Quando o macho alfa terminar, não esqueça de agradecer e elogiar tanta virilidade Não importa se você é presidente de uma multinacional e ganha cinco vezes mais que ele, seu parceiro vai adorar uma mulher feminina que o valorize enquanto homem e que o faça sentir-se útil (isso se ele merecer). A mulherzinha olha a marca do carro, dá golpe dá barriga e é manipuladora, faz escândalo por qualquer coisa, quebra as finanças do parceiro, requer atenção total, mas é afetivamente mesquinha, só recebe. Mulherzinha, ai que preguiça! Para os leitores que levam tudo ao pé da letra, é claro que esse é um exemplo, existem infinitas possibilidades para valorizar um homem, e não podemos limitá-los apenas a matadores de baratas e abridores de conservas.
Escolha bem seu parceiro use a razão não só o coração. A mulherada lutou e luta tanto por igualdade, mas hoje tem jornada dupla e até tripla para dar conta da vida profissional, casa, filhos e marido. Queria saber onde está a igualdade nisso, pois enquanto a mulher se desdobra, muitos maridos estão no sofá assistindo tv ou no bar com os amigos. Quando for se relacionar com alguém, antes de se envolver loucamente em um amor de pica sem fim, preste muita atenção na sogra, veja como ela trata os filhos. Dá tudo na mão, recolhe os sapatos e meias sujas pela casa, faz o pratinho de comida com o feijão em cima, lava as cuecas, defende cada um até a morte mesmo que estejam errados? Se for esse o caso, AMIGA CORRAAAAA! Caso contrário, você será uma forte candidata a Amélia emancipada.
O borogodó – Magnetismo pessoal e amor próprio vale mais que um corpo sarado. A mulherada está caprichando tanto no treino, na lipoaspiração e no silicone, mas o número de fracassos amorosos não diminui. Outra ala se sente gorda demais e sem autoconfiança para atrair o sexo oposto, mas também não faz nada para mudar. Existem mulheres que aparentemente não possuem nada de especial, podem até ser “feias”, porém, por alguma razão os homens caem aos seus pés. Esse magnetismo em algumas mulheres vem de onde? O que elas têm é independência emocional, se apoiam sozinhas, se bastam, tem outras metas além de agarrar um homem, estudam, trabalham, viajam e são felizes sozinhas ou acompanhadas. Não vivem carentes chorando pelos cantos, não são cheias de mágoas, não pegaram ódio dos homens por conta de decepções do passado. Aconteça o que acontecer, essas mulheres estão sempre de cabeça erguida e tem uma vida que não se limita apenas em se arrumar para encontrar um macho.
Seja uma puta entre quatro paredes e o que quiser na sociedade. Afinal o que é ser uma dama na sociedade? A Amélia emancipada devotada à família, a esposa renegada que trabalha que nem camela para dividir com o marido as contas de casa? Tem algo mais irritante que estereótipos do que é ser uma boa mãe e esposa? E a quantidade de cobranças que recebemos quando não atendemos esse modelo? E essa mulher resignada e atarefada, consegue ser o mulherão que os homens adoram entre quatro paredes? Claro que não! Conheço casais que nunca conversaram sobre suas preferências e fantasias sexuais. Tudo bem que não é fácil manter o tesão a todo vapor 100% do tempo, mas quanto vale o seu relacionamento? Será que ele não merece um pouco mais de investimento? Nem é tão difícil assim satisfazer um homem, faça bem feito, faça com gosto, mostre que ele é desejado (se ele merecer) nem precisa se pendurar no lustre e saber todas as posições do kama sutra, basta tirar algumas horas para dedicar exclusivamente a ele, com amor, carinho e uma pitada de sacanagem, por que não? Por ele sim vale investir no jantarzinho a luz de velas, no lingerie de renda e no vinho caro.


Esse título foi inspirado por uma grande amiga, prostituta aposentada, que acumulou uma experiência de vida que poucas vezes vi igual. Na verdade, ela tem a idade da minha mãe e sempre me deu conselhos dizendo: – Ouve o conselho dessa puta velha! Por incrível que pareça, toda vez que não seguia os conselhos dela me dava mal. Esta mulher até hoje tem em suas mãos tudo que quer e um poder de atração de dar inveja a qualquer ninfeta de 20 anos, soube investir todo dinheiro que ganhou e tem uma vida mais que tranquila ao lado do grande e único amor de sua vida. E quando pensamos em puta, pensamos logo em promiscuidade e vender o corpo, mas tem muita puta por aí mais digna e honesta que certas mulheres tidas como “damas da sociedade”, mas que já se venderam mais que tudo e por muito pouco. Histórias assim são para quebrar os paradigmas e fazer repensar alguns valores, sem contar que chacoalham os puritanos, as feministas e críticos de plantão.

ISIS THOT

segunda-feira, 18 de maio de 2015

APRENDA A CHAMAR A POLÍCIA!


Eu tenho o sono muito leve e, numa noite dessas, notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa.
Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro.
Como minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado.
Mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali,espiando tranqüilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram- me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa.
Esclareci que não sabia e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.
5 minutos depois liguei de novo e disse com a voz calma:


- Oi, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal, estou retornando apenas para cancelar a viatura, já resolvi o problema. Dei um tiro de escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações, o tiro fez um estrago danado no cara, também lancei uma granada no quintal, para ter certeza que não havia mais ninguém, a explosão arrancou as pernas e um braço do ladrão e ele esta agonizando no quintal agora. Só queria agradecer a atenção.

Passados menos de três minutos, estavam na rua 5 carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.
Ao chegarem, prenderam o ladrão em flagrante roubando o meu carro na garagem, e todos estavam surpresos por não ter encontrado uma cena de tragédia.
Um tenente se aproximou de mim e disse:
- Fui informado que havia matado o ladrão.

Eu respondi:
- Fui informado que não havia nenhuma viatura disponível.




LEARN TO CALL THE POLICE!

I'm a very light sleeper and the other night, I noticed that someone was sneaking out in the backyard.
I stood in silence and I was watching the light noises coming from outside, until you see a silhouette through the bathroom window.
As my house was very safe with bars on the windows and internal locks on the doors, I was not too worried.
But it was clear that I was not going to leave a thief there, watching quietly.
I called softly to the police, I informed the situation and my address. They asked me if the robber was armed or was already in the house.
I clarified that he did not know and told me that there was no car around to help, but they would send someone like that was possible.
5 minutes later I called again and said in a calm voice:

- Hi, I just called because I had someone in my backyard, I'm returning only to cancel the car, I took care of the problem. I took a shot of shotgun 12 gauge, I have kept at home for these situations, the shot did a hell of a mess in the face, also threw a grenade in the yard, to make sure there was no one, the explosion tore off his legs and one arm the thief and he is dying in the yard now. Just wanted to thank the attention.

After less than three minutes were on the street 5 police cars, a helicopter, a unit of the rescue, a TV crew and a group of human rights, not lose it for the world.
When they arrived, they caught the thief red-handed stealing my car in the garage, and everyone was surprised at not finding a tragedy scene.
A lieutenant came up to me and said,
- I was informed that he had killed the thief.

I answered:
- I was informed that there was no available vehicle.






APRENDA A LLAMAR A LA POLICIA!

Tengo el sueño muy ligero y la otra noche, me di cuenta de que alguien estaba a escondidas en el patio trasero.
Me quedé en silencio y yo estaba viendo los ruidos de luz que vienen de fuera, hasta que vea una silueta a través de la ventana del baño.
Como mi casa estaba muy seguro con rejas en las ventanas y cerraduras internas en las puertas, que no estaba muy preocupado.
Pero estaba claro que no iba a dejar un ladrón allí, observando en silencio.
Llamé suavemente a la policía, informé la situación y mi dirección. Me preguntaron si el ladrón estaba armado o que ya estaba en la casa.
Le aclaré que no sabía y me dijeron que no había ningún coche cerca para ayudar, pero que iban a enviar a alguien como eso era posible.
5 minutos más tarde llamé nuevamente y dije con voz calmada:

- Hola, me acaba de llamar porque yo tenía a alguien en mi patio trasero, me estoy volviendo sólo para cancelar el coche, me hice cargo del problema. Tomé un trago de escopeta calibre 12, he guardado en el hogar para estas situaciones, el tiro hizo un infierno de un lío en la cara, también lanzó una granada en el patio, para asegurarse de que no había nadie, la explosión le arrancó las piernas y un brazo el ladrón y él se está muriendo en el patio ahora. Sólo quería dar las gracias a la atención.

Después de menos de tres minutos estaban en los coches de la policía de la calle 5, un helicóptero, una unidad de rescate, un equipo de televisión y un grupo de derechos humanos, no pierden por nada del mundo.
Cuando llegaron, cogieron al ladrón in fraganti robando mi coche en el garaje, y todo el mundo se sorprendió al no encontrar una escena de la tragedia.
Un teniente se acercó a mí y dijo:
- Se me informó que había matado al ladrón.

Yo le respondí:
- Se me informó de que no había ningún vehículo disponible.



quinta-feira, 31 de julho de 2014

Crônica - Um dia de merda


  




























Aeroporto Santos Dumont. 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas.
Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão.
“Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo.” O avião só sairia as 16:30.
Entrando no ônibus, sem sanitários. Senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei:
“Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”.
Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante:
“Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido à obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a todo custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento.
Suava em bicas. Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: com perfume e textura e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado.
Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação estava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério:
“Cara, caguei”. Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar, e sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Desta vez, como uma pasta moma.
Foi merda para tudo quanto é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas, o que era um peidinho pra quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.
Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivadas viradas para cima e quando foi tirá-lo, levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada.
Finalmente cheguei ao aeroporto e saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupa.
Corri ao banheiro e entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco. Olhei para cima e blasfemei:
“Agora chega, né?”. Entrei no último, sem papel mesmo e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.
Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito um “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com minhas roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.
Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como as meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10.
Teria que improvisar. A invenção é a mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica maquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água.
Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu. Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.
Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando
“O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça aproximou-se e perguntou se precisava de algo.
Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: -
“Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda”!!!

terça-feira, 22 de julho de 2014

A Fábula - A Velhinha e as Sementes









Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica.
Todos os dias ele pegava o ônibus e viajava cinqüenta minutos até o trabalho.
À tardinha fazia a mesma coisa voltando para a casa.
No ponto seguinte ao que homem subia, entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela.
Abria a bolsa tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.
Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso. No dia seguinte, a mesma coisa.
Certa vez o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:
- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora esta jogando pela janela?
- Boa tarde, respondeu a velhinha.
- Jogo sementes.
- Sementes? Sementes de que?
- De flor. É que eu viajo neste ônibus todos os dias. Olho para fora e a estrada é tão vazia.
E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho... Imagine como seria bom.
- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas, algumas certamente acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim, demoram para crescer, precisam de água...
- Ah, eu faço minha parte. Sempre há dias de chuva. Além disso, apesar da demora, se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer .
Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela aberta e recomeçou seu "trabalho".
O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio "caduca".
O tempo passou...
Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto, olhou para fora e viu margaridas na beira da estrada, hortênsias azuis, rosas, cravos, dálias... A paisagem estava colorida, linda.
O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.
- A velhinha das sementes? Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela.
"Quem diria, as flores brotaram mesmo", pensou. "Mas de que adiantou o trabalho da velhinha?
A coitada morreu e não pode ver esta beleza toda".
Nesse instante, o homem escutou uma risada de criança.
No banco da frente, um garotinho apontava pela janela entusiasmado:
- Olha, mãe, que lindo, quanta flor pela estrada... Como se chamam aquelas azuis?
Então, o homem entendeu o que a velhinha tinha feito. Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.
No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se numa janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso...




domingo, 8 de junho de 2014

A DOR DO ABANDONO

Recebi pelo facebook e achei interessante repassar. 




Era uma manhã de sol quente e céu azul, quando o caixão contendo um corpo sem vida foi baixado à sepultura. De quem se trata? Quase ninguém sabe. Poucas pessoas acompanham o féretro. Ninguém chora. Ninguém sentirá a falta dela. Ninguém para dizer adeus ou até breve.


Depois que o corpo desocupou o quarto do asilo, onde aquela mulher passou boa parte da sua vida, a responsável pela limpeza encontrou em uma gaveta ao lado da cama, umas anotações. Um diário sobre a dor... Sobre a dor que ela sentiu por ter sido abandonada pela família num lar para idosos... Talvez o sofrimento fosse muito maior, mas as palavras só permitem extravasar uma parte desse sentimento, gravado em algumas frases:

Onde andarão meus filhos?
Aquelas crianças sorridentes que embalei em meu colo, alimentei com meu leite, cuidei com tanto desvelo, onde estarão? Estarão tão ocupadas? Talvez, que não possam me visitar, ao menos para dizer olá, mamãe? Ah! Se eles soubessem como é triste sentir a dor do abandono... A mais deprimente solidão... Se ao menos eu pudesse andar...

Mas dependo das mãos generosas dessas moças que me levam todos os dias para tomar sol no jardim... Jardim que já conheço como a palma da minha mão.

Os anos passam e meus filhos não entram por aquela porta, de braços abertos, para me envolver com carinho...

Os dias passam... E com eles a esperança se vai... No começo, a esperança me alimentava, ou eu a alimentava, não sei... Mas, agora... Como esquecer que fui esquecida? Como engolir esse nó que teima em ficar em minha garganta, dia após dia?

Todas as lágrimas que chorei não foram suficientes para desfaze-lo. Sinto que o crepúsculo desta existência se aproxima... Queria saber dos meus filhos... Dos meus netos... Será que ao menos se lembram de mim? A esperança, agora, parece estar atrelada aos minutos... Que a arrastam sem misericórdia... para longe de mim.

Às vezes, em sonhos, vejo um lindo jardim... É um jardim diferente, que transcende os muros deste albergue e se abre em caminhos floridos que levam a outra realidade, onde braços afetuosos me esperam com amor e alegria... Mas, quando eu acordo, é a minha realidade que eu vejo... Que eu vivo... Que eu sinto... Um dia alguém me disse que a vida não se acaba num túmulo escuro e silencioso... Que a vida continua após a morte, de uma outra forma... Mas com certeza a minha matéria, a minha mente, o meu eu dessa vida que vivo agora, com o nome que tenho... Nunca mais existirá! E quando a morte chegar, só restará a saudade que com o passar do tempo se ameniza...
(se é que alguém vai sentir saudade de mim, já que não sentem enquanto ainda estou viva neste asilo)

Sinto que a minha hora está chegando. Depois que eu partir, gostaria que alguém encontrasse essas minhas anotações e as divulgasse. E que elas pudessem tocar os corações dos filhos que internam seus pais em asilos, e jamais os visitam... Que eles possam saber um pouco sobre a dor de alguém que sente o que é ser abandonado... Pensai que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: "- O que fizestes do filho confiado a vossa guarda?" e aos filhos: "- O que fizestes aos vossos pais?".

domingo, 25 de maio de 2014

O Jovem Candidato, o Diretor da Empresa e o Pai - Crônica





Um jovem foi se candidatar a um alto cargo em uma grande empresa . Passou na entrevista inicial e estava indo ao encontro do diretor para a entrevista final. O diretor viu seu CV, era excelente. E perguntou-lhe:
- Você recebeu alguma bolsa na escola? - o jovem respondeu - Não.
- Foi o seu pai que pagou pela sua educação?
- Sim - respondeu ele.
- Onde é que seu pai trabalha?
- Meu pai faz trabalhos de serralheria.

O diretor pediu ao jovem para mostrar suas mãos.
O jovem mostrou um par de mãos suaves e perfeitas.

- Você já ajudou seu pai no seu trabalho?
- Nunca, meus pais sempre quiseram que eu estudasse e lesse mais livros. Além disso, ele pode fazer essas tarefas melhor do que eu.

O Diretor lhe disse:
- Eu tenho um pedido: quando você for para casa hoje, vá e lave as mãos de seu pai. E venha me ver amanhã de manhã.

O jovem sentiu que a sua chance de conseguir o trabalho era alta!

Quando voltou para casa, ele pediu a seu pai para deixá-lo lavar suas mãos.
Seu pai se sentiu estranho, feliz, mas com uma mistura de sentimentos e mostrou as mãos para o filho. O rapaz lavou as mãos de seu pai lentamente. Foi a primeira vez que ele percebeu que as mãos de seu pai estavam enrugadas e tinham muitas cicatrizes. Algumas contusões eram tão dolorosas que sua pele se arrepiou quando ele a tocou.
Esta foi a primeira vez que o rapaz se deu conta do significado deste par de mãos trabalhando todos os dias para pagar seus estudos. As contusões nas mãos eram o preço que seu pai teve que pagar por sua educação, suas atividades escolares e seu futuro.
Depois de limpar as mãos de seu pai, o jovem ficou em silêncio organizando e limpando a oficina do pai. Naquela noite, pai e filho conversaram por um longo tempo.

Na manhã seguinte, o jovem foi encontra-se com o Diretor.
O diretor percebeu as lágrimas nos olhos do moço quando ele perguntou:
- Você pode me dizer o que você fez e aprendeu ontem em sua casa?
O rapaz respondeu:
- Lavei as mãos de meu pai e também terminei de limpar e organizar sua oficina. Agora eu sei o que é valorizar, reconhecer. Sem meus pais, eu não seria quem eu sou hoje... Por ajudar o meu pai agora eu percebo o quão difícil e duro é para conseguir fazer algo sozinho. Aprendi a apreciar a importância e o valor de ajudar a família.

O diretor disse:
- Isso é o que eu procuro no meu pessoal. Quero contratar uma pessoa que possa apreciar a ajuda dos outros, uma pessoa que conhece os sofrimentos dos outros para fazer as coisas, e que não coloca o dinheiro como seu único objetivo na vida. Você está contratado.

Uma criança que tenha sido protegida e habitualmente dado a ela o que quer, desenvolve uma mentalidade de "Tenho direito" e sempre se coloca em primeiro lugar. Ignora os esforços de seus pais.
Se somos esse tipo de pais protetores, estamos realmente demonstrando amor ou estamos destruindo nossos filhos?
Você pode dar ao seu filho uma casa grande, boa comida, educação de ponta, uma televisão de tela grande... Mas quando você está lavando o chão ou pintando uma parede, por favor, o faça experimentar isso também . Depois de comer, que lave os pratos com seus irmãos e irmãs. Não é porque você não tem dinheiro para contratar alguém que faça isso; é porque você quer amar do jeito certo. Não importa o quão rico você é, você quer entender. Um dia, você vai ter cabelos brancos como a mãe ou o pai deste jovem.

O mais importante é que a criança aprenda a apreciar o esforço e ter a experiência da dificuldade, aprendendo a capacidade de trabalhar com os outros para fazer as coisas.

sábado, 17 de maio de 2014

Café da manhã com a esposa - Crônica



Ele tem 80 anos de idade e toma café da manhã todos os dias com sua esposa.
E quando eu perguntei, por que sua esposa está em casa de repouso?
Ele disse: Porque ela tem Alzheimer (perda de memória).
Eu perguntei: a sua esposa se preocupava, o esperava para ir tomar café com ela?
E ele respondeu:
- Ela não se lembra...
- Já não sabe quem eu sou, faz cinco anos, já não me reconhece.
Surpreso, eu disse:
- e ainda tomando café da manhã com ela todas as manhãs, mesmo que ela não te reconheça!
O homem sorriu e olhou para os meus olhos e apertou minha mão.
Em seguida, disse: "Ela não sabe quem eu sou, mas eu sei quem ela é"

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Fabrício Carpinejar: "Esse menino era meu filho" Sobre a morte de Bernardo Boldrini

Coluna sobre a morte de Bernardo Boldrini, em Três Passos



Não posso nem chamá-lo de caro ou prezado, mas apenas usar seu nome: Leandro. Educação e respeito vão soar como cinismo.

Tampouco posso chamá-lo pelo sobrenome para indicar formalidade. Perdeu o direito do sobrenome. Seu filho pequeno está enterrado em seu sobrenome para sempre. Ele carregava seu sobrenome, você não soube carregar coisa alguma dele.

Tenho enfrentado vários pesadelos desde que ouvi a notícia de que seu menino de 11 anos fora morto pela madrasta.

Que seu menino foi posto numa cova às margens de um rio em Frederico Westphalen (RS) e poderia estar ainda vivo. Coberto pela terra quando deveria ser coberto pelo edredon para não passar frio de noite.

Seu filho foi enganado. Toda a vida enganado. Toda a vida humilhado. Na hora de seu fim, aceitou o passeio para longe de Três Passos porque jurava que receberia uma televisão.

Quando seu menino acordar dentro da morte, ele vai chamá-lo. Assim como toda criança chama seu pai quando tem medo do escuro. Vai chamá-lo e onde estará?

Ele acreditava que você era o herói dele. Estava exagerando para pedir que o salvasse, não entendeu o apelo?

Você nem pai foi. Nem homem foi. Você foi o que restou.

Como médico, não acha Bernardo uma criança um pouco grande para fazer um aborto?

O que dirá para irmãzinha dele? Que Bernardo está no céu? Que é uma estrela?

Perdeu também o direito de mentir. É você e sua memória sozinhos no silêncio. Só resta a memória para quem matou a consciência.

Nunca encontrará perdão. Deixou Bernardo desamparado. Deixou Bernardo com as mesmas roupas curtas, o mesmo uniforme escolar surrado, desde que a mãe faleceu. Deixou seu filho mendigar atenção pela cidade. Pelo fórum.

Não entendo o que leva um homem a anular sua família anterior por uma nova namorada. O sexo é mais importante do que a paternidade? A bajulação é mais importante do que a ternura? Queria estar disponível para festas? Cortar gastos?

Fingiu que Bernardo não existia para não atrapalhar a ambição da sua mulher? Fingiu que Bernardo não havia nascido para atender à exclusividade de sua mulher?

Filho não é escolha, é responsabilidade. Já casamento é escolha...

Se a mulher não gostava de seu filho, não deveria ter recusado o relacionamento?

Como seria simples. Bastava dizer "Ou meu filho ou nada!". É o que se fala no início do namoro.

Para você, nada.

Não é que você não tem mais nada, você não é mais nada. Abdicou de seu filho para ficar com alguém. Você não se contentou em abandonar sua família para criar uma segunda família, você aniquilou sua família para criar uma segunda família.

Obrigava Bernardo a esperar fora de casa até você chegar do trabalho, agora é você quem espera fora de casa.

Obrigava Bernardo a lavar as mãos para brincar com a irmã. Pois tente lavar suas mãos agora para tocar no rosto dele.

Tente todos os dias de sua paternidade. Sangue não sai com a culpa.



Fonte: Zero Hora

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