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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Uganda debaterá pena de morte para homossexuais




Campala, 8 fev (EFE).- A polêmica lei anti-homossexuais proposta por um deputado ugandense em 2009 será revisada no Parlamento do país africano, incluindo algumas remodelações, como a substituição da pena de morte pela prisão perpétua.

A imprensa ugandense informou nesta quarta-feira que a minuta da lei, cuja revisão ficou pendente no Parlamento anterior, será submetida à apuração dos deputados ugandenses e será transformada em lei, assim que forem dadas as autorizações pelo comitê de Assuntos Legais e os Parlamentares.

"Se for aprovada, representará um duro golpe aos direitos humanos de todos os ugandenses de qualquer orientação sexual", disse, em comunicado, Michelle Kagari, da divisão africana da Anistia Internacional.

"É alarmante e decepcionante que o Parlamento de Uganda debata a minuta outra vez. Queremos que a proposta seja rejeitada em sua totalidade. Não devemos legislar sobre o ódio"
, acrescentou Kagari.

O advogado especializado em direitos humanos Ladislus Rwakafuzi, considerou ilegal que o novo Parlamento herde a proposta anterior e pediu a rejeição da minuta "através de qualquer meio possível".

Um deputado disse que seus colegas do Parlamento apoiariam o texto para "proteger as crianças dos homossexuais, pois eles as recrutam nas escolas".
O texto tem como objetivo endurecer as penas contra quem mantiver relações homossexuais, apesar disto já ser considerado crime pelo Código Penal Local.

O autor do documento, o deputado ugandense David Bahati, membro do governante Movimento de Resistência Nacional, defendeu em muitas ocasiões a pena de morte para as atividades homossexuais que considera "homossexualidade grave".

A "homossexualidade grave" consiste em manter relações homossexuais, atos com menores de idade e portadores de necessidades especiais, o uso de drogas para forçar alguém a manter relações homossexuais, a reincidência neste tipo de atos e quando o acusado for portador do vírus da Aids.

Já o delito de homossexualidade inclui as relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo e o casamento entre eles. O Projeto de Lei foi apresentado em 2009, mas devido às inúmeras críticas de grupos defensores dos direitos humanos, ativistas e Governos, foi arquivado e não voltou a ser abordado até o início de 2011.



O antigo Parlamento decidiu que corresponderia à nova Câmara, empossada em maio de 2011, deliberar sobre o documento. EFE

fonte: yahoo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Cerveja FIFA


Durante participação em audiência da Comissão Especial da Câmara dos Deputados sobre a Lei Geral da Copa, Jérôme Valcke, Secretário-Geral da Federação Internacional de Futebol (FIFA), defendeu a venda de cerveja dentro dos estádios durante os jogos da Copa, a isenção de impostos para FIFA. Na reunião, realizada na última terça feira (8/11), Valcke também declarou disposta a negociar uma solução para garantir a meia-entrada para idosos e estudantes.

O plenário no congresso ficou lotado com a presença de 40 deputados, incluindo o presidente da casa, Marco Maia (PT-RS) e muitos assessores, jornalistas e representantes da sociedade civil. Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014, também foi ouvido pelo parlamentares, mas falou menos de cinco minutos, deixando a maior parte das respostas para Valcke.

O clima do encontro entre o Secretário-Geral da FIFA e os deputados começou amistoso, mas nas últimas perguntas a temperatura da reunião subiu. O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) questionou a isenção de impostos federais concedida a FIFA, garantidos na Lei nº 12.350 de dezembro de 2010. Em seguida, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) declarou-se contrário a mudanças na legislação que possam ferir a soberania nacional. Mas o momento de maior tensão aconteceu quando o ex-jogador de futebol e hoje deputado Romário (PSB-RJ) questionou Valcke sobre uma carta em que o presidente da FIFA, Joseph Blatter o chama de “chantagista”.

Cópias dessa carta foram entregues durante a reunião e à presidenta Dilma Rousseff. Romário tambpem quis saber por que Blatter chamou Valcke de volta, seis meses depois de demiti-lo da FIFA, em 2001, por causa de problemas com a empresa de cartão de crédito Mastercard, uma das patrocinadoras da entidade na época.

A carta, segundo Romário, foi trazida a público pelo jornalista inglês Andrew Jannings, autor de um livro sobre corrupção na FIFA e que foi ouvido no mês passado na Comissão de Educação, Esporte e Cultura do Senado.

O secretário-geral da FIFA, visivelmente nervoso, declarou que o caso Mastercard “é uma cruz que carrega como uma pena” e que a levará “até o fim da vida”, mas não respondeu Às perguntas do deputado e ainda afirmou que que tudo “está superado há muito tempo”. Ele reconheceu a existência da carta de Blatter, no entanto não queria debater o assunto para não “chocar ninguém”. Reconheceu, porém, que o assunto é um dos temas da campanha do jornalista Andrew Jannings contra a FIFA.

Conheça melhor o posicionamento do secretário-geral da FIFA sobre meia-entrada, venda de cerveja, isenção de taxas, transporte e vendedores ambulantes.

Meia-entrada
O secretário-geral da FIFA admitiu que a entidade “não gosta” da ideia de meia-entrada para estudantes, mas disse que esse é um problema técnico e não financeiro. Segundo seu depoimento, seria difícil identificar quem são os estudantes que teriam acesso ao benefício e isso pode abrir uma brecha para a ação de cambistas. Na reunião que realizou com Dilma Rousseff em Zurique, ele compreendeu que não haveria como impedir o acesso a meia-entrada para as pessoas com mais de 60 anos já que esse direito é garantido por legislação federal, o Estatuto do Idoso.

Para resolver a questões, a FIFA propõe que os ingressos mais baratos para os jogos, a chamada categoria 4, sejam destinados prioritariamente para os estudantes e idosos, assim como pessoas de baixa renda. Os ingressos custariam aproximadamente 25 dólares, aproximadamente R$ 43. Somente os jogos de abertura e de encerramento ficariam de fora desse acordo.

De acordo com Valcke, a FIFA pretende disponibilizar 12% do total das entradas para esse tipo de ingresso de baixo custo e somente para brasileiros.

Essa categoria de ingresso mais barata foi criada para a Copa de 2010, realizada na África do Sul. No país africano, os valores dos ingressos da quarta categoria, normalmente cadeiras localizadas atrás dos gols, variava entre 140 Rands, ou 30 reais segundo cotação do Rand de hoje, para a fase de grupos, até 1050 Rands, 230 reais, na final.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) declarou que pode aceitar cotas de ingressos pela metade do valor para estudantes como acontece na cidade e no estado de São Paulo. A legislação nessas cidades, no entanto, fixa em 30% dos ingressos para meia-entrada estudantil, bem mais que os 12% dos ingressos da categoria 4.

Proibição da venda de bebidas alcoólicas
A disposição para negociar a meia-entrada por parte de Valcke, não foi reproduzida no debate sobre a venda de bebidas alcoólicas nos estádios. Ele defendeu a venda de cerveja em condições controladas, argumentando que isso ocorreu nas copas anteriores e não gerou guerras de torcidas nos estádios, nem mesmo em jogos de adversários históricos.

“A Fifa não está aqui para embebedar as pessoas”, declarou o executivo da FIFA. Mas ele ressalvou que a venda de cerveja nos locais dos jogos só será permitida em copos de plástico. Latas e garrafas serão proibidas. Valcke desafiou os deputados da Comissão Especial que analisa o projeto da Lei Geral da Copa a provar que a venda de cerveja causou algum tipo de problema relacionado à violência nas copas da Alemanha (2006) e da África do Sul (2010).

A Copa do Mundo é patrocinada pela cerveja Budweiser, da cervejaria InBev que tem participação brasileira no seu comando.

Transportes
Sobre o transporte de torcedores, ele afirmou ter conhecimento de que é um “pesadelo” se locomover em São Paulo e no Rio, por isso pediu linhas especiais para torcedores. Segundo ele, uma das formas de facilitar a mobilidade é criar um sistema de transporte público eficiente, de forma que os torcedores deixem os carros em casa.

Ambulantes e exposição de marcas nos estádios
Valcke disse ainda que a Fifa não interferirá no comércio de ambulantes nas proximidades dos estádios e explicou que haverá um perímetro de segurança de aproximadamente um quilômetro em torno dos estádios, no qual as marcas dos patrocinadores da Copa serão protegidas, isto é somente essas marcas poderão ser exibidas. Entretanto, segundo ele, essa regra se aplica a empresas e não a vendedores ambulantes.

De acordo com ele, os estádios precisam ser entregues livres de qualquer propaganda para a FIFA usá-los como arenas suas. Esse é outro ponto que a FIFA não abre mão. Para Valcke a medida é necessária para “proteger os parceiros” da federação. Ele garantiu que também não será permitida a propaganda de qualquer produto que não seja autorizado pela Fifa nos estádios.

Isenção de impostos
Em relação ao questionamento do deputado Anthony Garotinho a respeito da isenção de tributos federais, o secretário-executivo da FIFA disse a entidade não recebe recursos públicos. “Nós recebemos incentivos fiscais parecidos na Alemanha para organizar a Copa do Mundo de Futebol Feminino, quem disser ao contrário, estará mentindo”, afirmou categoricamente Valcke. Ele completou dizendo que o Comitê Olímpico Internacional (COI) também faz o mesmo tipo de exigência tanto em relação à impostos como para a proteção das marcas parceiras.



tags: cerveja, fifa, coi, une, dilma, copa, futebol, copa do mundo

fonte : http://www.jogoslimpos.org.br/

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

FIM DA KODAK – POSSÍVEL FALÊNCIA DA KODAK

FIM DA KODAK – O grupo americano de fotografia, Eastman Kodak, tradicional empresa que se tornou um ícone, anunciou que talvez peça falência após 131 anos de existência.

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A companhia recebeu um aviso da Security and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano) de que poderia ter suas ações retiradas da Bolsa de Nova York além de precisar de 1 bilhão de dólares para continuar funcionando. A empresa estaria tentando vender patentes de seu portfólio para impedir a falência, mas como prevenção a Kodak já começa a esperar pelo pior resultado e prepara a documentação caso seja necessário entrar com o pedido. A medida é reflexo da dificuldade de não conseguir mudar seu modelo de negócio acompanhando os avanços tecnológicos dos últimos anos.

A empresa prevê uma reestruturação com a constituição de duas grandes divisões, uma voltada para profissionais e outra para o público não especializado. Esses segmentos substituirão a comunicação gráfica, imagens digitais para o grande público e películas, retoques e lazer.

Visando a decadência da marca, pois entre tantas opções de câmeras fotográficas, a Kodak investiu no ramo de impressoras e jatos de tinta. Contudo, o mercado de cartuchos de tinta também se encontra saturado com alto grau de concorrência. Gradualmente, sem inovação, infelizmente a empresa foi perdendo espaço em todos os mercados.

Mesmo entre todas as dificuldades, a Kodak anunciou uma novidade, o lançamento da câmera wireless Kodak Easyshare M750, desenvolvida para facilitar no compartilhamento de fotos. Ela contém um botão que compartilha suas imagens e vídeos para diversas redes sociais como Facebook, Flickr, YouTube, Kodak Gallery entre outros.

George Eastman, fundador e inventor do filme fotográfico em rolo, foi uma personalidade notável. Em 1888, ele lançou a câmera Kodak, tornando a fotografia acessível a todos. Sua criação inspirou a base de gravação da imagem em movimento. Desde 1900 a empresa já produzia câmeras fotográficas modernas na época. Porém um fato trágico aconteceu em 1932, quando aos 77 anos, Eastman cometeu suicídio, após sofrer por dois anos de uma doença degenerativa.

Atualmente, os produtos da Kodak estão disponíveis em quase todos os países do mundo.

tags: kodak, falencia, mercado de capitais, bolsa de valores, ações, fotografia,

Fonte: pontoxp

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Patrick Swayze


Biografia

Patrick Swayze nasceu em Houston, Texas, filho de Patricia "Patsy" Yvonne Helen, coreógrafa, instrutora de dança, e dançarina - e Jesse Wayne Swayze. Embora o sobrenome "Swayze" seja de origem francesa, é sobretudo de ascendência irlandesa. O irmão dele, Don Swayze, também é ator.

Até os 20 anos, Swayze vivia no bairro de Oak Forest, Houston, onde estudou em Santa Rosa de Lima, uma escola católica. Durante este tempo, desenvolveu múltiplas habilidades artísticas e desportivas, como patinagem no gelo, balé clássico, e representação. Estudou ginástica na vizinha San Jacinto College, por dois anos. Em 1972, mudou-se para Nova York para completar sua formação formal de dança no Ballet Harkness e Joffrey Ballet. A escola de dança da mãe de Patrick Swayze realmente foi o amuleto da sorte do ator. Além de ter dado uma carreira de sucesso para o filho, a professora Patsy Swayze também foi o cupido da relação de Patrick com uma das suas alunas, na época com 15 anos de idade, Lisa Niemi. Casados desde o dia 12 de Junho de 1975, o casal não teve filhos.

Morte

Swayze morreu em 14 de setembro de 2009, aos 57 anos, após sofrer por dois anos com um câncer pancreático. Antes de saber da doença, o ator disse que num primeiro momento pensou estar a sofrer de indigestão crônica. Quando os sintomas pioraram, procurou seu médico tendo sido feita uma biópsia e o diagnóstico foi câncer. Sua assessora de imprensa confirmou a morte, afirmando que ele estava ao lado da família. Seu corpo foi cremado e suas cinzas dispersas em seu rancho no Novo México.


tags: ator, morte, cancer, pancreas,

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Saudita tenta vender o filho por US$ 20 milhões no Facebook

Um saudita colocou o próprio filho à venda na rede social Facebook. O valor pedido por Saud bin Nasser Al Shahry -- 20 milhões de dólares -- seria para oferecer "uma vida digna para a mulher e a filha em vez de viver na pobreza", conforme noticiou o diário saudita Al Sharq, citado pelo portal emirates247.com.



O anúncio do empresário saudita traz uma foto sua e do filho na rede social Facebook

De acordo com o jornal, Saud bin Nasser Al Shahry decidiu tomar a medida extrema após o negócio que mantinha ser fechado depois de uma decisão judicial, que declarou sua empresa ilegal. Ele chegou a pedir ajuda para as autoridades locais, mas não teve sucesso.

Como o tráfico de crianças na Arábia Saudita é considerado um delito, e não um crime, o jornal especula se o anúncio da venda do garoto poderia ser uma tentativa de Saud bin Nasser Al Shahry chamar a atenção e conseguir de outra forma o dinheiro.

O governo saudita é frequentemente criticado por fazer pouco para prevenir o tráfico de pessoas. Em 2009, a Arábia Saudita adotou um pacote de medidas rigorosas para combater o tráfico de crianças e também colabora com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e outras entidades em campanhas de conscientização.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Dez anos do atentados de 11 de setembro


Quando o atentado às Torres Gêmeas completa dez anos, é tempo de pensar não só o que mudou no mundo, mas por que este atentado aconteceu. Recebemos ontem este texto de Martha Mamede Batalha, nossa Mulher pelo Mundo de Nova York. Uma visão pessoal e lúcida sobre a tragédia.

Martha Mamede BatalhaTrabalho a menos de dois quilômetros de onde ficavam as Torres Gêmeas, mas vou começar este post por um lugar muito mais longe: Fiji. Em 2007, quatro homens apareceram no salão de beleza onde Lydia Qeraniu trabalhava como cabeleleira e ofereceram-lhe uma proposta irrecusável – trabalhar em um hotel luxuoso em Dubai, com um salário cinco vezes maior do que ela fazia em Fiji. O avião para Dubai sairia em poucos dias, ela só teria que entregar seu currículo, passaporte, passar por exames médicos e pagar 500 dolares para uma firma de recursos humanos local. Assim como Lydia, outras mulheres receberam a mesma proposta. Elas estavam tão animadas com a possibilidade de mudança que não conferiram que o visto em seus passaportes não era de trabalho, mas passes para estar no país por 30 dias. Elas também não sabiam que Dubai seria apenas a primeira parada. O destino final eram as bases militares americanas no Iraque e Afeganistão.Lydia faz parte dos 70 mil profissionais recrutados em países do Terceiro Mundo e que hoje trabalham nas bases militares americanas no Oriente Médio. Eles são selecionados por empresas locais, contratadas pelo Pentágono. Quando chegam, descobrem que vão ganhar bem menos do que o combinado, têm seus passaportes confiscados e são mantidos em condições sub-humanas de trabalho. A Lydia foi prometido um salário entre 1500 e 3800 dólares. Na realidade, o contrato de trabalho, lhe dava um salário de 350 dólares por mês para trabalhar sete dias por semana, 12 horas por dia. As férias seriam a passagem de volta para seu país, depois de terminar o contrato.Alguns meses depois de começar a trabalhar no Iraque, Lydia foi violentada por um supervisor. Ela foi encontrada pela repórter que escrevia a reportagem sobre ela e outros trabalhadores em bases militares chorando em posição fetal, no chão do seu quarto. Segundo Lydia, o sexo não consensual se tornou rotina.Estas informacoes estavam em um artigo da revista New Yorker, do dia 6 de junho deste ano, escrito por Sarah Stillman. Eu li a reportagem algumas semanas depois da publicação, em cima de um aparelho elíptico. Queria apenas estar em dia com as minhas leituras. Mas, quando terminei o artigo, me dei conta de que nas semanas que separavam a publicação do momento em que eu lia a reportagem eu não havia escutado qualquer repercussão, em nenhuma outra mídia, sobre o que eu achava serem acusações extremamente graves. Tive vontade de sair do aparelho e correr pela rua, revista em punho, gritando: Você viu o que está escrito aqui? Os americanos não podem tratar gente humilde como fralda descartável!Se eu havia entendido direito, os Estados Unidos estavam no Afeganistão para terminar com o grupo terrorista Al-Qaeda, que havia violado direitos humanos nos ataques de 11 de Setembro, e para terminar com este regime ele violava direitos humanos de pessoas humildes, subcontratando profissionais de Terceiro Mundo para trabalhar nas bases em condições semi-escravas.Para mim foi inevitável não fazer a ligação da reportagem com o aniversário de 11 de Setembro.Nos últimos dias, em Nova York, o 11 de Setembro é como aquela música que não sai do fundo do pensamento. Aquela que a gente cantarola sem querer. Nestes dias, todo mundo pensa que tem que pegar o metrô, parar pra almoçar, cortar as unhas, mandar um email, e que o 11 de Setembro aconteceu. A extensiva e detalhada cobertura da mídia relembra os mortos e heróis, mas muito pouco é dito sobre o que causou o ataque, e menos ainda sobre o que é preciso fazer para evitar outro. Aqui e ali foi feita a pergunta Por que os outros nos odeiam?, mas não foram tomadas medidas, ou levantadas discussões, sobre o que é preciso fazer para os outros pararem de odiar.Subcontratar trabalhadores do Terceiro Mundo através do Pentágono, explorá-los e mandá-los pra casa depois de rôtos não vai aumentar o fã-clube dos americanos pelo mundo. E, na lista dasPessoas que Odeiam os Estados Unidos Muito Mesmo, e que podem vir a apoiar ataques ao país no futuro, podemos acrescentar os familiares dos dois mil trabalhadores do Terceiro Mundo mortos em bases militares, e os cinquenta e um mil que foram feridos e mandados para casa sem benefícios desde 2001, de acordo com a mesma reportagem da New Yorker.Este é só um exemplo de tantos outros que aumentam o ódio mundial aos americanos. Sobra pra mim, que vim parar neste país por casualidade, e que nestes dias sinto a tensão de andar de metrô. E tenho na gaveta do trabalho um kit para usar caso aconteça um ataque terrorista, com lanterna, água, máscara e barras energéticas.Talvez eu tenha uma visão mais global sobre o 11 de Setembro porque venha de outra cultura. É uma visão mais crítica, mas de forma alguma de ódio aos americanos. Este é um país incrível, generoso com as pessoas que estão em seu território, criativo, empreendedor, correto em tantas coisas. Mas parece que aqui existe o que há de melhor, e o que há de pior. Eu não consigo pensar só no que aconteceu aqui, mas no que aconteceu, acontece e acontecerá no resto do mundo como causa e conseqûencia dos ataques terroristas aos Estados Unidos.É por isso que, no 11 de Setembro, eu penso nos 2,996 mortos dos atentados, e no mais de um milhão de civis mortos na guerra do Vietnam. Eu penso nos 1300 órfãos do ataque às Torres Gêmeas, e nos 5 milhões de órfãos da guerra do Iraque. Eu penso na tristeza dos americanos, e na tristeza dos chilenos, que há 38 anos no dia 11 de Setembro, perderam Salvador Allende assasinado num golpe militar – apoiado pelos Estados Unidos.Há muitos mais mortos no meu 11 de Setembro. Destes mortos, 2,996 receberam obituários e biografias no New York Times, e milhões foram enterrados como indigentes, ou não enterrados, tendo simplesmente desaparecido da vida e da memória, porque faziam parte da história dos vencidos, e não da história dos vencedores.Pra mim, o 11 de Setembro é um dia muito, muito mais triste.