Segundo o FBI, o lendário hacker que utilizava o nome de Sabu, foi capturado em Junho do ano passado depois de ter cometido um erro de principiante ao postar algo online sem disfarçar o seu endereço de IP, a identidade do computador.
Sabu revelou ser, na verdade, Hector Xavier Monsegur, um programador informático autodidacta de 28 anos, sem formação universitária, residente em Nova Iorque.
Em Agosto, cerca de dois meses após a sua detenção, Hector Monsegur declarou-se culpado e começou a colaborar com o FBI, revelando segredos que ajudaram à recente prisão de cinco pessoas na Europa e nos Estados Unidos e à prevenção de, pelo menos, 300 ataques ao longo dos últimos meses de colaboração.
As autoridades afirmam que Monsegur e os recentes detidos estavam associados ao famoso grupo de pirataria informática Anonymous e pertenciam à elite da organização criada pelo próprio Sabu no passado mês de Maio, a Lulz Security (ou apenas LulzSec).
Entre as acusações contra o grupo liderado por Monsegur constam a interrupção de diferentes sites como a Visa, MasterCard e Paypal, em 2010 e 2011, por alegadamente terem recusado aceitar donativos feitos à polémica organização Wikileaks.
Mas não foram as acções muito ou pouco duvidosas de Hector Monsegur e companhia que chocaram o público. Foi a detenção de um dos supostos líderes do movimento Anonymous e a sua clandestina cooperação com a polícia federal norte-americana, que lançou uma onda de pânico no seio do grupo. «Há discos rígidos de computadores a serem apagados», em jeito de precaução, diz um membro do grupo.
Mas nada parece abalar um dos maiores grupos hacker mundial. «O Anonymous é como uma hidra, enquanto nos cortam a cabeça, crescem dois membros atrás», podia ler-se numa mensagem desafiadora publicada no Twitter.
Enquanto, até ontem, o homem que se escondia no nome de Sabu incitava à revolta e apelava nas redes sociais ao boicote de sites governamentais e entidades públicas, estava, de facto, infiltrado na polícia federal norte-americana. Em troca, um acordo que o deverá livrar de uma pena de prisão que poderia ir até mais de 120 anos e do pagamento de uma fiança no valor de 50 mil dólares.
FONTE: http://sol.sapo.pt