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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Transplante de fezes tem superioridade a antibióticos

Imagine se essa descoberta fosse feita no Brasil, o que os intelectuais de plantão estariam dizendo!



Dificilmente alguém vai falar que cocô serve para alguma coisa boa, mas se você contrair uma infecção durante uma passada pelo Reino Unido, Austrália ou EUA, pode ser que indiquem tomar um pouco de fezes pelo nariz para ter mais chances de cura.






Trata-se do transplante de fezes, procedimento terapêutico que está sendo estudado nestes países - e com resultados que cheiram muito bem.


O British Medical Journal (BJM)
divulgou um estudo com 516 pacientes infectados por bactérias do tipo Clostridium difficile. A taxa de sucesso entre os que se trataram com o transplante foi de 85%, enquanto apenas 20% dos que tomaram antibióticos se livraram das bactérias.


A técnica consiste em pegar as fezes de um doador saudável, congelar, triturar e passar para o intestino do paciente via um tubo colocado no nariz ou no ânus.


Alguns experimentos têm sido feitos com pílulas recheadas com cocô congelado. O método prevê que os microrganismos presentes nos dejetos saudáveis colonizem o estômago doente e curem infecções.


Há até mesmo incentivo ao transplante para além do tratamento de infecções. Testes estão sendo realizados no combate a doenças variadas, como encefalopatia hepática, síndrome do cólon irritável e até autismo.


Os professores que escreveram para o
BJM, Tim Spector e Rob Knight, também alertam sobre os perigos da técnica. Dois pacientes curados da Clostridium difficile apresentaram grande aumento de peso após o transplante.


Além disso, há uma preocupação com infecções causadas pelo transplante e com a possibilidade de que a técnica cause depressão e ansiedade nos pacientes, já que estudos apontam uma ligação entre esses quadros e micróbios estomacais.
O
MRHA, órgão que regula a medicina britânica, já considera o transplante um produto médico.


Na Austrália, a técnica está em uso mesmo sem ter sido aprovada pelo governo local. Nos EUA, mais de 500 locais oferecem o transplante fecal e até mesmo um banco para doações de fezes já está operando.





Com informações de Felipe Germano, da Superinteressante eDikajob


Fonte: http://www.farmaceuticacuriosa.com/

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Fosfoetanolamina sintética cura o câncer, afirma pesquisador


A cura do câncer existe] Não
só pela fosfoamina, deve
existir por uma dezena de
outras coisas, mas a fosfoamina está aí, à disposição, para
quem quiser curar câncer.


Gilberto Chierice, pesquisador




Segundo o professor, há pelo menos 1,5 mil estudos em todo o mundo sobre o uso da substância entre teses de mestrado e doutorado

O professor aposentado Gilberto Orivaldo Chierice, da Universidade de São Paulo (USP), acredita ter desenvolvido uma substância que pode curar o câncer. Ele coordenou por mais de 20 anos um estudo com a fosfoetanolamina sintética (a fosfoamina), que imita uma substância que já é presente no organismo humano e que sinaliza células cancerosas para a remoção delas pelo sistema imunológico.

"Não é uma panaceia nem dado em branco. Não é esperança placebo para ninguém. É uma substância idêntica à produzida pelo nosso organismo, só que em um alto nível de pureza e em grandes concentrações"
, garantiu o pesquisador em entrevista à Rádio CBN Vitória (93,5FM) na manhã desta sexta-feira (16).





Gilberto Orivaldo Chierice acredita ter criado a cápsula que cura o câncer
Chierice explica que essa substância é naturalmente produzida dentro das células de músculo longo e no fígado, no retículo endoplasmático, e o que ele fez foi sintetizar isso, em alto nível de pureza e em grande concentração, e encapsular.
"Nosso organismo já fabrica a fosfoetanolamina com o mesmo propósito: nos defender durante todo o tempo de células que se diferenciam".
Quando os estudos começaram, na década de 1990, um hospital da região, junto com o professor, pediram autorização ao Ministério da Saúde para experimentos. Foram feitos todos os protocolos. Os pacientes teriam que concordar e assinar um documento de que experimentariam uma substância em teste. Antes, porém, o pesquisador já havia aplicado a substância em animais.
"Para nossa surpresa, a substância não produziu nos animais nenhum efeito tóxico nem nocivo. Isso nos animou muito", contou.
Sobre a dosagem correta, o pesquisador fez questão de esclarecer que não é médico e que não tinha contato com os pacientes. "Foram os oncologistas que colocaram a quantidade da substância por dia para cada caso de paciente com câncer. Eles, os médicos, têm um equilíbrio que calcula ácido graxo no sangue e depois passa a dosagem correta da fosfoetanolamina sintética", disse. E ainda continuou:
"A área médica nunca foi explorada por nós. Meu papel foi sintetizar a produção da substância com altíssimo nível de pureza e alto rendimento, se não o custo seria muito elevado".
Durante os anos em que havia um convênio com um hospital, o pesquisador conta que teve retorno positivo dos oncologistas que trabalhavam com a substância criada por ele.
"Depois que o convênio terminou, e o hospital não quis continuar com o experimento, os médicos oncologistas mandavam os pacientes pegarem as cápsulas comigo. Comecei a distribuir. Só que isso chegou num voluma incontrolável", afirmou.




Cápsulas de fosfoetanolamina sintética foram utilizadas por oncologistas em pacientes com câncer e deram retornos positivos, segundo o pesquisadorA polêmica ganhou maior proporção ainda quando uma portaria da universidade proibiu a distribuição até o registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pacientes que tinham conhecimento dos estudos entraram na Justiça para obter as cápsulas. A distribuição continua gratuita, mas somente para quem conseguir uma liminar para a liberação.
Segundo o professor, há pelo menos 1,5 mil estudos em todo o mundo sobre o uso da substância entre teses de mestrado e doutorado. O professor, que tem a patente e a fórmula, alega que basta apenas um órgão governamental apoiá-lo que a substância poderia ser produzida em escala e continuar sendo distribuída gratuitamente.
Desabafo
"Não existe no mercado a substância com essa pureza e composição. Há médicos oncologistas com teses de mestrado e trabalhos publicados sobre a
fosfoetanolamina sintética. Tudo isso está publicado. Há 8 ou 9 trabalhos internacionais sobre o mecanismo da substância. Sempre abri a minha pesquisa para quem quiser fazer junto. Ninguém chegou e falou que vai testar e dizer que não serve. Venham aqui comprovar que não funciona. Façam o que falta fazer. Eu não posso fazer dados clínicos. Não sou médico. A pesquisa de medicamentos é feita em várias partes. Segue todo um caminho até dizerem: 'Não funciona' ou 'Funciona'. A Medicina tem que provar. E a fosfoetanolamina sintética é reconhecida por uma série de oncologistas do país. Se dependesse só de mim, eu já teria feito tudo", disparou.
Nota da USP
Considerando a repercussão de notícias vinculadas na imprensa sobre a distribuição de fosfoetanolamina para fins medicamentosos no tratamento de câncer pelo
Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP), vimos a público apresentar os seguintes esclarecimentos:
A substância fosfoetanolamina foi estudada de forma independente pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, outrora ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros e já aposentado. Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm vínculo com a Universidade de São Paulo.


Chegou ao conhecimento do IQSC que algumas pessoas tiveram acesso à fosfoetanolamina produzida pelo citado docente (e por ele doada, em ato oriundo de decisão pessoal) e a utilizaram para fins medicamentosos.
Em vista da necessidade de se observar o que dispõe a legislação federal (lei no 6.360, de 23/09/1976 e regulamentações) sobre drogas com a finalidade medicamentosa ou sanitária, medicamentos, insumos farmacêuticos e seus correlatos, foi editada em
(
 junho de 2014 a Portaria IQSC 1389/2014 que determina que tais tipos de substâncias só poderão ser produzidas e distribuídas pelos pesquisadores do IQSC mediante a prévia apresentação das devidas licenças e registros expedidos pelos órgãos competentes determinados na legislação (Ministério da Saúde e ANVISA).
A Portaria IQSC 1389/2014 não trata especificamente da fosfoetanolamina, mas sim de todas e quaisquer substâncias de caráter medicamentoso produzidas no IQSC. Essa Portaria apenas enfatiza a necessidade de cumprimento da legislação federal e não estabelece exigências ou condições adicionais àquelas já determinadas na lei.
Desde a edição da citada Portaria, o Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros não apresentou as licenças e registros que permitam a produção da fosfoetanolamina para fins medicamentosos. Sendo assim, a distribuição dessa substância fere a legislação federal.
A Universidade de São Paulo, ademais, não possui o acesso aos elementos técnico-científicos necessários para a produção da substância, cujo conhecimento é restrito ao docente aposentado e à sua equipe e é protegido por patentes
(PI 0800463-3 e PI 0800460-9).
Cabe ressaltar que o IQSC não dispõe de dados sobre a eficácia da fosfoetanolamina no tratamento dos diferentes tipos de câncer em seres humanos – até porque não temos conhecimento da existência de controle clínico das pessoas que consumiram a substância – e não dispõe de médico para orientar e prescrever a utilização da referida substância. Em caráter excepcional, o IQSC está produzindo e fornecendo a fosfoetanolamina em atendimento a demandas judiciais individuais. Ainda que a entrega seja realizada por demanda judicial, ela não é acompanhada de bula ou informações sobre eventuais contraindicações e efeitos colaterais.
Destaca-se também que a Portaria IQSC 1389/2014 não proíbe a realização de pesquisas em laboratório com a fosfoetanolamina ou com qualquer outra substância com potencial propriedade medicamentosa, sendo que quando as pesquisas envolverem estudos em animais ou seres humanos deve ser observada a respectiva legislação federal, como a Resolução no 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde.
O Instituto de Química de São Carlos lamenta quaisquer inconvenientes causados às pessoas que pretendiam fazer uso da fosfoetanolamina com finalidade medicamentosa. Porém o IQSC não pode se abster do cumprimento da legislação brasileira e de cuidar para que os frutos das pesquisas aqui realizadas cheguem à sociedade na forma de produtos comprovadamente seguros e eficazes.


fonte: http://agazeta.redegazeta.com.br/

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Califórnia inaugura maior usina de energia solar do mundo

Califórnia desbanca Abu Dhabi e tem maior usina de energia solar do mundo. Complexo é capaz de abastecer 140 mil casas e deve evitar a emissão de 400 mil toneladas de CO2 por ano

A maior usina de energia solar do mundo


Começou a funcionar na última quinta-feira (13) a maior usina solar do mundo. O Ivanpah Solar Electric Generating System, no estado norte-americano da Califórnia, é formado por 300 mil espelhos com 2 metros de altura e 3 metros de largura cada, que ocupam uma área total de 13 km².


Os espelhos são controlados por computadores e refletem a luz do Sol em torres de 140 metros de altura. Nelas, o calor dos raios transforma água em vapor, que move as turbinas de geração de energia.

A usina, construída em parceria pelas empresas BrightSource Energy, NRG Energy e Google, tem capacidade de gerar um total bruto de energia solar equivalente a 392 megawatts (MW). Segundo comunicado oficial, isso é suficiente para atender à demanda de 140 mil casas na Califórnia e evitar a emissão de 400 mil toneladas de CO2 por ano, o que corresponde, por sua vez, à remoção de 72 mil veículos da estrada.


Antes da Ivanpah começar a operar, o posto de maior do mundo era ocupado pela usina de Shams-1, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Ela reunia 258 mil espelhos para coletar a luz do sol e gerava e impedia a emissão de 175 mil toneladas de CO2 anualmente.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Maconha contra o cancer

 

Em breve, pacientes diagnosticados com câncer podem não ter mais que temer o risco de tumores se espalharem pelo corpo. Cientistas do Centro Médico Pacífico da Califórnia, em São Francisco, acreditam ter descoberto uma forma de impedir a metástase, que consiste em uma das principais causas da morte de pessoas com a doença.
A substância “milagrosa” é o Cannabidiol ou CBD, um composto derivado da maconha que não possui efeito psicoativo. Os microbiologistas Sean McAllister e Pierre Desprez aplicaram o CBD em células com alta concentração do ID-1, gene cancerígeno responsável pela metástase, e o processo de reprodução celular voltou ao normal.
“O que descobrimos foi que o Cannabidiol pode desativar esse gene”, explicou Desprez ao jornal norte-americano Huffington Post. As células pararam de se difundir e imigrar para outros tecidos.
Os pesquisadores publicaram a descoberta em 2007 e, agora, preparam a divulgação de um estudo ainda mais aprofundado sobre o assunto e que pode revolucionar o tratamento do câncer. Nesta nova etapa, os testes foram realizados em células de laboratório de diversos tipos da doença e em animais.
“Nós começamos pesquisando câncer de mama. Mas atualmente descobrimos que o Cannabidiol também funciona com outros tipos de câncer agressivo – cerebral, na próstata – em qualquer tipo que o gene ID-1 esteja presente em alto nível”, disse Desprez ao Huffington Post.
Os resultados obtidos foram extremamente positivos e a dupla se prepara para iniciar a pesquisa com humanos. “Os dados dos ensaios pré-clínicos são muito fortes, e não há nenhuma toxicidade. Há realmente uma série de pesquisas para serem feitas e deixar as pessoas animadas”, comemorou McAllister ao jornal norte-americano San Francisco Chronicle.
Usuários da maconha podem estar contentes com a descoberta, mas devem saber que o tratamento não será tão simples quanto acender a um cigarro da erva. Desprez explicou que, para evitar que as células cancerígenas se espalhem, os pacientes precisam de uma dose alta de Cannabidiol que não é encontrada na composição natural da Cannabis Sativa.
“Nós usamos injeções nos testes com os animais e também estamos testando pílulas”, disse ele. “Mas você nunca poderia ter o suficiente Cannabidiol para a cura ser eficaz apenas fumando maconha”, acrescentou.
 

Outros estudos
Não é a primeira vez que um estudo aponta efeitos benéficos da Cannabis Sativa no tratamento do câncer. Além de o Cannabidiol ser utilizado para acalmar e evitar o enjoo em pacientes submetidos à quimioterapia, outras pesquisas revelaram que a substância psicoativa da maconha pode matar células cancerígenas.
Em 2006, equipe de cientistas espanhóis coordenada por Manuel Guzman conduziu o primeiro teste clínico da ação do THC (tetrahidrocanabinol) em pacientes internados com câncer no cérebro. Os pesquisadores introduziram a substância pura nos tumores de nove pessoas, que não haviam respondido aos tratamentos convencionais de cura do câncer. Em todos os casos, o THC conseguiu reduzir a proliferação das células cancerígenas.
Na mesma época, cientistas da Universidade de Harvard reportaram que tumores malignos no pulmão diminuem seu crescimento se expostos ao elemento psicoativo da maconha. “O THC reduz significantemente a habilidade do câncer se espalhar”, afirmou em relatório o grupo citado pela revista norte-americana Daily Beast.
Em contraposição às práticas de quimioterapia e radioterapia, as substâncias derivadas da maconha não danificam o corpo dos pacientes, atuando apenas nas células cancerígenas. 


tags: cancer, maconha, canabis, droga, tratamento
fonte:  http://coletivodar.org

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Cientistas desenvolvem substância que 'devolve' visão a ratos cegos




Cientistas americanos conseguiram devolver a visão a ratos cegos com a injeção de uma substância que os deixa sensíveis à luz, de acordo com um estudo divulgado.

As descobertas publicadas na revista "Neuron" são uma nova esperança para o tratamento que pode, um dia, ajudar as pessoas que sofrem com as formas mais comuns de cegueira, como a degeneração macular e a retinite pigmentosa.

O medicamento, chamado AAQ, torna as células da retina sensíveis à luz, segundo o pesquisador que liderou a pesquisa, Richard Kramer, professor de biologia celular e molecular da Universidade da Califórnia em Berkeley.

O tratamento, que não é permanente e não requer uma intervenção cirúrgica, pode ser mais um passo no caminho da cura da cegueira, sem envolver a implantação de microchips ou o transplante de células-tronco, duas técnicas ainda polêmicas.

"A vantagem dessa abordagem é que é um simples produto, o que significa que você pode mudar a dosagem, pode usar em combinação com outras terapias, ou pode interromper se não gostar dos resultados", explicou Kramer.

"Com o surgimento de fármacos melhores, você pode oferecer outras possibilidades aos pacientes. Não dá para fazer isso quando você implanta cirurgicamente um chip ou após modificar geneticamente alguém", argumentou.

Remédio faz efeito, mas grau de visibilidade ainda é desconhecido

Ainda não está claro o quanto da visão dos ratos foi restaurada, mas os pesquisadores afirmam que o remédio fez efeito porque as pupilas dos animais foram contraídas com a presença de luz forte e os ratos passaram a evitar a luz.

Os ratos usados no experimento tinham mutações genéticas que faziam com que suas hastes e cones morressem com apenas alguns meses de vida.

"Esse é um grande avanço no campo da restauração da visão", declarou o co-autor da pesquisa Russell Van Gelder, oftalmologista e chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade de Washington, Seattle.

"Ainda precisamos mostrar que esses componentes são seguros e vamos trabalhar com pessoas da mesma maneira que trabalhamos com os ratos, mas esses resultados demonstram que essa classe de compostos restabelece a sensibilidade à luz às retinas afetadas por doenças genéticas", acrescentou.

Os cientistas disseram que estão atualmente trabalhando em uma nova geração de compostos químicos para uma nova etapa de experimentos em ratos.


tags: ratos, cegos, pesquisa, célula tronco, genética, visão, cientista, pesquisa


fonte: http://www.portaldaoftalmologia.com.br

sábado, 14 de julho de 2012

Estudante comandou robô por pensamento a 2.000 km de distancia



Um estudante de Israel controlou com total sucesso um robô apenas com a força do pensamento a 2.000 km de distância. As ondas cerebrais do universitário Tirosh Shapira foram gravadas por cientistas especialistas em computação da Universidade Bar-Ilan, sendo processados por um algoritmo e comandos correspondentes, em seguida o robô recebeu os dados via internet com base nos estudos do Béziers Technology Institute.

Shapira foi capaz de fazer o robô girar a cabeça em um ângulo de 30 graus para a esquerda e para a direita. Bastava o estudante imaginar as pernas andando e elas andavam; pensar nos braços direito e esquerdo se movimentando e eles assim o faziam.

Ele foi capaz também de fazer o robô encontrar um bule de chá e fazê-lo seguir uma pessoa. O teste bem sucedido foi relatado na revista New Scientist e apresentado na BioRob 2012. Pela primeira vez um robô foi controlado usando ressonância magnética funcional em uma distância tão grande.

Os próximos testes serão aplicados em um chip implantado em uma voluntária para tentar promover a reabilitação, fazendo com que uma paciente paralisada possa segurar uma garrafa de café, abri-la, se servir e colocar o copo na boca usando um braço robótico. Os testes cimentaram a primeira vez que um ser humano controlou um objeto físico usando o poder da mente através de sistemas eletrônicos em uma distância considerável.

A chave para o sucesso usando um robô teleoperado é imaginar a si mesmo como parte dele, pois a equipe francesa encaixou uma câmera no topo da cabeça do robô e Shapira em Israel podia ver o que existia a frente dele. “Eu realmente senti como se estivesse lá”, disse Shapira. A próxima etapa será a estimulação muscular, promovendo mais realismo ao robô HRP-4. Os pesquisadores testarão novas habilidades em voluntários com paralisia para que a nova tecnologia seja capaz de mudar vidas.

tags: estudante, robô, robótica, interessante, pensamento, ciencia, israel,

sábado, 7 de julho de 2012

Mosquitos geneticamente modificados combatem a dengue

Cientistas criam mosquitos geneticamente modificados para

“sabotar” o Aedes aegypti, inseto que espalha a dengue, uma doença que infecta 50 milhões de pessoas e mata 25.000 por ano, e representa uma ameaça para 40% da população mundial.

Atualmente, o único método de combate à dengue é matar e controlar os mosquitos que espalham o vírus quando se alimentam de sangue de indivíduos infectados. Não há vacina, nem drogas preventivas ou terapêuticas. As medidas de controle são apenas para matar os mosquitos com inseticidas ou monitorar e restringir pequenas poças d’água, pratos e outros recipientes onde eles se reproduzem. O leque de opções é muito limitado.

Agora, o novo mosquito tem sido considerado um sucesso pelos pesquisadores. Essa é a primeira vez que mosquitos geneticamente modificados são liberados na natureza. Até o final do teste de seis meses em um terreno de 16 hectares, as populações de insetos nativas que espalhavam o vírus da dengue haviam caído.

Os pesquisadores criaram milhões de machos carregando um gene alterado chamado “tTA”, que é passado para as fêmeas quando eles se acasalam. Como os machos não picam, ninguém fica doente. Já o gene letal passado impede que as larvas e pupas cresçam de forma adequada, levando-as a morte antes da idade adulta e quebrando o ciclo de vida dos insetos.

Nos primeiros seis meses do estudo, os pesquisadores liberaram um total de 3,3 milhões insetos machos. Eles mediram a depleção da população através de verificações semanais sobre os ovos postos pelas fêmeas. Nos primeiros três meses ou mais, a proporção de vasos contendo pelo menos um ovo aumentou gradualmente, atingindo um pico de mais de 60%. Mas até o final do experimento, a proporção havia caído para 10%.

Os investigadores concluem que o número de ovos despencou porque a maioria estava morrendo como larvas. Os recursos consumidos pelas larvas e pupas condenadas competiam com insetos normais, o que ajudou a reduzir a população.

Agora que a pesquisa já terminou, os pesquisadores vão acompanhar o local para ver quanto tempo a população de mosquitos leva para se recuperar. O objetivo é estabelecer quantos machos precisam ser liberados, por quanto tempo e onde, a fim de suprimir eficazmente as populações naturais.

Outro objetivo é usar os machos geneticamente modificados em conjunto com métodos de controle normal para combater a dengue. Os pesquisadores já realizaram testes na Malásia, e tem autorização para realizar ensaios em muitos outros países afetados pela dengue, como Brasil, França, Índia, EUA, Tailândia, Cingapura e Vietnã.


tags: mosquito, dengue, ciencia, Aedes aegypti, insetos, vírus

fonte: http://hypescience.com

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Oxigênio na veia permite que você viva mesmo sem respirar

Em 2006, John Kheir, do Departamento de Cardiologia do Hospital Infantil de Boston (EUA), cuidou de uma garotinha que sofreu lesão cerebral grave resultante de uma pneumonia grave. A pneumonia levou a sangramento em seus pulmões, diminuindo severamente seus níveis de oxigênio.

Apesar da garra da equipe, a menina faleceu antes que eles conseguissem colocá-la em uma máquina de coração-pulmão.

Frustrado com isso, Kheir decidiu procurar uma maneira de fornecer oxigênio a pacientes incapazes de respirar (por causa de diversos motivos, como insuficiência respiratória aguda ou via aérea obstruída) que precisam obter oxigênio rápido no sangue – evitando, assim, parada cardíaca e lesão cerebral.

Depois de alguns anos de estudos, em um esforço multidisciplinar – que envolveu engenheiros químicos, cientistas de partículas e médicos –, Kheir e seus colegas criaram micropartículas cheias de gás que podem ser injetadas diretamente na corrente sanguínea para oxigenar o sangue.

Como funcionam as micropartículas

As micropartículas são soluções líquidas que contém bolsos minúsculos de oxigênio envoltos em uma camada única de lipídios (moléculas de gordura).

A mistura ideal foi desenvolvida ao longo de anos, em que os pesquisadores testaram várias concentrações e tamanhos das micropartículas para otimizar a sua eficácia e torná-las seguras. O resultado foi animador.

Em um teste com animais com baixos níveis de oxigênio, a infusão das micropartículas restaurou a saturação do gás no sangue para níveis normais dentro de segundos. No cenário mais perigoso – quando a traqueia dos animais estava completamente bloqueada – a infusão os manteve vivos durante 15 minutos sem uma única respiração, reduzindo a incidência de parada cardíaca e lesões de órgãos.

As partículas são diferentes de outros substitutos do sangue, que transportam oxigênio, mas não são úteis quando os pulmões são incapazes de oxigená-los. As micropartículas são concebidas exatamente para situações em que os pulmões estão completamente incapacitados. Com 70% de gás oxigênio, a solução se mistura de forma eficiente com o sangue humano.

“Uma das chaves para o sucesso do projeto foi a capacidade de administrar uma quantidade concentrada de gás oxigênio em uma pequena quantidade de líquido”, disse Kheir. “A suspensão tem três a quatro vezes o conteúdo de oxigênio de nossos próprios glóbulos vermelhos”.

O fluido, no entanto, só pode ser administrado entre 15 e 30 minutos, ou então sobrecarregará o sangue. “Este é um substituto de oxigênio de curto prazo – uma maneira segura de injetar gás de oxigênio para suportar pacientes durante alguns minutos críticos”, explica Kheir.

Mas esses minutos podem ser crucias para salvar um paciente. As soluções são portáteis e podem estabilizar pacientes em situações de emergência, ganhando tempo para os paramédicos ou médicos colocarem um tubo de respiração ou realizarem outros tratamentos.

A equipe prevê que as micropartículas sejam um dia armazenadas em seringas em todos os hospitais, helicópteros e ambulâncias, para ajudar a estabilizar pacientes com dificuldade em respirar.

tags: oxigenio, veia, pulmão, microparticula

fonte: http://hypescience.com

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Pesquisa revela que fumar maconha reduz sintomas da esclerose múltipla

Foto: Reprodução de Internet















Um estudo realizado na Escola de Medicina de 
San Diego, da Universidade da Califórnia, revelou que fumar maconha pode ser eficiente contra um sintoma comum da esclerose múltipla, a espasticidade. A pesquisa foi feita com 30 pacientes adultos portadores da doença.

O grupo que usou o placebo também relatou que, além de melhorar a espasticidade, a dor amenizou.

As pessoas participantes do estudo foram convidados aleatoriamente para participar do grupo de intervenção (que fumou maconha uma vez por dia durante três dias) e do grupo de controle (que fumou um placebo idêntico pelo mesmo período). Depois de um intervalo de 11 dias, eles trocaram de grupo.

A pesquisa foi coordenada pelo professor de neurociências Jody Corey-Bloom, diretor do Centro de Esclerose Múltipla da Universidade da Califórnia.



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Calvície - Japoneses "ensinam" cabelo humano a crescer nas costas de camundongo

Com o perdão do trocadilho, a imagem é de arrepiar os cabelos: um tufo de cabelo humano crescendo no dorso de um camundongo de uma linhagem naturalmente "pelada".

Os responsáveis pela visão inusitada são Takashi Tsuji e seus colegas da Universidade de Ciência de Tóquio, no Japão. Em artigo recém-publicado na revista científica "Nature Communications", eles mostram como conseguiram uma integração do cabelo humano muito similar à natural no organismo dos roedores.




Camundongo sem pelos tem cabelos de origem humana (negros) em suas costas, em pesquisa de cientistas japoneses
Camundongo sem pelos tem cabelos de origem humana (negros) em suas costas, em pesquisa de cientistas japoneses

Em tese, a técnica, que partiu do cultivo em laboratório de folículos capilares de um homem com calvície, poderia ser um novo caminho para tratar a calvície.

O ponto importante do estudo japonês é que ele conseguiu fazer com que os cabelos implantados nos camundongos ficassem realmente conectados com a pele do animal, incluindo terminações nervosas e músculos que fazem os pelos arrepiarem.

Os pesquisadores também mostraram que esses cabelos passam pelo ciclo normal de crescimento, queda e reposição da cabeleira natural.



fonte: folhaonline

quinta-feira, 22 de março de 2012

Novos dados podem ajudar a tratar a calvície nos homens

 

A calvície de padrão masculino afeta oito em cada dez homens com menos de 70 anos
Um estudo publicado esta semana na revista Science Translational Medicine desvenda novos dados que poderão ajudar a atrasar e tratar a calvície masculina. Os resultados da pesquisa liderada pela Faculdade de Medicina de Filadélfia da Universidade da Pensilvânia mostram que as substâncias chamadas de prostaglandinas, feitas de ácidos gordos, que temos no nosso organismo podem controlar o crescimento do cabelo.

A calvície de padrão masculino (ou alopecia androgenética) é a causa mais comum de perda e enfraquecimento do cabelo. O problema tem sido explicado apontando para uma combinação entre factores hormonais e predisposição genética mas tem sido difícil apontar uma causa exata.

A calvície de padrão masculino afecta oito em cada dez homens com menos de 70 anos


Desta vez, os investigadores analisaram os escalpes de 22 homens com calvície padrão e encontraram diferenças significativas entre a zona (ainda) coberta pelo cabelo e onde este já não existia. Os locais mais “carecas” tinham níveis elevados de uma prostaglandina chamada D2.

Em laboratório, os investigadores usaram um folículo de cabelo humano e foram aumentando a concentração desta substância constatando que esta conseguia travar o crescimento do cabelo. A experiência também foi realizada em ratinhos.




Os cientistas identificaram ainda o receptor (uma proteína chamada GPR44) usado por esta prostaglandina para bloquear o crescimento do cabelo. Assim, concluem, fármacos capazes de inibir esta proteína deverão conseguir atrasar a calvície masculina. É preciso agora testar esta hipótese. Para já, há pelo menos mais uma esperança para os homens calvos ou carecas. E, quem sabe, estes testes também possam oferecer uma resposta para problemas de calvície das mulheres.

Segundo dados conhecidos, a calvície de padrão masculino
(que faz com que os folículos do cabelo encolham e produzam cabelos de uma espessura microscópica) afecta oito em cada dez homens com menos de 70 anos.

fonte: http://www.publico.pt

quinta-feira, 15 de março de 2012

Médicos anunciaram na Espanha a realização de uma operação bem-sucedida em um feto

Médicos anunciaram na Espanha a realização de uma operação em um feto, que, segundo eles, teria sido a primeira cirurgia do tipo bem-sucedida.

Alaitz

De acordo com os médicos, graças à cirurgia, Alaitz teria sido a primeira criança a sobreviver a anomalia

Hoje com um ano e quatro meses, a pequena Alaitz sofria de atresia brônquica - uma anomalia rara que impede a comunicação adequada entre a traqueia e pulmões e as vias aéreas centrais.

Se não tivesse tido o pulmão operado ainda no útero materno, em 2010, provavelmente não teria sobrevivido.

De acordo com médicos, antes de Alaitz - que significa felicidade no idioma basco - não se conhece qualquer caso de uma criança que tenha sobrevivido a essa anomalia.


fonte: bbcbrasil.com

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Cientistas testam vacina que pode reduzir dependência de heroína

Um grupo de cientistas mexicanos trabalha no desenvolvimento de uma vacina que pode reduzir a dependência de uma das drogas mais famosas no mundo: a heroína. Pesquisadores do Instituto Nacional de Psiquiatria do México afirmaram ter testado com sucesso a vacina em camundongos e se preparam para fazer testes em humanos em breve. As informações são do site do jornal The Guardian.

A vacina, que foi patenteada nos Estados Unidos, torna o organismo resistente aos efeitos da droga. Assim, os usuários deixariam de sentir prazer quando consumissem a heroína. "É uma vacina para pessoas que são dependentes graves, que não tiveram sucesso com outros tratamentos e decidiram usar esse aplicativo para ficar longe das drogas", disse Maria Elena Medina, diretora do instituto, nesta quinta-feira.

Nos testes, os camundongos foram submetidos a doses de heroína durante um período prolongado de tempo. Aqueles que receberam a vacina mostraram uma queda acentuada no consumo de droga, dando esperanças aos pesquisadores de que também pode funcionar em humanos.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Laboratório cria menor transistor do mundo: um átomo

Pesquisadores conseguiram combinar um átomo de fósforo em uma camada de silício e abriram caminho para computadores do futuro

Especialistas de nanotecnologias anunciaram neste domingo que criaram em laboratório o menor transistor do mundo: um único átomo de fósforo que pode abrir caminho para os computadores do futuro.


Os pesquisadores conseguiram posicionar - combinando técnicas já utilizadas na produção industrial de semicondutores clássicos com um microscópio "com efeito túnel" - um átomo de fósforo em uma camada de silício, o material predileto dos chips de informática.

Trata-se de um experimento que lhes permitiu definir um grupo de seis átomos de silício e substituir um por um átomo de fósforo, com uma precisão superior a meio nanômetro (um nanômetro é um milhão de vezes menor que um milímetro).

Até agora, a precisão conquistada para tais operações era da ordem dos 10 nanômetros, uma margem de erro muito importante em escala atômica, ressalta o estudo publicado neste domingo na revista britânica Nature Nanotechnolology.

"Esta posição individual do átomo é verdadeiramente primordial se quiser poder utilizar em um computador quântico", que ofereceria uma rapidez e uma potência de cálculo sem igual, explicou Martin Füchsle, do Centro de Informática Quântica da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sidney.

Os testes realizados pela equipe de Michelle Simmons, que dirige este centro australiano, confirmaram que o átomo de fósforo cumpre o papel de transistor, como os que são utilizados na eletrônica clássica. Pode servir, por exemplo, como interruptor ou amplificador de um sinal elétrico.

Melhor ainda, este transistor atômico conservaria uma parte de suas propriedades quânticas, o que abre caminho para outras aplicações. A física quântica, em vigor em nível atômico, transgride as regras da física clássica que se aplicam em maior escala.

Esta técnica, ainda experimental, seria "particularmente pertinente para o desenvolvimento de transistores de silício na escala do átomo, e nosso enfoque pode ser utilizado também nos computadores quânticos", afirmam os pesquisadores.

Mas se trata apenas de um primeiro passo, ressaltaram. "Para chegar a construir um computador (quântico), será preciso localizar uma grande quantidade de transistores atômicos" em série, explica Simmons.

No entanto, estes resultados são muito promissores e "demonstram que um dispositivo constituído de apenas um átomo pode, em teoria, ser construído e controlado com a ajuda de nanofios", considera o estudo.

Os pesquisadores australianos e americanos dirigidos por Simmons conseguiram construir o "nanofio", constituído de silício e fósforo, de quatro átomos de comprimento e um de altura.

Este "nanofio" é capaz de conduzir corrente como o cabo de cobre comum de nossos aparelhos domésticos, demonstraram em um estudo publicado no mês passado na revista Science.

Trata-se de um resultado surpreendente, já que, segundo a física quântica, a resistência de um nanofio deve, em teoria, ser extrema e impedir que os elétrons circulem livremente


fonte: ig.com

sábado, 31 de dezembro de 2011

Ciência e magia dos fogos de Artifício



Um espetáculo pirotécnico desperta em qualquer pessoa a impressão de magia. Mas os cientistas garantem: os desenhos multicoloridos no céu são uma maravilhosa questão de Química.

por Lúcia Helena de Oliveira



Ouve-se um assovio distante, até ocorrer a explosão em cores. O céu escuro fica estampado com riscos azuis, faíscas vermelhas, estrelinhas de ouro e chuva de prata. Surpreendem, então, luzes brancas como as de um raio e sons que imitam trovões. Esse espetáculo poderia perfeitamente ter acontecido no aniversário de uma cidade, em uma final de Copa do Mundo, em uma festa junina ou na entrada do Ano-Novo. Pois, afinal, os fogos de artifício são velhos convidados nas grandes celebrações, desde que os chineses, inventores da
pólvora, começaram a utilizar tiros coloridos de morteiros, há cerca de 1 000 anos, para anunciar a vitória nas guerras. Mas só recentemente os cientistas começaram a desvendar o esplendor dessa antiga forma de comemorar, graças aos avanços da chamada pirotecnia — do grego, a arte de empregar o fogo.


O interesse dos pesquisadores não é gratuito. Na verdade, os princípios dos fogos de artifício valem para desenvolver desde sinalizadores de emergências mais eficientes até propulsores para os modernos ônibus espaciais. Tudo, em suma, é uma questão de controlar o processo da combustão, porque há maneiras e maneiras de uma substância queimar. Para que os fogos produzam esse, e não aquele, efeito visual é necessário obter uma temperatura determinada da chama e calcular a dosagem exata de gás.liberado durante a combustão. Para isso, os fogueteiros não devem errar na proporção dos componentes químicos. Quando um ingrediente entra de mais ou de menos, um leque de faíscas esverdeadas, por exemplo, pode se transformar em um borrão cor de laranja. As receitas de fogos de artifício são cheias de truques. E, para complicar, as fórmulas são mantidas em segredo, passadas de geração em geração, por famílias de tradicionais fogueteiros. O que facilita o sigilo, comum no mundo inteiro, é o fato de a indústria pirotécnica ser artesanal. Pois é impossível usar máquinas quando se trabalha com pólvora negra, a milenar invenção da China, que explode quando há atrito ou faísca. Em 1242, o monge inglês Roger Bacon (1220-1292) desvendou a fórmula do explosivo oriental, mas preferiu escrevê-la em código, por considerá-lo perigoso.

Na época, um destino idêntico foi dado às receitas de fogos, encarados como obra de feiticeiros. De qualquer modo, Bacon deve ter anotado, com símbolos estranhos, que para obter 100 gramas de pólvora são necessários 75 gramas de salitre, 15 gramas de carvão e 10 gramas de enxofre. Os fabricantes de fogos ainda acrescentam na mistura goma-laca ou breu, que servem como um ligante, envolvendo as partículas daqueles três componentes. Se isso não é feito, ao rasparem entre si, os grãos de pólvora podem disparar a combustão. A ignição ocorre quando a energia de alguma fonte —combustível, fricção, impacto ou até raios laser — quebra as ligações químicas de uma mistura pirotécnica como a pólvora. Assim, formam-se novas ligações entre os átomos, criando substâncias mais estáveis, isto é, com menos energia; nessa transformação, a energia liberada ativará a camada seguinte do grão de pólvora e assim por diante, até não existir mais material para queimar. A pólvora é ideal para a pirotecnia porque incendeia dispensando o oxigênio do ar. Esse gás essencial à combustão já está contido no salitre de sua composição. Portanto, é natural que quanto mais pólvora contenha, mais tempo dure e mais forte seja a combustão dos fogos de artifício.

Quando a famosa cascata de fogos do Hotel Méridien, no Rio de Janeiro, aconteceu pela primeira vez, no réveillon de 1977, as faíscas mal cobriam dez dos quarenta andares do edifício. "Ano após ano, a cascata crescia, porque desenvolvíamos novas fórmulas de bombas com mais pólvora", observa o francês Jean-Claude Niger, diretor técnico do Méridien. "No ano passado, conseguimos a proeza: a cascata desceu todos os 120 metros do prédio, chegando até o chão." O segredo desse espetáculo está na troca de elétrons entre os átomos de oxigênio e os átomos dos chamados combustíveis, que no caso da pólvora são o carvão e o enxofre. "Em toda reação com oxigênio existe essa troca, na qual a energia dos reagentes pode ser liberada de várias maneiras: como luz, como calor, como som", conta a química Rita Tereza dos Santos, da Universidade de São Paulo. O final pomposo da festa de Ano- Novo carioca, por exemplo, costuma apresentar o que os pirotécnicos chamam mistura de luz e som. Os químicos traduziriam isso para mistura de alumínio e pólvora branca: o metal, aquecido, libera luz; a pólvora branca (uma combinação de clorato de potássio, enxofre e alumínio) descarrega energia como ondas acústicas. É por isso que esse mesmo ingrediente entra nos rojões, que os torcedores de futebol soltam quando seu time marca um gol. A pólvora negra gera apenas calor.

Uma chama pirotécnica pode chegar a 3 600 graus Celsius. Para se ter uma idéia, segundo Rita, a temperatura da chama de um fogão doméstico costuma alcançar 800 graus Celsius. "Se o calor não se dispersa, porque está confinado em uma bomba, cria-se uma enorme pressão, que culmina separando todas as partículas, no fenômeno da explosão", descreve a química. Por isso, a primeira função da pólvora nos fogos de artifício é a propulsão, isto é, lançar a carga da bomba a 200 ou 300 metros do chão. O segundo papel da pólvora é fornecer calor para acender as chamadas baladas, pedaços de uma massa feita com produtos químicos, responsáveis pelo colorido dos fogos. Usa-se o estrôncio para se obter o vermelho e o cobre para se ter o azul; assim como um pintor misturaria na paleta as duas cores para conseguir o roxo, os pirotécnicos combinam estrôncio e cobre para fazer fogos de luz violeta.

Muitas vezes, os fogos começam de uma cor e terminam de outra, porque as baladas têm duas camadas de misturas diferentes. "Com uma família pequena de elementos químicos, recriamos as cores do arco-íris", comenta o empresário Valter Jeremias, da Caramuru, a indústria pioneira na fabricação de fogos no Brasil, fundada há 65 anos. A fábrica se espalha por uma colina, no município de Santa Branca, 88 quilômetros a leste de São Paulo. Ali, trabalham cerca de noventa funcionários, em minúsculas casinhas distantes entre si, onde ficam, no máximo, três pessoas de cada vez. O motivo disso pode ser chocante: trata-se de uma precaução, adotada no mundo inteiro, para evitar que morram muitas pessoas em eventuais explosões. Acidentes de maior ou menor gravidade acontecem com freqüência razoável, nem sempre por causa da pólvora. Depois de se moldarem as baladas, que têm do tamanho de um caroço de uva até o de uma bola de gude, a massa deve secar ao sol.

"Às vezes, o calor faz com que elas peguem fogo espontaneamente", diz Jeremias, que exibe uma bomba na mesa de trabalho. Trata-se de um tubo de cartão, com 75 centímetros de altura. Na base do cartucho, encontra-se uma pastilha grossa de pólvora, que lançará para o alto a carga do recheio—mais pólvora e as baladas. Existe ainda a bomba oriental redonda, que pode ter até o dobro do diâmetro de uma bola de basquete. "Nela, as baladas devem ser arrumadas organizadamente em todo o contorno", demonstra Jeremias. O próprio estopim ou o estouro da pastilha propulsora acende o que se chama fusível de tempo, um pavio que demora mais para queimar, encarregado de acender a carga do recheio. Assim, a pólvora no interior só explode espalhando e incendiando as baladas quando a bomba está longe do solo.

O calor liberado torna o material das baladas líquido ou gasoso. Então, as partículas começam a emitir luz, cuja cor dependerá do comprimento da onda. A luz visível são radiações eletromagnéticas que medem entre 380 nanômetros (um bilionésimo de metro), quando causam a sensação do violeta, e 780 nanômetros, quando provocam a sensação do vermelho. Os fogos são brancos reluzentes quando as baladas conseguem emitir, ao mesmo tempo, ondas de todos os comprimentos, com todas as cores do espectro. Para isso, é necessário fornecer muito calor, de modo que os pirotécnicos, quando desejam esse efeito, misturam alumínio, magnésio ou titânio à pólvora da carga. "Os metais elevam ainda mais a temperatura de uma chama", justifica a química Maria Regina Alcântara, da Universidade de São Paulo. O calor é fundamental para os três processos pelos quais as baladas produzem ondas luminosas. Um deles é a incandescência: "Quando se fornece muito calor a uma substância, é como se ela se sobrecarregasse, recusando a energia extra, devolvida na forma de luz. É o fenômeno de um ferro em brasa", informa Maria Regina.

Qualquer um pode notar que o ferro aquecido logo se torna vermelho — a primeira cor do espectro — até se alaranjar aos poucos; com mais calor, a cor passa a ser um amarelo forte; se for possível esquentá-lo ainda mais, ele assumirá tons azulados e, finalmente, ficará branco. "Do mesmo modo, nos fogos, é possível obter várias cores a partir de uma única substância existente na balada, conforme os elementos, como metais, acrescentados à pólvora — portanto, se o calor da chama é menor ou maior", esclarece Maria Regina. O mesmo não é possível nos outros dois processos de produção de luz. Na emissão atômica e na emissão molecular, uma substância qualquer só pode emitir determinado comprimento de onda luminosa, de acordo com as suas características. Na emissão atômica, os elétrons se agitam ao rodar em torno do núcleo atômico, transferindo-se para órbitas mais externas, que são mais energéticas; ao retornarem para a órbita de origem, os elétrons liberam a energia adquirida como luz. A emissão molecular é semelhante, só que a agitação é das moléculas, e não dos elétrons. "Quando as baladas são de sódio, inevitavelmente reluzem amarelo", exemplifica Maria Regina. Quando existe sódio dentro da bomba, os raios amarelos ofuscam qualquer outra onda luminosa de cor diferente.


O problema é que o sódio muitas vezes pode se formar indesejavelmente em reações durante a combustão, quando as partículas das baladas se evaporam e se misturam. Pois os fogos podem ser comparados com tubos de ensaio, repletos de elementos químicos, que se combinam quando aquecidos. "Os pirotécnicos podem usar dois ingredientes para formar uma terceira substância", conta o químico Atílio Vanin, professor da USP. É o caso das moléculas de bário, capazes de emitir a luz verde. “Frágeis, elas não duram muito mesmo em temperatura ambiente”, explica Vanin. “Por isso, não devem ser colocadas diretamente nos fogos, e sim serem formadas no instante em que se precisa delas”, revela o pesquisador, cuja paixão pela pirotecnia vem da infância.

No bairro paulistano do Brás, Atilio Vanin foi coroinha durante dez anos na Igreja de São Vito, que todo dia 15 de junho comemorava a festa do padroeiro com fogos. "Fascinado, aos 15 anos, eu não descansei enquanto não aprendi sozinho a fazer pólvora" lembra. Hoje, trinta anos depois, o químico reconhece que fazer fogos é muito mais difícil do que imaginava quando fabricava suas próprias bombinhas. "Leva-se em conta até o tamanho das baladas", ele observa. Ao se incendiar, uma balada pequenina brilha por brevíssimos momentos, antes de se derreter completamente. O resultado é a visão de um ponto luminoso feito uma estrela.


Uma balada maior, porém, leva mais tempo até se desfazer e, enquanto isso, vai caindo por força da gravidade; dessa maneira, faz um traço no céu, como uma chuva de fogo. "As bombas, às vezes, são divididas em diversos compartimentos que estouram em alturas diferentes, graças aos fusíveis de tempo", nota Vanin. Com esse recurso, inúmeras pequenas bombas criam o que os pirotécnicos chamam buquê de noiva — porque as explosões espalhadas lembrariam flores de faíscas. Para dar acabamento ao desenho criado pelos fogos, os pirotécnicos misturam à pólvora combustíveis que liberam mais ou menos gás, de acordo com o efeito desejado. A pressão do gás afasta as partículas incandescentes, deixando os feixes de luz distantes entre si. A tendência é cada vez mais os cientistas se interessarem pelo tema, como nos Estados Unidos, onde pesquisadores contratados pela Marinha buscam substâncias que possam produzir a cor azul.

Até hoje, sempre que se querem faíscas azuladas, usa-se o cloreto de cobre, uma substância que só gera luz em temperaturas muito elevadas. No entanto, quando o calor excede o ponto ideal, por pouco que seja, o cloreto de cobre se desintegra e aí não se tem luz alguma. Muitas vezes a descoberta de novos materiais para fogos de artifício é decorrência de decepções na prática. Um exemplo disso foi o réveillon carioca, há três anos, quando milhares de pessoas na Praia de Copacabana aguardavam o anúncio da meia-noite pela cascata de fogos do Hotel Méridien. Mas, então, os fogos começaram a pipocar em hesitantes etapas. Enquanto isso, técnicos corriam, acendendo, um por um, cerca de 200 morteiros. "Havia chovido e os estopins molhados demoravam para pegar fogo ", lembra o engenheiro Jean- Claude Niger.


Há treze anos, para promover o Ano Novo no Rio de Janeiro, Niger foi ao terraço do Méridien e amarrou de cabeça para baixo pequenas bombas de mão. Com isso, ele derreteu as juntas das janelas do prédio: "Só não levei bronca porque o efeito foi belíssimo". A traquinagem deu origem a uma tradição: no final deste mês, devem ser queimadas 46 toneladas de fogos no Ano-Novo de Copacabana. Este ano, porém, Niger buscou na Inglaterra um novo estopim impermeável, revestido de betume. Assim, Copacabana receberá 1991 com muitos artifícios — chova ou não chova.

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É fogo

(SUPER número 3, ano 2)