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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Como surgiu a Moeda " Pila " do Gaúcho?

Gaúcho é tão nojento que tem língua própria.




Você sabe qual a diferença entre "Pila", "Conto" e "Mirréis"? Pois é, não saia perguntando rapidamente para um gaúcho, especificamente portoalegrense, por que isso tá encrustrado (existe essa palavra?) e ele vai acabar misturando os conceitos.

Primeiro, a origem:
Real já foi moeda da colônia até 1942 no Brasil, antes do Cruzeiro. E o A do plural, reais, foi "apocopado", então ficou "réis".
1 real, 2 réis, 3 réis, …
Depois de um certo tempo, com inflação e bla bla blá estávamos na casa dos 1000 pra comprar tudo, então, tudo custava acima de um mil réis, um mirréis, tá aí!!!
1 Conto de Réis era 1 mil mirréis, ou 1 milhão de réis, tá aí os "Contos" de réis, significado de coisa cara.





A origem de pila só Deus sabe! =D (e desculpa se deixei alguém curioso).

Como a maioria das palavras quando pronunciadas por gaúchos, elas não possuem plural (e nem singular pra mirréis). Não tem também aumentativo nem diminutivo, é sempre igual "mesmo"



Agora chega de mistério.

Pila e Mirréis são coisas baratas, por exemplo: Se tu vai numa festa e tá na placa da entrada do estacionamento: R$5 Pernoite. Logo conclui-se:
- "Ih! 5 mirréis, muito barato!" ou ainda
- "5 pila pra não deixar na rua, certo que vale"

Em contrapartida, se tu entrar num boteco e for comprar um chiclé que custa R$5 também:
- Como é que é? 5 conto por um chiclé? Tá louco!!!

Tá aí, fácil né?

Curiosidades do tempo do Brasil colônia
1 vintém – 20 réis
1 tostão – 80 réis
1 pataca – 320 réis (número cabalístico esse, hein?)
1 dobra – 12800 réis (40 patacas). Sabem como é que se escrevia? 12$800 (não tinha centavos)
1 dobrão – 20$000
1 conto de réis – 1 milhão de réis, que se escrevia 1:000$000










fonte:  http://dudospaces.wordpress.com/

domingo, 26 de janeiro de 2014

Rubens Colombo Lima - Homenagem linda de Mano Lima a seu pai




Não deixem de olhar este vídeo. Uma letra muito linda que Mano Lima fez para seu pai, mas que vale para todos os pais do mundo. Uma das homenagens mais lindas que escutei nesses últimos tempos. Mesmo que você não seja gaúcho e não goste deste estilo musical, preste pelo menos atenção na letra que é de arrepiar. Espero que gostem e se emocionem tanto quanto eu!





Rubens Colombo Lima (Letra)

Hoje levantei cedo demais
Senti saudade tua meu pai
Olhei pra cadeira onde mateava, estava vazia
E um silêncio tomou conta de mim
Quando na cabeceira da mesa
Tu também não tava
Então lembrei de minha infância
Não só do grande pai
Mas também do grande amigo
Do carinho que tu me dava
De teus ensinamentos
Que no momento nem tanto me importava
Mas era em ti que eu me espelhava
Agarradito em tuas bombacha foi que aprendi a ser homem
Aprendi a ser humilde pra não ser humilhado
Ser amigo dos amigos
Respeitar pra ser respeitado
Me ensinou a ter coragem para dominar meus próprios impulsos
E procurar estar sempre com a verdade do lado
Pois o mal só reponta os fracos
E esses por si já são derrotados
Não te preocupa com o que pensam de ti
Mas e sim com tua consciência
O homem é o que é
E não aquilo que qualquer um pensa
Tenha capricho em tuas atitudes
Como um pingo bem encilhado
Te não tenha medo de pedir desculpa quando estiver errado
E sempre que puder perdoar, perdoe
Sem se sentir derrotado
Pois feliz o homem, que tal a grandeza, que cruzou por cima do pecado
Não tenha vergonha de ter terra nas unhas
Mas a alma limpa como a vertente de um lajeado
Tenha compromisso, seja honesto, trabalhador
Justo e agradecido
E quanto mais longe for
Mais se lembre de onde tenha saído
Por mais que tenha vencido
Nunca cruze por cima
De quem tivesse caído
Pois mais vale um homem desarmado
Do que uma arma sem homem
Mais vale um pobre coitado do que um coitado de alma pobre
Na fumaça de um fogo de chão
Do velho galpão onde nós mateava
Ficou curtido o que tu me passava
Como a rainha de minha lembrança
Pra curar esta ferida
Pois tenha certeza meu velho
Que teus ensinamentos que me ajudaram
A conquistar um espaço na vida
Hoje levantei cedo demais
Pra pelo menos em pensamento
Matear contigo meu pai

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A Lenda do João-de-barro






Contam os índios que, há muito tempo, numa tribo do sul do Brasil, um jovem se apaixonou por uma moça de grande beleza. Melhor dizendo: apaixonaram-se. Jaebé, o moço, foi pedi-la em casamento. 
O pai dela perguntou:

- Que provas podes dar de sua força para pretender a mão da moça mais formosa da tribo?

- As provas do meu amor! - respondeu o jovem.

O velho gostou da resposta mas achou o jovem atrevido. Então disse:

- O último pretendente de minha fila falou que ficaria cinco dias em jejum e morreu no quarto dia.


- Eu digo que ficarei nove dias em jejum e não morrerei.

Toda a tribo se espantou com a coragem do jovem apaixonado. O velho ordenou que se desse início à prova.

Enrolaram o rapaz num pesado couro de anta e ficaram dia e noite vigiando para que ele não saísse nem fosse alimentado. A jovem apaixonada chorou e implorou à deusa Lua que o mantivesse vivo para seu amor. O tempo foi passando. 
Certa manhã, a filha pediu ao pai:

- Já se passaram cinco dias. Não o deixe morrer.



O velho respondeu:

- Ele é arrogante. Falou nas forças do amor. Vamos ver o que acontece.

E esperou até até a última hora do novo dia. Então ordenou:

- Vamos ver o que resta do arrogante Jaebé.

Quando abriram o couro da anta, Jaebé saltou ligeiro. Seu olhos brilharam, seu sorriso tinha uma luz mágica. Sua pele estava limpa e cheirava a perfume de amêndoa. Todos se espantaram. E ficaram mais espantados ainda quando o jovem, ao ver sua amada, se pôs a cantar como um pássaro enquanto seu corpo, aos poucos, se transformava num corpo de pássaro!
E exatamente naquele momento, os raios do luar tocaram a jovem apaixonada, que também se viu transformada em um pássaro. E, então, ela saiu voando atrás de Jaebé, que a chamava para a floresta onde desapareceu para sempre

Contam os índios que foi assim que nasceu o pássaro joão-de-barro.

A prova do grande amor que uniu esses dois jovens está no cuidado com que constroem sua casa e protegem os filhotes.
 E os homens amam o joão-de-barro porque lembram da força de Jaebé, uma força que vinha do amor e foi maior que a morte.




\tags: tradição, lenda, gaucha, farroupilha, joão de barro

sexta-feira, 29 de março de 2013

A origem do Gaucho





 O mito gaúcho é recente, sua data mais antiga é 1617, "mozos perdidos", que viviam inicialmente na proximidade de Santa Fé, atual Argentina.

Em Buenos Aires eram chamados de "cuatreros e vagabundos", que roubavam e assolavam o campo. Em 1642, os jesuítas registraram vagabundos que pilhavam as estâncias das missões. Em 1759, foram designados de "gaudérios ou gaúchos", estes homens que circulavam pela Capitânia de Rio Grande de São Pedro. Durante a época das safras eles conseguiam empregos temporários nas fazendas de criação de gado.

Durante a Revolução Farroupilha, eles perdem seu termo pejorativo e passam a serem considerados homens dignos, bravos, patriotas e destemidos. Eles são cultuados, a partir deste momento como indivíduos irreverentes, guerreiros, ligados as lidas do campo e do gado.

O gaúcho, foi uma figura masculina, que em meados do século dezenove já era mito. Símbolo dos pampas, no decorrer da história, torna-se um arquétipo de "Ser Nacional". Era-lhe atribuídos predicados múltiplos como: hombridade, valentia, espírito de luta entre outras. Um homem que havia forjado uma forma de vida sob a qual o estigma da liberdade sinaliza seus passos. Um ser indomável que vivia solitário e desprendido de qualquer conforto.
Foi estilizado e cultuado na literatura como um "centauro dos pampas"ou "monarca das coxilhas", um semi-deus que galopava livre distribuindo justiça e generosidade.
Grande parte da ideologia do gaúcho, encontra-se hoje preservada pelos atuais CTG's, que surgiram no final da década de 40, frutos de um desejo apaixonado de resgatar as raízes da cultura gaúcha. Através de suas atividades, reproduzem com orgulho os hábitos do homem do campo, que colonizou e fez crescer o Estado, mantendo sempre acesa a chama da história.

Todo o povo gaúcho, sempre exaltou a coragem de seus ancestrais, canta seu apego à terra e seu grande amor pela liberdade.




tags: gaucho, gaudério, raízes, nativo, pampas,

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

A origem do Tchê





“Há quem goze de nosso uso do termo “TCHÊ”, ache até chulo-grosseiro este linguajar. Se soubessem a sua origem, aí abaixo relatada, talvez mudassem sua opinião.
Sotaques e regionalismos na hora de falar são conhecidos desde os tempos de Jesus. Todos na casa do sumo sacerdote reconheceram Pedro como discípulo de Jesus pelo seu jeito "Galileu" de se expressar.
No Brasil também existem muitos regionalismos. Quem já não ouviu um gaúcho dizer: "Barbaridade, Tchê"? Ou de modo mais abreviado "bah, Tchê"?
Essa expressão, própria dos irmãos do sul, tem um significado muito curioso.
Para conhecê-lo, é preciso falar um pouquinho do espanhol, dos quais os gaúchos herdaram seu "Tchê".
Há muitos anos, antes da descoberta do Brasil, o latim marcava acentuada presença nas línguas européias como o francês, espanhol e o português. Além disso o fervor religioso era muito grande entre a população mais simples.
Por essa razão, a linguagem falada no dia, era dominada por expressões religiosas como: "vá com Deus", "queira Deus que isso aconteça", "juro pelo céu que estou falando a verdade" e assim por diante.
Uma forma comum das pessoas se referirem a outra era usando interjeições também religiosas como: "Ô criatura de Deus, por que você fez isso"? Ou "menino do céu, onde você pensa que vai"? Muita gente especialmente no interior ainda fala desse jeito.
Os espanhóis preferiam abreviar algumas dessas interjeições e, ao invés de exclamar "gente do céu", falavam apenas Che! (se lê Tchê) que era uma abreviatura da palavra caelestis (se lê tchelestis) e significa do céu. Eles usavam essa expressão para expressar espanto, admiração, susto. Era talvez uma forma de apelar a Deus na hora do sufoco. Mas também serviam dela para chamar pessoas ou animais.
Com a descoberta da América, os espanhóis trouxeram essa expressão para as colônias latino-americanas. Aí os Gaúchos, que eram vizinhos dos argentinos e uruguaios acabaram importando para a sua forma de falar.
Portanto exclamar "Tchê" ao se referir a alguém significa considerá-lo alguém "do céu". Que bom seria se todos nos tratássemos assim. Considerando uns aos outros como gente do céu.
Um abraço, Tchê!




 de: Lu Barcellos Hudson


tags: origens, tchê, espanhol, latim, gaudério, gaúcho

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O gaúcho também envelhece - Não deixe de ler


Mas não te digo, tchê, que gaúcho tbm fica velho...
A VELHICE É UMA MERDA!


Um casal paulista passa a lua de mel em uma linda cidade no Rio Grande do Sul.


Numa casa de espetáculos pornô o letreiro anuncia:


'HOJE, O FABULOSO  OSWALDO'


Entram e o show começa com Gaúcho OSWALDO , 54 anos, numa cama com um louraça, uma morenaça e uma ruivaça, que ele traça,uma a uma ....
e depois repete.
As três mulheres, exaustas, deixam o palco, enquanto o Gaúcho OSWALDO agradece ao público que, de pé, aplaude efusivamente. 

Sob o rufar de tambores, uma mesinha com 3 nozes é colocada bem no centro do cenário..
O Gaúcho OSWALDO quebra as 3 nozes com o pênis, com pancadas precisas. O público vai à loucura e ele é ovacionado por vários minutos ! Passados 25 anos, para recordar os velhos tempos, o casal paulista decide comemorar as bodas de prata na mesma cidade do Rio Grande do Sul.
 
Passeiam pelos mesmos lugares e, diante da mesma casa vêem, surpresos, o cartaz:
 
'HOJE, O FABULOSO GAÚCHO OSWALDO'


Entram e no palco, quem está lá ?

O Gaúcho OSWALDO, agora com 79 anos, enrugadinho, cabelos brancos, traçando 3 mulheres com o mesmo pique!

Não dá pra acreditar ! ! !

Quando os tambores começam a rufar, é colocada no centro do palco a mesma mesinha, agora co m 3 cocos, e ele os quebra com o pênis com a mesma precisão.

Boquiaberto, o casal vai ao camarim para cumprimentar pessoalmente o fabuloso Gaúcho OSWALDO e, curiosos, lhe perguntam o motivo da mudança das nozes para cocos.

Meio sem graça, ele responde:

- A VELHICE É UMA MERDA
A VISTA ESTÁ FRACA, NÃO
CONSIGO MAIS ENXERGAR AS NOZES!


Mazahhh galo!! 

Abraços, gauchada!

tags: gaucho, gaudério, piada, humor, engraçado,gaucho oswaldo, gaucho osvaldo

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O gaúcho e a Onça - Piada

 

Então o gaúcho andava a cavalo pelas matas, quando, de repente, entra numa clareira e se depara com uma gigantesca onça.
O cavalo do gaudério se assusta com a presença do enorme felino e começa a refugar, até que dá uma empinada violenta que resulta na queda do gaudério de cima do animal, sendo que em seguida o cavalo foge em disparada.

O gaudério começa a se levantar devagarito, e vê que o bixano vem caminhando lentamente em sua direção . Então, antes de tomar qualquer atitude, o gaudério se ajoelha e faz uma oração:
“Deus, se o Senhor está torcendo por mim, faça com que eu puxe agora essa minha adaga da bota, atire-a em direção a esta onça de maneira certeira, fazendo com que atinja o meio da cabeça dela e seja mortal.

Mas se o Senhor está torcendo pela onça, faça com que eu erre o lançamento da adaga, e que o bixo de um pulo certeiro para cima de mim, mordendo diretamente a minha jugular, que o sangue corra em abundância e que eu morra de imediato e sem sentir muita dor.

Agora Deus, se por acaso o Senhor não estiver torcendo para nenhum de nós dois, o Senhor faça um favor, senta ali naquela pedra, e assista uma das maiores peleias que já se sucederam por esses pagos…”

Maizá gaúcho véio, não se mixa pro perigo…
Não tá morto quem peleia….


tags: piada, humor, gaucho, leão, gaudério, peleia, briga,

Moto - churrasqueira




Buenas gaudériada... pra quem nunca viu nem ouviu falar, aí está a maior invenção dos últimos tempos no meu Rio Grande, que junta aventura e culinária. Mas louca de buenacha. Estamos falando da moto-churrasqueira, pra aventureiro gaúcho nenhum botar defeito. Faltaria pôr o pelego, local para carregar a cuia, a térmica e uma bandeira do Rio Grande. E o que mais? Bem, gaudério sabe o que fazer.

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tags: gaucho, bem gaudério, moto-churraqueira, moto com churrasqueira, moto gaudéria, 

Versão gaudéria de "Esse cara sou eu"



Esse taura sou Eu!

O gaúcho que pensa em você toda hora

Que encilha seu pingo e se vai campo a fora
Que toca o gado pensando em você
Que volta do rancho querendo te ver
E no meio da noite declama

Um verso pra dizer que te ama


Este Taura Sou Eu...


O gaúcho que te pega pelo braço

Te leva pro canto e te dá uns amasso
Está sempre pronto pra o que tu quiser
Lava e passa roupa e te serve um café
Por você ele enfrenta o perigo
O lobisomem e o mendigo

Este Taura Sou Eu...


O guasca que arrasta você pros pelegos

Aquele gaúcho que tu chama de nego
Que te agarra das crinas sem tu sentir dor
Te dá uns beiçassos e te chama de amor
E de noite dá tudo que tu sempre quis
De manhã tu ceva o mate feliz".♪
 
 
 
tags: gaúcho, gaudério, musica gaucha, versão, versão gaucha, versão gaudéria, esse cara sou eu, 

sábado, 13 de outubro de 2012

Comparações - 181 Ditos populares

É muito comum no sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, a utilização de frases comparativas sempre que desejamos reafirmar algo do qual estamos falando que em geral resultam bem humoradas e cômicas. 








domingo, 3 de junho de 2012

Que Diacho! Eu Gostava Do Meu Cusco

Voz de Odilon Ramos acompanhado ao violão Gibson por Francisco Koller.




Vide vídeo abaixo!
https://www.youtube.com/watch?v=M2cH8R6w8IM 




Que Diacho! Eu Gostava Do Meu Cusco

Que diacho! Eu gostava do meu cusco..
Entendo. Envelheci entendendo.
Bicho não tem alma, eu sei bem,
mas será que vivente tem?

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.

Era uma guaipeca amarelo,
baixinho, de perna torta,
que me seguiu num domingo,
de volta de umas carreira.

Eu andava meio abichornado,

bebendo mais que o costume,
essas coisa de rabicho, de ciúme,
vocês me entendem, ele entendeu.

Passei o dia bebendo

e ele ali no costado
me olhando de atravessado,
esperando por comida.

Nesse tempo era magrinho

que aparecia as costela.
Depois pegou mais estado
mas nunca foi de engordá.

Quando veio meu guisado,

dei quase tudo prá ele.
Um pouco, por pena dele,
e outro, que nesse dia,
só bebida eu engolia
por causa dos pensamento.

Já pela entrada do sol,

ainda pensando na moça
e nas miséria da vida,
toquei de volta prás casa
e vi que o cusco magrinho
vinha troteando pertinho,
com um jeito encabulado

Volta prá casa, guaipeca!

Ralhei e ralhei com ele.
Parava um puco, fugia,
farejava qualquer coisa,
depois voltava prá mim.
O capataz não gostou,
na estância só tinha galgo,
mas o guaipeca ficou.

Botei o nome de sorro,

as crianças, de brinquinho,
mas o nome que pegou
foi de guaipeca amarelo.

Mas nome não é o que importa.

Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Ficou seis anos na estância.

Lidava com gado e ovelha
sempre atento e voluntário.
Se um boi ganhava no mato,
o guaipeca só voltava
depois de tirá prá fora.

E nunca mordeu ninguém!

Nem as índia da cozinha
que inticava com ele.
Nem ovelha, nem galinha,
nem quero-quero, avestruz.
Com lagarto, era o primeiro
e mesmo piquininho
corria mais do que um pardo.

E tudo ia tão bem...

Até que um dia azarado
o patrãozinho noivou
e trouxe a noiva prá estância.

Era no mês de janeiro,

os patrão tava na praia,
e veio um mundo de gente,
tudo em roupa diferente,
até colar, home usava,
e as moça meio pelada,
sem sê na hora do banho,
imagino lá no arroio,
o retoço da moçada.

Mas bueno, sou doutro tempo,

das trança e saia rodada,
até aí não tem nada,
que a gente respeita os branco,
olha e finge que não vê.
O pior foi o meu cusco,
que não entendeu, por bicho,
a distância que separa
um guaipeca de peão
da cachorrinha mimosa
da noiva do meu patrão.

Era quase de brinquedo

a cachorrinha da moça.
Baixinha, reboladera,
pêlo comprido e tratado,
andava só na coleira
e tinha medo de tudo,
por qualquer coisa acoava.

Meu cusco perdeu o entono

quando viu a cachorrinha.
E les juro que a bichinha
também gostou do meu baio.
Mas namoro, só de longe
que a cusca era mais cuidada
que touro de exposição.

Mas numa noite de lua,

foi mais forte a natureza.
A cadela tava alçada
e o guaipeca atrás dela
entrou por uma janela
e foi uma gritaria
quando encontraram os dois.

Achei graça na aventura,

até que chegou o mocito,
o filho do meu patrão,
e disse prá o Vitalício
que tinha fama de ruim:
Benefecia o guaipeca
prá que respeite as família!
Parecia até uma filha
que o cusco tinha abusado.

Perdão, le disse, o coitado

não entende dessas coisa.
Deixe qu'eu leve prá o posto
do fundo, com meu cumpadre,
depois que passá o verão.
Capa o cusco, Vitalício!
E tu, pega os teus pertence
e vai buscá teu cavalo.

Me deu uma raiva por dentro

de sê assim despachado
por um piazito mijado
e ainda usando colar.
Mas prometi aqui prá dentro:
mesmo filho do patrão,
no meu cusco ninguém toca.
Pego ele, vou m'embora
e acabou-se a função.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.

Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

Campiei ele no galpão,

nos brete, pelas mangueira
e nada do desgraçado.
No fim, já meio cansado,
peguei o ruano velho
e fui buscá o meu cavalo.

Com o tordilho por diante,

vinha pensando na vida.
Posso entrá numa comparsa,
mesmo no fim das esquila.
Depois ajeito os apero
e busco colocação,
nem que seja de caseiro,
se nã me ajustam de peão.
E levo o cusco comigo
pois foi o único amigo
que nunca negou a mão.

Nisso, ouvi a gritaria

e os ganido do meu cusco
que era um grito de susto,
de medo, um grito de horror.
Toquei a espora no ruano
mas era tarde demais.
Tinham feito a judiaria
e o pobrezinho sangrava,
sangrava de fazê poça
e já chorava fraquinho.

Peguei o cusco no colo

e apertei o coração.
O sangue tava fugindo,
não tinha mais esperança.
O cusco foi se finando
e os meus olho chorando,
chorando como criança.

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.

Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?
Nessa hora desgraçada
o tal mocito voltou
prá sabê pelo serviço.
Botei o cusco no chão,
passei a mão no facão
e dei uns grito com ele,
com ele e com o Vitalício!

Ele puxô do revólver

mas tava perto demais.
Antes que a bala saísse,
cortei ele prá matá.
Foi assim, bem direitinho.
Não tô aqui prá menti.
É verdade qu'eu fugi
mas depois me apresentei.
Me julgaram e condenaram
mas o pior que assassino,
foi dizerem que o motivo
era pouco prá o que fiz...

Que diacho! Eu gostava do meu cusco.

Bicho não tem alma, eu sei bem.
Mas será que vivente tem?

domingo, 25 de março de 2012

Fogão à lenha gaudério

RECEBI POR E-MAIL E ESTOU REPASSANDO, ACHEI MUITO LEGAL. POQUE FOGÃO A LENHA COMUM É PARA OS FRACOS KKKKKKKK!!!












A gaiteira Berenice Azambuja





























Gaiteira, em português antigo, quer dizer alegre. E é isso que Berenice da Conceição Azambuja é: alegre, gaiteira. Não porque toque gaita, piano (afinal, ela também toca gaita de botão, violão, contrabaixo, cavaquinho e bateria). Ademais é uma cantora completa, que usa a própria voz como um instrumento.
Ela nasceu em Porto Alegre e ali se criou. O pai Pedro Paulo de Azambuja, hoje falecido, responsável pela inspiração da canção "É Disso que o Velho Gosta", quando jovem também foi músico. A mãe Ernestina da Conceição Azambuja, foi artista circense. Assim, a pequena Berenice cresceu no meio artístico. Canta desde os oito anos e se profissionalizou como gaiteira e cantora já aos 12 anos, tendo atuado com aplausos no famoso programa de Rádio Clube do Guri, de Ari Rego, que revelou Elis Regina.
Ela ainda menina viajava pelo interior do Estado, em caravanas artísticas.



 Pequena, com aquele cabelo encaracolado, alegre e risonha, era uma ovelhinha no meio daqueles artistas. A Berenice não gosta de usar vestido de prenda: desde menina, usa bombacha ou chiripá. Mas o sorriso é sempre o mesmo, o cabelo é o mesmo, só que se aperfeiçoou na música e se tornou absoluta de todas as suas possibilidades musicais. Com grande domínio de palco, aproveita o seu repertório como compositora e o repertório de autores amigos e colegas.
Essa gaudéria andarenga é uma verdadeira embaixadora da música regionalista gauchesca. Conhece o Rio Grande e o Brasil a palmo. Brilhou intensamente em espetáculos em Portugal e na Espanha. Nos seus poucos vagares, gosta mesmo é de pescar - muitas de suas canções amadureceram enquanto a traíra não beliscava no anzol.


Já gravou 17 discos, entre CDs e vinis, e um DVD. Sua participação é sempre muito esperada e aplaudida nos grandes programas de TV, animados por nomes como Faustão, Hebe Camargo, Inezita Barroso, Jô Soares, Bolinha, Chacrinha e com uma participação no Fantástico. Ainda pretende escrever um livro contando a sua experiência artística. Ela foi grande amiga de Darcy Fagundes, cujo últimos momentos acompanhou no hospital. Aliás, parece que a amizade é uma das mais lindas características dessa artista de exceção - afinal, não há quem não goste de Berenice Azambuja.

Ladainha - João Luis Correa



João Luiz Corrêa

Troquei de mulher entrei numa fria
Está uma folia essa ladainha
A mulher atual fica me cobrando
Que a ex-mulher pensa que ainda é minha

Eu tinha só uma, mas eu quis mudar
Agora tenho duas pra me incomoda
Quem esta comigo briga de montão
E a outra por castigo só pede pensão

REFRÃO

Um amigo meu se queixou pra mim
Que o seu casamento esta chegando ao fim
Eu disse tu ta louco escute e vai por mim
Se uma te derruba outra te arranca o rim

Eu trabalho muito mesmo assim não dá
Não me sobra um troco pra economizá
Faço hora extra pra pode pagá
Senão a policia vai vim me buscá

Sem mulher não vivo e com mulher também
No tempo da vovó não tinha esse porem
O dinheiro que eu dou ela da outro alguém
Eu ganho só noventa e estou pagando cem

REFRÃO

Um amigo meu já se queixou assim

Biografia de Teixeirinha 3/03/1927 a 04/12/1985












Vítor Mateus Teixeira, mais conhecido como Teixeirinha, (Rolante, 3 de março de 1927Porto Alegre, 4 de dezembro de 1985) foi um cantor e compositor brasileiro, também conhecido como o "Rei do Disco", pelos recordes de vendas de discos que consegue até hoje, mesmo já falecido.

Biografia

Teixeirinha teve uma infância difícil, especialmente por ter perdido aos sete anos o pai, um carreteiro, e aos nove anos a mãe, em um incêndio.
Em 1960, Teixeirinha estoura nas paradas de sucesso com a música "Coração de Luto", que descreve sua triste infância e principalmente a morte trágica de sua mãe. O lançamento de "Coração de Luto" tornou-se sucesso nacional, pois vendeu milhões de cópias e se tornou um dos singles mais vendidos da história da música mundial. "Coração de Luto" chegou a ser regravada por diversos intérpretes, entre eles, a dupla sertaneja Milionário & José Rico, com uma roupagem sertaneja.
Em 1961 conheceu em Bagé a cantora Mary Terezinha, que se tornou sua efetiva companheira.
Atuou também no cinema, sendo que o filme Coração de Luto, de 1967, era uma autobiografia.
Teixeirinha foi um típico músico da linha mais popular da música gaúcha, tendo-se tornado, em seu tempo, um ícone do estilo. Uma de suas canções mais famosas é "Querência Amada", que em sua introdução possui uma dedicatória ao pai e acabou se tornando um hino informal ao Rio Grande do Sul.
Teixeirinha e Mazzaropi foram os maiores fenômenos populares do cinema sul-americano regional. No caso do cantor gaúcho, seus filmes chegaram a superar 1,5 milhões de espectadores, obtidos apenas nos três estados do sul do país. Eram co-produzidos por distribuidores e exibidores locais, que lhes asseguravam a permanência em cartaz. Sua última produção, "A Filha De Iemanjá" foi distribuída pela Embrafilme com fracos resultados. Uma análise mais detalhada dos resultados de exibição pode conduzir a uma melhor compreensão da relação regional da distribuição e da exibição.
Teixerinha teve um recorde de venda de discos sendo que até 1983,Lançou 70 LPS e vendeu 88 milhões de cópias. Estima-se que até os dias atuais tenha ultrapassado a marca de 120 milhões de cópias em todo o mundo.
Teixeirinha teve 7 filhas e 2 filhos, Sirley; Liria Luisa; Victor Filho; Margareth; Elizabeth; Fátima; Márcia Bernadeth; Alexandre e Liane Ledurina. Teixeirinha, um dos maiores músicos brasileiros, morreu no dia 4 de dezembro de 1985 e está enterrado no cemitério da Santa Casa em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.



Discografia

  • 1960 - O Gaúcho Coração do Rio Grande
  • 1961 - Assim é nos pampas
  • 1961 - Um gaúcho canta para o Brasil
  • 1962 - O Gaúcho Coração do Rio Grande, volume 4
  • 1963 - Saudades de Passo Fundo
  • 1963 - Teixeirinha interpreta
  • 1963 - Êta gaúcho bom
  • 1964 - Teixeirinha Show
  • 1964 - Gaúcho autêntico
  • 1964 - Canarinho cantador
  • 1965 - O rei do disco
  • 1965 - Bate-bate coração
  • 1965 - Disco de ouro
  • 1966 - Teixeirinha no cinema
  • 1967 - Coração de Luto - trilha sonora do filme
  • 1967 - Mocinho aventureiro
  • 1967 - Dorme Angelita
  • 1968 - Doce coração de mãe
  • 1968 - Última tropeada
  • 1969 - O rei
  • 1969 - Volume de prata
  • 1970 - Carícias de amor
  • 1970 - Doce Amor
  • 1971 - Num Fora de série
  • 1971 - Entre a cruz e o amor
  • 1971 - Chimarrão da hospitalidade
  • 1972 - Ela tornou-se freira - trilha sonora do filme
  • 1972 - Minha homenagem
  • 1973 - O Internacional
  • 1973 - Sempre Teixeirinha
  • 1974 - Última Gineteada / Menina que passa
  • 1975 - Pobre João - trilha sonora do filme
  • 1975 - Aliança de ouro
  • 1975 - Lindo Rancho
  • 1977 - Novo Som de Teixeirinha
  • 1977 - Norte a Sul
  • 1977 - Canta meu povo / Fronteira gaúcha
  • 1978 - Amor de verdade / Inseparável violão
  • 1978 - Menina da gaita / O Centro-Oeste brasileiro
  • 1979 - 20 anos de glória
  • 1979 - Menina da Gaita
  • 1980 - Menina Margareth / Vida e morte
  • 1981 - Rio Grande de Outrora / Crime de Amor
  • 1981 - Iemanjá - trilha sonora do filme
  • 1982 - Que droga de vida / Infância frustrada
  • 1982 - Os Reis do Desafio - Dez desafios inéditos - Teixeirinha e Mary Terezinha
  • 1983 - Chegando de longe / Apenas uma flor
  • 1984 - Guerra dos desafios - Teixeirinha e Nalva Aguiar
  • 1984 - Quem é você agora / Amor desfeito
  • 1985 - Amor aos passarinhos
  • 1993 - Milonga da Fronteira [Contendo os grandes sucessos de Teixeirinha](Póstumo)
  • 1994 - Teixeirinha Canta com Amigos (Póstumo)

Participação Especial

  • 1980 - A Grande Noite da Viola - ao vivo

Filmografia

  • 1967 - Coração de Luto
  • 1969 - Motorista sem limites
  • 1972 - Ela Tornou-se Freira
  • 1973 - Teixeirinha 7 Provas
  • 1974 - O Pobre João
  • 1976 - Na Trilha da Justiça
  • 1976 - Carmen a Cigana
  • 1976 - A Quadrilha do Perna Dura
  • 1978 - Meu Pobre Coração de Luto
  • 1978 - Gaúcho de Passo Fundo
  • 1979 - Tropeiro Velho
  • 1981 - A Filha de Iemanjá


de: jornalista Mateus Rosa

Estátua de Jayme Caetano Braun em São Luiz Gonzaga


Sábado (10/out/2009) foi inaugurada em São Luiz Ganzaga a estátua de Jayme Caetano Braun.
Falecido há 10 anos, Jayme nasceu em Bossoroca, em 1924, então distrito de São Luiz Ganzaga, e se tornou o maior dos pajadores que o Rio Grande conheceu.
A solenidade contou com a presença de várias autoridades, tradicionalistas, parentes, filhos e sua viúva Dona Aurora, e amigos que o conheceram em vida ou admiram sua obra, além da apresentação de pajadores e músicos, se destacando Pedro Ortaça, sua amigo pessoal.
Lançou diversos livros de poesias, e a antologia poética 50 Anos de Poesia, sua última obra escrita. Publicou ainda um dicionário de regionalismos. Jayme também gravou CDs e discos. Entre seus poemas mais declamados pelos poetas regionalistas do país inteiro, destacam-se Bochincho, Tio Anastácio, Amargo, Payada e Galo de Rinha. Seu nome batiza ruas, praças e principalmente CTGs no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil.
Participou das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente.
Jayme nasceu artisticamente em Passo Fundo, quando aos 14 anos estudou no Colégio Conceição e de onde se tem notícias e cópias dos primeiros versos que escreveu, onde também foi construido um memorial em sua homenagem no Parque de Rodeios da Roselândia.
Mais do que merecida a homenagem, a estátua que o escultor Vinicius Ribeiro demorou 2 anos para concluir, tem seis metros de altura e não teve recurso público. Através de campanhas e doações de amigos é que com o decorrer do tempo foram sendo comprado o material necessário para sua contrução.


A obra retrata Jayme com perfeição, pilchado e bem no estilo que constumeiramente se apresentava, e a cuia em sua mão é como um convite para que o visitante se achegue para uma roda de mate.


E nesse andejar em frente,

Sem procurar recompensa,
Fui vendo - na diferença,
Entre passado e presente,
Que a lembrança de um ausente,
Tem mais força que a presença!


fonte: http://prosagalponeira.blogspot.com.br