A cabresto: Conduzido pelo cabresto, submetido.
Achego: Amparo, encosto, proteção.
Açoiteira: Parte do relho ou rebenque, constituída de tira ou tiras de couro, trançadas ou justapostas, com a qual se castiga o animal de montaria ou de tração.
Acolherar: Unir dois animais por meio de uma pequena guasca amarrada ao pescoço. Unir, juntar, com relação a pessoas.
Afeitar: Cortar a barba.
Agregado: Pessoa pobre que se estabelece em terras alheias, com autorização do respectivo dono, sem pagar arrendamento, mas com determinadas obrigações, como cuidar dos rebanhos, ajudar nas lidas de campo e executar outros trabalhos.
Água-Benta: Cachaça, destinada a ser bebida ocultamente.
Água-de-cheiro: Perfume, extrato.
Ajojo: Tira de couro fina que une dos bois pelas guampas.
A laço e espora: Com muita dificuldade, com muito esforço, vencendo grandes obstáculos.
A la cria: Ao Deus-dará, à aventura. Foi-se a la cria, significa foi-se embora, foi-se ao Deus-dará, caiu no mundo.
Aramado: Cerca feita de arame para manter o gado nas invernadas ou potreiros.
A la pucha: Exprime admiração, espanto.
À meia guampa: Meio embriagado, levemente ébrio.
Anca: Quarto traseiro dos quadrúpedes. Garupa do cavalo. O traseiro do vacum.
Anta: Pessoa interesseira.
Aporreado: Cavalo mal domado, indomável, que não se deixa amansar. Aplica-se, também ao homem rebelde.
Arapuca: Armadilha para pegar passarinhos. Trapaça.
Arrastar a asa: Paquerar.
Arreios: Conjunto de peças com que se arreia um cavalo para montar.
Azucrinado: Encomodado.
Abocanhar : apoderar-se indevidamente de alguma coisa
Abrir os panos: Ir-se embora; fugir; abrir nos paus, abrir-se.
Acalcanhado: Gasto, acabado, envelhecido, etc. "Coitado, está meio acalcanhado, mas, bonzão, ainda."
Amanonciado: Do v. amanonciar - cavalo amanonciado, é o que é manso, sem que entretanto tenha sido montado.
Amanonciador: pessoa destra em amansar ou amanonciar animais cavalares.
Amanonciar: deixar manso por meio de passes de mão; acariciar.
Anoque: espécie de aparelho destinado à fabricação da decoada. Consiste em um couro quadrado preso lateralmente a quatro varas mais curtas que os lados respectivos, e assentada sobre quatro forquilhas, de sorte a formar uma concavidade onde se deita o líquido. (Coruja.) Etim. É vocábulo português, e designa nos cortumes a vala ou tanque onde se maceram os couros para se pelarem ou descabelare. (Moraes. ) Em outras partes do brasil chamam a isso banguê.
Achego: Amparo, encosto, proteção.
Aguada: Lugar utilizado pelos animais para beberem água.
Apojo: O leite mais gordo extraído da vaca após a segunda apojadura. Este é mais rico em gordura e de melhor sabor.
Apotrar-se: Adquirir jeito de potro. Por extensão aplica-se às pessoas, com o significado de portar-se mal, tornar-se xucro, zangado, grosseiro.
Bah: Abreviação de barbaridade. Expressão usada para demonstrar surpresa, indignação.
Baixeiro: Espécie de lã, integrante dos arreios, que põe no lombo do cavalo, por baixo da carona.
Bater as botas: Morrer.
Bicheira: Ferida nos animais, contendo vermes depositados pelas moscas varejeiras. Para sua cura, além de medicação, são largamente utilizadas as simpatias e benzeduras.
Bidê: Mesinha de cabeceira (aportuguesado do francês bidet).
Biriva: Nome dado aos habitantes de Cima da Serra, descendentes de bandeirantes, ou aos tropeiros paulistas, os quais geralmente andavam em mulas e tinham um sotaque especial diferente do da fronteira ou da região baixa do Estado.
Bóia: Comida
Bolicho: Casa de negócios de pequeno sortimento e de pouca importância. Bodega.
Bolicheiro: Dono de bolicho.
Braça-de-Sesmaria: Media antiga, de superfície, usada no Rio Grande do Sul. A braça-de-sesmaria mede 2,20 m por 6.600 m ou seja 14.520 metros quadrados.
Brocha: É feito de couro cru torcido e é usado para prender os bois aos canzis.
Bruaca: Mulher feia. Utensílio que é colocado um de cada lado na cangáia no lombo do cavalo ou na mula para transportar alimentos, prática muito utilizada na época que não havia estradas e nem veículos para fazer o transporte.
Buenacha: Boa.
Baiano: maturrango; o que monta mal e não sabe executar os diversos trabalhos das fazendas de gado. Significa também todo e qualquer indivíduo filho do Norte, excetuando-se geralmente os de Santa Catarina e S. Paulo. Soldado de infantaria, embora seja rio-grandense.
Bombacha: calça mui larga, em toda a perna, menos no tornozelo onde tem um botão, e que é muito usada pelos campeiros.
Bota: O calçado próprio para montar o cavalo (em port. Compreende também botim, botina de homem e senhora).
Bugio: Pelego curtido e pintado, em geral forrado de pano. Animal da Serra.
Cacho: A cola, o rabo do cavalo.
Cagaço: Grande susto, medo.
Caju: Confronto entre os times do Caxias e do Juventude (Caxias do Sul).
Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.
Campo de Lei: Campo de ótima qualidade.
Canga: É feito de madeira que é colocado no pescoço de dois bois carreiros para puxar carreta ou arado.
Canzil: É feito de madeira, que é colocado na canga para prender no pescoço dos bois carreiros.
Capão: Diz-se ao animal mal capado. Indivíduo fraco, covarde, vil. Pequeno mato isolado no meio do campo.
Capataz: Administrador de uma estância ou de uma charqueada. Pessoa que nas lides pastoris é incumbida de chefiar o pessoal.
Carboteiro(a): Alguém difícil, que não dá bola.
Carreira: Corrida de cavalos, em cancha reta. Quando participam da carreira mais de dois parelheiros, esta toma o nome de penca ou califórnia.
Caudilho: Chefe militar. Manda-chuva.
Cavalo de Lei: Animal muito veloz, capaz de percorrer duas quadras (264m) em 16 segundos ou menos.
Chalana: Embarcação ou Lancha grande e chata.
Chambão: Otário.
Charla: Conversa.
Chiru: Índio, velho caboclo.
Chasque: Recado, mensagem.
Chimango: Alcunha dada no Rio Grande do Sul aos partidários do governo na Revolução de 1929.
China: Descendente ou mulher de índio, ou pessoa de sexo feminino que apresenta alguns dos traços característicos étnicos das mulheres indígenas. Cabloca, mulher morena. Mulher de vida fácil. Esposa.
Chinoca: Mulher.
Cincha: Peça dos arreios que serve para firmar o lombilho ou o serigote sobre o lombo do animal.
Colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor. No sentido figurado, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.
Credo: Exclamação de espanto.
Cuiudo: O mesmo que colhudo.
Cupincha: Companheiro, amigo.
Cusco: Cão pequeno, cão de raça ordinária. O mesmo que guaipeca, guaipé.
Canha: o mesmo que cachaça ou cana; estar na canha, estar embriagado.
Canhada: (do cast. Cañada) espaço de terreno baixo entre duas coxilhas.
Canhadão: grande canhada, precipício, baixada profunda e larga. Atirar-se (ir, despenhar-se) por um canhadão abaixo: sofrer insucesso, agir temerária e precipitadamente, em sentido figurado.
CBTG: Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha.
CTG: Centro de Tradições Gaúchas.
Calavera: Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro, vagabundo, tonto, tratante.
Campear: Procurar pelo campo. Buscar. Esquadrinhar. Usa-se, também, em sentido figurado.
Carancho: O mesmo que cará-cará, ave de rapina muito comum nos campos do Rio Grande do Sul. Pessoa que vai a festas e divertimentos sem ter sido convidada. Indivíduo que entra de graça em baile onde é obrigatório o pagamento de ingresso. Jogador excedente, em roda de jogo de número de parceiros limitado, que fica aguardando oportunidade de substituir algum dos jogadores em possíveis impedimentos.
Chinarada: Grande número de chinas, caboclas ou índias. Diz-se também como n as Repúblicas Platinas Chinerio.
Chinaredo: Grande número de chinas.
Chorro: Jorro.
Coalheira: Um dos estômagos do animal bovino que, por conter muito ácido, é usado para coalhar ou coagular o leite para o preparo do queijo.
Cocho: Recipiente de madeira ou de outro material, de várias formas e de vários tamanhos, que serve para diversos fins: para colocar sal para o gado nos rodeios, para dar ração aos animais domésticos, para lavar mandioca, para o fabrico da farinha, etc.
Colhudo: Cavalo inteiro, não castrado. Pastor.; Figuradamente, diz-se do sujeito valente, que enfrenta o perigo, que agüenta o repuxo.
Corredor: Estrada que atravessa campos de criação, deles separada por cercas em ambos os lados. Há, entre as cercas, regular extensão de terra, onde, por vezes, se arrancham os que não têm ondemorar.
Cuia: Cabaça. Porongo, ou, mais propriamente, cabeça de porongo que se usa para preparar o mate. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate. A cuia de chimarrão, ou de mate, feita de cabeça de porongo, é, muitas vezes, guarnecida de prata, artisticamente lavrada. Cabeça.
De vereda: Imediatamente, de momento, de uma vez.
Dobrar o cotovelo: Beber, levar o copo à boca.
Doma: Ato de domar. Ato de amansar um animal xucro.
Domador: Amansador de potros. Peão que monta animais xucros.
Duro de boca: Diz-se do animal que não obedece à ação das rédeas.
Duro de Pelear: Difícil de fazer, trabalhoso.
Desaquerenciado: Não aquerenciado: "Mesmo pelo gado novo, desaquerenciado, que forcejava muito naquela divisão.
Erva-Caúna: Variedade de erva mate de má qualidade, amarga.
Erva-Lavada: Erva já sem fortidão por ter servido para muitos mates.
Estar com o diabo no corpo: Estar furioso. Estar insuportável.
Estar com o pé no Estribo: Estar prestes a sair.
Estrela-Boieira: Estrela d´Alva.
Estribo: Peça presa ao loro, de cada lado da sela, e na qual o cavaleiro firma o pé.
Estropiado: Diz-se o animal sentido dos cascos, com dificuldade de andar, em conseqüência de marchas por estradas pedregosas.
Estouro: dispersão para todas as direções dos bois de um rebanho em marcha, tomado de súbito e inexplicável pânico.
Fatiota: Terno; Conjunto de roupas do homem: calça, colete e paletó.
Fiambre: Alimento para viagem, geralmente carne fria, assada ou cozida.
Fazer a viagem do corvo: Sair e demorar muito a regressar.
Flete: Cavalo bom e de bela aparência, encilhado com luxo e elegância.
Funda: Estilingue, bodoque.
Faceiro: Elegante, garboso, taful. Diz-se também do cavalo garboso, brioso. É port. Noutro sentido. O superlativo é muito usado
Flaco: Fraco, magro, desnutrido.
Galpão: Construção existente nas estâncias, destinadas ao abrigo de homens e de animais. O galpão característico do Rio Grande do Sul é uma construção rústica, de regular tamanho, em geral de madeira bruta e parte de terra batida, onde o fogo de chão está sempre aceso. Serve de abrigo e aconchego à peonada da estância e a qualquer tropeiro ou gaudério que dele necessite.
Gato: Bebedeira, porre, embriaguez.
Gaudério: Pessoa que não tem ocupação séria e vive à custa dos outros, andando de casa em casa. Parasita. Amigo de viver à custa alheia.
Graxaim: Guaraxaim, sorro, zorro. Pequeno animal semelhante ao cão, que gosta de roer cordas, principalmente de couro cru e engraxadas ou ensebadas, e de comer aves domésticas. Sai geralmente à noite. É muito comum em toda a campanha.
Gringo: Denominação dada ao estrangeiro em geral, com exceção do português e do hispano-americano.
Guaiaca: Cinto largo de couro macio, às vezes de couro de lontra ou de camurça, ordinariamente enfeitado com bordados ou com moedas de prata ou de ouro, que serve para o porte de armas e para guardar dinheiro e pequenos objetos.
Guaipeca: Cão pequeno, cusco, cachorrinho de pernas tortas, cãozinho ordinário, vira-lata, sem raça definida. Pequeno, de minguada estatura. Aplica-se também às pessoas, com sentido depreciativo.
Guapo: Forte, vigoroso, valente, bravo.
Guasca: Tira, corda de couro cru, isto é, não curtido; Homem rústico, forte, guapo, valente.
Guasqueaço: Pancada, golpe dado com guasca. Relhaço, relhada, chicotada, chibatada, correada, açoite.
Guri: Criança, menino, piazinho, serviçal para trabalhos leves nas estâncias.
Grenal: Confronto entre os times do Grêmio e Internacional (POA).
Ganiçar: Ganir.
Guabiju: Fruta silvestre, comestível, semelhante à jabuticada, porém um pouco menor e que não cresce presa ao tronco como aquela.
Lasqueado: Trouxa.
Légua: Medida itinerária equivalente a 3.000 braças ou 6.600 metros. O mesmo que légua de sesmaria.
Lançante: Descida. Forte declive num cerro ou coxilha; qualquer terreno em declive.
Loscanha: Indivíduo meio louco, aluado
Maludo: Cavalo inteiro, garanhão. Diz-se do animal com grandes testículos.
Mangueira: Grande curral construído de pedra ou de madeira, junto à casa da estância, destinado a encerrar o gado para marcação, castração, cura de bicheiras, aparte e outros trabalhos.
Manotaço: Pancada que o cavalo dá com uma das patas dianteiras, ou com ambas. Bofetada, pancada com a mão dada por pessoa.
Maricas: Homem que se ocupa de trabalhos próprios de mulheres. Homem efeminado. Homem que gosta de intrometer-se em assuntos reservados a mulher, sf (tupi amazônico maríka) Fina faixa de carne sob a pele do ventre, formada pelo músculo cuticular. pop Maricas.
MTG: Movimento Tradicionalista Gaúcho. Existe um para cada estado brasileiro.
Mamona: Diz-se de ou a terneira de sobreano que ainda mama.
Matambre: uma carne magra que há no costelar entre o couro e a carne: este matambre tira-se do couro com facilidade, e não se come senão depois de bem amaciado. Vem do cast. Mata-hambre, mata fome, por ser a primeira que se pode tirar da rês, depois da língua.
Mexericaba: confusão ou mistura de vários objetos, de coisas ou animais que deviam estar separados; balbúrida, desordem. É diferente do sentido português
Papudo: Indivíduo que tem papo. Balaqueiro, jactancioso, blasonador. O termo é empregado para insultar, provocar, depreciar, menosprezar outra pessoa, embora esta não tenha papo.
Passar um pito: Repreender, descompor.
Patrão: Designação dada ao presidente de Centro de Tradições Gaúchas (CTG). Patrão-Velho: Deus.
Pelea: Peleja, pugilato, contenda, briga, rusga, disputa, combate.
Pelear: Brigar, lutar, combater, pelejar, teimar, disputar.
Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.
Piá: Menino, guri, caboclinho.
Piquete: Pequeno potreiro, ao lado da casa, onde se põe ao pasto os animais utilizados diariamente.
Poncho: Espécie de capa de pano de lã, de forma retangular, ovalada ou redonda, com uma abertura no centro, por onde se enfia a cabeça. É feito geralmente de pano azul, com forro de baeta vermelha. É o agasalho tradicional do gaúcho do campo. Na cama de pelegos, serve de coberta. A cavalo, resguarda o cavaleiro da chuva e do frio.
PôTchê: O mesmo que bah.
Potrilho: Animal cavalar durante o período de amamentação, isto é, desde que nasce até dois anos de idade. Potranco, potreco, potranquinho.
PTG: Piquete Tradicionalista Gaúcho.
Pachola: Sujeito exibido. Nó de lenço.
Parelheiro: Cavalo preparado para a disputa de carreiras. Cavalo de corrida. (Deve provir de parelha, já que a maioria das corridas realizadas, anteriormente, no Rio Grande do Sul, eram apenas de dois cavalos).
Peão: Homem ajustado para fazer o serviço do campo: esta designação se estende até aos escravos exclusivamente ocupados no serviço das estâncias.
Pealar: Prender com o laço pelas mãos ou patas dianteiras o animal que está correndo, atirando-lhe o pealo que o lança por terra. Figuradamente, armar cilada para apanhar alguém em falta, enganar, pegar de surpresa.
Pelechar: Mudar o animal de pêlo, o que acontece, geralmente, no princípio do verão.
Pereba: Ferida de mau caráter, de crosta dura, que sai geralmente no lombo dos animais. Mazela, sarna, cicatriz. Aplica-se, também, às feridas que saem nas pessoas. Figuradamente, ponto fraco. Var.: Pereva (parece provir do tupi-guarani, perebi, mancha de sarna).
Petiço: Cavalo pequeno, curto, baixo.
Picanha: uma nota do romance Divina Pastora, se lê a seguinte explicação: "É assim chamada a parte posterior da região lombar, onde há, no gado, grande acumulação de substância gordurosa." Nota-se que o melhor assado de couro é o da picanha
Piguancha: China, chinoca, caboclinha, moça, rapariga. Mulher de vida fácil.
Porongo: Cuia. Recipiente de barro, de louça ou de madeira, usado para se tomar mate.
Prenda: Jóia, relíquia, presente de valor.
Quero-Mana: Denominação de antigo bailado campestre, espécie de fandango. Canto popular executado ao som de viola.
Qüera: Homem destemido, desabusado; pessoa valente.
Querência: (Do cast. Querencia) lugar ou paragem onde o animal assiste de ordinário ao pasto, ou onde foi criado. Lugar onde nasceu, se criou ou mora alguém, os pagos.
Querenciar: Fazer parar com gosto, fazer entreter
Relho: Chicote com cabo de madeira e açoiteira de tranças semelhantes a de laço, com um pedaço de guasca na ponta.
Reponte: Ato de tocar por diante o gado de um lugar para o outro.
Repontar: Tocar o gado por diante de um lugar para outro.
Renguear: Claudicar dos membros posteriores, coxear, caminhar arrastando uma perna. Tornar rengo um animal ou uma pessoa.
Selin: Sela própria para uso da mulher.
Sesmaria: Antiga medida agrária correspondente a três léguas quadradas, ou seja a 13.068 hectares. São 3000 por 9000 braças, ou 6.600 por 19.800 metros, ou ainda, 130.680.000 metros quadrados.
Soga: Corda feita de couro, ou de fibra vegetal, ou ainda de crina de animal, utilizada para prender o cavalo à estaca ou ao pau-de-arrasto, quando é posto a pastar. Corda de couro torcido ou trançado, que liga entre si as pedras das boleadeiras. O termo é usado também em sentido figurado.
Surungo: Arrasta pé, baile de baixa classe, caroço.
Sarandi: Terra maninha.
Tala: Nervura do centro da folha do jerivá. Chibata improvisada com a tala do jerivá ou com qualquer vara flexível.
Talagaço: Pancada com tala. Chicotaço.
Talho: Ferimento.
Tapera: Casa de campo, rancho, qualquer habitação abandonada, quase sempre em ruínas, com algumas paredes de pé e algum arvoredo velho. Diz-se da morada deserta, inabitada, triste.
Tchê: Meu, principalmente referindo-se a relações de parentesco.
Tirador: Espécie de avental de couro macio, ou pelego, que os laçadores usam pendente da cintura, do lado esquerdo, para proteger e o corpo do atrito do laço. Mesmo quando não está fazendo serviços em que utilize o laço, o homem da fronteira usa, freqüentemente, como parte da vestimenta, o seu tirador, que por vezes é de luxo, enfeitado com franjas, bolsos e coldre para revólver.
Tosa: Tosquia, toso, esquila.
Tradição Gaúcha: Vocábulos usados no plural, significando o rico acervo cultural e moral do Rio Grande do Sul no campo literário, folclórico, musical, usanças, adagiário, artesanato, esportes e atividades culturais.
Tranco: Passo largo, firme e seguro, do cavalo ou do homem.
Tramposo: Intrometido, trapaceiro, velhaco.
Trem: Sujeito inútil.
Três-Marias: Boleadeiras.
Tronqueira: Cada um dos grossos esteios colocados nas porteiras, os quais são providos de buracos em que são passadas as varas que as fecham.
Tropeiro: Condutor de tropas, de gado, de éguas, de mulas, ou de cargueiros. Pessoa que se ocupa em comprar e vender tropas de gado, de éguas ou de mulas. Peão que ajuda a conduzir a tropa, que tem por profissão ajudar a conduzir tropas. O trabalho do tropeiro é um dos mais ásperos, pois além das dificuldades normais da lida com o gado, é feito ao relento, dia e noite, com chuva, com neve, com minuano, com soalheiras inclementes, exigindo sempre dedicação integral de quem o realiza.
Trovar: conversar, prosear.
Taura: valente, arrojado, destemido, pessoa que está sempre disposta a tudo.
Tentos: Pequenas tiras de guasca presas a duas argolas existentes na parte posterior do lombilho, de um e outro lado, às quais se amarram o poncho, o laço, ou qualquer coisa que se queira conduzir à garupa.
Vareio: Susto, sova, surra, repreensão.
Vaza: Vez, oportunidade.
Vil: Covarde, desanimado, fraco.
Vivente: Pessoa, criatura, indivíduo.
Xiru: O mesmo que chiru.
Xucro: Diz-se ao animal ainda não domado, bravio, arrisco.