A quimioterapia pode danificar células saudáveis, fazendo-as secretar uma proteína que sustenta o crescimento de tumores e sua resistência a tratamentos futuros, alertou um estudo realizado nos Estados Unidos.
Os cientistas fizeram a descoberta, que consideraram completamente inesperada, enquanto procuravam explicar por que as células cancerosas são tão resilientes dentro do corpo humano, enquanto são fáceis de matar em laboratório.
Eles testaram os efeitos de um tipo de quimioterapia em tecido extraído de homens com câncer de próstata e descobriram "evidências de danos no DNA" de células saudáveis após o tratamento, escreveram no estudo publicado na edição deste domingo da revista Nature Medicine.
A quimioterapia atua inibindo a reprodução de células de rápida divisão, como as encontradas em tumores.
Os cientistas descobriram que células saudáveis danificadas por quimioterapia secretaram uma quantidade maior de uma proteína chamada WNT16B, que estimula a sobrevivência de células cancerosas.
"O aumento de WNT16B foi completamente inesperado", declarou à AFP Peter Nelson, co-autor do estudo do Instituto de Pesquisas sobre o Câncer Fred Hutchinson, em Seattle.
A proteína foi extraída de células tumorais vizinhas às células danificadas.
"Quando secretada, a WNT16B interage com células tumorais vizinhas e faz com que cresçam, invadam e, mais importante, resistam ao tratamento subsequente", afirmou Nelson.
Os tumores costumam responder bem a tratamentos contra o câncer, mas rapidamente costuma ocorrer um novo crescimento e resistência a quimioterapia subsequente.
As taxas de reprodução de células tumorais demonstram uma aceleração entre ciclos de tratamento.
"Nossos resultados indicam que as respostas aos danos nas células benignas pode contribuir diretamente para aumentar a cinética do crescimento tumoral", escreveram os pesquisadores, que disseram ter confirmado suas descobertas com tumores cancerosos de mama e ovários.
Os resultados abrem o caminho para a pesquisa de tratamentos novos e melhores, afirmou Nelson.
"Por exemplo, um anticorpo da WNT16B, inserido na quimioterapia, pode melhorar as respostas (matando mais células tumorais)", explicou em e-mail.
"Alternativamente, pode ser possível usar doses menos tóxicas de quimioterapia", acrescentou.
Sonda espacial revelou que os campos de Marte são propícios à criação de gado
O gaúcho Teodolindo, dono de vastas terras no Rincão Beverllius, depois de alcançar grande fortuna, informou que pretende fundar a primeira churrascaria e o primeiro CTG fora da Terra, mais precisamente em MARTE.
Acompanhando a sonda (que ele manipula por controle remoto da janela de sua casa) que está em busca de vestígios de vida naquele planeta , o compadre achou que aquelas terras podem ser bem produtivas para a criação de gado e a propagação de bagualismo fora do RS.
Segundo Teodolindo, os japoneses pretendem ter uma filial de uma empresa de eletrônicos na Lua, e tendo em vista a bagatela que custam os terrenos em Marte, ele resolveu mais uma vez destacar o Rio Grande do Sul em toda a Galáxia…
Teodolindo ainda resaltou :
-Imaginem a facilidade de tu estar de passeio no Espaço e ter a seu alcançe o melhor churrasco a moda gaúcha ou então ouvir aquele solo de gaita e um CTG cheio de prenda. Iríamos ter fregueses de outras galáxias e, assim seríamos reconhecidos a Anos Luz de distância pela "fumaceira" da nossa churrascaria - ressalta Teodolindo.
Um dia, um burro caiu num poço e não podia sair dali. O animal chorou fortemente durante horas, enquanto o seu dono pensava no que fazer. Finalmente, o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que já que o burro estava muito velho e que o poço estava mesmo seco, precisaria de ser tapado de alguma forma. Portanto, não valia a pena esforçar-se para tirar o burro de dentro do poço.
Chamou então os seus vizinhos para o ajudar a enterrar vivo o burro. Cada um deles pegou uma pá e começou a atirar terra para dentro do poço. O burro entendeu o que estavam a fazer e chorou desesperadamente. Até que, passado um momento, o burro pareceu ficar mais calmo. O camponês olhou para o fundo do poço e ficou surpreendido. A cada pá de terra que caía sobre ele o burro sacudia-a, dando um passo sobre esta mesma terra que caía ao chão.
Assim, em pouco tempo, todos viram como o burro conseguiu chegar até ao topo do poço, passar por cima da borda e sair dali. A vida vai atirar muita terra para cima de ti. Principalmente se já estiveres dentro de um poço. Cada um dos nossos problemas pode ser um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos buracos mais profundos se não nos dermos por vencidos. Usa a terra que te atiram para seguir em frente!
tags: burro, poço, terra, lição de vida, incentivo,
Assuntos do coração são discutidos na sociedade há muito tempo, não só por médicos e profissionais da saúde, mas também por escritores literários. Existem livros inteiros dedicados a ele e a, principalmente, o amor. Cada vez mais temos a certeza de que o coração é complexo; sem ele não podemos viver nem amar. Aproveite então para conhecer um pouco dos mistérios dessa máquina incrível da qual você depende totalmente:
10) Sex Appeal
Um estudo descobriu que ter um orgasmo pelo menos três vezes por semana corta pela metade a probabilidade de morte por doença cardíaca coronária. Além disso, o sexo pode ser uma ginástica e tanto. Estima-se que uma sessão de sexo vigoroso pode dobrar a ritmo do coração e queimar cerca de 200 calorias, ou o equivalente a uma corrida de 15 minutos. Assim, permanecer na cama pode ser exatamente o que o médico pediu.
9) Coração feminino
Durante décadas, doenças cardíacas e ataques do coração foram vistos como uma doença do homem, mas isso está longe da verdade. Doenças do coração matam 500 mil mulheres norte-americanas a cada ano, contra 50 mil homens. Outra diferença entre os sexos: mulheres não tendem a ter um ataque cardíaco padrão hollywoodiano em que a dor no peito lhe faz cair ao chão. Em vez disso, as mulheres relataram aperto, dor ou pressão no coração, além de outros sintomas como náuseas, dores nas costas e na mandíbula.
8 ) Remendo no coração
Um coração partido pode ser doloroso o suficiente para lhe fazer desejar um kit de reparação. Essa opção pode se tornar realidade um dia. Cientistas estão estudando a salamandra vermelha manchada para desenvolver terapias celulares para seres humanos com corações fisicamente danificados. Este anfíbio pode “renascer” suas células, como se elas fossem células-tronco, a fim de construir um novo músculo para o coração. Em outro estudo, cientistas projetaram um coração que bate a partir de células-tronco embrionárias em laboratório.
7) De coração para coração
Um olhar aparentemente tímido de um cachorro ou uma carícia de seu gato pode fazer você imaginar se seu animal de estimação pode se comunicar com você. Um estudo recente adiciona os cavalos na lista de animais sensíveis emocionalmente. Uma cientista verificou que o ritmo do coração de um cavalo reflete os seres humanos que os tocam. O detector de emoção do cavalo poderá um dia substituir os métodos utilizados para mensurar hormônios do stress em pacientes.
6) Coração grande
Algumas pessoas realmente têm corações maiores do que outros – e não tem nada a ver com o ditado “em coração de mãe sempre cabe mais um”. Ao invés de ser um sinal de afeto, o coração dilatado pode indicar doença cardíaca. O tipo mais comum, chamada cardiomiopatia dilatada, ocorre quando as câmaras do coração estendem e ampliam. A doença pode privar os órgãos do corpo de sangue suficiente. Se não for tratado, um coração grande pode levar à insuficiência cardíaca.
5) Rir faz bem pro coração
Uma gargalhada do tipo que lhe faz escorrer lágrimas pode fazer com que o revestimento das paredes dos seus vasos sanguíneos, chamado endotélio, relaxe, aumentando o fluxo de sangue por até 45 minutos após o ataque de riso. Porém, danos ao endotélio podem levar ao estreitamento dos vasos sanguíneos e, eventualmente, doenças cardiovasculares. Isso não é motivo para rir.
4) Bebida para o coração
Um copo de Merlot pode ir direto ao coração, segundo pesquisas. E isso também vale para a variedade branca. Os cientistas atribuem benefícios ao coração à pele da uva, repleta de certos antioxidantes. Desde que é a pele arroxeada que é removida para fazer Chardonnays, muitos cientistas assumiram que o vinho branco provavelmente não faria qualquer bom ao coração, mas um experimento com ratos de laboratório mostrou que a polpa de uva esconde compostos cardio protetores que rivalizam com os encontrados em vinhos tintos. Tinto ou branco? Basta seguir seu coração.
3) Poderosa bomba
Em menos de um minuto, seu coração pode bombear sangue para todas as células do seu corpo. E ao longo de um dia, cerca de 100.000 batimentos cardíacos bombeiam 2.000 litros de sangue rico em oxigênio, muitas vezes através de cerca de 96 mil quilômetros de ramificação de vasos sanguíneos que ligam as células dos nossos órgãos e partes do corpo. Trabalho pesado para um músculo do tamanho de um punho, não?
2) Coração partido
Segundo uma pesquisa, um rompimento com alguém querido ou a notícia de uma morte na família pode, literalmente, levar a corações partidos, sob a forma de maior risco de ataque cardíaco. Esse trauma também pode desencadear a liberação de hormônios do estresse na corrente sanguínea que temporariamente atordoam o coração. Os sintomas resultantes imitam aqueles de um ataque cardíaco – dores no peito e falta de ar – mas deste tipo de dores no coração você pode se recuperar em alguns dias.
1) Sinal de amor
Pesando cerca de 283 gramas, o músculo cheio de sangue chamado de coração se tornou o símbolo universal do amor. Os gregos acreditavam que o coração era a sede do espírito; os chineses o associaram ao centro de felicidade e os egípcios acreditavam que as emoções e o intelecto surgiram a partir do coração. Ninguém sabe ao certo a origem exata da associação do coração ao amor, no entanto. Uma ideia é que o coração tenha adquirido sua marca de “amor” na antiga cidade grega de Cirene, na Líbia. A colônia era conhecida por uma planta chamada Silphium, com casca de semente em forma de coração. A Silphium tinha propriedades medicinais, e possivelmente também foi utilizada como um contraceptivo de ervas. [LiveScience]
1. Não cuide de seu trabalho antes de tudo.. As necessidades pessoais e familiares são prioritárias.
2. Não trabalhe aos sábados o dia inteiroe, de maneira nenhuma, trabalhe aos domingos.
3. Não permaneça no escritório à noitee não leve trabalho para casa e/ou trabalhe até tarde.
4. Ao invés de dizer "sim"a tudo que lhe solicitarem, aprenda a dizer "não".
5. Não procure fazer parte de todas as comissões, comitês, diretorias, conselhos e nem aceite todos os convites para conferências, seminários, encontros, reuniões, simpósios etc.
6. Se dê ao luxo de um café da manhãou de uma refeição tranquila. Não aproveite o horário das refeições para fechar negócios ou fazer reuniões importantes.
7. Pratique esportes. Faça ginástica, natação, caminhe, pesque, jogue bola ou tênis.
8. Tire férias sempre que puder, você precisa disso. Lembre-se que você não é de ferro.
9. Não centralize todo o trabalho em você, não é preciso controlar e examinar tudo para ver se está dando certo... Aprenda a delegar.
10. Se sentir que está perdendo o ritmo, o fôlego e pintar aquela dor de estômago, não tome logo remédios, estimulantes, energéticos e antiácidos. Procure um médico.
11. Não tome calmantes e sedativos de todos os tipos para dormir. Apesar deles agirem rápido e serem baratos, o uso contínuo fazem mal à saúde.
12. E por último,o mais importante: permita-se a ter momentos de oração, meditação, audição de uma boa música e reflexão sobre sua vida. Isto não é só para crédulos e tolos sensíveis; faz bem à vida e à saúde.
Atenção: Não confundir com Zé Merenda o deputado ficha suja, que de herói não tem nada. Tem de sem-vergonha e ladrão. Zé Merenda, O tropeiro, este sim é um super herói brasileiro!!
Conheça brasileiros que dão orgulho a todos nós: gente que acredita que lugar de criança é dentro da escola. Em um Brasil sem estradas, luz ou telefone, a esperança vem no lombo de um burro, na tropa do Zé Merenda.
Um tropeiro analfabeto é o herói da educação no interior de Goiás, aplaudido aonde quer que vá e amado por alunos e pais. “Bom demais! Vamos encher a barriga”, comemora uma família.
Mas a história de Zé Merenda começa bem longe. A hora da merenda é a melhor do dia. É fácil entender o porquê. “Eu não como antes de vir para a escola”, diz um menino.
Para muitas das crianças será a única refeição do dia. “Eles só vêm para comer a merenda mesmo”, comenta a secretária da escola, Ana Cristina Andrade.
“Terça-feira tem galinhada, quarta-feira, sopa de legumes e quinta-feira, canjica com coco”, anuncia a merendeira.
Com as tigelas raspadas, a sensação é de que foi muito pouco.
“Cada aluno tem direito a uma gramagem: 30 gramas ou 40 gramas, dependendo do que for servido”, afirma a professora Monique Gomes da Silva.
O dinheiro vem contadinho do Ministério da Educação: R$ 0,22 por aluno por dia. A lei diz que o município tem de completar a verba federal.
“Tem um valor lá que ela complementa, só que ainda não é suficiente para ficar uma coisa, assim, bem gostosa, uma merenda de maior qualidade”, reconhece Jaci Dias da Cunha, secretário de Educação de Cavalcante (GO), um dos municípios mais pobres do Brasil.
O índice de analfabetismo de Cavalcante ainda é muito grande. “Ele está ainda em torno de 40%”, informa o secretário de Educação.
Apesar disso, a prefeitura garante que 100% das crianças estão na escola por causa da merenda. Cavalcante, no nordeste de Goiás, fica a 320 quilômetros de Brasília e tem uma área maior do que a do Distrito Federal. Das 47 escolas municipais, 41 estão espalhadas pela zona rural de seu imenso território.
A funcionária pública Maria Evangelha da Silva é a coordenadora da merenda escolar. Ela cuida pessoalmente de cada um dos sacos que vão abastecer as escolas rurais.
“Tem arroz, feijão, açúcar e macarrão. Um saco dá, em média, para 20 dias. De 20 em 20 dias, a gente tem que estar levando”, diz a funcionária.
A equipe da Secretaria de Educação segue para a região Kalunga, onde vivem os descendentes dos escravos fugidos de Goiás. Para percorrer 50 quilômetros, levam-se quase cinco horas.
Já é noite quando não há mais estrada, e a caminhonete tem de entrar no cerrado. De um determinado ponto em diante, carro nenhum passa. O tropeiro José Pereira das Virgens já estava esperando a equipe de reportagem do Fantástico. É ele quem entrega a merenda para as crianças.
“Faço isso tem uns cinco anos já. As crianças estão alegres. Elas querem ver a merenda chegar. Aí já me apelidaram de Zé Merenda”, comenta, rindo, o tropeiro.
Nem bem amanhece e Zé Merenda já está acomodando os mantimentos nas bruacas de couro, ou então amarrando saco com saco no lombo dos burros. Zé sabe que as crianças aguardam a merenda com ansiedade.
“Às vezes, eles saem em horas que não tem comida para eles, e quando chegam na escola estão com fome já. Chega o recreio, eles vão e pegam um lanchezinho e aí eles se sentem mais fortes. Não estando chovendo, não tendo cheia de rio, com três dias dá para fazer o trabalho. O tempo hoje está meio esquisito. Está perigando dar uma chuvinha mais tarde”, comenta o tropeiro.
Foi só falar... Zé Merenda decide adiar a saída para esperar a chuva passar. “Eu já carreguei coisa molhada. Quando chega lá, tem trem que não presta mais”, lamenta. A chuva demora. Zé Merenda fica ansioso. “Fico preocupado. Eu fico pensando que atrasou e não chegou no dia certo”, conta.
No primeiro estio, a tropa parte para a viagem, mas o rio está cheio e é preciso esperar. “Não passa”, diz. Uma hora depois, o rio baixou o suficiente para a tropa passar. A saga da merenda entra em sua etapa mais difícil.
É um Brasil sem estradas, sem eletricidade, sem telefone e quase sem contato com o resto do país. A única ligação com o mundo é a tropa do Zé Merenda. É ela quem traz notícias, remédios, mercadorias e, claro, a merenda, o principal argumento para manter na escola as crianças da região mais pobre do estado de Goiás.
Vão de Almas é um vale imenso nas bordas do Planalto Central. Trilhas estreitas abertas há séculos por escravos e bandeirantes são o caminho da tropa. As escolas ficam a até meio dia de distância uma da outra. Os próprios professores ajudam a descarregar. Tudo vai ficar mais fácil. Em uma escola, as aulas estavam suspensas desde o dia em que a merenda acabou.
“Eu tenho 22 alunos. Desses, para falar a verdade, acho que quase todos eles saem de casa sem comer nada. Tem uns que caminham até uma hora e meia para chegar à escola. A fome dói”, conta a professora Marisa Silva.
Marcelo da Cunha, de 12 anos, e Daniel da Cunha, de 11, cumprem o mesmo percurso todos os dias: uma hora de caminhada e uma travessia que coleciona histórias assustadoras.
“Foi um dia aí que quase que uma prima de nós morreu aqui afogada. Saiu bem ali num pé de pau”, lembra Marcelo da Cunha, de 12 anos.
Os meninos atravessam pinçando o leito pedregoso do rio. São idas e vindas o dia inteiro. “Quando chove demais, nós não vamos”, diz um grupo de meninas. As crianças tomam as precauções de rotina. “Eu boto o livro no plástico para não molhar. Já venho prevenido”, diz Daniel. A dificuldade de acesso é tamanha que muitas dessas crianças jamais saíram do Vão de Almas. No máximo, foram à estrada mais próxima. “Dizem que o povo, quando vê um carro, se assusta. Tem muitas pessoas aqui que ainda ficam assustadas”, comenta Zé Merenda.
A professora Nira Pereira dos Santos tinha 12 anos quando viu um carro pela primeira vez. “Eu ficava pensando assim: ‘Mas como que a gente faz para entrar?’”, conta.
Hoje, aos 22 anos, Nira se lembra da sensação inesquecível daquela primeira carona de automóvel. “Eu ficava olhando assim, como ia passando, aquelas matas ficando para trás”, diz.
Mas a janela do mundo Nira só abriu quando aprendeu a ler. “Tinha um livro de Monteiro Lobato que era tão bom. Eu pegava porque ele contava tanto assim da vida das pessoas”, destaca.
Então, Nira foi ser professora. Ela sai cedo todo dia e caminha uma hora no sol. Carregando a barriga de oito meses de gravidez, Nira atravessa o rio para chegar à choupana onde ela e outro professor tentam fazer funcionar uma escola.
“Às vezes, chega a atrapalhar devido ao tom de voz, os alunos e tudo o mais. É muito próximo mesmo”, comenta o professor Reginaldo Silva.
A escola tem carteiras sem assento, um quadro retalhado e o pior: hora do lanche sem lanche.
“Eles chegam aqui sem tomar nada de café, não tomam leite. O aluno não tem como aprender”, afirma Nira.
Mas hoje haverá uma surpresa do Zé Merenda. Ele esteve ontem no colégio. Hoje vai ter merenda. O arroz doce já está fumegando no fogão.
“Nós estávamos meio perdidas dos preparos, mas agora já deu”, confessa a cozinheira.
As mãos são bem lavadas numa bacia d’água. Crianças, afoitas, ficam amontoadas na janela da cozinha. A merenda volta a ser a garantia da frequência escolar em Vão de Almas.
“Trazendo a merenda até eles, a gente sabe que eles vão ter uma aprendizagem melhor e um aproveitamento melhor”, acredita a funcionária pública Maria Evangelha da Silva.
Nenhuma distância é demasiada, nenhuma dificuldade é grande o suficiente quando o Estado quer agir.
“O Estado somos nós: sou eu, os professores, acho que são todos os funcionários que se responsabilizam e que arcam com suas funções. É cada um fazendo a sua parte para que isso aconteça”, define.
Uma funcionária idealista, uma professora sonhadora, um tropeiro brincalhão. Ao amparar as crianças pobres dos grotões de Goiás, os professores de Cavalcante e a tropa do Zé Merenda estão redimindo o Brasil. tags: super-herói, herói, brasileiro, tropeiro, goiás, verdadeiro,
Só de "Evidências", foram ao menos 130 regravações, de Chitãozinho & Xororó a Ray Conniff. E algumas das mais de 300 composições de José Augusto volta e meia tornam a embalar um novo casal apaixonado de novela. Desta vez, "Estória de nós dois" é tema de Tufão (Murilo Benício) e Monalisa (Heloísa Périssé), em "Avenida Brasil". Com quase 60 anos de idade e 40 de carreira, ele tem uma explicação, simples, para sua música estar sempre em voga: "É que o amor não cai em desuso". Agora, aguenta, coração...
Desde 2008, você não lançava um disco. O que costuma fazer nesse tempo em que fica afastado da mídia?
Esses intervalos são só para a televisão. Porque todo fim de semana tem show. Então, estou sempre trabalhando. Se não aqui, fora do Brasil. De 2005 a 2008, por exemplo, morei em Miami, aproveitando a minha carreira internacional.
São períodos de reciclagem para você?
Vou te falar: eu gosto! Teve uma época, de 1983 a 1994, mais ou menos, em que eu não podia ir a lugar algum, porque fazia muita TV e era um assédio exagerado. Então, com o tempo, fui fazendo divulgação dos trabalhos com mais cuidado. Confesso que não quero mais viver aquela loucura. Gosto de ir a barzinhos, ao cinema, de andar na rua, ver pessoas. Agora está tão bacana... Viajo, faço meus shows, não parei de trabalhar, mesmo que não apareça na TV.
Mas ainda o reconhecem?
Sim, claro. Mas aquilo de entrar num shopping pra fazer compras e não conseguir, não tem mais. Não é que eu esteja renegando a fama. É legal, lutei por isso. Só que tem uma hora em que você quer viver sua família, estar com seus filhos, sua mulher, seus pais...
Você passou incólume por várias eras da música brasileira: do rock, do pagode, do sertanejo... A que atribui essa força?
É que o amor não cai em desuso. E minhas músicas têm conteúdo; por isso não passam, ficam. Gosto de saber que as modas vêm e vão e, hoje, com 58 anos de idade, olho para trás e vejo uma história sólida, de quatro décadas de carreira. Tenho orgulho de tudo o que fiz! Recebo muita gente no camarim contando que namorou ou se casou com uma canção minha ao fundo...
Suas músicas traduzem também as suas histórias de amor?
Talvez uma só, "Sábado". Numa época em que eu viajava muito, reclamava a ausência da minha família, pensava em quantos sábados eu ia passar longe deles. A inspiração foi essa, pessoal, e depois eu e Paulo Sérgio Valle adaptamos a música para uma temática mais romântica.
Você está casado?
Estou namorando...
O assédio das mulheres ainda é grande?
Mais ou menos... Elas não me rasgam mais, mas ainda me deixam sem graça com propostas indecentes.
Tipo o quê?
Ah, deixa isso pra lá...
Qual a maior loucura de amor que já fez na vida?
Me casar duas vezes. E continuar tentando...
É romântico?
Muito! Todo mundo espera encontrar sua alma gêmea, sua metade da laranja. Já chorei por amor, todo mundo chora. Mas as pessoas querem é ser amadas, ser felizes. É pra isso que a gente está aqui.
E vaidoso?
Já fui mais... Hoje em dia estou um pouquinho relaxado. Estou desesperado com a história da calvície, tentado a fazer implante, mas não sei.
Já fez plástica?
Fiz correção de desvio de septo, que acabou virando plástica. O médico perguntou: "Você quer continuar com esse narigão ou...". E aí eu respondi: "Já que o senhor falou com tanta delicadeza, acho melhor mudar, né?" (risos). E foi assim. Mas, para corrigir rugas, nunca fiz e acho que nem vou fazer. Não há nada em que uma boa maquiagem não dê jeito.
Acha que ficou mais bonito com o passar dos anos?
Me acho melhor hoje. Quando assisto ao "Globo de ouro" no canal Viva, acho estranhão.
Você também tem assistido à reprise de "Barriga de aluguel"?
Às vezes, às 3h30m da madrugada... Em todo lugar que vou, falam da novela ou do "Globo de ouro", impressionante!
Bate nostalgia?
Nostalgia, não. Mas lembro de coisas bacanas daquela época... Quando estreou "Barriga de aluguel", eu tinha um show em Vitória (ES), naquela semana. "Aguenta coração", a música de abertura da novela, não estava no roteiro, e resolvi colocar. Acredita que a multidão cantou a música em coro? Só tinha quatro dias no ar!
Novela divulga música melhor que rádio?
É... Quando você toca em novela é uma coisa de louco. Bastam 30 segundos na TV e, no dia seguinte, está todo mundo comentando, procurando saber. Está sendo assim com "Estória de nós dois", em "Avenida Brasil". Essa deve ser minha 15 trilha sonora, só na Globo.
Você acompanha "Avenida Brasil"?
Ah, é legal demais! Não é porque minha música está ali, não. Gosto do autor (João Emanuel Carneiro), desde "A favorita" (2008). E torço para que Tufão (Murilo Benício) se envolva cada vez mais com Monalisa (Heloísa Périssé). Quanto mais juntos, mais a música vai tocar (risos).
Como "Estória de nós dois" foi parar no horário nobre?
Eu já tinha terminado de gravar o novo DVD, "Na estrada", e recebi um telefonema de alguém da produção, me pedindo para ouvir a composição do Sullivan, que era bonita. Resolvi gravar, e veio a notícia de que entraria mesmo na novela. E aí virou clipe bônus no DVD.
Nesses quase 40 anos de carreira, teve alguma vez em que o coração quase não aguentou?
Teve! Algumas vezes... Quando cantei com a Dionne Warwick e com o Roberto Carlos, por exemplo. Foi emoção demais... Ela canta muito, né? E ele... quando cantei com ele no Maracanãzinho, achei que fosse encontrar um Rei. Mas não. Estive com um cara simples, que me ofereceu bala Halls e me recebeu super bem no palco dele. Muito mais que um ídolo, Roberto é o cara!
E qual foi o pior momento?
Foi em 1994, quando me separei, tive um problema sério na voz e logo depois perdi meu pai. Não sabia se estava separado, doente ou órfão. E foi uma reclusão. Bateu a depressão, fui a psicólogo, psiquiatra... Tomei remédio por um tempo, fora os anti-inflamatórios, por causa da voz. Foi o pior momento da minha vida. Envolveu o lado pessoal, o profissional e o emotivo. Pirei!
E hoje, como está a vida?
Boa! Canto por prazer... Faço uma média de dez, 12 shows por mês, e está ótimo assim. Quero ter sábado, domingo, ficar em casa sem fazer nada. Trabalhei a vida toda, caramba! Deixa eu ficar na minha um pouquinho (risos)...