Argentino faz crítica pesada ao brasileiro, garante que não vai demorar a treinar o Boca e defende Tevez chamando o técnico do City de mimado
A vitória do Al Wasl por 1 a 0 sobre o Baniyas, nesta quinta-feira, parece ter animado o técnico Diego Maradona. Já eram 2h da madrugada quando o argentino atendeu o telefone e participou de uma entrevista de 25 minutos para a rádio "La Red". O ex-jogador evitou polêmicas, mas abriu uma exceção: quando resolveu falar sobre Pelé.
- Ele tem que falar mal de alguém para que lhe paguem dinheiro. Que volte para o museu ou que lhe deem a pílula certa. Se é um bonequinho de torta (gíria argentina para uma pessoa excessivamente correta) é apenas nas premiações. Ele não trabalha há 20 anos e quando quer ser político, te acerta um chute na bunda que você vai parar na Fifa. Eu, para isso, prefiro tomar uma cerveja com Ronaldo - disparou.
Diego Armando Maradona é a atração principal dos jogos do Al Wasl (Foto: AFP) Maradona voltou a falar sobre o sonho de comandar o Boca Juniors e se depender de sua vontade, o desejo não vai demorar a ser concretizado.
- Creio que quando acabar isso tudo, eu vou dirigir o Boca. Quando passar isso de Dubai, quando terminar o amor por Falcioni (atual técnico do Boca) e quando saírem os dirigentes que não entendem absolutamente nada de futebol - garantiu.
Maradona acredita que ainda não tenha treinado uma equipe argentina porque os dirigentes do futebol não permitem. Com esse argumento, o ídolo argentino justifica sua ida para os Emirados Árabes.
- Na Argentina fecharam-me as portas de uma maneira incrível, mas isso não é novidade. Eu sabia há muito tempo que o que não se dá bem com os dirigentes ou presidentes, não entra nos clubes. Todos sabem e fingem que são idiotas. Por isso digo que sou um exilado esportivo. Minha ideia é ganhar meu pão, meu dinheiro onde me queiram - desabafou.
Maradona e Tevez trabalharam juntos até a Copa de 2010 (Foto: Reuters) O atacante Carlitos Tevez, que está afastado do Manchester City por ter se recusado a entrar em uma partida da Liga dos Campeões no ano passado, foi defendido por Maradona, que se diz amigo do ténico Roberto Mancini. De acordo com o argentino, faltou sensibilidade ao treinador italiano para conduzir o problema.
- É claro que isso me dói pelo que conheço dele (Tevez) como garoto e como pessoa. O conheço muito bem como jogador. Perder isso por causa de uma briga idiota com um técnico, me parece que há uma injustiça muito grande. Conheço muito bem Mancini, demasiadamente bem. Mancini foi o garoto mimado do Sampdoria e depois o garoto mimado do Inter (clube que treinou entre 2004 e 2008). Hoje é do City. Há que ter tato com o jogador e saber em que momento colocar uma figura como Carlitos ou não. O problema é que se sai Carlitos eles compram outro. Se tiram Carlitos Tevez, compram Dzeko ou Silva - concluiu.
Agüero, atacante do City e genro de Maradona, não consegue firmar-se como titular da equipe inglesa. A explicação do "Pibe" é a de que todos na time são jogadores valorizados.
- O Kum faz a diferença, mas numa equipe em que o jogador que menos custa, custa 40 notas verdes... saber quanto custa o último reserva do Manchester City te dá calafrios - brincou.
Djokovic e Maradona brincam após o duelo em quadra (Foto: Divulgação / Site Oficial) O eterno camisa 10 costuma receber visitas ilustres em Dubai como o lateral Roberto Carlos, o atacante Van Persie, do Arsenal, e o tenista Novak Djokovic, atual número 1 do mundo. O encontro rendeu uma partida de tênis e brincadeiras.
- Acertei um golpe de slice e ele fez "ooo...". É um garoto excepcional, um cara muito tranquilo, que nada tem a ver com os famosos. Como jogador de futebol é um tenista fenomenal. Passamos quatro horas falando de futebol, de tênis, de Kusturika (diretor sérvio que é amigo de Maradona e fez um documentário sobre sua vida) e pude conhecê-lo mais profundamente como garoto - explicou.
fonte: globo.com