sábado, 14 de julho de 2012

Você sabia que Bambam é filho adotivo de Barney e Betty Rubble?

Confesso que não sabia que Bambam Rubble é o filho adotivo de Barney e Betty, conforme mostrado em episódio da série. Ele foi deixado à porta da casa dos Rubbles logo após o nascimento de Pedrita. Conhecido por sua força descomunal, ele ama pedrita desde a infância.






Criado na década de 60, pela dupla Hanna-Barbera este desenho animado passa-se na idade da pedra. Flintstones e seus amigos, moram na cidade de Bedrock, uma cidade com 25.000 habitantes, no ano 1.040.000 a.C. Este desenho animado já foi visto por mais de 300 milhões de telespectadores em oitenta países, e foi produzido em 22 idiomas. Com certeza para quem hoje tem mais de 35 anos, será fácil lembrar dos episódios engraçados onde Fred Flinstones metia-se em grandes encrencas com o seu fiel amigo Barney. Saudades daqueles tempos!



Os personagens:
Fred Flintstone: Ganha a vida como operador de dinossauro da Slaterock Gravel Company, é casado com Wilma e pai de Pedrita, sendo exímio jogador de boliche e membro da confraria dos Búfalos d´água. Seu prato preferido é Brontossaurobúrguer (ou Brontoburguer) com Cactus-Cola e também Costeletas de Brontossauro alem disso sempre entra em confusão.Seu famoso bordão é yabadabadoo.




Wilma Flintstone: Ganha a vida como uma exímia dona-de-casa, casada com Fred e mãe de Pedrita e sua melhor amiga de Betty Rubble e quando pensa em trabalhar fora lá vem o Fred para brigar. Na serie animada tem origem na classe operária assim como Fred, no filme Viva Rock Vegas é de família rica.





Barney Rubble: Melhor amigo de Fred mas sempre acabam brigando, é casado com Betty e pai adotivo de Bambam. Se Fred faz alguma trapalhada, sem sombra de dúvida, Barney estará junto, seja querendo ou contra a sua vontade pois Fred obriga ele a fazer coisas que ele não quer fazer. Ainda quando o personagem tem uma boa idéia, Fred a toma para sí. É chamado de nanico por Fred.






Betty Rubble. O nome de solteira de Betty é Betty McBricker. Esposa de Barney, é mãe adotiva de Bambam. Vizinha de Wilma Flintstone, sua melhor amiga, sempre acabam tirando Fred e Barney das enrascadas e confusões em que se meteram e sempre está com Vilma, mas tem um senso crítico mais apurado que seu ingênuo marido em relação a Fred.




Pedrita Flintstone: Filha de Fred e Wilma, e quando cresce casa com Bambam Rubble.



Bambam Rubble: Filho adotivo de Barney e Betty conforme mostrado em episódio da série, foi deixado à porta da casa dos Rubbles logo após o nascimento de Pedrita, conhecido por sua força descomunal, ele ama pedrita desde da infância





A sogra de Fred: A mãe de Wilma a visita freqüentemente trazendo aborrecimentos constantes a Fred, dando continuidade ao eterno, universal e engraçadissimo conflito entre sogra e genro.
Senhor Pedregulho: Patrão de Fred na pedreira onde trabalha
Dino: o mascote de Fred sempre lambe seu dono quando ele chega do trabalho.




Hoppy: o mascote dos Rubbles, trata-se de um “cangurussauro”. No primeiro episódio em que apareceu foi confundido com um rato gigante por Fred na garagem dos Rubbles. A confusão de um canguru com um rato de tamanho descomunal também ocorreu em outro desenho famoso de Hanna Barbera, com o personagem Silvester(Frajola), um rato e um filhote de canguru.



tags: dino,fred,bety,barney,wilma,flingstone,desenho animado, filho adotivo,tempo da pedra,

Morre filho de Sylvestre Stallone


A morte do filho Sage na sexta-feira teria "arrasado" o astro de Hollywood Sylvester Stallone, segundo comunicado divulgado por sua assessoria.

O também ator Sage Stallone morreu na sexta-feira aos 36 anos, sob suspeita de possível overdose de medicamentos, de acordo com notícias na imprensa americana.

"Sylvester Stallone está arrasado e de luto pela morte súbita de seu filho, Sage Stallone... A sua perda será sentida para sempre", diz a nota da assessora Michelle Bega.

"A sua compaixão e pensamentos estão com a mãe de Sage, Sasha. Sage era um jovem maravilhoso e muito talentoso."

Sasha Czack foi a primeira esposa de Sylvester Stallone.

Sage foi encontrado morto em seu apartamento em Studio City, nos arredores de Hollywood.

O filho de Stallone foi atestado morto ainda no local, e não foram encontradas marcas de violência ou traumas. Um médico legista afirmou ainda que não há sinais de uma nota de suicídio.

Sage Stallone estrelou Rocky V ao lado do pai quando tinha 14 anos.

Frascos de medicamentos

Os investigadores encontraram frascos de medicamentos no apartamento, mas o conteúdo não foi divulgado. O médico-legista-chefe-assistente Ed Winter afirmou que ainda não se sabe se os remédios tiveram influência no óbito.

O corpo de Sage Stallone será autopsiado nos próximos dias, mas o resultado do exame só deve ser divulgado dentro de algumas semanas, após testes toxicológicos, segundo informações de Winter para a agência de notícias Associated Press.

Sylvester Stallone e Sage Stallone, ainda criança, no set de gravações do filme "Rocky V", em 1990 (Foto: Courtesy MGM/UA/Reuters)

O website TMZ afirmou que fontes anônimas disseram que Sage Stallone teria morrido de overdose de medicamentos, e que as autoridades estariam tentando descobrir se foi intencional ou acidental.

O advogado de Sage Stallone, George Braunstein, afirmou que o corpo foi encontrado por um empregado.

"Ele estava de bom humor, trabalhando e com vários tipos de projetos. Estava planejando o casamento. Era um cara extremamente amoroso e maravilhoso. É uma tragédia", afirmou Braunstein ao jornal americano New York Post.

Sage Stallone participou de diversos filmes depois de sua estreia como filho de Stallone nas telonas em Rocky V, em 1990. Ele também atuou ao lado do pai seis anos depois, na fita Daylight.



tags: morte, stallone, morre filho, rocky 5, overdose

fonte: http://www.fofocandoblog.com/

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Curiosidades sobre Ozzy Osbourne






Ozzy OsbourneJohn Osbourne nasceu a 3 de dezembro de 1948 em Birminghan, Inglaterra. Aos 20 anos montou a sua primeira banda, Earth, a início baseada em repertório de blues. Ao descobrir que o nome Earth já pertencia a uma outra banda adotaram o nome Black Sabbath de uma das composições de Ozzy. As letras e melodias sombrias de Ozzy e sua performance elétrica marcaram a banda nos seus primeiros oito álbuns, fase mais clássica e que fez com que o Black Sabbath fosse considerado até hoje o maior expoente entre os pioneiros do heavy metal.
Em 1979 Ozzy abandonou o Black Sabbath para seguir carreira solo, em virtude de desentendimentos com os outros integrantes (na verdade Ozzy foi praticamente despedido por Tonny Iommi em virtude dos problemas constantes com drogas e álcool). A esposa e empresária Sharon Arden foi responsável por sua recuperação.







Para acompanha-lo na nova fase da carreira convocou Randy Rhoads (antigo guitarrista da banda Quiet Riot), que logo se tornaria um dos maiores guitar heroes da história ao lado do lendário vocalista do Black Sabbath. Durante os testes para escolha do guitarrista a má impressão inicial passada pelo garoto franzino e tímido só durou até que ele mostrasse sua música. Com Randy Rhoads Ozzy gravou Blizzard Of Oz e Diary Of A Madman.


ozzy

Em 1982 Rhoads morreu em um desastre de avião, uma perda insubstituível. Em meio a constantes trocas de agressão pela imprensa entre Ozzy e sua antiga banda (que agora se apresentava com Ronnie James Dio nos vocais) foi gravado Talk Of The Devil (ou Speak Of The Devil, como foi lançado nos Estados Unidos), um álbum ao vivo contendo apenas músicas da época de ouro do Black Sabbath (todas de autoria de Ozzy). Posteriormente Ozzy lançaria um novo álbum ao vivo, Tribute, em homenagem ao companheiro Randy Rhoads, este contendo composições de sua carreira solo.
Com Jake E. Lee assumindo o cargo de guitarrista (e posteriormente Zakk Wilde), Ozzy continuou lançado álbuns, apesar dos constantes problemas com bebidas.






À imagem satânica reforçada por maquiagem e efeitos de palco se somava a grande repercussão por parte da imprensa sensacionalista da famosa mordida na cabeça de um morcego. O caso realmente ocorreu, em um show ao vivo, mas Ozyy pensava se tratar apenas de um morcego de plástico jogado ao palco por um fã. Só percebeu que se tratava de um animal de verdade tarde demais (o que o levou a ter de tomar injeções anti-rábicas, ter choques anafiláticos e cancelar dezenas de shows por problemas de saúde gerados pela vacina). Em uma outra oportunidade arrancou com os dentes as cabeças de duas pombas brancas que executivos da gravadora insistiam que ele soltasse após uma assinatura de contrato. Obviamente não havia muita intenção em diminuir a repercussão de tais fatos, visto que era marketing eficiente e barato.






tags: ozzy, rock, metal, curiosidade,

Tattos em homenagem a banda Iron Maiden

Postei uma série de tattoos mas confeço que as que mais curto mesmo serão as próximas, se curtirem também, comentem:






























tags: tatto, tatuagem, iron maiden, rock, rock'nroll, fanatismo, musica

Entrevista de Raul Seixas a revista Superinteressante


Autoproclamado o “primeiro artista de iê-iê-iê pós-romântico”, Raul Seixas cravou a desilusão da nossa classe média nas paradas com um dos maiores hits de 1973, a balada folk “Ouro de Tolo”. O sucesso transformou o produtor meticuloso em um ídolo pop, dali em guru/filósofo e dali em um mito do rock nacional. Para muito além das lendas, conheça o que realmente se passava na cabeça de Raulzito em três entrevistas históricas, em três momentos diferentes de sua carreira
Quando ganhou as rádios com “Ouro de Tolo”, vendendo 60 mil singles em poucos dias, Raul Seixas já podia se considerar um veterano.
Aos 27 anos (três a menos do que Celly Campello, por exemplo), o baiano de Salvador já tentava a sorte no Rio de Janeiro havia meia década. Apadrinhado por Jerry Adriani, Raul chegou com sua banda soteropolitana de iê-iê-iê (Raulzito & Os Panteras), um explosivo fracasso surgido quando ninguém mais queria saber de jovem guarda. Aceitou um convite para trabalhar como produtor na CBS, onde compôs e coordenou discos de gente tão diversa quanto Trio Ternura, Renato & Seus Blue Caps, Tony & Frankie, Leno e outros.
Por força do trabalho, descobriu o capixaba Sérgio Sampaio. “Acreditei tanto nesse cara que ele me convenceu a voltar a ser artista”, diria anos depois. Durante uma viagem da cúpula da CBS, Raul aproveitou os estúdios da casa e registrou um disco absolutamente caótico chamado Sociedade da Grã-Ordem Kavernita Apresenta: Sessão das Dez, gravado ao lado de Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. Acabou demitido.
Em 1972, sem nada a perder, inscreveu-se no VII Festival Internacional da Canção com um curto-circuito entre baião e rock chamado “Let Me Sing, Let Me Sing”, que defendeu vestido de couro preto, como o Elvis de 1968. Rapidamente, foi contratado pela central de malucos que era a gravadora Philips. Raul já sabia tudo de estúdio, já sabia como manipular o gosto médio brasileiro e como provocar o público.
“Ouro de Tolo”, balada triste à moda de “Sentado à Beira do Caminho” e “Detalhes” (hits recentes de Roberto e Erasmo), com uma letra verborrágica à moda de Bob Dylan, era um sucesso esperado.
Antes do single, Raul já chamara a atenção ao aparecer no Programa Silvio Santos falando sobre discos voadores. Depois, saiu com seu parceiro, o letrista Paulo Coelho, pelo centro do Rio de Janeiro, cantando “Ouro de Tolo” 40 vezes, cercado por uma multidão de curiosos. E ainda topou trocar o “Corcel 73” da letra original por “carrão 73”, porque a Globo não queria fazer “propaganda gratuita” da Ford.


Assim, não espantou o sucesso da canção, nem que seu primeiro álbum-solo, Krig-Ha, Bandolo!, lançado em julho de 1973, tenha sido um hit nacional, emplacando outros clássicos como “Mosca na Sopa”, “Al Capone” e “Metamorfose Ambulante”, além de divulgar a imagem do cantor como ícone popular. A entrevista a seguir foi realizada no auge desse sucesso inicial e publicada em novembro de 1973 na revista Pop.
Como você define sua música?
Minha música é vendável, consumível, para ser entendida por todo mundo. Não adianta dizer as coisas para grupos pequenos, fechados. Minha música entra em todas as estruturas.
Se você tivesse de classificar sua música, como faria?
Sou o único no Brasil que faz o iê-iê-iê realista, pós-romântico. É uma visão nova das coisas.
Você considera a televisão importante para divulgar seu trabalho?
Numa certa medida, sim. Mas não dá para apresentar o trabalho como um todo. A gente não consegue se mostrar como é, frustra um pouco, sabe? De agora em diante, só vou fazer programas especiais.
Então o palco seria o lugar ideal para você mostrar seu trabalho?
É isso, adoro o palco. As luzes me fascinam, é um negócio mágico. A comunicação direta com o público é emocionante. Nos shows, a gente pode fazer um trabalho mais criativo, criando em cima das coisas que já fez.
E a música popular brasileira, Raul, como vai?
Hoje, felizmente, não existe mais a preocupação em classificar rumos e tendências. Cada um faz seu trabalho individualmente. Existem os trabalhos de Gil, Caetano, Macalé, Sérgio Sampaio, Milton Nascimento, Luiz Melodia, Novos Baianos, Gonzaguinha...
O que você acha dos trabalhos de Caetano e Gil?
Prefiro não falar sobre isso, não seria honesto. Se alguém tiver de falar, que sejam eles mesmos. Só posso dizer que eles sabem muito bem o que estão fazendo.
Você foi influenciado por eles?
Sim, eles são maravilhosos, foram eles que me deram o “primeiro tapa”. E tem também o Luiz Gonzaga, que eu sempre curti muito. É um negócio incrível, forte, comunicativo. Ficou, determinou as coisas pra mim.
Fora do Brasil, quem você considera mais importante na música pop?
John Lennon, o único cara que faz um trabalho concreto e objetivo nos Estados Unidos. Acho que a Yoko Ono abriu muito a cabeça dele.


Além dele, você se liga em alguém mais?
Gosto muito do Frank Zappa e seu grupo, Mothers of Invention, gosto do Genesis e do John McLaughlin – tremendo guitarrista. Sou muito ligado também nos Rolling Stones, que eu amo. Amo toda aquela zoeira que eles fazem. Mick Jagger é incrível, não existe. Fico imaginando Jagger e Lennon juntos, não dá nem pra pensar... o mundo virava de cabeça pra baixo. Eu procuro fazer alguma coisa parecida com o trabalho deles. Eles me influenciam na medida em que eu acredito e entendo o que eles fazem.
Raul conheceu o mochileiro-escritor-teatrólogo-compositor carioca Paulo Coelho após ler um texto sobre discos voadores publicado na revista hippie A Pomba. A parceria entre os dois renderia grandes clássicos do rock nacional, como “Tente Outra Vez”, “Medo da Chuva” ou “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”. Segundo um antigo amigo de Raul, o professor de inglês Cláudio Roberto (depois também seu parceiro em canções como “Maluco Beleza”), a influência de Paulo Coelho passou a nortear os passos do cantor. “Raul abraçou toda a megalomania, todo o sonho de poder de Paulo e isso fez muito mal a ele.” O cantor foi levado pelo escritor a conhecer uma ordem filosófica baseada na Lei de Thelema, desenvolvida pelo bruxo inglês Alester Crowley. O entusiasmo da dupla com a organização antideísta os levou a submeter diversas letras aos instrutores – uma delas, “Sociedade Alternativa”, praticamente repete o chamado Livro da Lei, outras, como “A Maçã” e “Tente Outra Vez”, seriam creditadas a Mauro Motta, por quem eram discipulados na Astrum Argentum (AA).


A obsessão dos dois em construir “uma verdadeira civilização thelêmica”, evidentemente, trouxe problemas com a Censura. Logo no show de lançamento de Krig-Ha, Bandolo!, a polícia apreendeu o gibi/manifesto A Fundação de Krig-Ha e o queimou como “material subversivo”. A Censura começou a cercar. A letra de seu single “Como Vovó Já Dizia” teve de ser mudada.
Um ano depois, finalmente, Raul e Paulo foram detidos para interrogatórios. Foram torturados durante seu período de maior fixação esotérica (e de maior envolvimento com drogas) e no auge da idéia da criação de uma sociedade alternativa. “Gita”, escrita nessa época, foi seu maior hit, vendendo 600 mil exemplares e puxando o álbum de mesmo nome para torná-lo o maior êxito de sua carreira.
Depois da prisão, da tortura e do exílio, tudo mudou. O álbum mais místico e impenetrável de Raul, Novo Aeon (1975), foi um fracasso comercial. As drogas e o ocultismo renderam experiências sobrenaturais confusas das quais nem o cantor nem o escritor nunca falaram abertamente. Veio a decepção com a AA e o encerramento da parceria. Paulo Coelho se converteu ao catolicismo – o que sedimentaria o caminho para que ele se tornasse um dos escritores mais famosos do mundo. Raul, por seu lado, foi se afastando do sucesso popular e se transformando em um personagem folclórico do rock brasileiro. A entrevista abaixo flagra o cantor rememorando a música e o ambiente das mudanças mais radicais de sua vida. Foi conduzida por Sonia Maia e publicada na revista Bizz em março de 1987.
Falando um pouco sobre MPB, o que foi significativo na época?
O tropicalismo foi importante, deu uma guinada na MPB. Não adianta você pichar, dizer que não deu, porque deu. E foi um movimento consciente, os meninos eram inteligentes.
Como era a sua relação com os empresários? Quais as dificuldades que você enfrentava?
Quando estive com o Guilherme Araújo (1973/74), fui destacado para ser mais um baiano. Era baiano, mas não era dos baianos. Os empresários cuidavam dos livros, economicamente falando, e me passavam para trás. Jogavam tudo que era meu no imposto de renda deles. Esse negócio começou a me dar bronca. Tentei outros caras, mas os lugares em que ia tocar não me contentavam. Era muita feira de gado. Os empresários me passam para trás porque sou muito ingênuo nessa coisa de dinheiro. Muitas vezes eu fazia arbitrariedades porque sabia que não ia receber.
O que aconteceu nos bastidores do Festival Internacional da Canção de 1972?
Eu ia tirar a segunda colocação nesse festival com “Let Me Sing, Let Me Sing”, e o pessoal federal estava atrás da coxia dizendo que se eu ganhasse estava frito. Nunca tinha visto isso. Fiquei apavorado! Eu não podia ganhar! Isso porque o júri, segundo eles, era anarquista – Rogério Duprat, Guilherme Araújo, Nelsinho Motta. Peguei o terceiro lugar.
Desde o começo você apostava na fusão do rock com a música regional brasileira.
Nasci numa época fértil da música no Brasil. Tinha bossa nova, chachachá, Luiz Gonzaga, Trio Los Panchos, Yma Sumac. Quando resolvi escancarar, escancarei tudo de vez. E com o rock, porque morava ao lado do consulado e andava com os americanos. Era um negócio fabuloso, uma cultura fascinante, e juntei tudo numa coisa só.
Fale um pouco da sua parceria com Paulo Coelho.
Posso dizer que existia uma briga cultural com ele, para ver quem ganhava. Eu era o melhor amigo do inimigo, e vice-versa. Depois, houve um certo desgaste no relacionamento. Mas sempre foi uma boa parceria, saíram obras lindíssimas.
Em 1973, você se envolveu com ocultismo. Você chegou até a ser expulso dessa sociedade esotérica...
Além de ser expulso da AA, fui posto para fora do país. Essa sociedade simpatizou com a músicaSociedade Alternativa” e com o trabalho que estávamos fazendo na época, que era uma reestruturação de todos os valores. Mas isso acarretou muitos prejuízos para mim. Essa mudança de valores não foi completa porque o governo não gostou. A AA me deu um terreno enorme em Minas Gerais para construir a Cidade das Estrelas, meu sonho na época. Tipo colocar o antiadvogado, o antiguarda, o antitudo... Mutação radical de valores mesmo.
Você já disse que a Sociedade Alternativa nunca começou nem terminou, que ela sempre existiu.
Ela sempre existiu, desde o tempo do Egito antigo. Inclusive o filósofo e estudioso Aleister Crowley, que é o papa maior dessa entidade, se baseou nos papiros egípcios, uma coisa de Osíris, Íris e Hórus – pai, mãe e filho. E ele descobriu um segredo terrível.
Qual era o segredo?
Não sei, porque era neófito. Só na quarta iniciação eles contavam o segredo (risos). Por isso disse que nunca começou nem terminou. O que é, é. E sempre será.


Conte os detalhes de sua expulsão do Brasil, em 1974.
Veio uma ordem de prisão do Exército e me detiveram no Aterro do Flamengo. Me levaram para um lugar que não sei onde era. Imagine a situação: estava nu, com uma carapuça preta. E veio de lá mil barbaridades. Tudo para eu dizer os nomes de quem fazia parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo. O que não era. Era uma coisa mais espiritual. Preferiria dizer que tinha pacto com o demônio a dizer que tinha parte com a revolução. Então foi isso, me escoltaram até o aeroporto.
Chegaram e literalmente mandaram embora?
“Literalmente” é choque no saco. Fui torturado no governo Geisel. Fiquei três dias num lugar desconhecido, apavorado.
E te largaram nos Estados Unidos?
Sim, mas eu tinha família lá, era casado com uma americana. Primeiro, fui para a Geórgia e comprei um Cadillac ano 57, cor-de-rosa, do tempo do Elvis. Chegamos a Nova York e fomos morar no Greenwich Village. Ali é brabeza. Uma noite fui parar numa rua sem saída. E lá vi um palhaço – bonito, todo vestido pomposamente – comendo lixo. Ele me ofereceu. O lixo americano é bem mais saudável, tem uma porção de coisas. Fiz a festa.

E os óvnis?
Em 1973, comecei a falar nisso e ninguém me levou a sério. Aí me encheram tanto que parei, estava cansado de dar murro em ponta de faca. Compus “Ouro de Tolo” porque realmente vi um disco voador. Foi um toque estranho mesmo, me senti impelido. Eu vomitei a música. Foi na Barra da Tijuca e durou uns 10 minutos. E eu sou cético, agnóstico...
Ao longo da década de 80, Raul enfrentou toda sorte de dificuldades – brigando com a imagem de “guru” que o aprisionava, com a indústria do disco, com a saúde debilitada, com o alcoolismo, com a diabetes, às vezes com seu próprio público. Fechou-se em sua nostalgia e passou a ser visto como uma figura romântica, saudosa dos bons tempos do “verdadeiro rock’n’roll”. Depois de quatro anos afastado dos palcos, vivendo sozinho em um pequeno apartamento no centro de São Paulo, o ex-Camisa de Vênus Marcelo Nova convidou o ídolo para uma série de 50 shows celebratórios por todo o Brasil. Em 21 de agosto de 1989, na véspera de ver lançado o disco de canções inéditas que gravaram em conjunto (A Panela do Diabo), Raul Seixas morreu, de parada cardíaca. Nascia o mais forte mito da história da música brasileira. Na entrevista a seguir, conduzida por Luísa de Oliveira e publicada na revista Bizz em março de 1986, Raul reafirmava sua convicção no rock’n’roll original e explicava por que acreditava que o estilo morrera em 1959.


Quando você começou a ouvir rock’n’roll?
Eu tinha 9 anos e morava perto do consulado americano. Andava muito com o pessoal de lá e foram eles que me apresentaram Little Richard, o primeiro que fez minha cabeça, Howlin’ Wolf, Bo Diddley, Chuck Berry... Aos 10 anos já tocava nos Relâmpagos do Rock. Tínhamos um amplificador que era um rádio de válvula adaptado pelo meu pai. Isso em 1954, 55, ninguém sabia o que era rock. Eu tocava e me atirava no chão, imitando o Little Richard, como via nos filmes americanos. E sempre notava que as primeiras filas ficavam vazias. É que as mães pensavam que eu era epiléptico. Tocamos assim até 1966, quando fui gravar Raulzito & Seus Panteras.


Como era o rock baiano na época?
Eram poucos os conjuntos... The Gentlemen, Os Minos, em que tocava o Pepeu. Mas o pessoal que vinha do Rio ouvia falar de um tal grupo baiano que mais entendia de rock’n’roll. Assim, acompanhamos todo mundo da jovem guarda: Ed Wilson, Roberto Carlos, Wanderléa, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso. Mas eu gostava mesmo era dos Jet Blacks.
Qual era a visão do povo em relação ao rock?
A bossa nova surgiu com o chachachá, e o rock’n’roll, com uma influência do calipso. Era chique tocar bossa nova e o chachachá era permitido. Com o rock era outra história: eu tinha de ir até o clube das empregadas para dançar com elas. A empregada lá de casa era minha fã. Chegou uma vez para a minha mãe e disse que tinha dançado comigo. Minha mãe quase morreu... E eu ia dançar também com o pessoal da TR, uma transportadora de lixo. Era a moçada que curtia rock. Não se falava disso na sociedade. Rock era coisa de empregada. Lembro que a gente tocava num lugar chamado Cinema Roma – era o templo do rock. E no Teatro Vila Velha se apresentavam os intelectuais: Caetano, Gil, Tom Zé, Maria Bethânia, que faziam bossa nova.
Você era marginalizado por isso?
Se era... Freqüentava o Iate e o Tênis, que eram os clubes mais metidos a besta de Salvador. Chegava de camisa vermelha, com gola levantada e ficava num canto tomando cuba-libre enquanto os outros dançavam. Mas não me importava, me achava importante, tipo “tô revolucionando tudo”.
E como você vê o rock nas décadas seguintes?
Pra mim, ele morreu em 1959. Rock’n’roll era um comportamento, James Dean, todo um momento histórico. Aí veio o caos, quando as indústrias não podiam mais parar de fabricar discos. Quando entrou a década de 60, botaram Chubby Checker para cantar “Hava Naguila”, inventaram o hully gully e o twist. O movimento já tinha passado.
Tem um escrito seu muito interessante, “Duas palavras sobre a Revolução Pop”...
Digo isso na música “A Verdade Sobre a Nostalgia”, do disco Novo Aeon: “Mamãe já ouve Beatles, papai já desbundou/ com meu cabelo grande/ eu fiquei contra o que eu já sou”. Não é isso? Esse movimento todo foi por água abaixo porque o sistema se utilizou disso e os jovens não notaram que estavam comprando roupa hippie. Como os punks comprando roupa punk, raspando a cabeça e cantando músicas que o sistema comercializa. Não é assim que se entra. Tem de entrar em buraco de rato. Não como esses conjuntos que a Globo faz, que são meteoros e são “sucumbidos”. As coisas pré-fabricadas não duram.
Para muita gente, você sempre teve fama de irresponsável. Considera isso uma injustiça?
Sou teimoso e todos querem que eu seja certinho. Não, sou chato mesmo, “mosca na sopa” até hoje. Sou mais anárquico do que irresponsável, mas sei jogar direitinho, com uma boa dose de cautela. Se você mover uma peça errada, dança.

Fatos Históricos da época

1973
JANEIRO
• O ditador Ferdinand Marcos assume a Presidência das Filipinas.
MARÇO
• Sai Dark Side of the Moon, do Pink Floyd, que ficaria nas paradas de sucesso por 741 semanas, um recorde até hoje.
• As tropas americanas deixam o Vietnã.
ABRIL
• Estréia o programa Globo Repórter.
• O reggae chega ao Primeiro Mundo com o lançamento de Catch a Fire, de Bob Marley.
MAIO
• A Censura proíbe a execução da música “Cálice”, de Chico Buarque, durante o festival Phono 73, organizado pela gravadora Philips. Os microfones dele e de Gilberto Gil, que cantavam a música, são desligados.
• A Censura Federal proíbe a exibição de dez filmes em todo o país, entre eles o brasileiro Toda Nudez Será Castigada e várias produções estrangeiras.
• O Secos & Molhados começa a gravar seu primeiro LP, que, lançado poucos meses depois, se tornaria o maior sucesso comercial do rock brasileiro dos anos 70.
JUNHO
• Sai Krig-Ha, Bandolo!, primeiro álbum- solo de Raul Seixas.
AGOSTO
• Estréia o programa Fantástico, da TV Globo.
SETEMBRO
• O stone Keith Richards é preso na Inglaterra com posse de várias drogas, além de armas e munição ilegais.
• O presidente Salvador Allende é morto e Augusto Pinochet torna-se ditador no Chile.
NOVEMBRO
• Os Estados Unidos lançam o Mariner 10, em missão de objetivo científico, rumo a Marte.
DEZEMBRO
• Estréia nos Estados Unidos o filme O Exorcista, que desencadeia uma febre de produções de horror.
• Vários artistas, encabeçados por Jards Macalé, apresentam o show Banquete dos Mendigos, no Rio, em homenagem à Declaração Universal dos Direitos do Homem. O disco com a gravação do show é censurado.

O personagem: Sérgio Sampaio

Magrelo, feio e de pavio curto, Sérgio Sampaio tinha muito brilho e nenhuma disciplina. Estourou no FIC com “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, que vendeu 500 mil cópias. Seria um começo, mas Sérgio esparramou-se numa rotina de pó, álcool e noites sem dormir. Faltava aos compromissos de divulgação do disco. Pior: quando dava as caras na TV, sua aparência assustava as pessoas e os discos vendiam menos. Raul Seixas foi seu grande amigo célebre. Foi ele que o tirou das pensões imundas e o levou para a própria casa, além de lhe arrumar um emprego na CBS. Eles continuaram próximos até o fim da vida de Raul. Sampaio era cachoeirense e seu ídolo foi o conterrâneo Roberto Carlos. “Meu maior sonho é compor para o rei”, dizia. Até que um assessor do cantor pediu algo “nos moldes do ‘Bloco’”. Sampaio devolveu uma pedrada, “Meu Pobre Blues”, um texto ácido sobre a fase “adulta” do rei. Óbvio que Roberto nunca mais lhe pediu nada. Sampaio deu forma aos discos Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (1973), Tem Que Acontecer (1976) e Sinceramente (1983), testemunhas da queda de um homem. Um herói expulsando os demônios com toda a clareza do pensamento. Um espetáculo trágico. O fim foi doloroso, uma luta entre as crises de pancreatite e a vontade de retomar a música. Infelizmente, em 1994, a doença venceu.



tags: raul, entrevista, rock, superinteressante,

fonte: http://super.abril.com.br

HALL OF FAME E MUSEU DO ROCK AND ROLL


Navegar pela web tem destas coisas: por vezes descobrem-se coisas de interesse. Foi o que aconteceu com este museu em Cleveland.
O Hall da Fama e Museu do Rock and Roll é um museu e uma instituição em Cleveland, Ohio, Estados Unidos, dedicado, como o nome sugere, a registrar a história de alguns dos mais conhecidos e influentes artistas, produtores e outras pessoas que tiveram grande impacto na indústria do rock.


O museu abriu em 21 de Setembro de 1995, num prédio projectado por I. M. Pei. Fica na margens do Lago Erie em Cleveland, perto do Cleveland Browns Stadium. A localização do museu foi controversa, mas considerada historicamente apropriada, uma vez que o DJ Alan Freed, creditado como um dos que mais divulgaram o género e que criou o termo "rock and roll", nasceu ali.


O museu, para além do espólio permanente, organiza exposições temáticas e temporárias, como o Vans Warped Tour, Concert for Bangladesh, Philip Burke, Roy Orbison, Bob Dylan, Tommy: The Amazing Journey, The Mary Wilson Supreme Legacy Collection, U2, Rock Style, John Lennon, The Hip-Hop Story, Elvis, Hard Rock and Heavy Metal e The Psychedelic Era. Acualmente estão em exibição as seguintes exposições: The Doors, Clash, Beach Boys e o autocarro de Johnny Cash.
Faça uma visita virtual. Se for para aqueles lados, porque não um saltinho a Cleveland e ao Rock and Roll Hall of Fame?


Rock and Roll Hall of Fame (Arredores)

Outros Museus

Dedicado ao Rock, os museus são paradas obrigatórias para os amanates do rock de plantão.


museus-do-rock


museus-do-rock
Hard Rock Cafés
Onde: diversos países
Em 53 países, os bares Hard Rock tem em comum as suas peças de decoração que compreendem infinitos artigos raros que eram de verdadeiras lendas do rock, como jaquetas, guitarras, óculos e fotografias.


Rock and Roll Hall of Fame
Onde: Cleveland, Ohio, Estados Unidos
O Museu do Rock and Roll é um templo para os roqueiros de todo o mundo, pois o local conta com registros importantes de artistas influentes e outras pessoas ligadas ao pop e rock. Fundando em 1995, o museu foi erguido em vidro e aço e o seu acervo possui mais de 500 músicas.
The Beatles Story
Onde: Liverpool, Inglaterra.
Há uma exposição permanente em Albert Dock, Liverpool, a terrinha natal dos Beatles. Por lá, você encontra raridades da vida e obra dos quatro músicos.

tags: musica, rock, museu, beatles,

O Mais Puro Rock'n roll


É muito interessante observar as matérias sobre o Dia Mundial do Rock que são veiculadas, principalmente pela mídia televisiva. Eles (ainda) insistem na imagem do roqueiro cabeludo, tatuado, com roupas de couro e aparência de drogado, montado em sua Harley Davidson, colocando ao fundo, imagens de Elvis Presley, Beatles, Rolling Stones, The Doors, Jimi Hendrix e Janis Joplin.

Jimi Hendrix


Sobre esses últimos, não há espaço para contestação, são verdadeiros ícones e nem mesmo um alienígena que passou os últimos 30 anos em Marte poderia negar a importância que essas figuras tiveram para a cultura em geral. Mas, a impressão que fica é que o estilo morreu no Festival de Woodstock em 1969. O que a mídia não sabe ou finge não saber, é que o rock foi reinventado várias vezes nas décadas que se seguiram (dando origem às infindáveis denominações que hoje só a mídia especializada é capaz de entender) e mantém-se vivo até hoje.


Led Zeppelin


Nos anos 70 vieram o rock progressivo de Genesis, Yes e Pink Floyd, o hard rock de Led Zeppelin, Deep Purple, Ac/Dc, Rush, Kiss e Rainbow, o heavy metal de Judas Priest e Black Sabbath e o punk de Ramones, Sex Pistols e The Clash.


Judas Priest


Nos anos 80 foi a vez da new wave of british heavy metal de Iron Maiden e Saxon, do heavy metal de Savatage, Grave Digger, Manowar do metal melódico de Helloween, do hard rock farouf de Bon Jovi, Dokken, Ratt, Europe e Whitesnake, o pop rock de U2 e The Police e o thrash de Kreator, Slayer, Metallica e Sepultura, além do inclassificável mad man Ozzy Osbourne e dos guitar heroes Yngwie J. Malmsteen, Joe Satriani, Steve Vai e Vinnie Moore.


Steve Harris (Iron Maiden)


Nos anos 90, surgiram o grunge de Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden e Alice in Chains, o metal melódico de Viper e Angra, o hard rock de Winger e Dr. Sin, o metal progressivo de Symphony X e Dream Theater, o speed metal de Stratovarius e Gamma Ray, o black metal de Dimmu Borgir e Cradle of Filth e o metal-gótico-com-vocal-feminino de The Gathering, Tristania e Nightwish.


Soundgarden


É claro que existem muitos outros nomes que mereceriam ser citados, mas, não existe espaço suficiente para mencionar todos. Destacamos acima apenas os mais lembrados pela própria mídia, que, infelizmente, esquece de todos eles quando quer contar a história do rock em 30 segundos.

Black Sabbath


A consequência disso é que, quando insiste em mostrar apenas os doidões dos anos 60, reforça o estereótipo do roqueiro criado por ela mesma e ignora que o estilo mudou a partir de um fato muito importante ocorrido nos idos dos anos 70: a profissionalização.

André Matos


As grandes gravadoras perceberam que o rock se configurava como um bom investimento: baixo custo de produção dos discos associado a um crescente interesse do público pelo estilo. Vieram as grandes turnês, os mega espetáculos, as super produções, e o jovem rock, com menos de vinte anos, já havia se tornado um grande negócio, movimentando muito dinheiro e fazendo milionários os principais artistas do gênero.


Uriah Heep


Ainda na década de 70, a figura do hippie-cabeludo-mau-cheiroso-com-flor-no-cabelo foi trocada pela do excêntrico-milionário-pervertido, e a partir daí, a profissionalização se impôs como fator de sobrevivência, devido à concorrência entre as bandas, que não paravam de proliferar nos quatro cantos do mundo. Não havia mais espaço para a figura do roqueiro que vive uma viagem astral em busca do auto-conhecimento, era preciso trabalhar muito, seja na produção ou na divulgação dos discos e shows.


Kiss


Surgiram então as primeiras bandas puramente comerciais, que se preocupavam mais com o cabelo, roupas e maquilagem do que com o a sua própria música. A super exposição nos meios de comunicação e os famosos jabás das gravadoras os transformavam em ídolos do rock com uma velocidade atordoante. Para algumas bandas, essa atitude poser foi passageira e o que se viu depois foi uma retomada das suas carreiras, mas, para a maioria, significou a decadência total de suas trajetórias. É o fim de tudo que é descartável.


Steve Vai e David Coverdale (Whitesnake)


Atualmente, o rock conta com dezenas, talvez centenas, de subdivisões e classificações, umas mais novas, outras nem tanto, tais como black metal, death metal, true metal, doom, splatter, stoner, hard core, grind core, speed metal, power metal, folk metal, gothic metal, operatic, symphonic, atmospheric, poppy punk, indie, etc, etc. São milhares de bandas espalhadas por todo o mundo vivendo (sobrevivendo, em alguns casos) de fazer música pesada, apenas com o apoio da mídia especializada (revistas como Rock Brigade e Roadie Crew, zines, blogs, programas de rádio, etc), fazendo shows com muito profissionalismo e respeito ao público e empregando muitas pessoas, direta ou indiretamente.


Nightwish


Paralela à cena profissional do rock, existe a cena independente, que é ao mesmo tempo democrática e caótica. Democrática devido à facilidade de se gravar uma música utilizando um computador e à agilidade de se divulgar um trabalho pela Internet. Qualquer um pode gravar, na garagem da sua casa ou mesmo no seu quarto, e disponibilizar tudo na grande rede, sem necessidade de gravar um Cd. Caótica porque não existe mais o controle de qualidade e a peneira de uma gravadora. A frase qualquer um pode gravar assume a pior conotação possível, jogando em um mesmo caldeirão artistas legítimos e aventureiros ocasionais.


O rock mudou, os roqueiros mudaram e o público que consome essa arte também mudou. Respeitáveis pais de família, sem tatuagem e com cabelos e barbas impecavelmente feitos são a imagem dos consumidores de rock e até de alguns roqueiros de hoje em dia. Pena que a mída ainda não percebeu isso.


tags: rock, puro rock, led zeppelin, black sabbath, kiss, rock'nroll,

retirado de : http://seventhson-geezer.blogspot.com.br