No livro Anjos e Demônios, de Dan Brown, o professor Robert Langdon faz uma descoberta assustadora. Ao analisar o peito de um físico assassinado, ele vê a marca de uma antiga fraternidade secreta conhecida como Illuminati – a mais poderosa organização subterrânea que já existiu. Seus membros ressurgem das sombras para concluir a batalha contra seu pior inimigo: a Igreja Católica.
Parece mesmo livro de ficção. No entanto, muitos pesquisadores garantem que há algo de verdade nessa história. E vão além, dizendo que os Illuminati estão por aí até hoje e pretendem acabar com as identidades nacionais, destronar os monarcas e estabelecer o que chamam de Nova Ordem Mundial – uma espécie de governo global dominado por meia dúzia de mentes brilhantes. “Graças à fuga de vários membros dos illuminati, começamos a conhecer a existência de um plano infernal que pretende submeter 99% da humanidade aos caprichos malvados de 1%”, diz o escritor e numerólogo americano Robert Goodman, que acaba de lançar na Espanha El Libro Negro de los Illuminati (“O Livro Negro dos Illuminati”, inédito no Brasil).
Os mais perfeitos
Goodman joga no time dos “teóricos da conspiração”, que vêem rastros da antiga irmandade em todo canto – dos atentados do 11 de Setembro à morte de Diana, a princesa de Gales. Outros investigadores são menos alarmistas, mas não deixam de expressar medo. “De todas as sociedades secretas que pesquisei, os Illuminati são de longe a mais vil”, diz a americana Sylvia Browne, autora de As Sociedades Secretas Mais Perversas da História (Prumo, 2008). “Embora 75% do que se diz sobre eles seja especulação, preocupo-me com os outros 25%.”
Ao longo dos séculos, o termo illuminati (“iluminados”, em latim) foi usado para denominar diversas organizações, reais e fictícias. Hoje, ele se refere principalmente aos Illuminati da Baviera, uma sociedade secreta criada na Alemanha pelo filósofo Adam Weinshaupt, no ano de 1776. Weinshaupt foi educado por padres jesuítas, mas tinha uma queda por rituais pagãos e pelo maniqueísmo – uma religião fundada pelo profeta persa Mani, no atual Irã, cujo dogma é dualístico: diz que a luz e a escuridão (Deus e o Diabo) estão em constante disputa para reclamar a alma das pessoas.
“Weinshaupt decidiu formar um corpo de conspiradores para libertar o mundo do que chamava de dominação jesuíta da Igreja em Roma, trazendo de volta a pura fé dos mártires cristãos”, diz Sylvia. “Foi assim que ele fundou a Sociedade dos Mais Perfeitos, nome que mudou para Illuminati (na sua tradução, os ‘intelectualmente inspirados’). Os 5 membros originais foram escolhidos entre os alunos da Universidade de Ingolstadt, onde ele ensinava direito canônico.”
Os pupilos tinham de jurar obediência à organização, que se dividia em 3 categorias. A mais baixa, Berçário, incluía os níveis Preparação, Noviço, Minerval e Illuminatus Menor. Depois vinha a Maçonaria, com os graus Illuminatus Major e Illuminatus Dirigens. Já a mais alta, Mistérios, englobava os graus Presbítero, Regente, Magus e Rex – o supremo.
Nas reuniões do grupo, Weinshaupt atendia pelo nome de Spartacus e transmitia aos alunos ensinamentos proibidos pelo clero. Embora alguns pesquisadores digam que ele conseguiu ingressar na maçonaria, ninguém parece ter provas de que os maçons apoiaram suas idéias radicais. Certo é que o grupo de 5 iniciados se expandiu pela Alemanha, despertou a desconfiança do governo e virou alvo de intensa repressão. Tanto que Weinshaupt precisou fugir do país em 1784. Para muitos, foi o fim dos Illuminati. Outros acreditam que o grupo continuou a operar na clandestinidade, defendendo ideologias como o anarquismo e o comunismo. Assim, estariam por trás da Revolução Francesa, da Revolução Russa e do nascimento dos EUA.
Os códigos da verdinha
Supostos símbolos dos Illuminati escondidos na nota de US$ 1
Especialistas dizem que os Illuminati deixaram várias pistas de sua influência sobre a sociedade americana na nota de US$ 1. No verso, há uma pirâmide cujo cume representa a elite da humanidade, esclarecida pelo “olho que tudo vê” – um símbolo emprestado de outra sociedade secreta, a maçonaria. A base da pirâmide é cega e feita de tijolos idênticos, que representam a população. A inscrição em latim Novus Ordo Seclorum (“Nova Ordem dos Séculos”) alude ao grande projeto dos Illuminati. O número 13, utilizado nos rituais do grupo, aparece em vários lugares: nas estrelas sobre a águia, nas flechas que ela segura com uma das patas, nos frutos e folhas do ramo que ela segura com a outra, nas listras verticais do escudo à frente da águia e nos 13 andares da pirâmide. “Precisamos de lupa para ver outro detalhe na frente da nota: uma minúscula coruja, símbolo da fraternidade, que aparece no canto superior direito”, diz o jornalista espanhol Santiago Camacho, autor de La Conspiracion de los Illuminati (“A Conspiração dos Illuminati”, inédito no Brasil).
Onde estão as pistas
1. Olho que tudo vê
2. Pirâmide de tijolos iguais
3. Inscrição Novus Ordo Seclorum
4. 13 estrelas
5. 13 frutos e folhas
6. 13 listras verticais
7. 13 flechas
8. Coruja
Para saber mais
• El Libro Negro de los Illuminati
Robert Goodmam, Ediciones Hermetica, 2008 (em espanhol).
Nenhum comentário:
Postar um comentário