O fundador do Megaupload, Kim Schmitz ou Dotcom, acusado pelos Estados Unidos de dirigir o maior portal de pirataria na internet, é descrito como um milionário extravagante.
O criador do site foi preso ontem (19/01) na Nova Zelândia a pedido do FBI. Os americanos acusam Dotcom de ter causado US$ 500 milhões em prejuízo à indústria de entretenimento.
Schmitz, alemão de nascimento que há um ano tem permissão de residência na Nova Zelândia, onde está preso, é conhecido como Kim Dotcom, Kimble ou Kim Jim Vestor, seus apelidos preferidos.
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Com 37 anos, Kim Dotcom é incluído pela imprensa local no grupo de dez pessoas mais ricas da Nova Zelândia e considerado apaixonado por carros de luxo, mulheres e mansões.
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Esse entusiasmo pelas casas suntuosas incentivou o empreendedor Dotcom a tentar adquirir, sem sucesso e por US$ 25 milhões, a casa de Coatesville, que no fim acabou alugando para se ressarcir da desilusão que sofreu ao não poder comprá-la por causa dos impedimentos impostos pela Administração neozelandesa.
Pouco propenso a se relacionar com estranhos, Dotcom costumava sair pouco de sua mansão dos arredores de Auckland e quando fazia era com escolta e em algum dos luxuosos automóveis que coleciona, desde um Rolls Royce conversível a dois Cadillac, um de 1957 e outro de 1959, passando por motos Harley Davidson. Entre os outros possantes estão um Maserati Gran Cabrio 2010, uma Lamborghini 1989, além de 16 Mercedes Benz, com placas esportivas como "Hacker" e "Máfia", segundo o jornal The Independent. A má notícia, para Dotcom, é que todos esses automóveis foram confiscados pela polícia.
Segundo a imprensa, mesmo dado a extravagâncias, Dotcom doou uma quantidade indeterminada de dinheiro para ajudar aos afetados pelo terremoto que atingiu Christchurch em fevereiro de 2011.
O fundador do Megaupload, Megavideo e Megalive, filiais de seu grupo Megaworld com sede em Hong Kong, gosta de se rodear em suas aparições públicas por belas modelos contratadas e jogar golfe nos campos da Nova Zelândia, país que para ele é "um raro paraíso na Terra".
Em 2001, ele gastou US$ 375 mil na compra de ações do portal de vendas na internet "LetsBuyIt", quando ele se encontrava à beira da falência. Após anunciar um investimento de US$ 50 milhões, que não fez, o preço das participações subiu e ao vendê-las ele embolsou por elas US$ 1,5 milhão. Ele foi preso na Tailândia pelo negócio fraudulento, deportado à Alemanha e condenado a 20 meses de prisão e uma multa de 100 mil euros (US$ 129 mil).
Dotcom, que teve sua prisão preventiva decretada por um tribunal de Auckland apesar de sustentar que não tem "nada a esconder", pode enfrentar uma pena de até 55 anos de prisão caso seja deportado aos Estados Unidos e declarado culpado pelos delitos que as autoridades do país lhe acusam.
Para a justiça da Nova Zelândia, este não é o primeiro caso de pirataria na internet em grande escala, já que, em 2008, o país julgou Owen Thor Walker, um jovem "hacker" que foi acusado de ajudar uma rede delitiva, a se infiltrar em 1,3 milhões de computadores de várias partes do mundo.
Walker, que então tinha 18 anos e sofria a síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo, se declarou culpado de desenvolver o vírus com o qual a rede roubou cerca de US$ 20 milhões de contas bancárias, mas o tribunal retirou as acusações e ele foi posto em liberdade.
*Com informações da EFE
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