domingo, 22 de janeiro de 2012

Tire suas dúvidas sobre o Alzheimer


O que é doença de Alzheimer ( DA ) ?

A doença de Alzheimer é a mais freqüente forma de demência entre idosos. É caracterizada por um progressivo e irreversível declínio em certas funções intelectuais: memória, orientação no tempo e no espaço, pensamento abstrato, aprendizado, incapacidade de realizar cálculos simples, distúrbios da linguagem, da comunicação e da capacidade de realizar as tarefas cotidianas. Outros sintomas incluem mudança da personalidade e da capacidade de julgamento. Atualmente pode ser diagnosticada, para fins de pesquisa, antes mesmo que o paciente apresente demência com incapacidade de realizar com independência as atividades básicas e instrumentais do dia a dia.

Quantas pessoas sofrem de doença de Alzheimer no mundo e no Brasil?

Estima-se no Brasil 1 milhão e 200 mil pessoas .

O número de pacientes é estimado em 35,6 milhões no mundo. Em razão do envelhecimento da população global, esses números aumentarão significativamente, em 2030, serão 65,7 milhões e em 2050, 115.4 milhões de portadores, sendo dois terços deles em países em desenvolvimento.

Qual é a idade da maioria das pessoas com doença de Alzheimer?

Na maioria das pessoas os sintomas iniciam depois dos 60 anos de idade.

A proporção de pessoas com a doença dobra a cada 5 anos a partir dos 65 anos de idade.
Cerca de 5 % das pessoas com idade entre 65 e 74 anos tem a doença, mas quase a metade das que tem 85 ou mais são acometidas.
Normalmente o diagnóstico é feito pelo menos um ano depois dos primeiros sintomas que costumam ser leves e confundidos como “normais” no envelhecimento.

Alzheimer é causada por problemas circulatórios?

Não.
Erroneamente conhecida pela população como “esclerose” ou como o “velhinho gagá” não está relacionada com problemas circulatórios.

Se uma pessoa da minha família tem Alzheimer eu tenho maior risco de ter a doença ?

Ter um familiar com Alzheimer aumenta o risco duas ou três vezes na forma esporádica, mas não há como prever se a doença irá ocorrer.

Fora a genética, que outros fatores contribuem para que a doença de desenvolva?

Se bem que a causa da doença de Alzheimer ainda não esteja completamente esclarecida, alguns pesquisadores sugerem que traumas cranianos repetidos, especialmente os com perda da consciência no passado, processos inflamatórios cerebrais e o chamado “stress oxidativo” podem estar envolvidos na causa da doença.

São os homens ou as mulheres os mais afetados?

Mais mulheres do que homens têm a doença de Alzheimer. Porém, como a expectativa de vida das mulheres é pelo menos 5 anos superior a dos homens não se sabe se o risco está no gênero ou no fato das mulheres viverem mais do que os homens.

O nível educacional está relacionado com o risco de se ter a doença de Alzheimer?

Acredita-se que quanto mais estimulada intelectualmente a pessoa for, desde a infância, maior será a rede de conexões interneuronais promovendo um tipo de “poupança” que irá retardar , no futuro , o aparecimento da sintomatologia (neuroplasticidade). Pesquisas sugerem que quanto maior o número de anos de educação formal que uma pessoa tem, menor é a chance dela ou dele desenvolver a doença quando for idoso.

Fazer palavras cruzadas previne a doença?


Alguns estudos sugerem que manter uma atividade intelectual como fazer palavras cruzadas, por exemplo, pode reduzir a probabilidade de se adquirir a doença de Alzheimer enquanto outros afirmam que ser mais escolarizado confere ao paciente maiores recursos intelectuais para contornar as limitações cognitivas típicas da enfermidade.

Quais são os sintomas da doença de Alzheimer?

A doença de Alzheimer é uma enfermidade progressiva e os sintomas agravam-se à medida que o tempo passa.


Mas é também uma doença cujos sintomas, sua gravidade e velocidade variam de pessoa para pessoa.



Os sintomas mais comuns são:

- perda de memória, confusão e desorientação
- ansiedade, agitação, alucinação, desconfiança
- alteração da personalidade e do senso crítico
- dificuldades com as atividades da vida diária como alimentar-se e banhar-se
- dificuldade em reconhecer familiares e amigos
- dificuldade em tomar decisões
- perder-se em ambientes conhecidos
- inapetência, perda de peso, incontinência urinária e fecal
- dificuldades com a fala e a comunicação
- movimentos e fala repetitiva
- distúrbios do sono
- problemas com ações rotineiras
- dependência progressiva
- vagância


Quais distúrbios de comportamento são mais comuns?


Ações repetitivas
Acusações e insultos
Agitação psicomotora
Automutilação
Comportamento sexual inadequado
Delírios, Alucinações
Desaparecimento de objetos
Os distúrbios de comportamento mais comuns são:
Perseguição
Reações catastróficas
Vagância

O que são anticolinesterásicos?

O tratamento colinérgico visa melhorar a transmissão colinérgica em nível cerebral. O nível de acetilcolina (neurotransmissor decisivo no desempenho cognitivo) está diminuído na doença de Alzheimer (DA) ou por diminuição de produção ou por excessiva destruição pela ação da enzima acetilcolinesterase. Dessa forma, os sintomas poderiam ser melhorados com o uso de agonistas (estimuladores) colinérgicos ou por inibidores colinesterásicos, ambos aumentando a atividade colinérgica.
As 3 drogas com propriedades anticolinesterásicas aprovadas para o tratamento específico são:
Rivastigmina
Donepesila
Galantemina

Esses anticolinesterásicos são seguros?

São drogas com sérios efeitos adversos. Os inibidores da colinesterase aumentam a secreção ácida gástrica em razão do aumento da atividade colinérgica. Com isso é grande o número de pacientes que apresentam intolerância á medicação com inapetência grave, vômitos e emagrecimento importante sendo necessária a interrupção do tratamento.
Por sua ação farmacológica, os inibidores da colinesterase podem ter efeitos vagotônicos sobre a frequência cardíaca ( bradicardia). Aumento do risco de convulsões.

A partir do diagnóstico quanto tempo uma pessoa com doença de Alzheimer tem de vida?

Pessoas com doença de Alzheimer podem viver por muitos anos e freqüentemente morrem de pneumonia.

A duração da doença pode ser de 20 anos ou mais.
A média de vida varia entre 4 a 8 anos.

Existem fases ou estágios na doença de Alzheimer?

Existem 4 fases:

Na fase inicial os sintomas mais importantes são:
- perda de memória, confusão e desorientação
- ansiedade, agitação, ilusão, desconfiança
- alteração da personalidade e do senso crítico
- dificuldades com as atividades da vida diária como alimentar-se e banhar-se
- alguma dificuldade com ações mais complexas como cozinhar, fazer compras, dirigir, telefonar

Na fase intermediária os sintomas da fase inicial se agravam e também pode ocorrer:

- dificuldade em reconhecer familiares e amigos
- perder-se em ambientes conhecidos
- alucinações, inapetência, perda de peso, incontinência urinária
- dificuldades com a fala e a comunicação
- movimentos e fala repetitiva
- distúrbios do sono
- problemas com ações rotineiras
- dependência progressiva
- vagância
- Início de dificuldades motoras

Na fase final:

- Dependência total
- Imobilidade crescente
- Incontinência urinária e fecal
- Tendência em assumir a posição fetal
- Mutismo
- Restrito a poltrona ou ao leito
- Presença de úlceras por pressão (escaras)
- Perda progressiva de peso
- Infecções urinárias e respiratórias freqüentes
- Término da comunicação

Na fase terminal

Agravamento dos sintomas da fase final
Incontinência dupla
Restrito ao leito
Posição fetal
Mutismo
Ùlceras por pressão
Disfagia com a necessidade de alimentação enteral
Infecções de repetição


Droga usada em câncer de pele reverteu o Alzheimer em ratos

A ciência é cheia de descobertas acidentais. E mais uma delas veio, dessa vez uma boa notícia: pesquisadores concluíram, sem querer, que uma droga usada para tratar um tipo de câncer rapidamente inverteu o mal de Alzheimer em ratos.

No estudo, os cientistas deram aos ratos megadoses de bexaroteno, uma droga usada para tratar um tipo de câncer de pele chamado de linfoma cutâneo de células T.

Dentro de 72 horas, os ratos mostraram melhorias dramáticas em memória. Além disso, mais de 50% de placas amiloides – uma característica do mal de Alzheimer – tinham sido removidas do cérebro.

Gary Landreth, pesquisador-chefe do estudo, advertiu que, apesar dos resultados serem impressionantes em ratos, podem não funcionar em pessoas. “Precisamos avançar rapidamente, mas com cautela”, disse.

A pesquisa

Ratos – e seres humanos – com Alzheimer têm níveis elevados de uma substância chamada beta-amilóide no cérebro. Testes de patologia nos ratos mostram que o bexaroteno baixa os níveis de beta-amilóide e eleva os níveis de apolipoproteína E no cérebro, o que ajuda a manter os níveis de beta-amilóides baixos.

Os cientistas testaram a memória dos animais com a doença, tanto antes quanto depois da droga. Por exemplo, os ratos com
Alzheimer caminhavam direto para uma gaiola onde eles tinham anteriormente levado um choque doloroso, mas após o tratamento com bexaroteno, os ratos se lembraram do choque e se recusaram a entrar na gaiola.

Em outro teste, os cientistas colocaram papel de seda em uma gaiola. Ratos normais instintivamente usam o papel em sua gaiola para fazer um ninho, mas os ratos com Alzheimer não conseguem descobrir o que fazer com a seda. Após o tratamento com a droga, os ratinhos com Alzheimer fizeram um ninho com o papel.

Uma das grandes vantagens do bexaroteno é que ele já é aprovado para uso em humanos, o que significa que os pesquisadores podem mover para testes em humanos mais cedo do que se fosse uma droga completamente nova.

Landreth espera poder experimentar a droga em humanos saudáveis dentro de dois meses, para ver se tem o mesmo efeito. Os participantes do estudo receberiam a dose padrão que pacientes com câncer geralmente recebem. Como a droga tem alguns efeitos colaterais – pode aumentar o colesterol, por exemplo -, o cientista pretende usá-la em níveis ainda mais baixos conforme o estudo se desenrola.[CNN]




tags: novo tratamento, cancer, alzheimer, doença, cerebro


Fonte: http://www.alzheimermed.com.br


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