Pesquisadores norte-americanos criaram um programa de computador que é capaz de analisar sinais elétricos emitidos pelo cérebro e "adivinhar" palavras, conforme artigo publicado na revista científica "PLoS Biology".
Na pesquisa, as pessoas receberam uma lista de palavras e o computador tinha que reproduzir qual delas tinha sido escolhida, por meio das ondas cerebrais. Os cientistas destacam que o sistema poderá ser usado para auxiliar pacientes que estejam em coma ou com algum problema para se comunicar depois que o método for aperfeiçoado.
Cientistas americanos anunciaram nesta quarta-feira que descobriram a forma com que o cérebro escuta as palavras, no que os pesquisadores qualificam como um grande avanço para ajudar a voltar a se comunicar com pessoas que sofreram paralisia ou derrame cerebral.
Ao colocar eletrodos no cérebro de pessoas submetidas a estudo e pedir que escutassem conversas, os cientistas foram capazes de analisar as frequências de sons registradas e adivinhar quais palavras estavam sendo escutadas.
"Nos centramos em como o cérebro processa os sons da fala", disse o pesquisador Brian Pasley, do Instituto de Neurociência Helen Wills da Universidade Berkeley da Califórnia. "A maior parte da informação em um discurso se situa entre 1 e 8.000 hertz. Essencialmente, o cérebro analisa as diferentes frequências de som em diferentes lugares" do cérebro.
Ao registrar como e onde o cérebro registra os sons, no lóbulo temporal - o centro do sistema auditivo -, os cientistas puderam gerar um mapa das palavras e recriá-las tal como foram escutadas.
"Quando uma zona particular do cérebro está sendo ativada, sabemos que corresponde aproximadamente a alguma frequência de som que o paciente está escutando naquele momento", disse Pasley. "Assim, pudemos criar um mapa que nos permitiria até certo ponto usar a atividade do cérebro para resintetizar o som pelas frequências que estamos adivinhando", acrescentou.
Esta informação poderia ajudar algum dia os cientistas a determinar o que as pessoas que não podem falar fisicamente querem dizer.
O estudo aparece na edição de 31 de janeiro do jornal PLoS Biology.
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