quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Condenação de Lindemberg

daniela-hashimoto-HG

A promotora Daniela Hashimoto e sua equipe assistente de acusação nesta quinta-feira


Responsável pela acusação de Lindemberg Alves, a promotora de Justiça Daniela Hashimoto afirmou na noite desta quinta-feira (16) que a condenação do réu a 98 anos e dez meses de prisão foi uma resposta à sociedade.

- O acolhimento das acusações foi uma resposta à sociedade de cidadãos de bem. Precisamos dar um basta à banalização da violência e à coisificação da mulher.

Para Daniela, a condenação do réu por 12 crimes diferentes, inclusive a morte de Eloá Pimentel, vai trazer um pouco de conforto para a família das vítimas, mas não vai “sanar” os prejuízos causados.

- Não são 90 anos de prisão que vão trazer a Eloá de volta ou solucionar os problemas causados às demais vítimas.

Sobre o pedido de anulação do júri – ameaça feita pela defesa, Daniela afirmou que dificilmente será aceito. Pois, no entendimento dela, o julgamento garantiu todos os direitos à defesa.

Lindemberg

Segundo a promotora, o depoimento de Lindemberg mostrou “exatamente a personalidade dele” e explicou o comportamento que ele adotou durante as mais de cem horas de cárcere, ocorridas em outubro de 2008.

- Ele mostrou sua personalidade manipuladora, exatamente quem ele é. Ficou claro que ele cometeu os crimes por vingança.

Daniela explicou também que, caso Lindemberg consiga benefícios, ele terá que cumprir pelo menos 40% da pena, o que já superior aos 30 anos permitidos por lei para um detento ficar na cadeia.

Sentença

A Justiça condenou Lindemberg Alves no início desta noite a 98 anos e dez meses de prisão pela morte de Eloá Pimentel e pelos outros 11 crimes dos quais era acusado. A sentença foi proferida pela juíza Milena Dias no Fórum de Santo André, no ABC paulista, onde o julgamento começou na manhã de segunda-feira (13).

Além do cárcere e assassinato de Eloá Cristina, Lindemberg foi considerado culpado pelos crimes de: tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe contra Nayara Rodrigues da Silva, amiga de Eloá; por outra tentativa de homicídio qualificado, com finalidade de assegurar a execução de outros crimes, contra o policial militar Atos Antonio Valeriano; cárcere privado de Nayara e dos adolescentes, colegas de Eloá, Victor Lopes de Campos e Iago Vilera de Oliveira; cárcere de Ronikson Pimentel dos Santos, irmão de Eloá; e disparos de arma de fogo.

No entendimento da juíza, o réu agiu de forma fria e premeditada e não admitiu que Eloá pudesse, por vontade própria, terminar o relacionamento amoroso. Diante dessas características, a magistrada estipulou pena máxima para o réu em todos os crimes. Houve apenas alguns atenuantes em relação aos crimes de disparos de arma de fogo e cárcere de Eloá, pois o réu os confessou diante dos jurados.

Milena também atenuou a pena pela tentativa de homicídio do policial Valeriano com base no fato de que ele não se feriu. Durante toda a leitura da sentença, Lindemberg ficou de cabeça baixa e não demonstrou reação. Ele também terá de pagar 1.320 dias-multa.

Ao final da leitura da pena todos que estavam na sala do júri aplaudiram a juíza. Na porta do fórum, os gritos eram de "justiça". Conforme as pessoas que assistiram ao julgamento saiam, o coro aumentava. A promotora Daniela Hashimoto e mãe de Eloá também foram aplaudidas pela população.

A advogada de defesa de Lindemberg, Ana Lucia Assad, afirmou que vai pedir a anulação do julgamento. Ela não explicou quais argumentos usou para este recurso.

Logo após o fim do julgamento, Lindemberg deixou o fórum rumo ao presídio de Tremembé, no interior do Estado, onde já estava preso antes de ser condenado.



Fonte: R7

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