terça-feira, 19 de junho de 2012

Buda: O despertar da sabedoria



O termo Buda, significa “aquele que sabe“, “aquele que despertou“, não é um nome próprio. Foi aplicado a Siddharta Gautama, Buddha, porque ele teria atingido o nível de entendimento e plenitude, por ser alguém excepcional em nível de elevação moral e espiritual.
Siddharta Gautama, o Buddha, nasceu no século VI a. C. (em torno de 556 a. C.), em Kapilavastu, norte da Índia, no atual Nepal. De linhagem nobre, filho do rei Suddhodana e da rainha Maya.
Logo após o nascimento, Siddharta foi levado a um templo para ser apresentado aos sacerdotes, quando um velho sábio, chamado Ansita, toma o menino nas mãos e profetiza: este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um um mestre espiritual que ajudará a humanidade libertar-se de sofrimentos“.
O rei muito impressionado com a profecia, decidiu criá-lo afastado de tudo o que pudesse despertar qualquer interesse filosófico e espiritual, mantendo-o longe das misérias e sofrimentos, cercando-o de luxo.
Aos dezesseis anos, Siddharta casa-se com sua prima, a bela Yasodhara, que lhe deu seu único filho, Rahula. Continua a viver na corte, desenvolvendo-se intelectual e fisicamente, alheio ao convívio e aos problemas da população de seu país.
Com a sua perspicácia e ouvidos atentos apura a dureza da vida fora do palácio. Contrariamente à vontade paterna, o jovem príncipe, decide atravessar a cidade, e depara-se com a velhice, a doença e a morte.
Siddharta entra em choque e profunda crise existencial. A sua dor faz com que se volte para o problema do sofrimento humano, cuja solução se tornou o centro de sua busca espiritual. Assim, aos 29 anos decidiu deixar a família e o seu palácio para procurar a solução para a dor que o afligia: o sofrimento humano. Num dos seus passeios onde acabara de conhecer os sofrimentos inevitáveis do homem, encontrara-se com um monge mendicante. Ele havia observado que o monge, mesmo vivendo miseravelmente, possuía um olhar sereno e tranquilo. Assim, quando decidiu ir em busca da sua iluminação, Gautama resolveu juntar-se a um grupo de brâmanes dedicados a uma severa vida ascética.
Logo, porém, estes exercícios mortificadores do corpo demonstraram ser algo inútil para ele, pois, não era mortificando o corpo, retesando ao extremo os limites do organismo, que o homem chega à compreensão da vida. Também não o era, a entrega aos prazeres excessivos que chegaria a tal.



Siddharta chegou ao seu conceito de O Caminho do Meio: procurar uma forma de vida disciplinada para não chegar à completa indulgência dos sentidos, descobriu que a vida de provações não valia mais que a vida de prazeres que havia levado anteriormente, e resolve, então, renunciar ao ascetismo e volta a alimentar-se de forma equilibrada. Os seus companheiros abandonam-no escandalizados. Siddharta procura seguir seu próprio caminho, confiando apenas na própria intuição e procurando conhecer-se a si mesmo. Diz a lenda – e lendas, que Siddharta resolve meditar sob a proteção de uma figueira, a Árvore Bodhi. Lá o demonio, tenta enredá-lo em dúvidas sobre o sentido de tudo o que fazia. Mas Siddharta logo sai dessa tentação com a argumentação interna de que sua vida ganhou um novo sentido e novas referencias com sua escolha, que o faziam centrar no aqui e agora sem se apegar a desejos que lhe causariam ansiedade.
Mara, o demonio, não se deu por vencido e, tenta convencer Siddharta a entrar logo no Nirvana – estado de consciência além dos opostos do mundo físico – imediatamente para evitar que os seus insights sobre a vida sejam passados adiante…
Finalmente Siddharta compreendeu que todas as pessoas eram irmãos e que estavam enredados demais em ilusórias certezas para que conseguissem, sozinhos, uma orientação para onde deviam ir. Assim, Buda, resolve passar adiante seus conhecimentos.
Quando todo o seu poder argumentativo e lógico de persuasão falham, Mara, o mundo das aparências, resolve mandar a Siddharta suas três sedutoras filhas: Desejo, Prazer e Cobiça, que apresentam-se como mulheres ardorosas e ávidas por prazer, e se mostram como mulheres de idades diferentes – passado, presente e futuro.
Mas Buda vence todas as tentativas de Mara, e se recolhe, à espreita de um momento mais oportuno para tentar derrotá-lo, perseguindo-o durante toda a sua vida como uma sombra, um símbolo do extremo do mundo dos prazeres. Siddharta transformou-se no Buda em virtude de uma profunda transformação interna, psicológica e espiritual, que alterou toda a sua perspectiva de vida. “O modo de encarar a questão da doença, velhice e morte mudo porque ele mudou” (Fadiman & Frager, 1986).
Após atingir a iluminação, Buda passa a ensinar o Dharma, isto é, o caminho que conduz à maturação cognitiva que conduz à libertação de boa parte do sofrimento terrestre e o seu número de discípulos aumenta cada vez mais, entre eles, o seu filho e a sua esposa.
Os quarenta anos seguintes são marcadas pelas suas intermináveis peregrinações, com seus discípulos, através das diversas regiões da Índia.
Buda morreu em Kusinara, no bosque de Mallas, Índia. Sete dias depois, o seu corpo foi cremado e as suas cinzas dadas as pessoas cujas terras ele vivera e morrera.
O BUDISMO

O Budismo originou-se nos fins do Período Bramânico na Índia, que se estendeu aproximadamente entre os séculos IX e III antes de Cristo. Tal período pode ser subdividido entre um período bramânico ortodoxo (período de predominação dos Bramanas), um período bramânico desviante (do qual originaram-se as Upanisadas) e período das heterodoxias. Este último dá lugar à origem do jainismo e do budismo. De uma maneira geral, o budismo prega um caminho de libertação e salvação mais individualizado.
No decorrer de sua existência, a crença budista subdividiu-se em duas correntes: o Budismo Theravada, mais próximo da origem dos ensinamentos budistas (prega um único caminho para a redenção: esforço e disciplina), e o Budismo Mahayana (predominante, por exemplo, em países como o Butão, país sob regime monárquico constitucional, e na Coréia do Sul), do qual geraram-se doutrinas como a Bodhisattva e o Zen-Budismo, esta última possuindo foco de concentração no Japão (embora neste último país predomine a religião xintoísta). O Budismo, de modo geral, é organizado sob um sistema monástico.
O principal livro sagrado budista consiste no Tripitaka, livro compartimentado em três conjuntos de textos que compreendem os ensinamentos originais de Buda, além do conjunto de regras para a vida monástica e ensinamentos de filosofia. A corrente do Budismo Mahayana ainda reconhece como códigos sagrados os Prajnaparamita Sutras (guia de sabedoria), o Lankavatara (revelações em Lanka) e o Saddharmapundarika (leis). A crença budista toma a reencarnação como verdade. O sistema budista de crença é baseado em quatro princípios ou verdades fundamentais: o sofrimento sempre se faz presente na vida; o desejo é a causa crucial do sofrimento; a aniquilação do desejo leva à aniquilação do próprio sofrimento; a libertação individual é atingida através do Nirvana. O Nirvana contraria-se à idéia do Samsara (o ciclo de nascimento, existência, morte e renascimento). Para os budistas, o caminho da libertação é atingido a partir do momento em que o ciclo do Samsara é quebrado. O rompimento do ciclo da vida é justamente o Nirvana, o qual pode ser alcançado através de passos: a compreensão correta, o pensamento correto, o discurso correto, a ação correta, a vivência correta, o esforço correto, a consciência correta, a concentração correta. Todos estes passos são perseguidos através da auto-disciplina e da meditação, além de exercícios espirituais.




O Budismo foi fundado na Índia em aproximadamente 528 a.C. pelo
 príncipe Sidarta Gotama, o Buda (o Iluminado, cuja existência estendeu-se aproximadamente de 563 a 483 a.C.), Hoje em dia, a maior concentração de seguidores budistas localiza-se na região do leste asiático). A Índia atual, na verdade, possui grande maioria hinduísta (pouco mais de oitenta por cento de sua população total).

tags: buda, budismo, religião, sabedoria, india, hinduista

Fontes: História da História / História do Mundo

Nenhum comentário: