Romântico recauchutado
Sucesso nos anos 80 com “Aquela Nuvem”, o cantor virou comerciante, faz shows em Angola a convite do presidente e lança CD com hits antigos
“A mulherada caía em cima e ele continuava quieto, como um coroinha de igreja”, diz o cantor Crystian, da antiga dupla Crystian & Ralf, ex-backing vocal de Gilliard. |
O cantor Gilliard arrancava suspiros e gritinhos das fãs no início dos anos 80 com suas baladas românticas quando se apresentava em programas de auditório, como Cassino do Chacrinha, Flávio Cavalcanti e Clube do Bolinha.
No palco, o sorriso de bom moço e os cabelos cacheados enfeitiçavam as moças ao som de hits como “Aquela Nuvem”, “Pouco a Pouco” e “Não Diga Nada”. “Nunca me achei bonito, sou baixinho”, disfarça Gilliard Marinho, de 42 anos.
Em 1982, vendeu 1 milhão de cópias. “Foi um número alto de vendas no tempo do vinil”, lembra Gilliard, que acaba de lançar o CD Como Eu Gosto, 19º disco de sua carreira, com regravações de antigas canções. “O sonho dele era resgatar seus melhores trabalhos”, conta Silvia Marinho, ex-integrante do grupo Harmony Cats, casada há 20 anos com o cantor.
Gilliard também conquistou as crianças. A música “Festa dos Insetos”, de 1985, foi seu último grande sucesso. Depois, desapareceu da tevê e das rádios, embora tenha lançado discos até 1998.
Teve dois filhos, Bianca e Silvio, e montou três farmácias em São Paulo. Mudou de ramo em 1993 e abriu uma loja de telefones celulares. “Fui para o comércio, mas minha paixão sempre foi cantar”, conta. Em 1996, uma proposta surpreendente: o então presidente da Angola, José Eduardo dos Santos, convidou-o para se apresentar em seu aniversário. “Ele é meu fã”, orgulha-se. Agora, todo ano, faz shows no país.
No auge da carreira, não faltaram fãs apaixonadas. Certa vez, uma garota bateu em sua mulher por causa de um autógrafo, numa entrevista para uma rádio de Goiânia, em 1982. “Ela ficou com ciúmes de mim, rabiscou minhas costas e me deu um soco”, lembra Silvia. Apesar do assédio, Gilliard garante nunca ter sido um sedutor. “Ele sempre foi sossegado. A mulherada caía em cima e ele continuava quieto, como um coroinha de igreja”, brinca o cantor Crystian, da antiga dupla Crystian & Ralf, backing vocal nos primeiros discos de Gilliard.
fonte: istoé
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