Um psiquiatra que trabalhou durante anos no exército dos Estados Unidos revelou que os soldados eram submetidos a testes com drogas como maconha e LSD, na década de 60. Na época da Guerra Fria e das primeiras expressões da contracultura, o Congresso norte-americano aprovara o uso dessas substâncias em pesquisas que pudessem resultar em novas armas na corrida armamentista com a União Soviética.
Com o apoio dos parlamentares, o financiamento foi liberado e os estudos usando voluntários do exército se iniciaram. James Ketchum, de 75 anos, o psiquiatra em questão, escreveu um livro contando a experiência. “Guerra química: segredos quase esquecidos” relata de perto, pela primeira vez, os experimentos que envolveram mais de dois mil soldados.
No livro, o psiquiatra conta que os testes foram suspensos em 1975, quando as informações vazaram e a população não recebeu bem a notícia. O uso da maconha e do LSD causava alucinações nos voluntários, que viravam motivo de piada ao ter atitudes que beiravam a loucura. Ketchum conta que, ao deixarem o Exército, ao menos dois soldados processaram a instituição alegando que sofriam de perda de memória, alucinações e impulsos de violência, que seriam conseqüências das experiências.
Segundo Ketchum, a publicação é uma forma de abrir um debate sobre o potencial uso de substâncias químicas não-letais que incapacitariam terroristas que possuem reféns mas lhes poupariam a vida. Edward Hammond, diretor do projeto Sunshine, grupo que se opõe ao uso de substâncias biológicas para a guerra, discorda do autor. Para ele, o uso químico com intenções bélicas deveria ser não só internacionalmente ilegal, como nunca deveria ter sido uma opção.
Em 1993, os Estados Unidos assinaram um acordo com a ONU, tornando ilegal a prática de tornar agentes psicologicamente incapazes de atuar. Em 2000, no entanto, foi demonstrado um interesse por possíveis efeitos que um calmante teria como anestésico e inibidor das funções cerebrais. Hammond afirma que o uso do medicamento seria ilegal mediante o acordo firmado com as Nações Unidas. Para ele, o perigo de armamentos não convencionais mostra-se tão iminente quanto as tradicionais armas de fogo.
fonte: SRZD
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