Na adolescência, o encarregado de loja Aloisio Pereira da Silva Júnior, 28, procurou a Igreja Católica porque acreditava que poderia "curar" sua homossexualidade.
Chegou a ser seminarista, mas, 15 anos depois, resolveu procurar outra forma de expressar sua religiosidade após seu namoro com um homem não ser bem aceito.
No domingo passado, o agora reverendo Júnior inaugurou a primeira igreja gay de Bauru (a 329 km de São Paulo), a Igreja Inclusiva Monte da Adoração. O culto inicial reuniu cerca de 50 pessoas em um salão alugado no tradicional bairro Jardim Bela Vista.
A Monte da Adoração é pentecostal e, além de Júnior, é conduzida por uma pastora heterossexual, Cristina Gonçalves, 54, dissidente de uma igreja evangélica.
O empresário Fulvio Signorini, 35, esteve presente no primeiro culto. Evangélico e gay, diz que procurou várias igrejas em que sua orientação sexual não provocasse constrangimento, sem sucesso.
Segundo Júnior, 30% dos 50 fiéis são homossexuais. Eles já se encontravam em casas antes. "Nosso objetivo maior é o evangelismo", diz.
A Monte da Adoração está finalizando seu estatuto. Depois disso, será registrada em cartório. A cidade tem cerca de 700 igrejas evangélicas.
O novo templo não foi bem recebido pelo Conselho de Pastores Evangélicos de Bauru. O presidente, Ubiratan Cássio Sanches, diz que não é possível "deixar de pregar contra a mentira, a corrupção, a homossexualidade e a pedofilia".
O bispo local, Dom Caetano Ferrari, faz ressalvas. "Não vejo necessidade de abrir uma igreja inclusiva para os homossexuais, porque esses fiéis não estão excluídos da igreja".
Nos EUA, as igrejas inclusivas existem há 40 anos. No Brasil, desde a década de 1990.
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