domingo, 2 de setembro de 2012

A história da DKW - Com fotos

O nome DKW apareceu em 1916 quando J.S. Rasmussen construiu um carro a vapor. Daí o nome Dampf Kraft Wagen (DKW) ou Carro de Propulsão a Vapor. Quatro anos mais tarde, Rasmussen lançou um motor de dois tempos com 1 CV de potência para bicicletas e então o nome passou a Der Knaben Wunsch ou O Sonho da Garotada. Em 1932, o nosso inventor lançou um carro com tração dianteira, motor dois tempos de 500cc que se chamou Das Kleine Wunder ou A Pequena Maravilha que foi o ponto de partida para a divulgação mundial do nome. Notem que este carro com 500cc apenas, alcançou 12 recordes de classe na década de 30.

Mas porque o DKW também tem no seu símbolo as quatro argolas como os AUDI modernos? Em 1932 as ``sobras´´ da depressão dos Estados Unidos alcançaram a Europa e, mais fortemente, a Alemanha. Tentando se salvar de sérios problemas financeiros, quatro das mais proeminentes fabricantes de automóveis da época, se uniram formando a AUTO UNION. Estas empresas, DKW, AUDI, HORSH e WANDERER, juntas, dispunham de 134 anos de experiência automobilística e escolheram como símbolo desta união, as quatro argolas entrelaçadas onde cada uma representa uma das companhias do grupo.
Voltando ao Brasil, a nossa história começa com a grande preocupação da evasão de divisas causada pela aquisição de carros e caminhões fazendo com que Getúlio Vargas crie em 1950, a Comissão de Desenvolvimento Nacional que, como resultado, tem o convênio firmado com a FNM e Alfa Romeo para a produção de caminhões. 



Em 1952 a Distribuidora de automóveis Stubaker passa a denominar-se VEMAG SA Veículos e Máquinas Agrícolas com capital inicial de 100 milhões de cruzeiros. Em 1955, Juscelino Kubitscheck candidata-se e faz do carro nacional uma de suas metas. Promete que serão produzidos 50 mil veículos até o fim de seu mandato. A Distribuidora VEMAG ingressa decisivamente na fase de preparação para a produção dos veículos brasileiros. No ano de 1956, após ser empossado em janeiro, Juscelino Kubitschek toma providências para facilitar leilões de divisas às montadoras e estabelece etapas de nacionalização para fabricantes brasileiros. Em 16 de junho, Kubitscheck junto com almirante Lucio Meira, assina o Decreto n° 142 que cria o Grupo Executivo da Indústria Automobilística - GEIA. Esta foi a base definitiva para a fabricação de veículos automotores no país. O GEIA na sua resolução n° 01, autoriza a VEMAG a fabricar o seu automóvel tipo caminhoneta DKW em 30 de julho de 1956. Em 19 de novembro deste mesmo ano, a VEMAG lança o DKW no Brasil com uma nacionalização de 60% de seu peso final. Este foi realmente o primeiro automóvel de passeio fabricado no Brasil.



Durante os anos seguintes, os veículos DKW foram sempre evoluindo passando de 900 cc para 1000cc (981cc), para motores mais potentes mesmo que os da DKW alemã e construindo um marco da indústria brasileira como o VEMAG FISSORE. O FISSORE foi desenhado pelos irmãos Fissore na Itália e posteriormente fabricado no Brasil pela VEMAG. Devido às grandes dificuldades da época, o FISSORE era construído praticamente à mão sendo os primeiros carros feitos 100% à mão por funileiros especialistas em protótipos vindos da Itália. Tal tipo de construção exigia uma série de correções e muito estanho na carroceria aumentando muito o peso do carro e comprometendo o seu desempenho. Mesmo assim, as suas linhas são até hoje, uma das mais belas já produzidas neste país.

Ficheiro:Dkw-symbol-vorn.jpg



Cronologia da VEMAG:
1946 - Importação dos automóveis Studbaker.
1949 - Tratores e máquinas agrícolas Massey Harrys
1951 - Caminhões Scania Vabis
1955 - Estudo para fabricação dos autos SAAB
1956 - Fim da importação dos Studbaker e início da produção dos DKW F91 Universal 900cc
1958 - Produção do DKW F94 e do F91/4 (Mais tarde Candango)
1961 - Lançamento do Belcar e Vemaguete
1964 - Mudança das aberturas das portas e lançamento do Fissore no Salão do Automóvel
1965 - Introdução do Lubrimat para lubrificação do motor e lançamento do DKW Malzoni
1967 - Lançamento do Puma GT, remodelação estética da linha e fechamento da VEMAG.
Incluindo-se o GT Malzoni (35) e PUMA GT (135), foram produzidos 117.361 veículos DKW no Brasil.
Os DKW´s ficaram famosos no Brasil pelo motor dois tempos com odor e ruído característico mas também pela confiabilidade, desempenho e grande sucesso nas pistas de corrida.
A história esportiva do DKW é muito rica no Brasil e no exterior. Sempre lutando contra o pequeno orçamento da equipe oficial de competição, o responsável pela equipe Sr. Jorge Lettry, junto com seus pilotos e mecânicos, conseguiram diversas vitórias importantes e um recorde Sul Americano de velocidade em 1965 de 212,903 km/h, conforme regulamentação da FIA e homologada pela CBA. Este recorde de categoria se mantém até a presente data. E isto foi há 33 anos!
Para os amantes da velocidade, não é possível esquecer os duelos emocionantes entre a Carreteira 18, Alfas, Interlagos , Simca e Malzonis com estes últimos voando baixo em Interlagos na frente de todos os outros, com os pequenos motores de 1080 cc com até 106 c.v. de potência.
Entre os pilotos que se destacaram no passado com carros DKW podemos citar Emerson Fittipaldi, Jim Clark, Francisco Lameirão, Norman Casari, Mario Cesar Camargo Filho, Anísio Campos e muitos outros não menos importantes.
Em 1967 com graves problemas financeiros, a VEMAG foi vendida para a Volkswagen que decidiu por encerrar a fabricação dos veículos DKW.


retirado de: http://www.v8ecia.net.br
















tags: carro, automóvel, antigo, vemaguete, dkw, história, ilustrada

4 comentários:

Unknown disse...

Um dos maiores pilotos gaúchos e de projeção nacional, HENRIQUE IWERS,durante sua brilhante carreira, correu apenas com dois modelos de carros: DKW 900 e 1000 e GT Malzoni. Parabéns pela reportagem, perfeita. Um grande abraço.

Unknown disse...

Ganhou as Mil Milhas de Interlagos.

Radialista Edizio Lima disse...

Maravilho ver tudo isso

José disse...

Muito tempo passado, mas gostei da abordagem. Já conhecia grande parte do que foi narrado e considero importantes estes registros, como preservação de nossa memória. Já decorreram 56 anos do fechamento da fábrica da Vemag, mas ela continua muito viva em nossa memória. Teve grande valor !!!