O republicano Roy Ashburn, conhecido por votar contra direitos gays, que assumiu a homossexualidade (Foto: AP)
Ashburn, que repetidamente votou contra medidas pró-direitos gays durante seus 14 anos de parlamentar, fez a confissão em entrevista a uma rádio, após boatos de que ele havia visitado um clube gay naquela noite. "Eu sou gay. Estas são as palavras que foi tão difícil dizer por tanto tempo", disse o senador estadual.
Assim como Ashburn, casado e pai de quatro filhos, muitos políticos assumiram a homossexualidade após anos tentando manter a vida pessoal separada de sua vida pública. Outros ganharam a simpatia e o apoio do público gay exatamente pelo fato de “saírem do armário” publicamente. Relembre alguns casos.
Larry Craig Em agosto de 2007, o senador republicano pelo estado de Idaho foi detido em um banheiro do aeroporto de Minneapolis por um policial que o acusava de tentar assediá-lo. Inicialmente, Craig se declarou culpado e anunciou a renúncia ao cargo. Mais tarde, porém, o então já ex-senador disse ser inocente. |
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Barney Frank Congressista democrata por quase 30 anos e um dos primeiros membros da Casa a falar abertamente sobre sua homossexualidade, Barney Frank quase pôs fim à carreira em 1989, depois de manter uma relação com Steve Gobie, um garoto de programa. Além de pagar por sexo, o que era proibido no seu estado, Massachusetts, o parlamentar foi julgado por abrigar Gobie em sua residência oficial, onde ele teria continuado a fazer programas. |
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Annise Parker Em dezembro, a democrata Annise Parker se tornou a primeira prefeita abertamente homossexual eleita na cidade texana de Houston, a quarta maior dos Estados Unidos, com mais de 2 milhões de habitantes. A eleição de Parker, marcada por uma forte retórica anti-homossexual, deu a gays e lésbicas americanos uma vitória simbólica após derrotas sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Califórnia e em Maine. |
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Guido Westerwelle O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, atualmente em visita ao Brasil, 'saiu do armário' em 2004 durante a festa de aniversário da chanceler Angela Merkel, à qual compareceu com o namorado, o empresário Michael Mronz. À época de sua indicação, setores da oposição previam inconvenientes nas relações com países que condenam a homossexualidade. "Estou convencido de que hoje a vida privada deixou de ser um obstáculo. O fato de Angela Merkel ser a primeira mulher chanceler da Alemanha representou problemas a certos países. Evidentemente, ela não usa véu islâmico quando é recebida em certos países árabes", rebateu o chefe da diplomacia. |
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Klaus Wowereit
Homossexual assumido, o prefeito de Berlim reagiu com bom humor ao receber o prêmio de “prefeito mais gay do mundo” por uma revista alemã durante a entrega do prêmio Teddy, que destaca filmes com temática homossexual no Festival Internacional de Cinema de Berlim, em 2007. Em 2008, Wowereit discursou durante a inauguração de um monumento em homenagem aos homossexuais vítimas do nazismo. “O monumento é um lembrete dos horrores do passado para todos nós e chama a atenção para o grau da discriminação que existe hoje." |
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Bertrand Delanoë O socialista que em 2001 se tornou o primeiro prefeito de esquerda de Paris foi reeleito com folga nas eleições de 2008. Delanoë é considerado ainda um provável concorrente de Ségolène Royal para assumir a liderança do Partido Socialista e disputar a presidência francesa, em 2012. Ele revelou publicamente a homossexualidade em 1999, ao responder a pergunta de um jornalista. Em seu livro “De l’audace!” ("Coragem!"), escreveu: “As pessoas pensam que a homossexualidade é aceita em Paris mas não nos subúrbios ou nas províncias. É uma falsa ideia. Assim como as pessoas sentem que isso não é um problema para mim, sabem que não será um problema para elas.” |
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Manvendra Gohil
Herdeiro de uma linhagem indiana de 600 anos, o príncipe Manvendra Singh Gohil viu seus súditos queimaram bonecos com seu nome nas ruas de Rajpipla, cidade de 40 mil habitantes na fronteira com o Paquistão, após assumir a homossexualidade em uma entrevista a uma rádio local, em 2005. Nos últimos anos, acabou transformando o escândalo em fama: participou de um reality show na Inglaterra, foi entrevistado no programa de Oprah Winfrey e, no ano passado, foi convidado por um empresário para participar da Parada Gay em São Paulo. |
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Nick Brown
Ex-ministro da Agricultura, Pesca e Alimentação do Reino Unido, Brown é membro do Parlamente desde 1983 e foi apontado como secretário parlamentar do Tesouro. Aliado do primeiro-ministro Gordon Brown, manteve sua sexualidade em particular até 1998, quando foi forçado a fazer uma declaração pública após tabloides noticiarem ter encontrado um ex-amante dele. |
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Ben Bradshaw Membro do parlamento britânico desde 1997, Bradshaw começou a carreira como repórter de rádio e jornais e participou da cobertura da queda do Muro de Berlim em 1989 para a Rádio BBC. Desde 2001, foi ministro de Assuntos Estrangeiros, líder da Câmara dos Comuns e ministro do Meio Ambiente. Desde o ano passado, é secretário do Estado para Cultura, Mídia e Esporte. No site de Bradshaw, consta que ele e o parceiro Neal estão juntos há 12 anos e que celebraram sua união civil em 2006. |
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Ed Oakley Em 2007, o vereador democrata por Dallas, Texas, concorreu a prefeito num dos estados mais conservadores dos EUA, conhecido pelos caubóis e pelos movimentos religiosos. Acabou perdendo para o independente Tom Leppert por 58% a 42% dos votos. Mas a campanha de Oakley, homossexual assumido, abriu um flanco na luta pelos direitos dos homossexuais no estado do ex-presidente George W. Bush. |
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