Victor Hugo Furtado
Muita coisa está em jogo no Gre-Nal deste domingo, dia 02: tanto a despedida do místico e adorado estádio tricolor, quanto o resgate de um ano em que o Internacional colecionou fracassos.
Será demolido em março de 2013 o estádio que foi projetado pelo arquiteto Plinio Oliveira Almeida, o vencedor de um concurso realizado em 1950. Na época da sua construção, era considerado o maior estádio particular do mundo.
O jogador Vitor marcou os gols tricolores do jogo de inauguração antes da conclusão dos anéis superiores, entrando para a história por ter marcado o primeiro gol do estádio gremista. Na metade do ano de 1980, o Estádio Olímpico, com o fechamento da última parte do anel superior, teve sua construção concluída. O projeto final do estádio, sempre coordenado pelo seu autor original, arquiteto Plinio Almeida, teve também a participação dos arquitetos e co-autores Rogério de Castro Oliveira e Fabio Boni.
Desde então, a casa gremista passou a ser conhecida como Olímpico Monumental. No dia 21 de junho de 1980, uma vitória de1 a0 sobre o Vasco da Gama, em partida amistosa, marcou a inauguração do Olímpico concluído.
Acima de tudo respeito
Em meio ao clima normalmente marcado por tensão e provocações que ocorre antes de cada Gre-Nal, o centroavante colorado Leandro Damião demonstrou grande respeito ao momento histórico vivido pelo Grêmio, que mudará de estádio no início de dezembro, do Olímpico para a Arena. Nesta semana, após o treino comandado pelo interino Osmar Loss, o atacante lamentou o fato de o Estádio Olímpico estar vivendo seus últimos dias de vida e elogiou a casa do rival.
Comenta o atacante: “Tenho muito respeito pelo Olímpico. É um estádio muito bonito, e várias coisas boas aconteceram ali. É triste para o futebol perder um estádio como o Olímpico, mas faz parte”.
Jogos Memoráveis do Olímpico Monumental
1977 - O Grêmio viu o Internacional vencer o Gauchão oito vezes seguidas. Até 1977. O time tricolor comandado por Telê Santana se reforçou e tinha o objetivo de desbancar o adversário da hegemonia estadual. Mesmo tendo uma máquina comandada por Falcão e cia. o Inter acabou derrotado pelo Grêmio, no Olímpico, num clássico que ficou na memória. André Catimba que recebeu de Yura, colocou na rede e saiu para comemorar dando um salto de proporção fora do comum. Mas o salto falhou, ele se espatifou no chão, se machucou e precisou ser substituído. O Grêmio venceu, quebrou hegemonia dos colorados e entrou para história. No fim do jogo, os rivais provocaram uma grande confusão, com brigas e reclamações, o árbitro apitou antes do tempo, mas nada disso apagou o grande momento vivido.
1983 - o Grêmio havia chegado a Libertadores por ser vice-campeão do Brasileiro de 1982. Empenhado na conquista da América, o time tricolor superou adversários até uma difícil final. Pela frente o campeão da edição anterior do torneio: Peñarol. Mais do que isso, a equipe uruguaia já tinha no currículo quatro Libertadores e três Mundiais. Em Montevidéu, no jogo de ida, empate em1 a 1. No dia 28 de julho de 1983, o Grêmio conquistou pela primeira vez o continente. Com gols de Caio e César, jogando no Olímpico lotado, o time gaúcho carimbou passaporte para o Mundial em Tóquio, onde venceria o Hamburgo e ganharia o maior título de sua história.
1995 - A Libertadores de 1995 foi conquistada pelo Grêmio. Mas não seria não fosse à passagem pelo Palmeiras. Dois duelos memoráveis com Felipão no comando dos gaúchos e Carlos Alberto Silva no Palmeiras. O time paulista na sua famosa injeção de dinheiro da Parmalat tinha Rivaldo, Cafú, Roberto Carlos, Muller, muitos jogadores de qualidade. O Grêmio tinha Danrlei, Paulo Nunes, Dinho e Jardel em um time de cara Gaúcha. Mas logo de cara, no jogo de ida, em casa, o time gaúcho mostrou sua força. Aplicou5 a 0, gols de Arce, Arílson e três de Jardel. Na partida, ainda, houve a famosa briga entre Dinho e Válber, que trocaram socos no campo e fora dele após serem expulsos.
1996 - O bicampeonato brasileiro do Grêmio veio de forma dramática. Superando oponentes classificação após classificação, o time gaúcho chegou a final jogando por dois resultados iguais contra a Portuguesa, pois que teve melhor campanha na primeira fase. O jogo de ida foi preocupante. No Canindé, o time de Rodrigo Fabri, Zé Roberto, Clemer e companhia venceu por2 a 0. Mas no Olímpico lotado, acreditando sempre na vitória, Paulo Nunes abriu o placar e Aílton, que havia acabado de entrar por sugestão de Dinho a Felipão na beira do gramado arrematou aos 40 do segundo tempo e garantiu o título gremista. Vitória por 2 a 0 e mais um título atuando em casa.
Informações de grêmio.net e esporte.uol.com.br
FOTO: reprodução / zerohora.clicrbs.com.br
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