segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Pai. Um Homem de Família - Um Pai de Família


Escrito por Mónica Bulnes de Lara


O dicionário (Pequeno Larousse Ilustrado, 1998) define
“Pai” como “homem ou macho que engendrou um ou mais filhos”. No entanto, quem tem filhos sabe que esta definição é insuficiente. Definitivamente, qualquer varão pode ser “pai”, no entanto, não qualquer um pode ser “pai de família”.


Um anúncio da National Fatherhood Initiative publicado no jornal USA Today do dia 19 de junho de 1996, menciona algumas das características que descrevem “Pai de Família”. Incluía:

• Ler para seus filhos
• Caminhar juntos
• Escutar seus filhos
• Dar um bom exemplo
• Expressar-lhes seu carinho
• Ajudá-los com os deveres de casa
• Ter bons modos
• Manter suas promessas
• Poupar para a educação dos filhos
• Levá-los à Igreja
• Resolver conflitos rapidamente
• Deixar que eles o acompanhem ao trabalho
• Conhecer os amigos de seus filhos
• Conviver com cada um dos filhos
• Conversar com os filhos sobre sua infância
• Estabelecer limites claros e consistentes
• Ir ao zoológico, aos museus, aos jogos com a família
• Considerar como suas decisões afetam a vida de seus filhos
• Deixar que eles o ajudem em projetos da casa, etc.

É evidente que a parte procriadora é a mais simples (e atualmente uma das mais populares), mas fazer bem o trabalho de pai de família é uma tarefa muito mais complicada, muito mais profunda e muito mais transcendente.




Com certeza, manter um nível de vida que proporcione o indispensável aos filhos para viver dignamente implica um esforço importante, sobretudo no que se refere a tempo familiar. Também faz parte da formação fundamental de um filho a educação para o trabalho, sendo o pai quem – na maioria dos casos – dá o exemplo neste aspecto, mas também é verdade que ultimamente se considera esta função como a principal – e às vezes praticamente única – de um pai.

Embora com mudanças importantes desde os anos 50, de modo geral, a cultura social tem promovido pouco o sentido de responsabilidade masculina a respeito de aspectos como o tempo dedicado aos filhos, o envolvimento emocional e o comprometimento com eles. O principal papel que tem sido dado aos pais atualmente é o de provedor econômico. Tanto homens como mulheres consideram que a função principal do pai é a de que não falte nada em casa; inclusive se espera que, através de um grande esforço e horas de trabalho prolongadas, as condições de vida melhorem constantemente mas o custo familiar de um baixo envolvimento paterno na educação dos filhos é muito elevado. 


Apesar de que tendências feministas atuais menosprezem o papel da participação ativa do pai na família, tem-se comprovado que os filhos do sexo masculino aprendem melhor dos pais sobre temas como responsabilidade masculina, realizações, afirmação e independência. É muito difícil que uma mãe consiga ter a autoridade e a disciplina de um pai para educar os filhos homens, particularmente os adolescentes.

Quando uma filha tem um bom relacionamento com seu pai, vive uma feminilidade mais sadia, sente-se capaz de ser amada e aprende a confiar. As filhas que podem confiar nos homens, geralmente se casam com homens confiáveis.




Os pais dão importância às habilidades de competitividade, desafio, iniciativa, tomada de riscos e independência. Em contraste, as mães enfatizam a integração social, as relações interpessoais e o bem-estar da pessoa. Os pais se preocupam mais com o desenvolvimento a longo prazo dos filhos, enquanto que as mães cuidam muito a situação imediata deles. Os pais estabelecem limites, promovem a justiça e o dever (baseado em regras). As mães promovem a empatia, o cuidado e a ajuda (baseados nas relações)

Os pais ajudam os filhos a entender a diferença entre os papéis sexuais. As crianças que crescem em famílias nas quais os papéis dos pais são diferenciados aprendem a ter um uso sadio do poder do pai e do amor da mãe. Este tipo de formação produz, predominantemente, crianças emocionalmente equilibradas. Isto não significa, como muitas vezes se interpreta, que os papéis devem ser os estereótipos tradicionais do pai autoritário e ausente e da mãe submissa e frágil. Atualmente, inclusive em casais de profissionais, as funções familiares são claras e distintas, complementando-se para conseguir o melhor funcionamento do lar. 



O envolvimento dos pais desempenha uma função única e insubstituível para o desenvolvimento intelectual, emocional e social dos filhos que, assim, adquirem melhores habilidades verbais, maior habilidade na solução de problemas, maiores vitórias acadêmicas e melhor desempenho em matemática e leitura. O efeito com maior impacto, principalmente nos filhos homens, é o incremento na empatia e compaixão. Os homens que apresentam condutas anti-sociais e criminosas quase nunca tiveram uma boa relação com seus pais. 



Contudo, a maior responsabilidade dos pais é dar um exemplo do verdadeiro significado da família. Um filho aprende como deve se comportar como futuro esposo, observando o relacionamento entre os pais. Uma filha aprende como deve ser tratada por seu marido, observando esta mesma relação. O exemplo dado pelos pais durante toda a vida é o modelo que os filhos seguirão quando formarem seu próprio lar.

Por causa desta importância, sejamos homens ou mulheres devemos ressaltar o papel fundamental que o pai desempenha na dinâmica familiar. Desde o momento em que um homem escuta o primeiro pranto de seu filho, sua vida muda completamente e permanentemente. Já não se trata somente do “eu” individual mas as metas, os sonhos, os projetos, etc, estão subordinados à vida de outra pessoa que o homem colaborou para criar. A partir desse instante, sou responsável pela educação de meus filhos para que sejam pessoas felizes, dignas e íntegras.



O melhor presente que os pais podem dar a seus filhos não é uma mansão em um impressionante bairro, ou uma grande conta bancária que garanta seu futuro, mas somente passar mais tempo com eles. Não é possível construir uma relação com seus filhos se você não conviver com eles. Todavia, como chegar a este alvo e ao mesmo tempo ser responsável pelas realidades financeiras da vida? Não é fácil. É preciso sacrificar uma parte do tempo dedicado à vida empresarial, com certeza. Seria ingênuo pensar que é possível fazê-lo de outra maneira, mas o resultado sempre é mais positivo e satisfatório do que qualquer sucesso profissional.


Fonte: Almas - http://www.almas.com.mx/ 

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