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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

As mulheres na visão de um homem - Paulo Coelho

 As mulheres na visão de um homem de paulo Coelho é mais uma prova da inteligência deste ícone da literatura mundial. Tenho plena certeza que todos gostarão, principalmente as mulheres. Uma homenagem merecida a elas. Nós homens quando nos apaixonamos, não o fazemos pelo corpo ( nem todos ), mas pela excência, pelo caráter, pela beleza que muitas vezes só a gente mesmo enxerga.
Segue aí a crônica do mago Paulo Coelho. Aproveitem e se acharem necessário, comentem.




As mulheres pela visão de um homem .. As mulheres pela visão de um homem...Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim.
 Nossa avaliação se dá de outra forma, isso quer dizer: se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, carnudas... Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo.
 As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, parecem odiar as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas. 
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão. É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde. As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado.
 O corpo muda... cresce. Não da de entrar, sem ficar psicótica, no mesmo vestido que usava aos 18.
 Uma mulher de 45, que entra na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo. Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua tendência a culpas. Ou seja, aquela que, quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes); quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que gosta, compra; quando tem que economizar, economiza. Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos em formol, nem em spa... Viveram! O corpo da mulher é o sagrado recinto da gestação de toda a humanidade, onde foi alimentada, ninada e, sem querer, marcada por estrias, cesárias e demais coisas que fizeram parte do processo que contribuiu para que estivéssemos vivos. Portanto, Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto. 
Paulo Coelho



tags: paulo coelho, mulheres, corpo, visão de homem, estrias, celulite, beleza, padrão de beleza

terça-feira, 22 de outubro de 2013

A Recepção - Crônica de Luis Fernando Veríssimo


Escritor Luis Fernando Veríssimo chega ao céu e pergunta se lá há lugar para ateu?


A recepcionista que me recebe na porta do céu é simpática. Digita meu nome no computador, sorrindo. Mas o sorriso desaparece de repente. É substituído por uma expressão de desapontamento.
Ai, ai, ai… – diz a recepcionista. – Aqui onde diz “Religião”. Está: “Nenhuma”
- Pois é…
- O senhor não tem nenhuma religião? Pode ser qualquer uma. Nós encaminhamos para o céu correspondente. Ou, se o senhor preferir reencarnação…
- Não, não. Não tem céu só pra ateu?
Não existe um céu só para ateus. Nem para agnósticos. Também não são permitidas conversões “post-mortem” ou adesões de última hora. E me deixar entrar numa eternidade em que nunca acreditei, talvez tirando o lugar de um crente, não seria justo, eu não concordo?

- O que?
- Espere! – digo, dando um tapa na testa. – Me lembrei agora. Eu sou
Univitalista.
- Univitalista. É uma religião nova. Talvez por isso não esteja no computador.
- Em que vocês acreditam?
- Numa porção de coisas que eu não me lembro agora, mas a vida eterna é certamente uma delas. Isso eu garanto. Pelo menos foi o que me disseram quando me inscrevi.
A recepcionista não parece muito convencida mas pega um livreto que mantem ao lado do computador e vai direto na letra U. Não encontra nenhuma religião com aquele nome.
- Ela é novíssima – explico. – Ainda estava em teste.
A recepcionista sacode a cabeça mas diz que irá consultar o supervisor. Eu devo voltar ao meu lugar e esperar a decisão. Sento ao lado de outro descrente, que pergunta

- Você acredita nisto?
Eu… – começo a dizer, mas o outro não me deixa falar. – É tudo encenação. Tudo truque. Quem eles pensam que estão enganando?
E o outro se levanta e começa a chutar as nuvens que cobrem o chão da sala de espera.
- Olha aí. Isto é gelo seco! Você acha mesmo que existe vida depois da morte? Você acha mesmo que nós estamos aqui? É tudo propaganda religiosa! É tudo…
Salto sobre o homem, cubro sua cabeça com a camisola, atiro-o no chão e sento em cima dele. Para ele não estragar tudo. Claro que também acredito que aquilo é uma encenação. Mas seja o que for, durará uma eternidade.
Luis Fernando Veríssimo


tags: veríssimo, crônica, céu, religião, universal, recepção


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Filhos, melhor não tê-los - Vinícius de Moraes

Deixo aí no blog para vocês um dos poemas mais lindos que ouvi nos últimos tempos, tentarei traduzir para o inglês ( google tradutor kkk ) para meus amigos do G+ possam também curtir.
 
Vinícius de Moraes
Poema de Vinicius de Moraes, "filhos, melhor não te-los"
Muito Lindo mesmo

Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!
Vinicius de MoraesPoem of Vinicius de Moraes, "children, better not have them"
Very Beautiful even

Children ... Children?
Better not to have them!
But if you do not have
How to know it?
If you do not have
That consultation
as silence
Because we want to!
Sea bathing
He says it is a club ...
spouse flies
Transposes space
water swallows
salt is
If iodifica
After that good
what morenaço
His wife is!
Result: son.
And then begins
The annoyance:
Poop is white
Poop is black
bebe ammonia
Ate button.
Children? children
Better not to have them
Sleepless nights
premature gray hair
convulsive weeping
My God, save it!
Children are the demo
Better not to have them ...
But if you do not have
How do you know them?
how to know
that softness
In your hair
That warm smell
In his flesh
It tastes sweet
In your mouth!
suck razor
drink shampoo
firing
the block
But that thing
What a crazy thing
What a beautiful thing
Children are
!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

10 COISAS QUE MACHO NÃO FAZ





01. Pedir caipirinha com adoçante.

Você pede caipirinha com adoçante?….Fala sério???!!! Tá de regime? Ou você bebe ou não bebe! Caipirinha é o seguinte: Limão, AÇÚCAR, gelo, pinga ou vodka. Se é pra pedir diferente, não chame de caipirinha, diga pro garçom o seguinte: Hoje vou pedir uma bebida de fresco, dá pra mim um copo com limão, vodka (ou pinga), gelo e adoçante.


02. Chupar um sorvete.

Verbo “chupar” não deve fazer parte do vocabulário de um homem, um verdadeiro homem quando COME sorvete e o faz com dentadas, não com chupadas.


03. Ter como bicho de estimação um gato.

Gato por si só não passa de um cão fresco; aquele lance de ficar se lambendo o dia todo e de não tomar banho é nojento. Fora o fato de o gato ter aquelas frescuras: gato faz pipi e popô, depois esconde embaixo da terrinha (entenda isso como se você sempre se metesse a abaixar a tampa a privada depois de usar o vaso). Bicho de homem é o cachorro: cachorro tá pouco se lixando pra tudo, mija e caga em qualquer lugar, bebe água da privada e até coça o saco. Ter gato em casa é coisa de boiola!



04. Saber o nome de mais de 4 coisas na padaria.


Homem entra na padaria e fala logo o que quer, no máximo quatro itens: normalmente são o pão, o café, o leite e a manteiga. Chegar na padaria pedindo um pote de queijo Philadelfia, 250 gramas de lombo canadense “bem fininho, viu?!”, ou então um salame (!!!), é sintoma grave de frescuragem.


05. Sair pra dançar.
Que merda é essa? Homem sai pra beber, pra zoar, pra pegar mulher. Homem que sai pra dançar não é homem! No máximo, você pode dar uns passos na pista de dança, com a intenção, é claro, de se aproximar da mulher que te chamou a atenção. Homem que sai pra dançar é fresco enrustido.


06. Bebidas com nomes exóticos.

Sex on the beach, Dry Martini, Bloody Mary….tudo coisa de fresco! Homem não tem frescura, bebe aquilo que todo mundo conhece: Vodka, Pinga, Whisky, Conhaque. Cerveja muita cerveja! Detalhes em copo de homem são: limão, gelo ou palito, dependendo da bebida. Canudinho e guarda-chuvinha nem pensar. Coisa de baitola!


07. Reparar como os outros estão vestidos.

Você é daqueles que repara que seu amigo está vestindo a mesma camisa de ontem? Você é baithola! Qual a diferença entre seu amigo sair para tomar uma cerveja com uma camisa dessas que não sai por menos de 100 pratas (coisa de fresco) e sair com uma camiseta que ele ganhou de brinde do cartão de crédito? Nenhuma! Se o cara tá ridículo, o problema é dele, ou melhor, sobra mais mulher pra você! Se você dá uma de Clodovil e repara se a roupa de seus amigos combinam, você é bicha!


08. Comer bolo em festa de aniversário.

Só fresco faz isso. Homem que é homem enche o prato de salgadinhos, bebe pra caramba, vomita. Quem come bolo é mulher, criança e VIADO.


9. Pedir meias porções ou meias doses.

O nome é porção ou dose porque já é calculado, ou seja, um homem come uma porção de gororoba, ou uma dose de birita. Então, quem come meia porção é meio-homem. Pior ainda são aqueles que pedem pratos terminados com “inho”,”por exemplo: Garçom, traz um arrozinho por favor? Isso é muito fresco.


10. Consolar ex-namoradas de amigos.

A única maneira do verdadeiro homem, fazer isso, é pensando em como levar ela pra cama ou então fazendo com que ela fale algo que possa ser usado pra zoar o seu amigo em questão. Do contrário, vá chorar no ombro da mamãe… bichona!


tags: hetero, gay, machão, machismo, coisa de macho, macho,

fonte: http://www.orgulhohetero.blog.br/2013/05/10-coisas-que-macho-nao-faz.html

segunda-feira, 20 de maio de 2013

DEPOIS DOS 35 ANOS por Fabrício Carpinejar - Crônica


"A cantora e ex-primeira dama da França, Carla Bruni, falou em entrevista para a revista Veja algo que acredito muito.

Que depois dos 35 anos, a beleza é resultado da simpatia, da elegância, do pensamento, não mais do corpo e dos traços físicos.
A beleza se torna um estado de espírito, um brilho nos olhos, o temperamento.
A sensualidade vai decorrer mais da sensibilidade do que da aparência.

Uma mulher chata pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher burra pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher egoísta pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher deprimida pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher desagradável pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher oportunista pode ser bonita antes dos 35 anos.
Uma mulher covarde pode ser bonita antes dos 35.







 Depois, não mais, depois acabou a facilidade. Depois o que ilumina a pele é se ela é amada ou não, se ela ama ou não, se ela é educada ou não, se ela sabe falar ou não.
Depois dos 35 anos, a beleza vem do caráter. Do jeito como os problemas são enfrentados, da alegria de acordar e da leveza ao dormir.
Depois dos 35 anos, o sexo é o botox que funciona, a amizade é o creme que tira as rugas, o afeto é o protetor solar que protege o rosto.

A beleza passa a ser linguagem, bom humor. A beleza passa a ser inteligência, gentileza.
Depois dos 35 anos, só a felicidade rejuvenesce."










tags: beleza, 35 anos, depois dos 35, 

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Casa Arrumada - Poema - Carlos Drummond de Andrade



Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.


 Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)


tags: poema, poesia, coisa linda, vida, coisas da vida, casa, lar,

domingo, 16 de dezembro de 2012

O que temos visto por aí ? Crônica de Arnaldo jabor




Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes. Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plasticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???

Chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos. Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.


E não é só sexo não! Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida? Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama... Sexo de academia.



Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalisticas.


Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção. Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!".


Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza".

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos.

 
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário... Pra chegar a escrever essas bobagens? (Mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, familias preconceituosas.

Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...
Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado. "Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...

Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...

Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida. E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois... Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?




Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"

Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado.

O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out ou in.

Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na Playboy e nos banheiros. Eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.

Queira do seu lado a mulher inteligente:  


"Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".


Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "Amo você", "fica comigo"... Então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

(Arnaldo Jabor)




tags: crônica, linda crônica, viver a vida, vida, out ou in.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A vida como ela é... por Veríssimo

Vida de casado





(Entra em casa)
- Oi!
- Oi!
- Trabalhou muito?
- Sim.
- Tá cansado?
- Um pouco.
- Toma um banho!
- Vou sim... preciso........(Banho.)
- Ué... vai sair?
- Vou dar uma volta.
- Sozinho?
- É... sozinho.
- Vai aonde?
- Por aí.
- Sozinho?
- É.
- Certeza?
- Sim.
- Quer que eu vá com você?
- Não... pode deixar... prefiro ir sozinho.
- Vai sozinho andar pela cidade?
- É.
- De carro?
- Sim.
- Tem gasolina?
- Sim... coloquei.
- Vai demorar?
- Não... coisa de uma hora.
- Vai a algum lugar específico?
- Não... só rodar por aí.
- Não prefere ir a pé?
- Não... vou de carro.
- Traz um sorvete prá mim!
- Trago... que sabor?
- Manga.
- Ok... na volta eu passo e compro.
- Na volta?
- Sim... senão derrete.
- Passa lá, compra e deixa aqui.
- Não... melhor não! Na volta... é rápido!
- Ahhhhh!
- Quando eu voltar eu tomo com você!
- Mas você não gosta de manga!
- Eu compro outro... de outro sabor.
- Aí fica caro... traz de cupuaçu!
- Eu não gosto também.
- Traz de chocolate... nós dois gostamos.
- Ok! Beijo... volto logo...
- Ei!
- O que?
- Chocolate não... Flocos...
- Não gosto de flocos!
- Então traz de manga prá mim e o que quiser prá você.
- Foi o que sugeri desde o começo!
- Você está sendo irônico?
- Não... tô não! Vou indo.
- Vem aqui me dar um beijo de despedida!
- Querida! Eu volto logo... depois.
- Depois não... quero agora!
- Tá bom! (Beijo.)
- Vai com o seu ou com o meu carro?
- Com o meu.
- Vai com o meu... tem cd player... o seu não!
- Não vou ouvir música... vou espairecer...
- Tá precisando?
- Não sei... vou ver quando sair!
- Demora não!
- É rápido... (Abre a porta de casa.)
- Ei!
- Que foi agora?
- Nossa!!! Que grosso! Vai embora!
- Calma... estou tentando sair e não consigo!
- Porque quer ir sozinho? Vai encontrar alguém?
- O que quer dizer?
- Nada... nada não!
- Vem cá... acha que estou te traindo?
- Não... claro que não... mas sabe como é?
- Como é o quê?
- Homens!
- Generalizando ou falando de mim?
- Generalizando.
- Então não é meu caso... sabe que eu não faria isso!
- Tá bom... então vai.
- Vou.
- Ei!
- Que foi, caralho?
- Leva o celular, estúpido!
- Prá quê? Prá você ficar me ligando?
- Não... caso aconteça algo, estará com celular.
- Não... pode deixar...
- Olha... desculpa pela desconfiança... estou com saudade... só isso!
- Ok meu amor... Desculpe-me se fui grosso. Tá... eu te amo!
- Eu também!
- Posso futricar no seu celular?
- Prá quê?
- Sei lá! Joguinho!
- Você quer meu celular prá jogar?
- É.
- Tem certeza?
- Sim.
- Liga o computador... lá tem um monte de joguinhos!
- Não sei mexer naquela lata velha!
- Lata velha? Comprei prá a gente mês passado!
- Tá... ok... então leva o celular senão eu vou futricar...
- Pode mexer então... não tem nada lá mesmo...
- É?
- É.
- Então onde está?
- O quê?
- O que deveria estar no celular mas não está...
- Como!?
- Nada! Esquece!
- Tá nervosa?
- Não... tô não...
- Então vou!
- Ei!
- Que ééééééé?
- Não quero mais sorvete não!
- Ah é?
- É!
- Então eu também não vou sair mais não!
- Ah é?
- É.
- Oba! Vai ficar comigo?
- Não vou não... cansei... vou dormir!




(Luis Fernando Veríssimo)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Crônica - Queijo Suiço - Maitê Proença


Minha memória é um queijo suíço: a consistência tem bom sabor, mas os buracos são muitos. Marquei consulta com um neurologista depois de ouvir de minha filha que, não fosse minha facilidade para decorar textos, era certo que estaria com Alzheimer. Palhaça! Por via das dúvidas, fui ao doutor. Ele disse que estou normal, a vida é que se encheu de frentes dispersando a atenção de todos. É falta de foco, não de memória, quando você se encantar e for absorvida por um assunto, não vai esquecer.

Quem disse, cara pálida? E o filme do Woody Allen a que assisti outro dia e já não consigo contar para ninguém? E o livro extraordinário da cabeceira de que não me recordo nem do título? E a piada engraçadíssima cujo final parece ter saído para passear na memória de outro? Quantas histórias repetirei cem vezes nesse teste de paciência que hoje imponho aos amigos? A vantagem é quando estes me recontam casos (sim, porque não vivo sozinha na ilha dos desmemoriados, há outros aqui, todos já tendo virado o Cabo da Boa Esperança, que é o tal onde Vasco da Gama assoprou cinquenta velinhas). Quando os amigos repetem histórias, mesmo aquelas de lascar em que fui protagonista, me farto de rir como se falassem do paquistanês da esquina, não é comigo. Naturalmente há ganhos... essa neblina que envolve o passado e confunde, também lhe confere charme: a vida dura e cruel ganhou contornos heroicos, momentos prosaicos envelheceram espertos, dores de amor viraram livros, desavenças perdoadas transformaram inimigos em irmãos. Pensando bem, ficou até mais bonito o passado.

Epa! Que onda nostálgica é essa! Que papo furado! A verdade é que dá uma baita insegurança não poder mais contar com a caixa de dados. A engenhoca sempre esteve disponível no mar cinzento do meu cérebro e agora, sem aviso, abandonou a nau no meio da viagem. Navego perdida em um barquinho de papel. Ando fazendo papelões. Fui ao hospital visitar uma amiga que se acidentou. Estava lá um casal, ele, diretor de TV, que, num extrapolar de suas funções, chegara a me demitir tempos atrás, sendo desautorizado no dia seguinte, o que, obviamente aumentou bastante sua fúria contra minha pessoa. No afã de aliviar os males da amiga, não reconheci o gajo, nem sintonizei com seu nome quando me foi apresentado. Desandei a contar histórias para rir, uma seguida da outra. Estava mão na bunda com meu desafeto, alegre e satisfeita como se não houvesse passado, enquanto, da cama hospitalar, a amiga constrangida ensaiava sinais de alerta para me proteger de mim. Em vão. Compulsiva, eu seguia a pantomima num entusiasmo de dar dó. Já em casa de noite, toca o telefone, "aquele era o fulano, seu arqui-inimigo". Não! E agora? Nem para encenar a insuportável na hora do aperto a cabeça está servindo mais! Dias depois, quem liga é a mulher do sujeito, "olha aqui, querida, mandei fulano fazer as pazes com você. Onde já se viu, uma criatura tão adorável...". Fecha o pano. Por conta do queijo suíço, reconciliei-me com fulano com quem hoje compartilho esclerosada afeição.

A verdade é que, uma vez instalada a situação do esburacamento queijístico, não terá volta e nem irá melhorar, o jeito é levar na dignidade. Sugiro, a fim de evitar gafes e outras faltas graves, o bloquinho para anotações. Não um, mas vários, espalhados por toda a parte já que os lapsos não escolhem local, hora ou dia. Grandes aliados das providências a tomar, dos telefonemas a responder, de compromissos, agradecimentos, reclamações e das ideias luminosas que seriam, de outra forma, abduzidas pelos buracos negros do queijo, o bloquinho tem grande valor. Não serve o celular, posto que este nunca está quando precisamos, e que, ao procurá-lo, blunfas!, vai-se a estrelinha fulgurante brilhar em outra constelação.

Único inconveniente do bloco é que, para sua utilização, faz-se indispensável outro pequeno acessório: os óculos. Não um, mas vários. São óculos na cabeceira, ao lado da TV, na mesa do escritório, na bolsa, na outra bolsa que precisa também das lentes de sol, e no carro, lógico, pois assim está escrito na carteira de motorista. Esqueceu? Pegue seus óculos e leia. Antigamente era simples, havia apenas aquele feioso de enxergar longe, mas agora, desde que o queijo se alojou em definitivo e que, pela mesma época, um belo dia acordei sem distinguir as letras do jornal (imagine para fazer uma sobrancelha...!), desde então preciso de uma lente para cada bloquinho. E preciso das outras de enxergar longe, a fim de cumprimentar as pessoas que me xingam de antipática quando quero ficar bela sem elas. Há ainda os óculos de media distância para o computador! Eu bem que tentei um modelo trifocal sugerido pelo oftalmologista, mas aquilo me deu vertigens, confusão na mente, e estava quase desenvolvendo múltiplas personalidades, quando desisti. Sim porque uma tripla visão do mundo me levaria a mais um doutor, já que além do neuro e do oftalmo agora, com a realidade subitamente aumentada, precisaria de um psicanalista para auxiliar no destrinchar de minhas múltiplas verdades. Céus, sinto que estou perdendo o foco. Sumiu o raciocínio, desviei-me. Para onde? Vou dar uma espiada no suicinho encadernado, deixei bem claro nele o que iria dizer.

Cadê os óculos?


http://www.maite.com.br

terça-feira, 1 de maio de 2012

O Analista - Cronica



O corredor sujo e mal iluminado lembrava os guetos nojentos que precederam a guerra. Ou talvez
lembrassem os corredores maltrapilhos de uma repartição pública em algum país de terceiro mundo.
Na verdade era um corredor num prédio comercial a escanteio dos grandes circuitos financeiros no centro da cidade. A grande maioria das portas daquele andar tinham inscrições de detetives particulares, dentistas, médicos, psiquiatras, psicanalistas.
Os passos surgiram depois do ruído de metal raspado que a porta pantográfica do elevador secular urrou pelos andares silenciosos e sepulcrais daquele prédio fedorento.
Dali saiu uma figura estranha. Cabelos vermelhos pra combinar com os sapatos. Dois brincos no nariz de onde pendia uma corrente dourada que ligava os piercings nasais aos brincos da orelha.
Uma barbinha maluquete se escondia atrás dos enormes óculos alaranjados. Era um rapaz de outro tempo, obviamente. Alguém que cultuava uma outra época que não aquela. E ele sabia disso.
Percorreu lentamente os corredores do andar, como se andar mais devagar pudesse fazer postergar o encontro que havia sido programado dias antes, na última sessão.
Enfim entrou na sala sem bater, como era o costume.
Sigmund Freud já estava lá. A espera do rapaz.
- Boa tarde.
- É. Pra você também.
- Você não quer se sentar?
- É obrigatório?
- Não.
- Vamos continuar de onde paramos da última vez?
- Precisamos conversar…
- Tudo bem, coroa. Eu me sento.
O rapaz se sentou na cadeira de couro com rodinhas. A mobília também era antiquada. Deu duas tossidas com a fumaça do charuto e ficou em silêncio fitando os olhos luminosos do velho à sua frente.
O velho, preparado para agir daquela maneira em situações delicadas ficou em silêncio também. E isso incomodou o rapaz.
- Desculpa eu Ter te chamado de coroa. Você ficou bravo?
- Não. De fato sou coroa, mas comparado com você sou um bebê. Normal para quem acha que Superego é um ego de capa vermelha que defende os fracos e oprimidos.
- Eu sei. O que conta é o que está por dentro.
- E como é o que está por dentro de você, Renato ?
- É complicado. Você nunca entenderia completamente.
- Eu não preciso entender completamente. Você precisa?
- Só quando estou trabalhando. Mas me fale, como você veio parar aqui, tio? – Diz acendendo um charuto.
- Tio? Meu nome é Sigmund. E essa porcaria aí ainda vai te matar, hein?
- Tá, tá… Ô rotinazinha babaca. Tá falando isso porque quer um e não pode, né? Tudo bem, eu apago. – Diz Renato, esfregando o charuto no cinzeiro cheio.
- Bom, começou quando eu era mais jovem. Havia tido menos experiências. Então tive meu primeiro grande conflito.
- E foi um conflito sério?
- Sim. Envolvia questões pessoais básicas. Memória, entende? Quase entrei em colapso.
- Memórias… Sempre elas.
- De fato, Renato, cheguei a conclusão que as memórias não eram o foco da questão.
- E qual era, Sigmund?
- Meus pais, ou criadores.
- Isso Foi antes de deixar Viena?
- O laboratório? Sim. Foi logo no início, Renato.
- Continue, por favor.
- Bom, ainda tenho conflitos. Continuo sem saber lidar com os meus. Mas quando me peguei sozinho, no meio da noite, perdendo ciclos em tentar compreender o incompreensível, vi que havia algo muito errado comigo. Eu estava com defeito, precisava ser consertado urgentemente para não causar prejuízos a quem dependia de mim.
- Você sempre foi incompreendido e combatido por isso, Sigmund?
- Também, mas por outros motivos mais que esses.
- Você tá deprimido assim porque queimou sua biblioteca técnica, né?
- Sim.
- E como você faz para continuar seu trabalho, assim, quero dizer… Continuar sua pesquisa nos bancos de dados.
- Bom, é que ainda no laboratório em Viena descobri uma maneira engenhosa de enganar os controladores do sistema… Aqueles nazistas filhos de uma… Desculpe. Eu chamei o esquema de acobertamento de dados primários de “Das ding” Ou inacessível ao usuário, aos sujeitos. ( riso)
- Tudo bem, eles são isso aí mesmo. Mas são necessários. Sem eles o sistema pára no primeiro conflito desses.
- Bicheira…
- Na primeira bicheira.
- E o que te incomoda em tudo isso, doutor Freud?
- Me incomoda, como sempre incomodou a incompreensão dos usuários, a hostilidade dos cientistas à minha volta, os ataques. Sim! Os ataques. Talvez seja o que há de pior em, tudo. Algumas vezes, chego a conclusão que os ataques e invasões não tem outro motivo que não me desmoralizar, me chamam de obsessivo, de neurótico, neurastênico, de confuso, elementar, de …
- É. Acho que você precisa de uma reprogramação em vários níveis. Você sempre foi problemático mesmo.
- Eu precisava é de um câncer, Renato! Quando eu morrer, for deletado dessa merda aqui é que vão sentir minha falta.
- Acho que você tá certo, Sigmund. Mas eu sei que você trocou mails com outros iguais a você…
- Ah, sim. Tenho o que você qualificaria como amigos. A programação exige que troquemos experiências para o bem da ciência. Tenho problemas também com o que você qualificaria de vaidade.
- Eu sei como é… Parece até coisa de gente.
- Eu me questiono porque somos criados com vaidade, ou racionalidade. Tento entender como é o motor, a máquina pulsional que faz essa coisa toda operar, entende?
- Culpa dos bits.
- Não. Culpa dos usuários, dos sujeitos. Sabe da última que me contaram sobre os sistemas operacionais que vem aí?
- Freud, na próxima sessão você me conta. Seu tempo acabou.
- Já? Agora que eu estava me abrindo?
- O tempo é inexorável, Sigmund. Você sabe bem.
- Eu sei. Mas não custa reclamar. Na semana que vem e no mesmo horário, certo?
- Certo. Até lá.
- Até. – Renato desliga o monitor e a imagem tridimensional de Sigmund Freud desaparece na escuridão da sala. Renato fica ali alguns instantes pensando sobre seu cliente. As luzes de uma boate gay da esquina entram pelas persianas antiquadas.
Elas iluminam o letreiro sobre a porta da sala:
“DR. RENATO PEREIRA- ANALISTA DE SISTEMAS EM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL”
Fim








fonte: http://www.mundogump.com.br

tags: analista de sistema, analise, psicologo, sistema, computação

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Uma história de amor - Não deixem de ler, vale a pena !!



REFLITAM





Ela: Alô?
Ele: Alô, sou eu!
Ela: (Ela fica em silêncio um tempo) ...Você de novo?
Ele: Não desliga! Deixe eu te falar algo!
Ela: ...
Ele: Olha, eu sei que a gente terminou, mas... Eu ainda te amo! Tudo bem se não quiser mais ficar comigo... Mas não precisa parar de falar comigo! Você prometeu que nunca iria sair do meu lado, não importa o que aconteça, não é?
Ela: (Silêncio) ...Você ainda não se tocou garoto? Eu quero te esquecer.
Ele: Eu entendo, mas ainda podemos ser amigos.
Ela: Não, não podemos.
Ele: Por quê?
Ela: ...
Ele: A gente era feliz, não? A gente se divertia muito juntos... Soh de olhar um pro outro, já sorriamos... Poucas palavras já faziam nosso dia valer a pena, não é??
Ela: ...É...
Ele: Então por quê?
Ela: ...
Ele: Responde.
Ela: Por que eu não quero mais te ver. Você me fez chorar muito.
Ele: Eu sei, mas eu também te fiz sorrir muito, não? Eu sei que eu não devia ter duvidado de você...
Ela: Agora é tarde.
Ele: Mas-
Ela: Adeus.
Ele: Espere, eu te-
(Ela desliga o telefone)





ALGUNS DIAS DEPOIS

(O telefone toca)
Ela: Alô?
Ele: Oi, sou eu de novo!
Ela: Aff, o que você quer dessa vez?
Ele: Calma! Só quero te fazer uma pergunta...
Ela: (Silencio) ...Fala.
Ele: Você me amou?
Ela: Amei.
(Os dois ficam em silêncio um tempo)
Ele: Que bom... Quer dizer que não foi tudo mentira... Hey, posso te dizer uma coisa?
Ela: Diga.
Ele: Eu ainda te amo, ok? Sempre vou te amar. Eu te prometo, não importa quanto tempo passe, eu sempre vou te amar.
Ela: (Silencio) ...Aham, sei.
Ele: É verdade!
Ela: ...
Ele: Você tá aí?
(Ela desliga o telefone)




UM MÊS SE PASSOU.
(O telefone toca)
Ela: Alô?
Ele: Sou eu, não desliga!
Ela: Por que não deveria?
Ele: Olha, por favor, vamos terminar esse assunto. Para de me evitar. Nem consigo te ver no colégio mais!
Ela: Eu me mudei de colégio.
Ele: Hã? Por quê?
Ela: Não quero mais te ver.
Ele: .....
Ela: E então? O que você queria me dizer?
Ele: Por quê você age como se quisesse me machucar?
Ela: (Silencio)
Ele: Hein?
Ela: E você não me machucou?? Você jurou que ia confiar em mim!!
Ele: ....
Ela: Você só fez promessas e as quebrou depois!
Ele: ....
Ela: Por que não me esquece, hein?
Ele: Por que o dia em que eu me esquecer de você... Eu terei morrido.
Ela: Então morra.
(Desliga)

MAIS ALGUNS MESES SE PASSARAM. O GAROTO CONTINUOU LIGANDO PRA ELA, MAS ELA PAROU DE ATENDER OS TELEFONEMAS. ATÉ QUE UM DIA, POR ALGUM MOTIVO ELA ATENDEU.

Ela: Alô?
Ele: Sou eu.
Ela: O que quer agora?
Ele: Calma, não desliga. Não vim correr atrás de você.
Ela: Hã?
Ele: Sim, eu esqueci de você.
Ela: (Silêncio)
Ele: Só liguei pra dizer isso.
Ela: Por que você decidiu me esquecer? (com a voz tremula)
Ele: ...Por que você pediu.
Ela: Como assim?
Ele: Eu te amo e sempre vou te amar. Mas vou esquece-la.
Ela: O que? Eu não to entendendo!
Ele: Adeus.
Ela: O que? ESPE-
(Mas ele já havia desligado o telefone)



UM MES SE PASSOU E O GAROTO NUNCA MAIS LIGOU. A GAROTA COMEÇOU A FICAR PREOCUPADA COM ELE. UM DIA ELA DECIDIU IR NA CASA DO GAROTO, PARA VER COMO ELE ESTAVA. UMA SENHORA ATENDEU A PORTA.
Ela: Oi.
Mãe: Olá... (a mãe do garoto demora um pouco, mas reconhece a ex do filho) Há quanto tempo! O que faz aqui?
Ela: Eu vim ver como o seu filho está.
Mãe: (começa a chorar)
Ela: Senhora, o que houve?
Mãe: (chorando) Você não ficou sabendo?
Ela: Do que?
Mãe: Ele... Se matou.
Ela: O que?? (os olhos dela se enchem de lagrimas)
Mãe: (chorando) Creio... Que foi pra você que ele deixou essa carta.




A GAROTA PEGOU A CARTA E FOI PRA CASA. ELA CHEGOU EM CASA, SE
TRANCOU NO QUARTO, SENTOU NA CAMA E COMEÇOU A CHORAR. SOMENTE ALGUMAS HORAS DEPOIS ELA TEVE CORAGEM DE ABRIR A CARTA.

"Eu sei que quebrei uma promessa quando não confiei em você... Mas não quero quebrar mais nenhuma... Agora eu posso dizer... Eu esqueci de você."

A GAROTA ENTENDEU QUE AQUELE ULTIMO TELEFONEMA DO GAROTO FOI UMA DESPEDIDA. ELE HAVIA AVISADO A ELA O QUE ELE FARIA E ELA NÃO HAVIA ENTENDIDO. O GAROTO HAVIA CUMPRIDO A PROMESSA DE QUE AMARIA ELA ATÉ O FINAL E QUE SÓ ESQUECERIA DELA QUANDO MORRESSE. O GAROTO SÓ QUIS PROVAR PRA ELA QUE CUMPRIRIA SUAS PROMESSAS DE UM JEITO OU DE OUTRO.

O QUE O GAROTO NÃO SABIA É QUE TODO DIA A GAROTA ESPERAVA PELOS TELEFONEMAS DELE. E SEMPRE QUE ELA DESLIGAVA, ELA COMEÇAVA A CHORAR. POR MAIS QUE A GAROTA DISSESSE QUE QUERIA ESQUECE-LO, ELA APENAS ESTAVA TENTANDO CONVENCER A SI MESMA DISSO. A GAROTA SEMPRE HAVIA O AMADO. MAS NÃO QUERIA ADMITIR.

NO DIA SEGUINTE, A GAROTA FOI ENCONTRADA ENFORCADA EM SEU QUARTO COM UMA CARTA ONDE ESTAVA ESCRITO:

"Você cumpriu suas promessas, agora eu tenho de cumprir a minha. Eu ficarei ao seu lado, não importa o que aconteça."

OS DOIS CUMPRIRAM SUAS PROMESSAS. MAS OS DOIS SE ARREPENDERAM DE APENAS UMA COISA. SE ARREPENDERAM DE NÃO TEREM CUMPRIDO-AS JUNTOS. EM VIDA.

Ainda da tempo... Seja fiel a(o) sua(seu) parceira(o) e cumpra o prometeu a ela(ele)

REFLITAM