domingo, 4 de março de 2012

Secos e Molhados

☻☺☻ Secos & Molhados ☺ ☻ ☺


Secos & Molhados foi uma das melhores bandas brasileira, visuais andróginos, rostos pintados, visual muito louco para a época, guitarra com som brasileiro rico e rock...

...criada pelo compositor João Ricardo em 1971.
Canções do folclore português, como "O Vira",
misturadas com a poesia de Cassiano Ricardo,
João Apolinário, Vinícius de Moraes e Fernando Pessoa, entre outros, fizeram do grupo um dos maiores
fenômenos musicais do Brasil.

*O nome foi criado por João Ricardo, quando, nas proximidades de Ubatuba, em um dia chuvoso, viu uma placa de armazém balançando anunciando o tema "Secos e Molhados".
Isto lhe chamou a atenção, e antes mesmo do surgimento da banda, surgiu a idéia do nome e alguns outros conceitos que a consistiriam foram se formando.

A formação inicial do grupo era composta por: João Ricardo (violão de doze cordas e gaita), Fred (bongô) e Antônio Carlos, ou Pitoco, como é mais conhecido.
O som completamente diferente à época, fez com que o Kurtisso Negro de propriedade de Peter Thomas, Oswaldo Spiritus e Luiz Antonio Machado no bairro do Bixiga, em São Paulo, local onde o grupo se apresentava, fosse visitado por muitas pessoas, interessadas em conhecer o grupo. Entre os “curiosos” estava a cantora e compositora Luli, com quem João Ricardo fez alguns dos maiores sucessos já gravados no Brasil ("O Vira" e "Fala").
Fred e Pitoco, em julho de 1971, resolvem seguir carreira solo e João Ricardo sai à procura de um vocalista.
(João Ricardo)
Por indicação de Luli, conhece Ney Matogrosso, que muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo.
(Ney Matogrosso)
Depois de alguns meses, Gerson Conrad, vizinho de João Ricardo, é incorporado ao grupo.
O Secos & Molhados começa a ensaiar e depois de um ano se apresenta no teatro do Meio, do Ruth Escobar, que virou um misto de bar-restaurante chamado "Casa de Badalação e Tédio".
*Formação clássica (1973-1974)
No dia 23 de maio de 1973, o grupo entra no estúdio "Prova" para gravar – em sessões de seis horas ao dia, por quinze dias, em quatro canais – seu primeiro disco, que vendeu mais de 300 mil cópias em apenas dois meses, atingindo um milhão de cópias em pouco tempo.
Os Secos & Molhados se tornaram um dos maiores fenômenos da música popular brasileira, batendo todos os recordes de vendagens de discos e público.
O disco era formado por treze canções que ao ver da crítica, parecem atuais até os dias de hoje. As canções mais executadas foram "Sangue Latino", "O Vira", e "Rosa de Hiroshima".
O disco também destaca inúmeras críticas a ditadura militar que estava implantada no Brasil, em canções como o blues alternativo "Primavera nos Dentes" e o rock progressivo "Assim Assado" – esta de forma mais explícita em versos que personificam uma disputa entre socialismo e capitalismo.
Até mesmo a capa do disco foi eleita pela Folha de São Paulo como a melhor de todos os tempos de discos brasileiros.
O sucesso do grupo atraiu a atenção da mídia, que convidou-os para várias participações na televisão.
As mais relevantes foram os especiais do programa Fantástico, da Rede Globo. Sempre apareciam com maquiagens inusitadas, roupas diferentes sendo uma das primeiras e poucas bandas brasileiras a aderirem o glam rock.
Em fevereiro de 1974, fizeram um concerto no Maracanãzinho que bateu todos os índices de público jamais visto no Brasil - enquanto o estádio comportava 30 mil pessoas, outras 90 mil ficaram do lado de fora. Também em 1974 o grupo sai em turnê internacional, que segundo Ney Matogrosso, gerou oportunidades de criar uma carreira internacional sólida.
Em agosto do mesmo ano, é lançado o segundo disco de estúdio da banda, que tinha em destaque "Flores Astrais", único hit do disco. O lançamento do disco foi pouco antes do fim da formação clássica da banda, que ocorreu por brigas internas entre os membros.
Talvez por este motivo o segundo álbum – que veio sem título, e com uma capa preta – não tenha feito tanto sucesso comercial como o primeiro.
*Período de inatividade (1974-1977)
Após o fim do grupo Secos & Molhados, os três membros seguiram em carreira solo.

Ney Matogrosso lançou no ano seguinte, em 1975, seu primeiro disco com o nome de "Água do Céu-Pássaro" (recheado de experimentalismos musicais) e com o sucesso "América do Sul".
João Ricardo lançou também em 1975 seu disco homônimo, mais conhecido por Pink Record. Gerson Conrad juntou-se a Zezé Motta e lançou um disco também em 1975.
João Ricardo adquiriu os direitos autorais sob o nome Secos & Molhados, após algumas brigas na justiça, e saiu a procura de novos músicos para que a banda tivesse novas formações.
*Outras formações
A primeira formação após o fim do grupo em 1974 surgiu em maio de 1978, João Ricardo lança o terceiro disco dos Secos & Molhados com Lili Rodrigues, Wander Taffo, Gel Fernandes e João Ascensão. O terceiro disco foi lançado, e mais um sucesso do grupo – o que seria o último de reconhecimento nacional, e único fora da formação original – "Que Fim Levaram Todas as Flores?", uma das canções mais executada no Brasil naquele ano, o que trouxe o novo grupo de João Ricardo às apresentações televisivas.
No mês de Agosto de 1980, junto com os irmãos Lempé – César e Roberto – o Secos & Molhados lança o quinto disco, que não teve sucesso comercial. A quinta formação do grupo nasce no dia 30 de junho de 1987, com o enigmático Totô Braxil, em um concerto no Palace, em São Paulo.
Em maio de 1988 sai o álbum "A Volta do Gato Preto", que foi o último da década. Simplesmente sozinho, em 1999, João Ricardo lança "Teatro?" mostrando definitivamente a marca do criador dos Secos e Molhados.
*A canção "O Vira" é passada para frente de geração à geração, e até hoje, trinta anos depois do fim da formação original do grupo, é executada em rádios e programas de televisão.
Em 2003 foi lançado o disco "Assim Assado: Tributo aos Secos & Molhados", que contavam com versões das músicas do disco de 1973 na voz de outros artistas. Entre eles, Nando Reis, Arnaldo Antunes, Pitty, Tony Garrido, Ritchie e outros.
*Foram influenciados pelos Dzi Croquettes, segundo reportagem do Estadão, contrariando os boatos de que fora o Kiss que inspirara o visual da banda.
*Discografia

*Secos & Molhados - 1973
*Secos & Molhados (II) - 1974
*Secos e Molhados [III] - 1978
*Secos e Molhados [IV] - 1980
*A Volta do Gato Preto - 1988
*Teatro? - 1999
*Memória Velha - 2000
*Ouvido Nu - 2003
*Sempre -
2009


II-

*1971

Abril – A banda agora faz jus ao nome com a entrada de mais dois integrantes: Antonio Carlos (Pitoco) e Fred. Um violão de 12 cordas e harmônica de boca, uma viola de 10 cordas e percussão.
Maio – Temporada na casa de shows “Kurtisso Negro”.
(João Ricardo)
Julho – João Ricardo muda os componentes da banda.
Agosto – Conhece Ney de Souza Pereira, futuro Matogrosso. Fazem durante alguns dias ensaios para se conhecerem. Ney volta ao Rio, onde mora.
Novembro – Ney volta a São Paulo para integrar de vez os Secos & Molhados. Nesse mesmo dia, está agendada a gravação da musica “Vôo” para a peça sob direção de Antunes Filho, “Corpo a Corpo” de Oduvaldo Viana Filho, o Vianinha.
*1972
Janeiro – Começam nos ensaios entre João e Ney. Durante o ano várias músicos
procurariam João para fazerem parte da banda. Dos primeiros, o único que ficou foi o flautista Sérgio Rosadas, o “Gripa”, presente na gravação dos dois discos desta formação.
Formaliza a entrada de Gerson Conrradi, conhecido Conrad.
Dezembro – Primeira temporada no Teatro do Meio, no Ruth Escobar, doublé de casa noturna: “Casa de Badalação & Tédio”. Primeiro sucesso inesperado. Um mês depois voltam por mais quinze dias. Conhecem o futuro empresário, o jornalista Moracy do Val, que lhes propõe gravar o primeiro disco.
*1973
Janeiro – João e Ney viajam para o Rio para descansar enquanto procuram músicos para viabilizar a possível gravação do primeiro disco. A estadia prolonga-se por mais dois meses. João vem a São Paulo duas vezes até receber o OK do empresário em relação á gravadora.
Março - Começam os ensaios com os músicos Gripa (flauta), John (guitarra), Willy (baixo) e Marcelo (bateria).
Maio, 23 – Entram em estúdio.
Junho – Quinze dias depois terminam de gravar o disco e preparam as fotos da capa com António Carlos Rodrigues. Com o layout de Décio Duarte Ambrósio, João Ricardo entrega tudo pronto para a direção de arte da Continental, companhia de discos.
Agosto, 6 – Show de lançamento do primeiro álbum no antigo Teatro Aquarius, na rua Rui Barbosa, em São Paulo.
Setembro, 9 – Aparecem no primeiro programa de televisão chamado “Fantástico” da rede Globo e acabam por se tornar a maior discussão do país.
Setembro, 12 – Estréia da temporada de duas semanas no “Teatro Itália” para o lançamento do disco que até ao fim deste mês chegaria á marca inacreditável de trezentas mil cópias vendidas. Torna-se o maior fenômeno da musica popular do Brasil, batendo todos os recordes de vendagem de discos até então.
Novembro – Mostram-se para o Rio de Janeiro num show único no Teatro “Thereza Raquel” para sentirem a recepção do público carioca. É preciso chamar a polícia de choque para conter o assédio das pessoas que compareceram em numero três vezes superior á lotação do teatro.
Dezembro - Fazem shows pelo país, batendo também todos os recordes de público. Resolvem voltar a São Paulo e terminar o ano em temporada no Teatro “Treze de Maio”.
*1974
Janeiro – Temporada de um mês no Teatro “Thereza Raquel” e gravações em televisão. Sucesso absoluto de público.
Fevereiro – Apenas para agradecer e dar chance ás pessoas que não conseguiram entrar no teatro durante a temporada, sem imaginar o que aconteceria, a banda resolve fazer um show no Maracanãzinho e acaba surpreendido pelas milhares de pessoas que não só superlotaram o ginásio dentro, como fora.
Março – Viajam ao México para lançamento do disco.Em quinze dias deixam o país em polvorosa ao se apresentarem em programas de televisão.
Abril/Maio – Alguns shows e ensaios para a gravação do segundo álbum.
Junho – Gravação do disco.
Agosto – Lançamento no programa “Fantástico” e ao mesmo tempo o término dessa formação.
*1975

Fevereiro – João Ricardo grava o seu primeiro disco solo e em seguida viaja a Los Angeles para a mixagem nos Estúdios Kendun em Burbank com o celebrado engenheiro de som Humberto Gatica.
Maio – Lançamento também no “Fantástico” do que ficou sendo conhecido como “disco rosa”. Em seguida um show desastroso no teatro Bandeirantes faz João se recolher e se preparar para gravar um ano depois.
*1976

Agosto – João chama três músicos desconhecidos, Vander Taffo (guitarras), João Ascensão (baixo) e Juba (bateria), e viaja para o Rio de Janeiro para gravar nos estúdios da Phonogram, o segundo álbum solo, ”Da Boca Pra Fora”.
Outubro – O lançamento desta vez não se deu na televisão, mas num show realizado no “Teatro Oficina” sob a direção do dramaturgo e diretor eventual de shows, Antonio Bivar.
*1977
Dezembro – Entra em estúdio para gravar o terceiro disco dos Secos com novos componentes: Lili Rodrigues (vocais) Vander Taffo (guitarra) João Ascensão (baixo) e Gel Fernandes (bateria). A partir deste disco, todos os componentes serão sempre mudados.
*1978

Março – Em meio á febre do “disco music”, os Secos & Molhados lançam a terceira obra com a canção “Que fim levaram todas as flores?”, uma das mais executadas no país. Durante o ano fazem televisão e shows muito bem recebidos.
*1979

Abril/Maio – Gravação do segundo álbum “Musicar” de João Ricardo, mas que seria lançado apenas no segundo semestre. A gravadora considerou-o hermético, mais pra musica popular brasileira contemporânea ou o que isso possa significar.
*1980

Agosto – O quarto elepê dos Secos é lançado com nova formação: César e Roberto Lempé e Carlos Amantor, cantores e compositores. João decide parar por um tempo e viajar para fora do país. Pede e aceitam a rescisão do seu contrato.
*1981
Junho – João volta a fazer shows e estréia “Em Conserto” (assim mesmo) no teatro João Caetano. Participação especial do artista plástico/ator Marco Antonio Lima.
No resto do ano João Ricardo entra em estúdio e começa a fazer testes com canções que pretende gravar, ainda sem nada muito definido. Essas canções entrariam no disco “Memória Velha” lançado no ano 2000. Numa dessas noites de gravação nos Estúdios Matrix, conhece Carlos Zapparolli Jr., mais tarde conhecido como Tôto Braxil.
*1987

Fevereiro – João recebe a visita de Tôto e ficam amigos. Nasce aí a possibilidade do novo Secos & Molhados. Resolvem chamar os músicos Edinho (guitarra), Fernando (baixo) e Ninho (bateria).
Abril – Começam os ensaios para um único show no “Palace”, casa tradicional de shows, para o lançamento do novo integrante, Totô Braxil.
Junho, 30 – Realização do espetáculo De Volta Para o Futuro com a participação do grupo de teatro de bonecos “Cena Muda” de Marco Antonio Lima e Eduardo Amos.
*1988

Fevereiro – Entrada em estúdio para a gravação do novo álbum.
Maio – Sai o disco “A Volta do Gato Preto”, quinta formação da banda.
Setembro, 28 – Show de lançamento no Rio de Janeiro em temporada de quinze dias no “Teatro Ipanema”.
*1990

Janeiro, 22 – João Ricardo entra em estúdio para gravar um novo disco e realizar seu antigo sonho: lançar o seu primeiro álbum independente.
Março, 1º – Mixagem do que também viria a fazer parte do cd “Memória Velha”. A culpa disso tudo não ter acontecido foi o confisco do dinheiro pelo governo da época.
Outubro – Totô decide viajar para a Europa e João resolve mudar tudo de novo. Fazem o ultimo show, quando Tôto descobre estar doente.
(João Ricardo)
*1999
Fevereiro, 10 - Numa noite, João grava o novo disco dos Secos & Molhados apenas com uma guitarra.
Junho, 12 – Lança oficialmente o cd “Teatro?”, junto com o seu site
http://www.secosemolhados.com/
Junho, 28 – Noite de autógrafos na mega loja de cd’s “Mirage Music”.
Setembro – Show no Ballroom, casa de espetáculos do Rio de Janeiro.
*2000

Abril – Assina com a gravadora Eldorado o licenciamento do disco
inédito feito entre 1986 e 1990 “Memória Velha”
Setembro – O álbum é lançado oficialmente.
*2003

Dezembro – Lançamento para colecionadores do CD "Ouvido Nu" em comemoração aos 30 anos da gravação do primeiro disco dos Secos & Molhados.
*2006

Agosto/Dezembro – João Ricardo grava as músicas que farão parte do próximo disco.
*2007

Março – Chama-se PUTO o novo álbum solo de João Ricardo.
Junho, 11 - Lançamento oficial !

(João Ricardo)

*O Vira





*O Vira
Composição: João Ricardo / Luli

O gato preto cruzou a estrada
Passou por debaixo da escada.
E lá no fundo azul
na noite da floresta.
A lua iluminou
a dança, a roda, a festa.
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Bailam corujas e pirilampos
entre os sacis e as fadas.
E lá no fundo azul
na noite da floresta.
A lua iluminou
a dança, a roda, a festa.
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Bailam corujas e pirilampos
entre os sacis e as fadas.
E lá no fundo azul
na noite da floresta.
A lua iluminou
a dança, a roda, a festa.
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira
Vira, vira, lobisomen
Vira, vira, vira
Vira, vira, vira homem, vira, vira


Secos e Molhados - Sangue latino + O Vira



*Sangue Latino
Composição: João Ricardo / Paulinho Mendonça

Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados
Os ventos do norte não movem moinhos
E o que me resta é só um gemido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa
Rompi tratados, traí os ritos
Quebrei a lança, lancei no espaço
Um grito, um desabafo
E o que me importa é não estar vencido
Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,
Meu sangue latino, minha alma cativa


Secos & Molhados - Rosa de Hiroshima - Live in 1973





*Rosa de Hiroshima
Composição: Gerson Conrad / Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças mudas,
telepáticas
Pensem nas meninas cegas,
inexatas
Pensem nas mulheres, rotas
alteradas
Pensem nas feridas como rosas
cálidas
Mas! Oh! não se esqueçam da
rosa, da rosa
Da rosa de Hiroshima, a rosa
hereditária
A rosa radioativa, estúpida
inválida
A rosa com cirrose a anti-rosa
atômica
Sem cor, sem perfume, sem rosa
Sem nada


fonte: http://abecedariomusicaldochinelinho.blogspot.com


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