sábado, 16 de junho de 2012

O FANTÁSTICO ALARICO MOURA ( O CICLISTA DE UMA PERNA SÓ )

Sábado pela manhã passou uma matéria sobre esse exemplo de superação na Rede Record no Esporte Fantástico e resolvi postar algo sobre ele. Casos como o de seu Alarico devem serem vistos por todos e ele deve ser muito respeitado por todos nós. Curtam aí esse super homem de carne e osso!


A condição de deficiente físico mudou o sentido de vida e transformou a vida deste homem.
Quem vê Alarico Moura, o Ala, um jovem senhor de 64 anos, andando de bicicleta, surfando, ministrando palestras, posando para fotos se surpreende com a história desse paraatleta, que após a amputação da perna esquerda soube driblar as dificuldades e tornar-se um exemplo de vida.
O que impressiona nesse brasileiro é a habilidade de utilizar a seu favor as situações adversas que a vida lhe impôs. Reverter o jogo da vida é, de fato, uma qualidade dos fortes. Morador da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, ex-militar, viu sua vida transformada após um acidente – foi atropelado por um carro, enquanto andava na calçada -, que o deixou com semiparalisia. Após dois anos de hospitalização e a amputação da perna esquerda, chegou em casa com as difíceis tarefas de reaprender a andar e planejar uma vida com mais limitações.
Reaprender a andar ele cumpriu, num processo lento e de sofrimento. Quanto à vida de limitações, nem pensar. Por orientação médica, começou a se envolver com atividades físicas para obter condicionamento. Iniciou caminhadas com muletas, passou às corridas de até 15km, praticou ginástica em academia, patinação, natação, surfe, frescobol, futebol, caça submarina e tornou-se mergulhador profissional.



A partir de 1984, descobriu a bicicleta como forma de lazer e, daí para as corridas de ciclismo e de mountain bike, sua grande paixão, foram poucos passos, aliás, muitas pedaladas. Alarico mantém um ritmo intenso de treinamento, utilizando a bicicleta como meio de transporte e estilo de vida. Pedala diariamente cerca de 70 km. “Em 1994, filiei-me à Confederação Brasileira de Ciclismo e à Federação Estadual de Ciclismo e passei a participar oficialmente de vários eventos de ciclismo, dando início assim a uma série de conquistas”. Um detalhe é que não participava como deficiente físico, ele competia com atletas que tinham as duas pernas, na categoria sênior.
Primeiro Lugar da Copa Light

Ele coleciona não apenas vitórias esportivas. Entre os troféus e medalhas que forram sua prateleira, estão histórias e prêmios muito mais valiosos. O envolvimento com o esporte, que por si só já agrega a inerente condição de superação, acabou despertando a atenção das pessoas por onde passava.
Seu temperamento ajuda nesse sentido. Extrovertido e brincalhão, Ala impressiona por sua vitalidade e determinação. “Fui tomando, lentamente, a consciência de que podia de alguma forma, com a minha deficiência física e postura positiva diante da vida, influenciar e beneficiar outras pessoas.” – disse ele.
Isso foi se tornando evidente durante os passeios e treinos, pelas ruas e praias cariocas. “Pedalando com uma única perna, chamava a atenção dos que passavam e comecei a ser parado na rua por desconhecidos que pediam minha ajuda. Solicitavam que eu conversasse com parentes e amigos que passavam por momentos difíceis de reabilitação, recuperação de doenças ou depressão” – contou ele.


Quem conhece Ala percebe, com nitidez, sua alegria de vida que permite, inclusive, que brinque com sua condição. “Sou um mutante, como o Volverine” – relata ele, seguido de uma gargalhada.
Ele diz que agradece a Deus por tudo que lhe aconteceu, pois sua deficiência lhe permitiu enxergar de outro modo a vida. “Antes, eu era uma pessoa sem noção. Não tinha responsabilidade com nada, com o próximo, com o meio ambiente, com a família. Quando me vi na condição de deficiente físico, descobri o grande poder que possuo como ser humano. Todos nós somos importantes para o mundo. Hoje, só peço a Deus que me ajude a corrigir meus inúmeros defeitos” – afirmou ele.
Alá é um homem de muitas habilidades, é heptacampeão carioca de mountain bike. Foi ainda seis vezes campeão brasileiro e um dos escolhidos para carregar a tocha dos Jogos Parapanamericanos, disputados no Rio de Janeiro em 2007. É também diretor paradesportivo da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (Facierj). Dentre suas atividades diárias, está a de artista plástico autodidata e premiado.
“Em vez de sofrer e de me lamentar, agradeço a Deus pela vida fantástica que eu tenho. Ser diferente é normal. Eu acordo muito feliz para a minha rotina de trabalho, porque eu levanto da cama todos os dias com o pé direito” – concluiu o bem-humorado Alarico.

Com Luíza Jucá e o Ministro Márcio Fortes

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