O ex-boxeador Adílson Maguila Rodrigues, que, segundo sua mulher, foi diagnosticado com Mal de Alzheimer há dois anos, vem enfrentando problemas de memória gerados pela doença. Apesar disso, ele reluta em tomar os medicamentos inibidores dos sintomas. O Mal de Alzheimer é uma síndrome degenerativa do Sistema Nervoso Central que leva a perda de memória e de outras funções cerebrais. Não existe cura, mas o tratamento medicamentoso leva a um retardo na evolução do quadro e ganho de qualidade de vida.
"Há mais ou menos dois anos, o médico da família identificou a doença. Nós já desconfiávamos, pois ele vinha esquecendo onde colocava a chave, o celular", conta Irani, mulher do ex-boxeador há 26 anos. Segundo ela, Maguila tem dificuldades para recordar ou reconhecer alguns amigos, mas isso não acontece com familiares. "Ele está bem, vive normalmente. Essa doença é mais difícil para quem está próximo do que para a pessoa", diz.
Em entrevista publicada nesta terça ao jornal Diário de S. Paulo, porém, o ex-boxeador contradisse a mulher. "Fiz exames no Hospital das Clínicas e o médico disse que eu tenho Alzheimer e diabetes. Mas eu acho que é mentira porque isso causa esquecimento e eu não esqueço de nada", disse Maguila, atualmente com 53 anos.
Segundo ele, não há rebeldia na resistência ao medicamento. "O médico me passou remédio, mas eu disse para rasgar tudo. Já estou com 53 anos e não sinto nada. Não desafio nada, mas, se sentir algo, vou me cuidar. Você vai tocando o barco até quando Deus quiser", resumiu o atleta, na entrevista ao periódico. Na visão de Irani, "ele não gosta de tomar remédio, só toma quando quer".
Para o médico neurologista Luis Pascuzzi, a profissão de pugilista pode ter colaborado para o surgimento precoce da doença. "Dificilmente o Mal de Alzheimer surge antes dos 58, 60 anos. Os constantes impactos que ele recebia na região do crânio podem ter gerado microlesões cerebrais que contribuem para o surgimento dos sintomas", explica. Ainda de acordo com o especialista, não existe atualmente um diagnóstico preciso da patologia. "O médico faz uma série de exames e, na existência de todos os sintomas e nenhuma outra doença, diagnostica o Alzheimer por exclusão", diz. Isso levaria, segundo Pascuzzi, a um certo exagero no diagnóstico da doença. "Muitos médicos diagnosticam a síndrome em confusão a outros males cerebrais", finaliza.
A medicina contemporânea julga que fatores genéticos são os principais causadores da doença. A mãe e uma tia de Maguila tiveram Alzheimer.
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