quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Tim Maia : 28/09/1942 a 15/03/1998



Sebastião Rodrigues Maia nasceu no Rio de Janeiro RJ em 28 de Setembro de 1942. Penúltimo de 19 irmãos, aos oito anos já compunha suas primeiras musicas. Aos 14 anos, formou seu primeiro conjunto musical, Os Tijucanos do Ritmo, no qual tocava bateria, e que durou apenas um ano. Começou a estudar violão num curso particular e formou em 1957 o conjunto Os Sputniks, que tinha também entre seus integrantes Erasmo Carlos e Roberto Carlos, tendo sido professor de violão de ambos. Em 1959, antes de completar 17 anos, com a morte do pai, foi para os EUA, onde fez cursos de inglês e iniciou carreira como vocalista, participando de um conjunto chamado The Ideals. Permaneceu nos EUA ate 1963, quando foi preso por portar maconha. Após seis meses de prisão e dois meses de espera, foi deportado para o Brasil. 


Seu primeiro trabalho solo foi um compacto pela CBS em 1968, que trazia as musicas Meu pais e Sentimento (ambas de sua auto- ria, como todas as musicas sem indicação de autor). Sua carreira no Brasil fortaleceu-se a partir de 1969, quando gravou um compacto simples pela Fermata com These are the Songs (regravada no ano seguinte por Elis Regina em duo com ele, e incluída no LP Em pleno verão, de Elis) e What You Want to Bet. Em 1970 gravou seu primeiro LP, Tim Maia, na Polygram, que permaneceu em primeiro lugar no Rio de Janeiro por 24 semanas. Os principais sucessos desse disco foram Coronel Antônio Bento (Luís Wanderley e João do Vale), Primavera (Cassiano) e Azul da cor do mar. Nos três anos seguintes, pela mesma gravadora, lançou os discos Tim Maia volume II (com Não quero dinheiro (Só quero amar)), Tim Maia volume III e Tim Maia volume IV, no qual se destacaram Gostava tanto de você (Edson Trindade) e Réu confesso. Em 1975 gravou os LPs Tim Maia racional vol. 1 e vol. 2. Em 1978 gravou para a Warner Tim Maia Disco Club, com um de seus maiores sucessos, Sossego. 



Lançou em 1983 o LP Descobridor dos sete mares, com destaque para a música-titulo e Me de motivo (Sullivan e Massadas). Outro disco importante da década de 1980 foi Tim Maia (1986), que trazia Do Leme ao Pontal. Artista com histórico de problemas com as gravadoras, na década de 1970 fundou seu próprio selo, primeiramente Seroma e depois Vitória Regia. Por ele, lançou em 1990 Tim Maia interpreta clássicos da bossa nova, e mais tarde Voltou a clarear e Nova era glacial. Em 1993, dois acontecimentos reimpulsionaram sua carreira: a citação feita por Jorge Ben Jor em sua musica W/Brasil e uma regravação que fez de Como uma onda (Lulu Santos e Nelson Mota) para um comercial de televisão, de grande sucesso e incluída no CD Tim Maia, do mesmo ano. Assim, aumentou muito sua produtividade nesta década, gravando mais de um disco por ano com grande versatilidade: seu repertório passou a abranger bossa nova, canções românticas, funks e souls. Também teve muitas de suas musicas regravadas por artistas jovens, como Paralamas do Sucesso, Marisa Monte e Skank. 


Em 1996 lançou dois CDs ao mesmo tempo: Amigo do rei, juntamente com Os Cariocas, e What a Wonderful World, com recriações de standards do soul e do pop norte-americanos dos anos de 1950 a 1970. Em 1997 lançou mais três CDs, perfazendo 32 discos em 28 anos de carreira.

Durante a gravação de um show para a TV sentiu-se mal, vindo a falecer em 15 de Março de 1998 em Niterói, após internação hospitalar em razão de infecção generalizada.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

Jovem Guarda - Bons tempos


Jovem Guarda

Num sentido estrito, a expressão Jovem Guarda designou programa da TV Record, de São Paulo SP, estreado em setembro de 1965 e findo em 1969, comandado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia; mas tem sido comumente empregada para definir gênero musical também conhecido como iê-iê-iê, seja, a versão brasileira do rock internacional.
A Jovem Guarda foi, entretanto, cristalização de uma tendência bem anterior: a informação do rock’n’roll norte-americano da década de 1950 já criara no Brasil um mercado de consumidores e aficionados, permitindo que, desde 1957, os primeiros cantores e compositores brasileiros do gênero tentassem reproduzir o ritmo com letras em português ou cantando no original.

Entre os maiores expoentes desse período estavam os irmãos
Tony e Celly Campelo, Sérgio Murilo, Ed Wilson e, em fase pouco posterior, Ronnie Cord e os grupos The Jordans, The Jet Blacks e The Clevers. O trio central – Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia – entrou em cena justamente quando começava a se acentuar a queda de popularidade dos primeiros artistas brasileiros do rock’n’roll. Em 1961, Celly Campelo decidiu afastar-se da vida artística, enquanto as atenções se voltavam para a bossa nova e, nos meios de comunicação, sobreviviam poucos espaços: o programa Hoje é Dia de Rock, de Jair de Taumaturgo, na Radio Mayrink Veiga carioca; o Clube do Rock, de Carlos Imperial, na TV-Rio, e Crush em Hi-Fi, na TV Record, de São Paulo. Em discos, os sucessos rareavam: Marcianita, com Sérgio Murilo, Diana, com Carlos Gonzaga.


Roberto Carlos optou, então, por algum tempo, pela bossa nova, mas Erasmo Carlos e Wanderléia decidiram insistir, tentando divulgar um tipo de musica que, nessa época, já tinha muito de bolero e samba-canção, misturado ao ritmo do rock’n’roll. No Rio de Janeiro RJ, Ed Wilson, Cleide Alves, Renato e seus Blue Caps também esperavam sua oportunidade. Foi o repentino sucesso de um compositor e intérprete radicado em São Paulo que abriu a brecha para o que seria a Jovem Guarda: em 1963, Ronnie Cord conseguiu bons índices de venda e popularidade com o rock Rua Augusta (de Hervê Cordovil), chamando a atenção do publico e dos homens de media para as figuras de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, principalmente, autores de Parei na contramão.

Em seguida, É proibido fumar e Festa de arromba (da mesma dupla) confirmaram a existência do mercado. Foi dessa música – onde os dois celebram textualmente seus companheiros de vida artística e preferência musical – que surgiu a idéia de um programa de televisão, concretizado pela TV Record paulista, na época grande investidora em musica popular. Inicialmente o programa deveria chamar-se Festa de Arromba e ocuparia uma hora ociosa, a tarde de domingo, vaga desde a proibição de transmissão dos jogos de futebol.

Com o nome definitivo de Jovem Guarda, o programa foi ao ar pela primeira vez em setembro de 1965, reunindo Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, os cantores Eduardo Araújo, Sérgio Murilo, Agnaldo Rayol, Reynaldo Rayol, Martinha, Cleide Alves, Meyre Pavão, Rosemary e os grupos The Jordans, The Jet Blacks, Renato e seus Blue Caps, Os Incríveis e Golden Boys. Rapidamente, a Jovem Guarda tornou-se uma das grandes atrações da emissora, reunindo grandes platéias de adolescentes no Teatro Record, mas foi a partir de 1966, com o grande sucesso de Roberto Carlos e Erasmo Carlos Quero que vá tudo pro inferno, que o programa tomou proporções nacionais e passou a ser sinônimo de movimento ou tendência musical. Outros artistas se juntaram ao grupo inicial:
Ronnie Von, Vanusa, De Kalafe, Deny e Dino, Leno e Lilian, Antônio Marcos, Os Vips, Os Brasões, The Pops, entre outros. Seguindo o exemplo da Apple, promotora dos Beatles, a agência de publicidade Magaldi, Maia & Prosperi passou a coordenar industrialmente a imagem do trio central da Jovem Guarda, criando as marcas Calhambeque, Tremendão e Ternurinha para uma série de produtos que ia de bonecas a calças e blusas.

Vários compositores de outras áreas começaram então a se interessar pelos ritmos da Jovem Guarda, como Jorge Ben, que passou a freqüentar o programa, e os baianos Gilberto Gil e Caetano Veloso, que, aconselhados pela cantora Maria Bethânia, incorporaram ao seu trabalho elementos do iê-iê-iê, como as guitarras que acompanhavam Domingo no parque e Alegria, alegria, no III FMPB, da TV Record, em 1967. Segundo Erasmo Carlos, foi justamente a Tropicália – movimento que Gil e Caetano fundaram nesse período – uma das principais causas do esvaziamento da Jovem Guarda. "A Tropicália – diz ele – era uma Jovem Guarda com consciência das coisas, e nos deixou num branco total". mas, antes de se extinguir totalmente no inicio de 1969, diluída pela superexposição ao consumo, pelo cansaço e esgotamento criativo de seus participantes e pelos prejuízos que levaram Magaldi, Maia & Prosperi a desistir dos esquemas comerciais, a Jovem Guarda deixou sua contribuição, alimentando vários programas semelhantes na televisão, como a Festa do Bolinha, de Jair de Taumaturgo, na TV-Rio carioca, e publicações especializadas, como a revista Reis do iê-iê-iê, sucessora do que a Revista do rock tinha sido para o rock’n’roll brasileiro na década de 1950. Além de projetar nacionalmente alguns de seus ídolos, o movimento foi em grande parte responsável pela posterior assimilação de instrumentos eletrônicos na musica brasileira de todas as tendências e pela fusão de informações estrangeiras e dados nacionais que caracterizou a produção musical na década de 1970.


No inicio da década seguinte, Léo Jaime, os Titãs, a Blitz e outros interpretes e grupos roqueiros retomaram a musicalidade simples e direta da Jovem Guarda, constituindo a Nova Jovem Guarda. Em 1995, remanescentes da Jovem Guarda se reuniram para comemorar os 30 anos do movimento, gravando uma caixa de cinco CDs para a Polygram, onde recriam os antigos sucessos, e fazendo uma serie de shows com êxito nacional:
Wanderléia, Erasmo Carlos, Ronnie Von, Bobby de Carlo, Os Vips, Os Incríveis, Martinha, Leno e Lilian, Golden Boys e outros. Ainda em 1995, a Paradoxx lançou dois CDs com vários artistas da Jovem Guarda, mas gravados ao vivo, nos shows comemorativos; e, no ano seguinte, a revista Caras colocou no mercado uma coleção de seis CDs e fascículos, contando a historia da Jovem Guarda e com remasterizações das gravações originais.



tags: jovem guarda, roberto carlos, erasmo, vanderléia,

Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha

Outra vítima do cancer: Neguinho da Beija-flor

Um dos símbolos da vaidade de Neguinho da Beija-Flor era não falar de sua idade. Agora, ele conta até com orgulho: "59". "Para quem ia morrer, por que esconder a idade? Estou no lucro. Acabei com essa vaidade."

Em julho do ano passado, após ter tido um forte sangramento e ter ouvido do médico que estava com câncer, o atual mais conhecido intérprete de sambas-enredo do país -posto que herdou de Jamelão (1913-2008)- foi para a mesa de cirurgia e dela saiu sem 40 cm de intestino, afetados pelo tumor.


Um dos símbolos do Carnaval carioca, o cantor e compositor Neguinho da Beija Flor, 59, encara câncer e se prepara para a festa

Um dos símbolos do Carnaval carioca, o cantor e compositor Neguinho da Beija Flor, 59, encara câncer e se prepara para a festa

Uma semana depois da operação, já dava entrevistas falando de sua doença. "O público sabe dos meus discos, dos meus shows, das minhas viagens, do carro que eu tenho...Tem que saber das coisas ruins que estou passando também. Eu cresci no meio do câncer; vi quantos amigos eu tenho em todo o Brasil e até no exterior", diz.

Passou a receber enxurradas de mensagens de apoio, muitas delas vinculadas a religiões diversas. "Aceito tudo", avisa, ecumênico. A doença o ajudou a mudar prioridades: "Minhas preocupações eram viagens, shows, conta bancária. Meu lado espiritual estava esquecido. Eu não sabia nem rezar. Mas a necessidade faz o sapo pular."

Além das orações, Neguinho enfrenta o câncer com duas sessões de quimioterapia por mês. Já fez seis, perdeu todos os pelos, e até 17 de maio fará mais seis. A sétima será na próxima quinta, dez dias antes de ir à avenida Marquês de Sapucaí para ser, pelo 35º ano consecutivo (com 11 títulos), a voz principal da Beija-Flor de Nilópolis.

A médica que aplica a quimioterapia não aceitou interromper as sessões às vésperas do Carnaval, como ele sonhava. Mas, mesmo angustiado pela "queimação" que sente no corpo em razão das aplicações, ele diz que cantará durante os 80 minutos de desfile. "E vai sobrar, você vai ver. Estou tomando vacinas que me fortalecem, vou tomar muita vitamina até o dia D e vou conseguir."

E seu coração será posto à prova antes do desfile. Ainda na concentração, um juiz de paz e um padre o casarão com Elaine Reis, sua companheira há quatro anos e com quem tem um de seus cinco filhos -além de quatro netos. E minutos antes de dar o grito "olha a Beija-Flor aí, gente! Chora, cavaco!", que inventou em 1978, será homenageado por todos os puxadores de samba do Grupo Especial.

"A Beija-Flor me proporcionou tudo. Sem ela, eu não conheceria o mundo", diz ele, que recebe do presidente de honra da agremiação, o bicheiro Aniz Abrahão David, o Anísio, sem ter um salário formal.

Luís Antonio Feliciano Neguinho da Beija-Flor Marcondes -seu nome completo desde 2008- faz planos: lançará seu 31º disco e o 2º DVD, "Nos Braços da Comunidade". Quer completar 60 anos tendo vencido a doença. "Câncer não é uma pneumoniazinha. É vai ou fica."


Fonte: Folha Online

Rosane Marchetti sobre sua luta contra o cancer

Desejo a minha amiga de facebook rápida recuperação, pois pelas suas postagens, notamos que trata-se de uma belíssima pessoa de carater e de coração. Que Deus sempre te acompanhe querida Rosane!

Jornalista Rosane Marchetti fala sobre sua luta contra câncer de mamaA repórter especial da RBS TV retirou tumor em agosto e agora faz sessões de quimioterapia



Jornalista Rosane Marchetti fala sobre sua luta contra câncer de mama Mauro Vieira/Agencia RBS
Mamografia e ecografia indicaram a necessidade de tirar o tumor


Desde o início de agosto, a repórter especial da RBS TV Rosane Marchetti saiu do ar, mas, infelizmente, não foi para descansar.

Quem assiste a suas reportagens pela telinha já sente a sua falta, e, no Facebook da jornalista, amigos mandam mensagens de apoio, preocupados, muitos rezando pela sua saúde.

Aos 51 anos, Rosane foi surpreendida por um câncer de mama no seio esquerdo. A primeira sessão de quimioterapia foi realizada na quinta-feira passada, dia 15.

Do lugar de entrevistadora, ela vai para o de entrevistada contar a sua história, sem dramas, mas como sinal de respeito a quem acompanha o seu trabalho, como um alerta às mulheres e para levar a sua mensagem de otimismo a outras tantas que passam pelo que ela está começando a enfrentar.

— Estou bem, tenho 95% de chance de cura — declara a jornalista, logo depois da sua primeira sessão de quimioterapia.

Confira um trecho da entrevista:

Diário Gaúcho – Como foi a descoberta da doença?

Rosane Marchetti
– Por acaso. Foi no dia 4 de agosto, fui tirar um nódulo inocente, e aí foi proposto que eu aproveitasse e já me submetesse à minha mamografia anual. Estava quase na hora de fazer mesmo. Fiz a mamografia e uma ecografia, que apontaram sinais nada bons. Partimos para a biópsia e, no mesmo dia, fiquei sabendo que era câncer de mama. No dia 18 de agosto, fiz a cirurgia para retirar o tumor e colocar um cateter para receber o medicamento da quimio.

Diário – Na mesma hora, a ficha caiu?

Rosane
Sim, eu assimilei, mas o chão se abriu. Tu tens vontade de correr e gritar: “Não, não é comigo!”. Sempre contei as histórias dos outros, e, de repente, era a minha vez, a minha doença. Agora, está sendo a minha história. A minha mãe (Lourdes Marchetti) teve câncer de mama.


Fonte: Zero Hora

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A Lista - Oswaldo Montenegro ( Linda Demais )



Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...

Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...

Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?

Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?

Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?

Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

Metade - Oswaldo Montenegro

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Vanerão Vegetal - Valdério Chucrute - MTV



Barbaridade tchê!
Essa vanera é dos gaúchos da fronteira
Se eu quero picanha? Bem capaz
Salada de fruta é o que me satisfaz
Mas eu sou gaúcho do CTG
Cenoura, trigo e gergelim, muito prazer!

Estava na campanha quando se arrinconeou
Um gaudério muito sério que logo me perguntou
E vai aí um churrasco? Eu disse disso tenho asco
Pois aqui nesta querência, vegetal é a tendência

Mudei a alimentação e soltei todos os bois gordos
E agora eu encho o bucho com o feno do galpão
Enxarqueio d' água dos olhos toda vez que eu vejo um ancho
ou um pobre baby beef a fritar dentro do óleo

Gosto de vegetal, de salada e de fruta
O meu ginete faço numa jaca chucra
Eu tenho minha guria, eu tenho minha chinoca
Pra ela me pitar de noite, passo soja na mandioca
(2x)

Pela causa vegetal eu peleo com destreza
Tri-prefiro framboesa ao gosto da calabresa
Sou campeiro do rincão, bombacha e lenço no pescoço
Para castrar uma fruta, basta tirar o caroço
Quando eu volto da invernada, eu quero encher o bucho
Com uma beterraba sangrando de mal passada

Gosto de vegetal, de salada e de fruta
O meu ginete faço numa jaca chucra
Eu tenho minha guria, eu tenho minha chinoca
Pra ela me pitar de noite, passo soja na mandioca
(2x)

Para declarar-te, ó guria, meu amor
Eu te regalo com este ramalhete de couve-flor
Mas para que tudo fique bem ao meu gosto
Deixa eu comer a maça do teu rosto

Mas espere minha pequena, esta fruta me envenena
Faz doer minha cabeça e renguea minhas melenas
Bem que avisei pra tu que esse lance de vegetal ele não ia dar certo
Agora nós tomo tofu

Picanha é o tofu,
picanha é o cacete
Envenenaram todas as bandas do Alegrete

Picanha é o tofu,
picanha é o cacete
Tem agrotóxico nas banda do Alegrete

Picanha é o tofu,
picanha é o cacete
Envenenaram todas as bandas do Alegrete...


Mudanças Climáticas - O que esperar para cada região do globo?


O que esperar para cada região do globo?

O relatório do Grupo de Trabalho II do IPCC mostra as projeções de impacto das mudanças climáticas por região do globo, evidenciando que cada localidade sofrerá de maneira diferente as conseqüências do fenômeno.


África

Até 2020, projeta-se que entre 75 e 250 milhões de pessoas sejam expostas à maior escassez de água,em função da mudança do clima. Se a temperatura mais elevada for acompanhada por um aumento da demanda por água, essa escassez afetará adversamente os meios de subsistência e acentuará os problemas relacionados com a água.

A produção agrícola, inclusive o acesso aos alimentos, em muitos países e regiões do continente deve ficar seriamente comprometida pela variabilidade e mudança do clima. Prevê-se uma redução da área adequada à agricultura e também da duração das épocas de cultivo. Isso vai diminuir o potencial de produção, principalmente ao longo das margens das áreas semi-áridas e áridas. Tal conseqüência acentuaria os efeitos adversos na segurança alimentar e exacerbaria a má nutrição no continente.

Em alguns países, poderá haver uma redução da produção da agricultura irrigada pela chuva de até 50% até 2020. Projeta-se que a oferta local de alimento seja afetada negativamente pela redução dos recursos pesqueiros em grandes lagos, devido ao aumento das temperaturas da água, o que pode ser agravado pela continuação do excesso de pesca.

Próximo ao final do século 21, a elevação projetada do nível do mar afetará as áreas costeiras de baixa altitude e com grandes populações. O custo da adaptação poderia chegar de 5 a 10% do Produto Interno Bruto (PIB). Projeta-se que os manguezais e recifes de corais sejam ainda mais degradados, com conseqüência adicional para a pesca e o turismo.

Novos estudos confirmam que a África é um dos continentes mais vulneráveis à variabilidade e mudança do clima, em função de múltiplas tensões e da baixa capacidade de adaptação. Um pouco de adaptação à variabilidade climática atual está ocorrendo, contudo pode não ser suficiente para enfrentar as futuras mudanças do clima.


Ásia

Os estudos apontam que o derretimento das geleiras no Himalaia deve aumentar as inundações e avalanches de pedras de encostas desestabilizadas e afetar os recursos hídricos nas próximas duas a três décadas. A isso se seguirá a redução dos fluxos dos rios, à medida que as geleiras diminuam.

Projeta-se que a disponibilidade de água doce no centro, sul, leste e sudeste da Ásia, especialmente em grandes bacias fluviais, diminua em razão da mudança do clima, juntamente com a expansão da população e a crescente demanda decorrente de padrões mais altos de vida, podendo afetar adversamente mais de um bilhão de pessoas até 2050.

As áreas costeiras, especialmente as regiões densamente povoadas de grandes deltas no sul, leste e sudeste da Ásia, correrão os maiores riscos em razão do aumento das inundações do mar e, em alguns grandes deltas, das inundações dos rios.

O desenvolvimento sustentável também será afetado na maior parte dos países em desenvolvimento da Ásia, uma vez que estarão somadas as pressões sobre os recursos naturais e o meio ambiente com a rápida urbanização, industrialização e crescimento econômico.

As safras poderiam aumentar em até 20% no leste e sudeste do continente, ao passo que poderiam diminuir em até 30% no centro e sul, até meados do século 21. Como um todo e considerando-se a influência do rápido aumento da população e da rápida urbanização, projeta-se que o risco de fome continue muito alto em vários países em desenvolvimento.

Também se prevê o aumento da morbidade e mortalidade endêmicas decorrentes da diarréia em função de inundações e secas no leste, sul e sudeste da Ásia, como conseqüência das mudanças projetadas no ciclo hidrológico relacionadas com o aquecimento global. Os aumentos da temperatura da água no litoral exacerbariam a magnitude e/ou a toxicidade da cólera na parte sul.


Austrália e Nova Zelândia


Poderá haver perda significativa de biodiversidade que ocorra até 2020 em alguns locais ecologicamente ricos, inclusive a Grande Barreira de Corais. Outros locais ameaçados são as terras úmidas de Kakadu, o sudoeste da Austrália, as ilhas subantárticas e as áreas alpinas de ambos os países.

O desenvolvimento e o crescimento populacional que ocorrem atualmente no litoral de Austrália da Nova Zelândia podem aumentar os riscos causados pela elevação do nível do mar e pela severidade e freqüência das tempestades e inundações costeiras até 2050.

As produções da agricultura e da silvicultura devem sofrer uma queda até 2030, na maior parte do sul e do leste da Austrália e em partes do leste da Nova Zelândia, em razão do aumento das secas e dos incêndios.

Contudo, para a Nova Zelândia projetam-se benefícios iniciais nas áreas ao oeste e ao sul e próximo aos maiores rios, por causa de uma época de cultivo mais longa, menos geadas e mais chuvas.

Europa

Há previsão de que quase todas as regiões da Europa sejam afetadas negativamente. Estima-se a ampliação das diferenças regionais nos recursos naturais do continente. Os impactos negativos envolvem um maior risco de inundação mais freqüente do litoral e o aumento da erosão (devido a tempestades e elevação do nível do mar). A maior parte dos organismos e ecossistemas terá dificuldade de se adaptar à mudança do clima. As áreas montanhosas enfrentarão retração das geleiras, redução da cobertura de neve e do turismo no inverno, e extensas perdas de espécies (em algumas áreas as perdas podem chegar até 60%, nos cenários com altas emissões até 2080).

No sul da Europa, projeta-se que a mudança do clima acentue a seca e reduza a disponibilidade de água, o potencial de geração hidrelétrica, o turismo no verão e, em geral, a produtividade agrícola. Também se projeta que aumentem os riscos à saúde devido às ondas de calor e à freqüência dos incêndios florestais.

No centro e leste da Europa, projeta-se que a precipitação no verão diminua, provocando maiores tensões relacionadas com o abastecimento de água. Os riscos à saúde decorrentes das ondas de calor devem aumentar. Prevê-se também uma queda na produtividade florestal e um aumento da freqüência de incêndios florestais.

Já no norte da Europa, projeta-se que a mudança do clima inicialmente provoque efeitos positivos e também negativos. Com a elevação da temperatura, algumas regiões mais frias podem registrar aumento da produção agrícola e crescimento florestal. Entretanto, à medida que a mudança do clima continue, é provável que os impactos negativos (inclusive inundações mais freqüentes durante o inverno, ecossistemas ameaçados e aumento da instabilidade do solo) superem os benefícios.


América Latina

Os aumentos de temperatura e as correspondentes reduções da água no solo podem resultar em uma substituição gradual da floresta tropical por savana no leste da Amazônia. A vegetação semi-árida tenderá a ser substituída por vegetação de terras áridas. Há um risco de perda significativa de biodiversidade em função da extinção de espécies em muitas áreas da América Latina tropical.

O cenário aponta também que a produtividade de algumas culturas importantes diminua, bem como a da pecuária, com conseqüências adversas para a segurança alimentar. Nas zonas temperadas, pode ocorrer um aumento das safras de soja.

A elevação do nível do mar deve provocar um risco maior de inundações nas áreas de baixa altitude e também efeitos adversos nos recifes de corais que resultem em mudanças na localização dos estoques de peixes do sudeste do Pacífico.

Também poderá haver mudanças nos padrões de precipitação e desaparecimento das geleiras, afetando de forma significativa a disponibilidade de água para o consumo humano, a agricultura e a geração de energia.

* Mais sobre América Latina em Conseqüências no Brasil


América do Norte

Projeta-se que o aquecimento nas montanhas no ocidente provoque uma redução da camada de neve e mais inundações no inverno. Pode ocorrer competição por recursos hídricos já usados em excesso.

Também pode haver perturbações provocadas por pragas, doenças e incêndios nas florestas, com um período mais longo de grande risco de fogo e grandes aumentos da área queimada.

Com uma mudança moderada do clima, aumentaria a produção agrícola agregada das culturas irrigadas pela chuva em 5 a 20%, mas com uma variabilidade importante entre as regiões. Projetam-se grandes desafios para as culturas que estejam próximas ao limite máximo de calor adequado à sua espécie ou que dependam de uso intensivo de recursos hídricos.

Cidades que atualmente enfrentam ondas de calor devem sofrer ainda mais – elas se manifestam em maior número, intensidade e duração ao longo do século, com potencial de impactos negativos na saúde. A população idosa é a que corre maior risco.

As comunidades e os habitats costeiros sofrerão tensões cada vez maiores causadas pelos impactos da mudança do clima interagindo com o desenvolvimento e a poluição. O crescimento populacional e o valor cada vez mais alto da infra-estrutura nas áreas costeiras aumentam a vulnerabilidade à variabilidade climática e à futura mudança do clima, com elevação nas perdas projetadas, caso as tempestades tropicais se intensifiquem.


Regiões polares

Nas regiões polares, os principais efeitos biofísicos projetados são as reduções na espessura e extensão das geleiras e mantos de gelo, além das mudanças nos ecossistemas naturais, com efeitos nocivos em muitos organismos, inclusive os pássaros migratórios, mamíferos e predadores que ocupam posição mais elevada na cadeia alimentar.

No Ártico, são impactos adicionais as reduções na extensão do gelo marinho e do permafrost (solo e subsolo permanentemente congelados), o aumento da erosão costeira e um aumento da profundidade do derretimento sazonal do permafrost.

Para as comunidades humanas no Ártico, projeta-se que os impactos, especialmente os resultantes de mudanças nas condições da neve e do gelo, sejam mistos. Entre os prejudiciais estariam aqueles que afetam a infra-estrutura e as formas de vida indígenas tradicionais. Entre os impactos benéficos estariam a redução dos custos do aquecimento e mais rotas navegáveis no Mar do Norte.

Em ambas as regiões polares, projeta-se que ecossistemas e habitats específicos fiquem vulneráveis, à medida que diminuírem as barreiras climáticas às invasões das espécies.

O clima na imprensa

A despeito da relevância da agenda das mudanças climáticas para as pequenas ilhas, o tema não figurou na pauta da imprensa brasileira, entre 2005 e 2007, (0,2% dos textos abordou a questão). Já as regiões polares aparecem de maneira um pouco mais vigorosa, em 2,3% do material jornalístico.

Fonte: Pesquisa Mudanças Climáticas na Imprensa Brasileira. ANDI e Embaixada Britânica.


Pequenas ilhas

As pequenas ilhas, quer estejam localizadas nos trópicos ou em latitudes mais altas,
têm características que as tornam especialmente vulneráveis aos efeitos da mudança do clima, da elevação do nível do mar e dos eventos extremos. Prevê-se que a deterioração das condições costeiras, como a erosão das praias e o branqueamento dos corais, afete os recursos locais, como, por exemplo, os criatórios de peixes, e reduza o valor dessas áreas para o turismo.

Também pode acontecer que a elevação do nível do mar aumente as inundações, marés de tempestade, erosão e outros riscos costeiros, ameaçando a infra-estrutura vital, os assentamentos humanos e as instalações que propiciam os meios de subsistência das comunidades das ilhas.

Os recursos hídricos em muitas ilhas pequenas poderão diminuir até o ponto de se tornarem insuficientes para atender à demanda durante os períodos de pouca chuva. Por fim, com temperaturas mais elevadas, prevê-se o aumento da invasão dessas localidades por espécies não-nativas.

Ideologia



Nas ciências sociais, filosofia e áreas afins, o termo ideologia é empregado com muita freqüência. Em uma de suas canções, o músico e letrista brasileiro Cazuza fez uma crítica sagaz à ausência de uma ideologia para seguir nos tempos atuais.

O verso de Cazuza - "Ideologia. Eu quero uma pra viver" - pode ser nosso ponto de partida para perguntar: mas afinal, qual é o significado desse termo e como ele surgiu?

O conceito ideologia foi criado pelo francês Antoine Louis Claude Destutt de Tracy (1754-1836). Este filósofo o empregou pela primeira vez em seu livro "Elementos de Ideologia", de 1801. para designar o "estudo científico das idéias".

Destutt de Tracy usou alguns métodos e teorias das ciências naturais (física e biologia basicamente) para compreender a origem e a formação das idéias (razão, vontade, percepção, moral, entre outras) a partir da observação do indivíduo em interação com o meio ambiente.

Novos significados de ideologia

Nas décadas seguintes à publicação do livro de Destutt de Tracy, o termo ideologia foi utilizado com outros significados. Ele também reaparece de maneira recorrente nos estudos dos filósofos e pensadores que fundaram a sociologia.

O francês Auguste Comte, criador da doutrina positivista, compartilha da definição de Destutt de Tracy: a ideologia é uma atividade filosófico-científica que estuda a formação das idéias a partir da observação do homem no seu meio ambiente.

Por outro lado, o sociólogo francês Émile Durkheim usa o termo de maneira distinta. Para Durkheim, os fatos sociais são considerados objetos únicos de estudo da sociologia. Na perspectiva durkheimiana, as idéias e valores individuais (ou seja, a ideologia) são irrelevantes porque os fatos sociais são manifestações externas, isto é, estão fora e acima das mentes de cada sujeito que integra a sociedade.

Portanto, para Durkheim, a ideologia é negativa porque nasce de uma noção "pré-científica" e, por isso mesmo, imprópria para o estudo objetivo da realidade social.

A ideologia segundo Marx

A referência ao pensador e filósofo alemão Karl Marx, é muito importante para qualquer estudo sobre os significados do termo ideologia. O estudo mais relevante de Marx sobre o tema é o texto chamado de "A Ideologia Alemã". Para Marx, a produção das idéias não pode ser analisada separadamente das condições sociais e históricas nas quais elas surgem.

Em "A Ideologia Alemã", o fundador do marxismo dirige inúmeras críticas a vários filósofos e ideólogos alemães justamente para demonstrar que o pensamento, as idéias e as doutrinas produzidas por eles não são neutras. Muito pelo contrário, elas estão impregnadas de noções, isto é, de ideologias provenientes das condições sociais particulares da Alemanha daquele período.

Marx também distingue tipos de ideologias que são produzidas: política, jurídica, econômica e filosófica. Com base nos pressupostos teóricos do materialismo histórico, o pensador alemão demonstra que a ideologia é determinada pelas relações de dominação entre as classes sociais.

Ao se referir à ideologia burguesa, Marx entende que as idéias e representações sociais predominantes numa sociedade capitalista são produtos da dominação de uma classe social (a burguesia) sobre a classe social dominada (o proletariado).

A existência da propriedade privada e as diferenças entre proprietários e não-proprietários aparecem, por exemplo, nas representações sociais dos indivíduos como algo que sempre existiu e que faz parte da "ordem natural" das coisas. Essas representações sociais, porém, servem aos interesses da burguesia, classe social que controla os meios de produção numa sociedade capitalista.

Função social da ideologia

Na perspectiva marxista , a ideologia é um conceito que denota "falsa consciência": uma crença mistificante que é socialmente determinada e que se presta a estabilizar a ordem social vigente em benefício das classes dominantes. Quando a ideologia da classe dominante sofre sérios abalos, devido ao surgimento de conflitos sociais (contradições sociais), há riscos de ocorrer uma ruptura da ordem social vigente por um movimento revolucionário.

Historicamente, a burguesia também foi uma classe revolucionária que rompeu com a ordem social do
feudalismo e impôs o modo de produção capitalista. Portanto, Marx argumenta que na ordem social capitalista, o proletariado, ou seja, todos aqueles que não são proprietários dos meios de produção e precisam vender sua força de trabalho para sobreviver - são os sujeitos depositários da esperança de uma ruptura revolucionária.

Para que isso ocorra, entretanto, o proletariado precisa primeiramente romper com a ideologia burguesa. E isso só se torna possível quando ele toma consciência de sua condição de classe dominada e explorada.

Uso corrente do termo "ideologia"

Nas pesquisas sociológicas empíricas (ou seja, de caráter não-teórico), é bastante comum o emprego do termo ideologia. Porém, ele é utilizado como recurso metodológico.

O objetivo é somente descrever o conjunto de idéias, valores ou crenças que orientam a percepção e o comportamento dos indivíduos sobre diversos assuntos ou aspectos sociais, como, por exemplo, as opiniões e as preferências que os indivíduos têm sobre o sistema político vigente, a ordem pública, o governo, as leis, as condições econômicas e sociais, entre outros.
*Renato Cancian é cientista social, mestre em sociologia-política e doutorando em ciências sociais. É autor do livro "Comissão Justiça e Paz de São Paulo: gênese e atuação política - 1972-1985".

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Medicar animais por conta própria pode ser arriscado



O gatinho parece estar com febre? Ah, dá um antipirético para ele. O cachorro vomitou? Não tem problema, é só correr na caixinha de remédios e encontrar uma pílula para melhorar o enjoo. Tudo certo? Não, muito errado!

O médico veterinário Otávio Volpato alerta que são vários os riscos de medicar seu animal por conta própria. “Pode desencadear desde um quadro agudo e fatal, até um crônico, com sequelas que seguirão o animal por toda sua vida”, avisa.

O profissional lista uma série de remédios que podem comprometer o animal e fala, inclusive, sobre o uso indiscriminado de vermífugos. “Uma vermifugação depende de se saber qual o verme que se está combatendo e qual a droga e a forma como ela deve ser usada”.

Ele fala também sobre o excesso de vitaminas, principalmente as que não se dissolvem em água, como A, D e E.

“É muito fácil intoxicar um animal com sobredose de vitaminas do grupo solúvel em óleos. Os sinais vão de náuseas e vômitos, até a icterícia, e sinais de comprometimento do sistema nervoso central, como irritabilidade e falta de apetite”, explica Volpato.

Porém, no quesito “caixinha caseira de remédios” a lista de problemas é ainda maior. Suplementos proteicos e vitamínico-minerais, anti-inflamatórios, corticóides e antibióticos são comumente ministrados a animais domésticos sem prescrição médica.

“Tudo o que se consegue comprar sem receita é usado. O acesso à internet e o uso de buscadores potentes como o Google têm facilitado e encorajado alguns a tentarem o tratamento antes de gastar com o médico veterinário, o que é um erro”, alerta.

O veterinário diz que entre seus clientes a medicação por conta própria não é algo comum, mas ele já enfrentou alguns casos que tiveram desfechos trágicos.

Exemplo: cliente que deu diclofenaco para seu doberman por uma semana, duas vezes ao dia. “O animal parou de mancar. No entanto, quando começou a hemorragia digestiva, de estômago e intestinos, não houve como salvá-lo. Eram muitas úlceras. Não houve tempo, nem com duas transfusões sanguíneas. Foi muito triste. Aprender assim dói muito”, lamenta.

Fonte: Rede BOM DIA

Biografia de Roy Orbison


Roy Orbison nasceu no dia 23 de abril de 1936 em Vernon, no Texas, Estados Unidos. Seus pais, Orbie Lee e Nardine, deram sua primeira guitarra quando tinha 6 anos de idade. Como era de se esperar, para um jovem morando no Texas, suas influências musicais foram o gospel e o country. Estimulado pelo pai e pelo tio, Roy começou a cantar em shows e no rádio antes dos dez anos de idade. Aos dez, ele recebeu seu primeiro pagamento como cantor num concurso de talentos. No começo de sua adolescência, já viajava pelo Texas. Sua primeira banda, aos treze anos, foi The Wink Westerners formada por amigos de escola. Depois ele mudou para The Teen King. Roy Orbison estudou o primeiro grau em escolas de Vernon, Fort Worth e Wink, no Texas. Ele fez o colegial na Wink High School de 1950 a 1954. Roy estudou por dois anos na Universidade do Texas. Pretendia estudar geologia, pois seu pai trabalhava nos campos de petróleo. Enquanto ele estava na universidade, Pat Boone, um amigo, convenceu-o a formar uma nova banda. Após se formar, Roy trabalhava no campo de petróleo e tocava à noite. Suas apresentações ao vivo o fizeram entrar em contato com Johnny Cash, que aconselhou Roy a mandar uma cópia de "Ooby Dooby" para a Sam Phillips da Sun Records, gravadora de Elvis Presley e Jerry Lee Lewis. Em junho de 1956, estava gravado o seu primeiro grande sucesso, "Ooby Dooby", que vendeu 20.000 cópias. À princípio pretendia ser apenas compositor de rock, mas com o tempo decidiu gravar suas próprias canções e impressionou o mundo com sua voz forte e freqüentemente preferindo permanecer em tons agudos.



Roy Orbison, assim como aconteceu com seu amigo Elvis Presley, foi confundido, no início de sua carreira, por disc jockey's e por quem ouvia sua músicas, como um cantor negro, pelo seu tipo de voz. O primeiro grupo famoso à gravar uma música de Roy foi The Everly Brothers: "Claudette", uma de suas primeiras composições e que Roy dedicou à sua primeira esposa, em 1958. Alguns anos depois, Roy Orbison, como em agradecimento aos Everly Brothers, gravou dois de seus grandes sucessos: "Bye Bye Love" no seu álbum Lonely & Blue, em 1960 e "All I Have To Do is Dream", no seu álbum In Dreams, em 1963. Ainda com relação à gravação de "Claudette", Roy Orbison usou os direitos autorais resultantes deste sucesso para livrá-lo do contrato com a SUN RECORDS e assinar com a gravadora Monument. Sua primeira gravação "Up Town", em 1960, já constava da lista de sucessos dos Estados Unidos. Neste mesmo ano, sua canção "Only The Lonely" foi rejeitada por Elvis Presley e os Everly Brothers, então Orbison decidiu ele mesmo gravar. O resultado foi sensacional: a canção atingiu o topo das paradas da Inglaterra e por pouco não chegou ao ponto máximo dos EUA, vendendo dois milhões de discos. Comenta-se que Roy Orbison, uma pessoa tímida e de poucas palavras, usava óculos escuros para corrigir o seu astigmatismo crônico. Ainda na década de 60, gozou de sucesso sem precedentes, tanto na Inglaterra como nos EUA, usando seu estilo de baladas românticas como "Blue Angel", "Running Scared", "Crying", "Dream Baby", "Blue Bayou" e "In Dreams" . Mesmo durante o sucesso dos Beatles (de quem tornou-se amigo) na América, Orbison foi um dos poucos artistas americanos que manteve seu sucesso comercial. Durante o auge dos Beatles nas paradas de sucesso, ele foi por duas vezes o número um na Inglaterra com o poderoso "It's Over" e o seu maior sucesso "Oh, Pretty Woman", vendendo 7 milhões de discos em 1964. Sua fama era tão grande, que os Beatles se sentiram orgulhosos por terem feito uma turnê com ele em 1963 (existe o comentário de que música "Please Please Me" teve grande influência do estilo de Roy Orbison). Roy considerava a Inglaterra sua segunda pátria, conseqüência de seu grande sucesso naquele país e das turnês freqüentes que fazia.


Em 1965, Roy Orbison assinou com a MGM, pensando na possibilidade de ser um ator de cinema, como foi Elvis Presley. De fato, ele chegou a gravar um filme em 1968: "The Fastest Guitar Alive", no entanto, de pouco sucesso. Roy Orbison sempre gostou de música country e nunca escondeu sua admiração pelo cantor e compositor Don Gibson. Tanto é assim, que em 1967 Roy gravou um álbum chamado Roy Orbison Sings Don Gibson, o que se tornou algo inédito, pelo fato de Roy ser o autor da maioria de suas canções gravadas. Apenas para lembrar, Roy gravou, de autoria de Don Gibson: "I Can't Stop Loving You", "I'd Be a Legend in My Time", "Too Soon to Know", entre outros. Roy Orbison sofreu grande tragédia em sua vida, quando em 1966, sua esposa Claudette Frady morreu num acidente ao cair do banco traseiro de sua moto e em 1968, quando um incêndio destruiu sua casa, matando dois de seus três filhos (Roy Duwayne Orbison e Anthony King Orbison). Roy Orbison casou-se novamente em 1969 com Barbara Orbison. Os anos que se seguiram foram tempos obscuros em sua carreira. Na década de 70, além de passar por problemas financeiros, sofreu uma operação do coração em 1979, e só foi relançado em 1980 quando conquistou um Grammy pelo seu dueto com Emmylou Harris na música "That Lovin' You Fellin' Again", do filme Roadie. Em 1986, seu outro sucesso, "In Dreams", fez parte da trilha sonora do filme Blue Velvet (Veludo Azul). Em 1987 Roy Orbison foi incluído no Hall da Fama do Rock'n Roll e nesta cerimônia ele cantou "Oh, Pretty Woman" com Bruce Springsteen. Neste mesmo ano, Orbison assinou contrato com a Virgin Records, onde regravou todos seus sucessos, pois muitas das gravações originais estavam "presas" devido ao processo de falência. O resultado foi o álbum In Dreams. Em 1988, Roy ganhou o Grammy pelo dueto com K.D.Lang na música "Crying". Em 1988 produziu o álbum e o vídeo A Black And White Night (Roy Orbison and Friends) onde aparecem vários astros da música, como Bruce Springsteen, Tom Waits e Elvis Costello. Neste mesmo ano juntou-se a George Harrison, Bob Dylan, Tom Pretty e Jeff Lynne formando os Travelings Wilburys. No entanto, nesta banda, eles não revelaram seus nomes verdadeiros e diziam que era composta por quatro irmãos (Roy, neste caso, era conhecido como Lefty Wilbury).
O lançamento deste álbum foi esplêndido e conquistaram o Grammy em 1989. Todos esperavam que a carreira de Roy Orbison estouraria novamente, quando sofreu um ataque cardíaco fatal, no dia 6 de dezembro de 1988, em Hendersonville, Tennessee


O lançamento do disco Mystery Girl, finalizado postumamente em 1989, foi considerado pela crítica como o mais bem sucedido álbum de toda sua carreira, não simplesmente como uma homenagem póstuma mas pelo fato deste disco conter canções que mostravam um homem descontraído e com uma voz que nunca havia soado melhor, como por exemplo "You Got It", "She's a Mistery to Me", "Califórnia Blue", "A Love So Beautiful", "In The Real World", "The Comedians", etc. Em 1992, foi lançado o álbum King of Hearts, contendo algumas músicas inéditas. Sobre este álbum, Barbara Orbison comentou: "- Uma das perguntas que me faziam nestes três últimos anos, era se Roy havia deixado material suficiente para mais um álbum. Este disco, é a resposta". Roy Orbison ficou conhecido como o lendário Big "O". Alguns de seus sucessos foram temas de filmes, como Wild Heart (Insignificance), In Dreams (Veludo Azul), Oh, Pretty Woman (Uma Linda Mulher), Crying, em dueto com K.D.Lang (Hiding Out) e A Love So Beautiful (Proposta Indecente). É fantástico ver a legião que Roy nos deixou e como o mundo reconheceu.


Em 1989, Roy e K. D. Lang ganharam o Grammy pelo dueto de Crying. Em fevereiro de 1990, o Roy Orbison Tribute Concert to Benefit the Homeless (Concerto em Tributo a Roy Orbison em Benefício aos Desabrigados) reuniu vários músicos. Don Was, Gary Busey, Dean Stockwell, Patrick Swayze, Bernie Taupin, The Original Byrds (David Crosby, Chris Hillman and Roger McQuinn), Cindy Bullens, T-Bone Burnett, Johnny Cash, Bob Dylan, Chris Frantz, Larry Gatlin, Emmylou Harris, John Hiatt, John Lee Hooker, Chris Isaak, B. B. King, k. d. lang, Michael McDonald, NRBQ, Iggy Pop, Bonnie Raitt, Michelle Shocked, Ricky Skaggs, Stray Cats, Pete Townsend, Was (Not Was), Dwight Yoakam and Tina Weymouth lembraram Roy cantando suas músicas. No final de 1990, Roy entrou para o Songwriters Hall Of Fame (Hall da Fama dos Compositores). No mesmo ano, "You Got It" e Mystery Girl" foram grandes sucessos no mundo todo. Em 1991, Roy recebeu um Grammy por "Oh, Pretty Woman" do álbum A Black and White Night Live, um show ao vivo com a presença de Jackson Browne, T-Bone Burnett, Elvis Costello, k. d. lang, Bonnie Raitt, Steven Soles, J. D. Souther, Bruce Springsteen, Tom Waits and Jennifer Warnes. Esse ano, duas músicas de Roy estiveram entre as vinte melhores no Reino Unido. Ele tem estado nas paradas por mais de quatro décadas. Inacreditável para um homem que quando perguntavam como gostaria de ser lembrado simplesmente respondia, "- Eu só gostaria de ser lembrado."
<<< Dois momentos de sua carreira Em novembro de 1996, outro álbum, The Very Best of Roy Orbison, foi lançado. Neste disco estão todos os grandes sucessos, desde o começo de sua carreira até o final. Roy Orbison está enterrado no Westwood Memorial Park em Los Angeles , Califórnia. Seu túmulo está sem identificação, porém, os registros do cemitério indicam que está na seção D, número 97.


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Califórnia da canção nativa











O que é a Califórnia


Califórnia vem do grego, "conjunto de coisas belas". Aqui no Rio Grande do Sul, inicialmente se chamaram califórnias as incursões guerreiras que Chico Pedro, chamado de Moringue, fez na Cisplatina.

Depois disso, califórnia passou a designar "corridas de cavalos em que participassem mais de dois animais em busca de grandes prêmios".

Com as significações de "conjunto de coisas belas" ou "competição entre vários concorrentes em busca de grandes prêmios" é que o nome Califórnia da Canção Nativa prevaleceu para seus idealizadores.

O prêmio máximo concedido é a Calhandra de Ouro, símbolo da Califórnia. A calhandra é pássaro útil e de belo canto, amigo do gaúcho e íntimo das casas de estâncias e dos fogões; imitador do canto de outros pássaros e responde ao assobio do homem.

Simboliza também a autenticidade, a elegância, a humildade e a liberdade, pois não suporta o cativeiro.

O trófeu Calhandra de Ouro, patrocínio do Conselho Regional da Ordem dos Músicos do Brasil, ficará na posse de quem for vencedor três vezes consecutivas ou cinco alternadas.


Objetivos


O Centro de Tradições Gaúchas Sinuelo do Pago, com o apoio da Prefeitura Municipal de Uruguaiana, Sindicato Rural de Uruguaiana, Governo do Estado do Rio Grande do Sul e da Ordem dos Músicos do Brasil, promove a XXX Califórnia da Canção Nativo do Rio Grande do Sul, com os seguintes objetivos básicos:

  • Oportunizar integração de poetas, músicos e musicistas, analistas, estudiosos e críticos, no interesse da preservação e divulgação da identidade cultural gaúcha;

  • propiciar reflexão e debates que depurem qualitativamente a arte em geral, considerada como o mundo de representatividade - expressividade - comunicabilidade do universo gaúcho;

  • elevar a expressão artística de temas e gêneros / ritmos regionais, buscando valorizar a música do Rio Grande do Sul, através de linguagem atual e criativa, considerando origens e constantes do gaúcho;

  • premiar e divulgar, regional e internacionalmente, as composições que melhor expressem os obietivos acima referidos;

  • valorizar artistas que representem caracteristicamente a linguagem e a cultura sul-riograndense.


A Califórnia no Século XXI

Outra vez a Califórnia da Canção Nativa do RS diz presente.

Com a mudança do século (e do milênio), que já registramos, a Califórnia também muda, mantendo-se, embora, a céu aberto; uma opção que já agrada a muitos.

Estamos fazendo duas experiências importantes: uma, a da mudança da data. Estávamos acostumados com a Califórnia em dezembro e parecia impossível realizá-la em outra data. Não o é. Março surge como uma bela possibilidade.

Outra a de sua localização e de sua franquia. Optamos por um parque central - o parcão! onde as pessoas podem assistir aos espetáculos sem pagar ingresso. Exceto os que preferirem as poucas reservas que forem feitas. Isso é indiscutivelmente uma novidade e há de ser uma forte motivação para pensarmos a respeito deste novo modelo por acreditar na grande afluência de um público amante de nossa arte musical.

De qualquer sorte, a Califórnia não foi interrompida. Trinta anos depois de sua criação, com todas as alternâncias já experimentadas, ela está viva, realmente muito viva, sem cessar suas atividades paralelas, enriquecidos neste 2001, com a feira do livro e do CD. É a própria história do festival que está sendo contada e cantada, porque não podemos permitir que se apague ou se perca o que foi feito com tanto interesse, dedicação e esforço por uma geração capitaneada por Colmar Duarte e Henrique Dias de Freitas Lima.

Aliás, Uruguaiana jamais conhecera promoção deste porte e nem o país conta com experiência musical semelhante, sustentada ao longo de três décadas.

Ao abrir-se o palco da Califórnia neste ano, estaremos abrindo mais uma expressiva página no livro de sua história, em especial se consideramos o que ela vai significar para a arte musical e para o mundo dos festivais no Estado e fora dele. Porque jamais podemos perder de vista o fato de que nosso festival projetou-se e projetou a cidade para muito além de suas fronteiras, de tal modo que nós, aqui, muito perto dela, não conseguimos avaliá-la como o fazem os que são de fora e os que vêm de longe.

Para todos a Califórnia é um marco e um símbolo e é preciso conservá-la viva.


Composições Vencedoras até a XXIX Califórnia foram:



  • 1971 - Reflexão
    Colmar Duarte e Júlio M. da Silva Filho

  • 1972 - Pedro Guará
    Cláudio Boeira Garcia e José Cláudio L. Machado

  • 1973 - Canto de Morte de Gaudêncio Sete Luas
    Luiz Coronel e Marco A. Vasconcelos

  • 1974 - Canção dos Arrozais
    José Hilário Retamozzo

  • 1975 - Roda Canto
    Apparício Silva Rillo e Mário Barbará Dornelles

  • 1976 - Um Canto para o Dia
    Ernani Amaro Oliveira

  • 1977 - Negro da Gaita
    Gilberto Carvalho e Airton Pimentel

  • 1978 - Pássaro Perdido
    Gilberto Carvalho e Marco Aurélio Vasconcelos

  • 1979 - Esquilador
    Telmo de Limo Freitas

  • 1980 - Veterano
    Antonio Augusto Ferreira e Everton dos Anjos Ferreira

  • 1981 - Desgarrados
    Sérgio Napp e Mário Barbará

  • 1982 - Tertúlia
    Jader Moreci Teixeira (Leonardo)

  • 1983 - Guri
    João Batista Machado e Júlio Machado da Silva Neto

  • 1984 - O Grito dos Livres
    José Fernando Gonzales

  • 1985 - Astro Aragano
    Jerônimo Jardim

  • 1986 - Tropeiro do Futuro
    Armando Vasquez e Adão Quintana Vieira

  • 1987 - Pampa Pietá
    Dilan Camargo e Newton Bastos

  • 1988 - Toada de Mango
    Mauro Ferreiro e Elton Saldanha

  • 1989 - Mandala das Esporas
    Vaine Darde e Elton Saldanha

  • 1990 - Mostra das Composições Antológicas dos Vinte Anos

  • 1991 - Florêncio Guerra e seu Cavalo
    Mauro Ferreiro e Luiz Carlos Borges

  • 1992 - O Minuano e o Poeta
    Louro Simões e Clóvis de Souza

  • 1993 - Domador dos Sesmarias
    Elmo de Freitas

  • 1994 - Milonga-me
    Vinícius Brum

  • 1995 - Querências
    Silvio Aymone Genro e Getúlio Rodrigues

  • 1996 - Canto e Reflexão para a Província
    Sérgio Rojas

  • 1997 - O Forasteiro
    Vinicius Brum, Mauro Ferreiro e Luiz Carlos Borges

  • 1998 - O Nada
    Rodrigo Bauer e Chico Saratt

  • 1999 - Poema não escrito
    Tadeu Marfins e Lenin Nuñes
(material extraído do Livro de Poemas Oficial da XXX Califórnia da Canção Nativa)


  • 2001 - Rastros de Ausência
    Adão Quevedo e Mauro Marques

  • 2002 - Feito o Carreto
    Mauro Moraes

Edição 2001

E que tal?!

Pois olha guri, guria... Viajei 650 kms até Uruguaiana e não me arrependo nem um pouco.

Primeiro, por que a cidade é recheada de gente fina barbaridade. Se eu gostava bastante da região missioneira devido a hospitalidade dos viventes de lá, quero dizer que a fronteira nada deixa a dever!

Segundo, por que sempre um grande festival de música tem uma magia... São os músicos ansiosos pela apresentação e depois pelo resultado; é o movimento do povo pra lá e pra cá; o pessoal da filmagem e luzes; o seu Zé vendendo cachorro-quente pra turma que chega esfomeada e pelaí se bamo.

De prima, eu quero dizer que achei as instalações precárias. As cadeirinhas que nos ajeitaram me lembraram por demais o meu curso de psicologia na Ufrgs. Elas eram de plástico e e o encosto até a altura de dois palmos acima da cintura. Pois não suportava nada, nada...

Em segundo lugar, o local foi arrumado debaixo de uma tenda e BEM na frente do palco, tinha uma coluna suportando a dita cuja. Bueno, o músico era obrigado a cantar do lado de lá ou de cá, por que no meio era brabo.

Segundo, eu não fui reconhecido pelo pessoal, de tal forma que tive que pagar os 3 x 2 (eu e a patroa) x R$ 5,00 de todas as noites... Hehehe, pois até que foi barato.

Também me pareceu estranho existirem várias mesas depois das cadeiras reservadas e que eram utilizadas mais pro pessoal sentar feito baile. Mas o que problema é que aos arredores o povão todo de PÉ assistindo ao festival. Entonces criou um clima meio estranho. Não vai daqui uma crítica, por que só quem está lá é que sabe o trabalhão que dá organizar. Mas é uma constatação.

Tá bueno, chega de reclame?

Do lado bom...

Bueno, antes de mais nada ninguém sabe o que é organizar um festival assim... O custo chega ligeirito a uns 300 mil reais... E onde é que se arruma patrocinador pra isso? Telão, ajuda de custo pros músicos, armar tenda, energia elétrica, divulgação, hotel, premiação, bla-bla-blá...

É mano véio, é pila que não acaba mais pra isso...

É inegável também o esforço dos organizadores para fazer acontecer aquele que é o mais antigo festival de música dos pagos. Teve que mudar de prefeito pra coisa acontecer. E até de secretário estadual de cultura.

Mas ACONTECEU.

E isso é magnífico.

Ver aquela turma toda se apreparando pra cantar. O povo se reunindo pra assistir.

E não deu zebra alguma. Pelo menos que eu tenha constatado. A luz luziu. A música musicou. O som soou. Os telões telaram. Os microfones fonaram. A organização foi impecável. Os bebâdos e arruaceiros não apareceram. As noites foram por demais agradáveis e nem quentes e nem frias. Os garçons pra lá de gentis.

NADA. Nada saiu errado. Ao menos na minha vista.

Foi um festival DEZ.

Um festival pro pessoal da terra se orgulhar. Mesmo aqueles que não participaram, por que afinal de contas foi na terra. Algo pra nós, gauchada, estufarmos o peito e registrarmos que um festival concebido há mais de 30 anos segue firme.

El fabuloso macanudo taura Cohen, em 06/04/2001. (E como diria meu tio quando alguém tenta ser mais do que é: - mas vai te deitar, sagú! hehehe...)

Saudita tenta vender o filho por US$ 20 milhões no Facebook

Um saudita colocou o próprio filho à venda na rede social Facebook. O valor pedido por Saud bin Nasser Al Shahry -- 20 milhões de dólares -- seria para oferecer "uma vida digna para a mulher e a filha em vez de viver na pobreza", conforme noticiou o diário saudita Al Sharq, citado pelo portal emirates247.com.



O anúncio do empresário saudita traz uma foto sua e do filho na rede social Facebook

De acordo com o jornal, Saud bin Nasser Al Shahry decidiu tomar a medida extrema após o negócio que mantinha ser fechado depois de uma decisão judicial, que declarou sua empresa ilegal. Ele chegou a pedir ajuda para as autoridades locais, mas não teve sucesso.

Como o tráfico de crianças na Arábia Saudita é considerado um delito, e não um crime, o jornal especula se o anúncio da venda do garoto poderia ser uma tentativa de Saud bin Nasser Al Shahry chamar a atenção e conseguir de outra forma o dinheiro.

O governo saudita é frequentemente criticado por fazer pouco para prevenir o tráfico de pessoas. Em 2009, a Arábia Saudita adotou um pacote de medidas rigorosas para combater o tráfico de crianças e também colabora com o UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e outras entidades em campanhas de conscientização.

Juca Chaves, o menestrel da política e do sexo


"Bossa-nova mesmo é ser presidente/ desta terra descoberta por Cabral Para tanto basta ser, tão simplesmente/ Simpático, risonho, original" ("Presidente Bossa Nova", 1961) xxx "Mordomia é uma mania com jeitinho Brasileiro Desde Dom Pedro I Até os tempos atuais Mas o nosso Presidente Que é imortal na academia Agora com mordomia Que não morre nunca mais Muda Sarney é tempo de mudar Trocar o Tucupi pro Caviar" ("Votar, Votar", 1985/86) xxx E assim se passaram 25 anos... Um quarto de século de Brasil e Juca Chaves (Jurandyr Chaves, Rio de Janeiro, 22 de outubro de 1938) continua a ser o implacável e mordaz menestrel. Com suas sátiras brilhantes ou suas modinhas apaixonadas, sua presença no cenário musical brasileiro tem sido polêmica e intensa. Nunca chegou, a exemplo de um Chico Buarque de Hollanda, a ser um contestador político. Ao contrário, apreciador de belas mulheres, conforto, mordomias, viagens - colecionando carros esportes, suas preocupações políticas jamais passaram da ironia do quotidiano, dos personagens e acontecimentos do momento. Mas, nem por isto, suas farpas deixaram de incomodar as donos do poder e em sua folha pregressa há alguns processos, muitas sátiras que só saíram para o público após batalhas judiciais. Assim foi em 1962, com "Caixinha, Obrigado", para cuja liberação em 78 rpm pela RGE, ele teve que retirar da letra original o nome de uma deputada então em evidência. A mediocridade/ é um fato consumado Na sociedade/ onde o ar é depravado Marido rico, burguesão, despreocupado Que foi casado/ com mulher burra mas bela O filho dela/ é político ou tarado Caixinha, Obrigado! "Contrabando de Café", da mesma época, não chegou a ser proibida mas, em compensação, quase que custou ao Juquinha o corte inesperado de sua juba loira - que, no início dos anos 60, irritava aos conservadores. Por dizer na letra que "Lupion havia vendido um terço do Paraná", Juca Chaves passou maus momentos em Curitiba. Uma noite, após um show na cidade foi jantar na antiga Fontana de Trevi, sofisticada casa que o hoje judoka Aldo Lubes gerenciava na Avenida Luiz Xavier. Sabedores da presença de Juca no local, um grupo de furiosos lupionistas - que sofria, então, as perseguições do governador Ney Braga - pretenderam lhe aplicar um corretivo e entre safanões, gritos e confusões, Juca só escapou devido à proteção da polícia. Em compensação, ficou anos sem ter coragem de voltar a Curitiba. GUERRA DOS SETE MARES - De todas as brigas com a Censura, talvez a mais polêmica tenha sido devido ao "Brasil Já Vai à Guerra", que a Marinha não desejava fosse liberada. Afinal, ironizando a compra do porta-aviões "Minas Gerais" - vejam só, por Cr$ 82 milhões - Juca atraiu as iras de oficiais da armada e a divulgação da sátira só aconteceu após o juiz Célio de Melo Almada, da 1ª Vara da Fazenda Estadual, em São Paulo, ter concedido o Mandado de Segurança. Brasil já vai à guerra Comprou um porta-aviões Um viva pra Inglaterra - Cr$ 82 milhões! Ah! mas que ladrões! Comenta o Zé Povinho Governo Varonil/ Coitado, Coitadinho! Do Banco do Brasil! Ah! Ah! Quase faliu! A classe proletária/ na certa comeria Com a verba gasta diária/ Em tal quinquilharia Sem serventia Alguns bons idiotas/ Aplaudem a medida E o povo sem comida/ Escuta tais lorotas/ dos patriotas. BARBAS DE MOLHO - Quando a Escola era risonha e franca, Juquinha podia satirizar até a Aeronáutica e a Marinha em suas canções. Falar de Juscelino Kubitschek como o presidente Bossa Nova: "Mandar presente a jato pro dentista/ almoçar com dentista campeão Também pode ser um bom artista/ exclusivista/ tomando com Dilermando umas aulinhas de violão." JK, Jango, dona Maria Tereza, Francisco Julião e, especialmente, Carlos Lacerda também não escaparam das farpas satíricas de Juquinha: Dona Maria Tereza/ diga a seu Jango, porque o povo vê quase tudo/ Só o parlamento não vê Dona Maria Tereza, diga a seu Jango Goulart Lugar de feijão é na mesa Lacerda é noutro lugar É. Criticar os homens do poder até 1964 era fácil mas depois as coisas ficaram difíceis. E assim, prudentemente, Juca Chaves pôs as barbas de molho. Continuou, é claro, satírico, mas preferindo temas menos explosivos - "Take me Back To Piauí", "Paris Tropical", "Demolição", "Alça de Caixão", "Marcha da Tanajura", "Sou, Sim, e Daí?" entre outros e buscando um humor cada vez mais pornográfico em seus shows (os quais mantém por anos em cartaz, viajando por todo o Brasil) e discos, geralmente lacrados e proibidos de divulgação em rádio - a não ser uma ou outra faixa. Irônico, agressivo, cruel em seus comentários com a imprensa - embora tenha sido repórter dos Diários Associados e da Última Hora, em São Paulo, no final dos anos 50 - tempo em que fazia parte da turma de Ricardo Amaral ("Nós, Os Gatos", música da época, foi dedicada à coluna que o hoje bilionário empresário da noite mantinha na UH) - Juca Chaves caiu, infelizmente, num estágio meio cinzento nos últimos anos.
É claro que faltava, especialmente a partir de 1968, condições para aquelas sátiras deliciosas, falando de temas mais sérios do que o homossexualismo, a infidelidade conjugal, o sexo... ENFIM (QUASE) LIVRE - Mas chegaram os novos tempos da Nova República e Juca aproveitou a ocasião. Paralelamente a um novo show, gravou na ARCA um elepê ("Enfim (quase) Livre"), já trazendo na capa uma ilustração que, em outros tempos, não passaria pela Censura: seu rosto no centro de uma bandeira verde-amarela. Mesmo sem abandonar, de vez, o seu lado romântico - e como no dinheiro tem uma coleção de músicas interessantes, especialmente as dedicadas à musa Ana Maria - Juca Chaves ajusta sua metralhadora verbal em relação aos novos tempos e personagem.
Começa despedindo-se dos tempos da Ditadura: Adeus velha República do João Começamos a nova tal e qual Banquete milionário Com scotch e camarão O patriotismo acaba quando o whisky é nacional (...) A Nova RéRepública / Pela velha superada Está sendo por plágio processada (...) Pois é, clinicamente não é segredo O que preocupa o Povo isto eu sei Não é somente a ausência do simpático Tancredo É o excesso de saúde no Sarney/ C Chorei Rei morto, rei posto. Se durante o regime militar, Juca Chaves não se atrevia a cutucar com vara curta os militares, agora os tempos são outros.
E uma das mais deliciosas sátiras deste seu retorno fonográfico é "A Semana de João" Segunda dá um beijinho na criança E no estudante grosso um bofetão Na terça, se não me falha a lembrança Vem bucose lá da França/ Lhe trazer a refeição Montado em seu cavalo/ Seja baio ou alazão Começa assim a semana do João (...) Tudo isso Silvio Santos/ Não mostrou, não mostrou não Mas essa sim foi a semana do João Depois que ele implantou/ Duas pontes no seu coração O Andreazza chateou-se/ Com o João É que nas pontes não levou comissão Se não faltam as críticas políticas e também duas suaves modinhas dedicadas a Yara, esposa e musa há anos de Juquinha - também não poderiam ficar ausente sátiras sexuais.
E, assim, comparando a atuação viril de uma "Orquestra Sinfônica", Juca Chaves diz que o homem de 20 anos tem o vigor de um trompete ("Sopro forte e tão seguro/ É como um clarinete/ De toque potente e duro"). Já aos 30, "Ele é um violino/ Às vezes de sons corruptos/ Às vezes de sons sonoros/ Afina cinco minutos/ E toca mais de seis horas". Ao chegar aos 40, "É uma harpa/ Fermatas longas demoras/ São seus notáveis tributos/ Afina mais de seis horas/ Toca só cinco minutos". O dramático é aos cinqüenta, quando "ele é um piano".
Enquanto não cai o pano Que as gargalhadas provocam Aos cinqüenta ele é um piano Ele afina e os outros tocam O próprio Juca, aos 48 anos bem vividos, depois de ter autolouvado seu "Nasal Sensual", hoje enaltece outra parte anatômica de seu corpo - que, como diz seu amigo Juarez Machado - companheiro de farras homéricas do Juca - tem usado intensamente.
Dizendo curar o complexo "por ser tão pequenino", lembra que de maneira inteligente/troco tudo pelo sexo/antes que eu fique impotente". Tenho pois duas cabeças Todas duas sem censura A de cima democrática A de baixo a dita-dura Tenho pois duas cabeças A de cima muita acima A de baixo ainda dura.